segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cobrado pela Contraf-CUT, BB promete corrigir valor do auxílio creche-babá

24/11/2010
  
A Contraf-CUT cobrou nesta quarta-feira, 24, do Banco do Brasil o pagamento do valor corrigido do auxílio creche/babá retroativo a 1º de setembro. A Confederação recebeu relatos de diversos sindicatos dando conta de que o valor do auxílio estaria sendo pago aos trabalhadores ainda sem o reajuste conquistado pelos trabalhadores na Campanha Nacional dos Bancários 2010.
A Diref reconheceu o problema, que alegou ser decorrência de uma falha técnica nos sistemas do banco. Segundo os representantes da empresa, o problema será resolvido em breve e os valores corrigidos serão pagos aos bancários retroativamente. O banco informará à Contraf-CUT assim que possível a data do pagamento.
Como resultado da Campanha Nacional 2010, o Auxílio Creche/Babá foi reajustado em 7,5% e teve sua cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários modificada para se adequar à nova legislação do ensino fundamental, que reduziu a idade obrigatória para matrícula de crianças na escola de sete para seis anos.
Dessa forma, os bancos pagarão aos seus empregados até o valor mensal de R$ 261,33, para cada filho nascido a partir de 1º de setembro de 2010, até a idade de 71 meses.
Para os bancários admitidos até 31 de agosto de 2010, o valor mensal desse auxílio será de R$ 223,55, para cada filho nascido até 31 de agosto de 2010, até que este complete a idade de 83 meses. 
Fonte: Contraf-CUT

Contraf-CUT reivindica extensão do reajuste de 7,5% aos bancos privados

14/10/2010
  
A Contraf-CUT enviou nesta quinta-feira, dia 14, carta aos bancos privados, reivindicando a extensão do reajuste salarial de 7,5% para todos os seus empregados, a exemplo do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Banco da Amazônia, Banrisul e Banese, que decidiram efetuar o pagamento linear em negociações específicas com o Comando Nacional dos Bancários e as entidades sindicais.
A proposta apresentada na segunda-feira, dia 11, pela Fenaban na mesa unificada de negociações com o Comando Nacional garante esse reajuste para salários até R$ 5.250,00, excluindo-se os anuênios da base de cálculo, e estabelece um valor fixo de R$ 393,75 ou a correção de 4,29% (inflação do período) para os salários superiores, o que for maior.
"Se os bancos públicos decidiram estender o reajuste para todos os seus funcionários, é também justo que os bancos privados efetuem o mesmo procedimento, como forma de valorizar igualmente o empenho e a dedicação de todos os trabalhadores pelos excelentes resultados alcançados", justifica o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro.

Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TST garante a bancário da Caixa migrar ao PCS sem renúncia de ações judiciais

  
O acesso ao judiciário é garantido constitucionalmente e não pode ser impedido por negociações decorrentes de acordo coletivo de trabalho. A afirmação foi pronunciada pela Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em julgamento de recurso de um empregado da Caixa Econômica Federal que busca o direito de migrar para um novo plano de cargos e salários sem ter de cumprir exigências que considera ilegais. 

A empresa informou que a migração para o novo plano foi oferecida após negociações coletivas realizadas em 2006, com o fim de unificar as carreiras profissionais regidas por dois planos distintos. O novo plano foi instituído em 1998. 

O bancário busca o direito de migrar para esse plano, sem ter de cumprir duas exigências que considera ilegais: renunciar a direitos em eventuais ações trabalhistas que discutem a questão do enquadramento no plano e alterar seu plano de benefícios junto à Funcef. 

Segundo o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), as condições impostas pela CEF estão respaldadas em "normas coletivas e constitui-se em alteração contratual opcional e não impositiva, respeitando o direito de permanência do empregado no plano anterior". Manifestou ainda que "se o empregado considera as condições abusivas, que não exerça o direito de opção e migração para o novo plano". 

Inconformado, o bancário recorreu e conseguiu reverter parcialmente a decisão na Quinta Turma do TST. De acordo com o relator do recurso, ministro Emmanoel Pereira, não cabe em negociação coletiva a "renúncia de reclamações trabalhistas anteriormente propostas, pois o acesso ao Judiciário constitui direito fundamental previsto no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição". 

Esclareceu o relator que "não se está a discutir os direitos perseguidos nas reclamações trabalhistas já propostas, mas apenas a validade de norma coletiva em que prevista a renúncia destes com homologação judicial". 

Ao concluir, o relator restabeleceu a sentença que concedeu ao empregado a adesão ao PCS de 1998, "sem prejuízo das ações trabalhistas em trâmite, ou que venham a ser ajuizadas", mas considerou válido o requisito que exige a adesão ao novo plano da Funcef, para se integrar ao PCS de 98. (RR - 165800-18.2006.5.01.0002) 


Fonte: TST

Conquista histórica dos bancários, plano odontológico do BB começa a funcionar

  
O plano odontológico do funcionalismo do Banco do Brasil, antiga reivindicação dos trabalhadores conquistada na campanha nacional de 2008, foi finalmente implantado nesta sexta-feira 19 de novembro. "Essa é mais uma conquista histórica obtida pelos funcionários do BB com luta e persistência, que serve de exemplo a todos os trabalhadores", afirma Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT. 

Depois de mais de uma década de reivindicações, o plano odontológico foi aceito pelo BB na campanha nacional de 2008, mas sua implantação foi várias vezes adiada por solicitação do banco, sob alegação de que precisava de mais tempo para formatar um programa de tal envergadura.

Segundo comunicado divulgado pelo Banco do Brasil no Sisbb, o plano, que se chama BB Dental, foi montado por uma empresa formada por 75% de capital da BB Seguros e 25% da Odontoprev. O plano terá três modalidades: BB Dental Econômico, BB Dental Executivo e BB Dental Supremo. A rede credenciada é a já oferecida pela Odontoprev, que possui 16 mil profissionais de saúde bucal em todo o país. 

"Mas nem tudo está resolvido ainda", ressalva o secretário-geral da Contraf-CUT. "O plano odontológico que começou a funcionar ainda não vale para os aposentados. E o que foi negociado em 2008 previa a cobertura para todos os participantes da Cassi, não apenas os da ativa. A luta agora será para estender o atendimento do plano aos aposentados." 

Trabalhadores já podem usar o plano

O plano que começou a operar nesta sexta-feira, e já está disponível a todos os funcionários e seus dependentes diretos, é o BB Dental Econômico, que oferecerá diagnóstico (consultas), emergência (urgência), dentística (obturações), odontopediatria (tratamento de crianças até 15 anos), prevenção, periodontia (tratamento de gengiva), cirurgia (extrações), endodontia (tratamento de canal) e radiologia (raio-x). As outras duas modalidades, segundo o BB, entrarão em operação em breve.

Quando a Contraf-CUT assinou com o BB o acordo de 2008 que garantia a conquista do plano odontológico, a intenção do movimento sindical era que ele fosse implementado pela Caixa de Assistência dos Funcionários (Cassi), como parte da estratégia de atenção integral à saúde dos trabalhadores. 

"Pensávamos inclusive que o plano odontológico pudesse reforçar a entidade do ponto de vista financeiro, mas infelizmente a Cassi não conseguiu cumprir a sua parte conforme o negociado em 2008", lembra Marcel Barros. "Dessa forma, o plano está sendo implementado por uma empresa de mercado."


Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

TST condena Santander a pagar horas extras para ex-funcionária

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou o Santander a indenizar uma ex-funcionária por pagar horas extras fora do mês em que elas foram realizadas. Não foi divulgado o valor da indenização.


A decisão do ministro relator, Emmanuel Pereira, foi baseada em artigo da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e destaca que: "da mesma forma que se utiliza o período do mês trabalhado para fazer o pagamento do salário, o pagamento de horas extras também tem de ter o mesmo critério".

Ainda segundo o relator, a compensação das horas extras também tem de ocorrer dentro do próprio mês a que se referem porque é idêntico ao fator gerador do pagamento salarial. Emmanuel Pereira também afirmou que, tendo em vista a natureza salarial, não é permitido que se faça ao trabalhador o pagamento de horas extras nos meses subseqüentes.

Fonte: Seeb São Paulo com TST

HSBC demite gerente dois meses após contratação por não bater metas



Um funcionário contratado pelo HSBC foi demitido dois meses após iniciar a prestação de serviços. A alegação da diretoria do banco é de que o trabalhador não havia batido a meta do mês.


O ex-funcionário, que já havia trabalhado em banco, mas que atualmente não estava na área, deixou o seu antigo emprego fixo na área financeira e no qual tinha estabilidade, porque foi convidado a compor o grupo de alto escalão em uma das agências do HSBC. 

A promessa de uma carreira promissora e de ganhar o segundo maior salário da agência fez com que o ex-bancário confiasse no RH que o escolheu durante o processo seletivo. Contratado para o cargo de gerente premier, foi submetido a todos os procedimentos para admissão, como entrevista e exame admissional, ficou três dias na agência para conhecer o funcionamento e ainda passou por treinamento de 15 dias em Curitiba. 

"Como o banco alega que esse profissional, depois de ter tido treinamento, e em apenas dois meses, não possui o perfil para o cargo por não conseguir bater metas?", questiona a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Liliane Maria Santos Fiúza. 

"O banco deveria ter remanejado o funcionário para outro departamento e não ter demitido sem justa causa por ter tido baixo desempenho no emprego. Foi um período muito curto para ele apresentar bom resultado."

Procurada pelo ex-bancário, a dirigente sindical pode notar que a demissão não foi porque o bancário não bateu metas, mas porque um dos gerentes não gostou dele. 

"O trabalhador contou que eles não se davam muito bem desde quando entrou para a agência. Disse que era perseguido e que o gerente já havia avisado que não estava gostando de seu desempenho. Acredito que seja esse o verdadeiro motivo da demissão", diz Liliane. "Mas, acho que o banco errou. Deveria ter chamado o funcionário para uma conversa e dado mais uma chance em outro departamento."

O Sindicato entrou em contato com o setor de Relações Sindicais do HSBC, exigindo explicações sobre os motivos que provocaram a demissão do trabalhador.

Fonte: Seeb São Paulo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aniversariantes do mes de Novembro 2010

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Presidente Venceslau e Região, através de sua Diretoria parabeniza a todos por esta data festiva.

01
- ABDUL NASSER SALEM - BANCO ITAÚ UNIBANCO  - PRESIDENTE EPITÁCIO
05
- OTACILIO FERREIRA DONINHO NETO   -    BANCO DO BRASIL - TEODORO SAMPAIO
09
- KEISY SANDER ALMEIDA PINOTTI - BANCO SANTANDER - PRESIDENTE VENCESLAU
10 
- ALTAIR CANDIDO DE ARAUJO - CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - PRESIDENTE EPITÁCIO
12
- THIAGO BOTTON MONTEIRO - BANCO SANTANDER - PRESIDENTE VENCESLAU
15
- SUZANA MANHOLES RIBEIRO - BANCO DO BRASIL - Trav. Ten. Osvaldo BarbosaPRES. VENCESLAU
- SERGIO LUIZ FURLAN - BANCO ITAÚ UNIBANCO - PRESIDENTE EPITÁCIO
17 
- RODOLFO GSELLMANN - BANCO DO BRASIL - PIQUEROBI
19
- EDILSON SALA - HSBC BANK BRASIL - PRESIDENTE VENCESLAU
20
- MANOEL BORGES DA SILVA - BANCO ITAU UNIBANCO – Av. Princ. Isabel - PRESIDENTE VENCESLAU
FRANCIELI ZAGONEL MARTIN - BANCO SANTANDER - PRIMAVERA
21
- MATILDE MIYUKI SATO SHIRAIWA - BANCO DO BRASIL - Trav. Ten. Osvaldo Barbosa - PRESIDENTE VENCESLAU
23
- REGIANE BRITO STEFAN - BANCO DO BRASIL - PRESIDENTE VENCESLAU
26
- JOSÉ LUIZ PINHO ALVES - BANCO SANTANDER - PRIMAVERA
27 
- JOSÉ VALTER BARRETO - BANCO DO BRASIL - PRESIDENTE VENCESLAU
29 
- JORGE HENRIQUE DA SILVA DO NASCIMENTO - BANCO DO BRASIL - MARABÁ PAULISTA
30
- PATRICIA VILHONI - BANCO BRADESCO - PRESIDENTE VENCESLAU
- MEIRE DOS SANTOS DE FREITAS - BANCO SANTANDER - PRIMAVERA

OBS: Os associados aniversariantes deste mês, que não constaram nesta relação, favor atualizar o cadastro junto a este Sindicato, FONE: 018-3271-3600 - FAX: 018-3271-5950 ou via e-mail: seebpv@terra.com.br 

Crédito da gratificação variável será em dezembro




Os funcionários oriundos da Nossa Caixa aprovaram a proposta do Banco do Brasil para a indenização da Gratificação Variável (GV).

Pelo acordo aditivo, assinado pelos sindicatos e a direção do Banco do Brasil em 29 de outubro, a indenização da GV corresponderá a cinco anos. Dessa forma, o banco pagará um total de R$ 54 milhões, sendo que metade do valor será dividido linearmente entre todos os bancários e o resto será distribuído percentualmente sobre o valor do salário.

A princípio, o BB comunicou que o pagamento ocorreria até 30 de novembro. Mas, para isso, estava calculando a partir de uma distribuição linear do valor, sem levar em conta a regra que já existia na Nossa Caixa desde 1996 e que estabelece a distribuição de metade linear e o restante com a aplicação percentual sobre o valor do salário. Assim, o BB está efetuando os cálculos e o crédito será feito até 30 de dezembro. O Sindicato está cobrando que o pagamento ocorra o mais breve possível.

Tem direito à GV todos os funcionários oriundos da Nossa Caixa, exceto aqueles que deixaram de fazer parte do quadro de funcionários antes do dia 30 de agosto de 2010.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Valor Econômico: Regra de correspondentes bancários em revisão


  
Valor Econômico
Adriana Cotias, de São Paulo

A oferta de crédito por meio da rede de correspondentes bancários, representada por uma malha de cerca de 160 mil estabelecimentos comerciais, entre farmácias, supermercados, lotéricas e agências dos Correios, está emperrada. Os bancos estão às voltas com questões bem específicas acerca do tema e têm discutido com o Banco Central (BC) mudanças no marco legal para sair dessa encruzilhada.

O principal dilema enfrentado pelos comerciantes que atuam como correspondentes é o risco trabalhista, com ex-empregados acionando as empresas na Justiça e pedindo equiparação de benefícios de bancários, conta o diretor setorial de correspondente bancário da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Frederico Guilherme Fernandes de Queiroz Filho. Em decisões de primeira instância, há resultados favoráveis ao trabalhador. "Quando o correspondente só recebe contas é mais fácil de defender, porque, a rigor, qualquer estabelecimento pode se credenciar junto às concessionárias de serviços públicos para esse tipo de serviço, mas o crédito acentua essas questões, os papéis precisam ficar mais claros."

A resolução nº 3.110, do Conselho Monetário Nacional (CMN), de julho de 2003, prevê que as empresas contratadas pelos bancos como correspondentes recepcionem e encaminhem propostas de empréstimos e financiamento e até façam a análise do cadastro. Mas o processo não se encerra ali, é o banco que vai efetivamente aprovar a operação, afirma Queiroz Filho. "O que caracteriza o trabalho da instituição financeira é a captação e a aplicação de recursos, o funcionário de um correspondente não está fazendo isso."

O recebimento de contas e o pagamento de benefícios representam 80% das transações que passam pelos correspondentes bancários. É pouco para uma malha de 160 mil pontos de atendimento, infraestrutura construída na última década baseada em alta tecnologia e que supera em larga medida as 20 mil agências bancárias tradicionais.

Outro problema que tem batido às portas do modelo correspondente atual são alguns projetos de leis municipais que têm requerido a adoção de medidas de segurança nos correspondentes, similares às de uma agência bancária: portas giratórias, câmeras e vigilância. São itens onerosos para ser bancados pelos correspondentes e, se esse custo couber aos bancos, não há incentivo econômico para se expandir a rede por essa via, diz Queiroz Filho.

Segundo o executivo, também da área de canais do Banco do Brasil, o BC é sensível às preocupações das instituições financeiras. Tanto que, diz ele, no início do ano, ao elaborar seu planejamento, introduziu a questão da "promoção da inclusão financeira" em seus objetivos estratégicos, a serem cumpridos de 2010 a 2014. Em abril, foi instituída uma equipe no Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor), especialmente para tratar do assunto. Procurado, porém, o BC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não se manifestaria. 

A percepção é que da forma como foi consolidado o marco legal dos correspondentes, em 2003, para nortear a prestação de serviços financeiros fora da agência bancária tradicional - quando o mercado tinha 25% do tamanho que tem hoje -, ele não dará conta de assegurar crédito aos mais pobres e motivar essa rede a fazer mais do que simplesmente receber contas. Segundo diagnóstico do Centro de Estudos em Microfinanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o próximo presidente terá que mexer na regulação para que ela contemple a diversidade de correspondentes existentes no país, defina responsabilidades e inclua indicadores de desempenho social como forma de medir a eficácia desses agentes como indutores de desenvolvimento econômico. 

Um dos problemas potenciais associado ao uso do canal de forma mais intensa para distribuir crédito é o endividamento excessivo das famílias, caso a oferta não seja feita de forma ordenada e casada com programas de educação financeira, aponta o professor de finanças Lauro Gonzales, coordenador da área de microfinanças da FGV. "Pessoas vão ser contratadas para divulgar o crédito, mas como ficam definidas as responsabilidades e os direitos de defesa do consumidor num cenário de grande expansão junto a uma população pouco habituada a usar o crédito?" 

Para o pesquisador, não dá para tratar de maneira igual um banco comunitário como o Palmas, em Fortaleza, uma instituição notadamente voltada para o desenvolvimento local, e um correspondente situado numa região de alto poder aquisitivo, instalado, por exemplo, na rua Sete de Abril, centro de São Paulo, com o objetivo de desafogar o fluxo das agências do entorno. "Num momento de ascensão social, em que a população vai demandar produtos financeiros mais sofisticados, faz sentido usar esse canal. Mas o marco legal precisa contemplar os segmentos diferentes, porque os riscos são diferentes também."

Bancos brasileiros vão entrar no mercado de telefonia celular

  
Folha de São Paulo
Julio Wiziack
Toni Sciarre
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Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander se preparam para prestar serviços de telefonia móvel.

A entrada dos bancos na telefonia é o passo que faltava para a massificação do uso do celular como cartões de débito e crédito, novidade que promete mudar os pagamentos eletrônicos no país.

Além de substituir o cartão no comércio, o celular é o meio ideal para autorizar transações de baixo valor, como pagamentos de metrô, máquinas de café e jornais.

O telefone móvel tem a única tecnologia capaz de substituir as transações entre pessoas, feitas hoje em dinheiro, reduzindo a importância dos caixas eletrônicos.

As teles disputavam com os bancos a dianteira nas transações por celular. A ideia era converter minutos em dinheiro, mas a "criação de moeda" pelas teles esbarrou nas regras do BC.

Hoje, o conselho da Anatel deve votar a regulamentação das "operadoras virtuais", pondo fim a essa disputa.
Com as novas regras, qualquer empresa poderá se associar a uma operadora móvel (TIM, Vivo, Claro e Oi) para prestar serviços de telefonia.

Pão de Açúcar, Casas Bahia, Carrefour e Pernambucanas já têm projetos para virar teles, mas são os bancos que vão acelerar esse processo porque têm um interesse comum: redução de custos.
As transações feitas pelo celular geram gastos equivalentes a um décimo dos com cartões de plástico.

QUEM ESTÁ NESSA

A Anatel permitirá que os bancos escolham dois caminhos na telefonia celular.

No primeiro, o banco comprará no atacado milhões de minutos das teles e depois venderá (ou repassará como prêmio) aos clientes.
Na segunda opção, os bancos alugam a rede da operadora e prestam o serviço diretamente ao cliente, dando suporte técnico e respondendo pelas reclamações.

Estatais, o BB e a Caixa estão mais inclinados a assumir a gestão do relacionamento com o cliente. Já Itaú e Santander tendem a formar parcerias com as teles para atuar como "distribuidores" de minutos. O Bradesco estuda ambos os caminhos.

"Não posso afirmar que vamos virar uma tele, mas há espaço para atuar em alguns nichos de mercado", disse Frederico Fernandes, diretor de novos canais do BB.

Parceiro da Vivo e da TIM, o Itaú já converteu chips de 500 mil terminais da Redecard para aceitarem pagamentos via celular.

Inicialmente, o banco emitiu 500 mil cartões Itaucard para clientes da Vivo e da TIM. Muitos desses clientes não sabem, mas têm no celular um chip habilitado para fazer pagamentos na Redecard. Ao mesmo tempo, o Itaú oferece celulares da Vivo e da TIM para seus clientes.

"O usuário vira cliente dos dois serviços, até que uma hora será uma coisa só. Aos poucos, vamos vinculando o cartão de crédito a um número do celular", disse Carlos Zanvettor, diretor do Itaú.

Na Espanha, o Santander opera o serviço móvel "Habla Fácil". O banco compra minutos no atacado, com preço menor, e depois os vende ou distribui como prêmio aos clientes. "No Brasil, é prematuro dizer que vamos criar um serviço com o nome Santander. Vai depender da regulamentação", disse Cláudio Almeida Prado, diretor de tecnologia do Santander.

Dilma Rousseff é eleita primeira mulher presidente do Brasil


 
 

Com mais de 55 milhões de votos, a candidata do PT, Dilma Vana Rousseff, foi eleita no domingo (31) presidente da República para o período de 2010 a 2014. Sem nunca ter disputado uma eleição, ela é a primeira mulher a chegar ao mais alto cargo do país. 

Economista, ex-ministra do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de Minas e Energia e da Casa Civil, Dilma venceu com 56,05%, enquanto o candidato do PSDB, José Serra, teve 43,95% dos votos válidos.

Dilma ganhou em 15 estados e no Distrito Federal e Serra teve a maioria dos votos em 11 estados. A maior votação da petista foi no Amazonas, onde Dilma teve 80% dos votos válidos. Dilma ganhou ainda no Pará, Amapá, Amazonas, Tocantins, Piauí, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Maranhão Minas Gerais e Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

Na campanha, Dilma destacou as conquistas dos dois mandatos do governo do presidente Lula, que a indicou para concorrer à Presidência. O seu mote de campanha foi a necessidade de o Brasil continuar crescendo na economia com inclusão social. 

A presidente eleita ressaltou que 28 milhões de pessoas deixaram a situação de miséria ao longo desses quase oito anos e prometeu trabalhar para erradicar definitivamente a pobreza no país.

No comando da Casa Civil, a presidente eleita conhecida por seu estilo durona, coordenou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais marcas do governo Lula, com ações em praticamente todas as áreas, desde infraestrutura até segurança pública. Dilma também foi responsável pelo lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, de forte apelo social.

Mineira de nascimento, Dilma começou na política no movimento estudantil, em Belo Horizonte. Combateu a ditadura militar (1964-1985), o que a levou à prisão, onde foi torturada. 

Em liberdade, recomeçou a vida em Porto Alegre, ao lado do ex-deputado Carlos Araújo, com quem era casada à época. Na capital gaúcha, participou da fundação do PDT de Leonel Brizola. Em 2000, deixou a sigla, junto com alguns trabalhistas históricos, como o ex-prefeito de Porto Alegre Sereno Chaise, e se filiou ao PT.

Dilma nasceu em 14 de dezembro de 1947, em Belo Horizonte, em uma família de classe média alta. Filha da professora Dilma Jane Rousseff e do advogado Pedro Rousseff, um búlgaro naturalizado brasileiro com quem adquiriu o gosto pela leitura. 

De acordo com pessoas próximas, Dilma era uma devoradora de livros, tendo construído uma sólida formação intelectual. Até os 15 anos, estudou no tradicional Colégio Sion, atual Colégio Santa Doroteia, escola onde eram educadas as filhas da elite da capital mineira. Ao ingressar no ensino médio, passou para o Colégio Estadual, escola pública mista, mais liberal, onde surgiram muitos dos líderes da resistência à ditadura em Minas.

Primeiro discurso destaca o papel das mulheres

Dilma destacou neste domingo o fato de ser a primeira mulher eleita presidente do Brasil em seu pronunciamento após a vitória. Segundo ela, sua eleição é uma demonstração do avanço democrático do país 

Leia íntegra do primeiro discurso de Dilma.

Clique aqui para ver o vídeo do discurso. 

A petista disse que seu desejo é que esse "fato até hoje inédito se transforme em um evento natural". 

"Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: sim, a mulher pode." 

"A igualdade de oportunidade entre homens e mulheres é um princípio essencial da democracia", completou. 

Dilma prometeu respeitar a Constituição. "Vou zelar pela a mais ampla liberdade de imprensa e pela mais ampla liberdade de culto." 

A eleita também destacou as realizações do governo Lula e falou de sua campanha. 

"O que mais me deu confiança e esperança, ao mesmo tempo, foi a capacidade imensa do nosso povo de agarrar uma oportunidade, por menor que seja, para com ela construir mundo melhor. 

Antes, em entrevista dentro do carro que a levou de sua casa para o hotel em Brasília, Dilma afirmou estar "muito feliz". 

"É uma sensação de muita força e muita alegria. Estou muito feliz e agradeço aos brasileiros e brasileiras por esse momento." 



Fonte: Agência Brasil e Folha.com