quarta-feira, 14 de setembro de 2011



Entidade que tem como objetivo proteger depósitos dos clientes assume função do BC e socorre instituições que enfrentam risco de quebra
Os bancos de pequeno e médio portes já receberam R$ 7,5 bilhões este ano para se capitalizarem e evitar problemas de solvência - levando em conta apenas as operações de socorro com ajuda do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) - entidade mantida pelos bancos para garantir os depósitos da clientela em caso de quebra de uma instituição.
Fraudes. Com o maior rombo até agora, o Banco Panamericano precisou ser socorrido com uma injeção de R$ 4,2 bilhões
A operação mais recente envolve o resgate do banco Matone, comprado pelo Grupo JBS, que recebeu em julho R$ 1,85 bilhão. O FGC emprestou cerca de R$ 850 milhões, o equivalente ao rombo encontrado nas contas do Matone, e o JBS capitalizou a instituição com R$ 1 bilhão, para fazer o novo banco funcionar.
O banco mineiro BMG será capitalizado em R$ 1,5 bilhão, principalmente para cobrir o rombo do banco Schahin, comprado em abril. Desse total, R$ 800 milhões entraram no capital dia 11. Segundo fontes de mercado, o dinheiro veio do FGC, que intermediou a negociação. O novo aporte, de R$ 700 milhões, será concluído este mês.
Discretamente, o FGC vem exercendo o papel de bombeiro que o Banco Central teve no passado, quando era preciso salvar bancos em dificuldades. A diferença é que agora o dinheiro é dos próprios bancos, que avaliam a situação, fazem as contas e assumem o risco das operações que levam adiante. O resgate do Panamericano, o maior de todos, foi autorizado pessoalmente pelos presidentes dos maiores bancos do País.
De acordo com fontes que participam dessas operações, sempre que o custo de resgatar um banco é igual ou não muito maior do que o custo de reembolsar os clientes, o FGC escolhe a operação salvamento. No caso do Morada, do Rio, a escolha era entre cobrir um rombo de R$ 700 milhões ou desembolsar com os clientes R$ 150 milhões. Nesse caso, o FGC ficou fora.
Embora não apareça na linha de frente, o BC acompanha todas as negociações. Troca informações e idéias com o FGC. Pelo menos quatro razões explicam as dificuldades dessas instituições. A primeira é que os empréstimos entre bancos ficaram mais difíceis desde a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008.
O segundo ponto é a dificuldade de os bancos menores venderem suas carteiras de crédito para os grandes. As instituições maiores passaram a ser mais criteriosas após o escândalo do Panamericano. A fraude contábil, que totalizou R$ 4,2 bilhões, se concentrou na contabilização das carteiras vendidas no mercado. Em terceiro lugar, bancos pequenos e médios especializados em crédito consignado perderam espaço para os grandes, que viram no segmento um filão relevante de lucros.
Por fim, em janeiro de 2012, entra em vigor uma nova regra do BC que altera a forma como os bancos devem contabilizar a venda de carteiras de crédito. Hoje, ao repassá-las, elas podem colocar em seus balanços o valor cheio da negociação. A partir do ano que vem, o dinheiro só poderá constar no balanço depois que efetivamente tiver entrado no caixa do banco. O objetivo é que eventuais calotes sejam devidamente computados nos resultados. Os bancos já iniciaram o processo de adaptação, que evidenciou buracos em alguns.
Ajustes. Apesar dos bilhões já colocados, os ajustes devem continuar. Dados do BC referentes ao primeiro semestre mostram que dez bancos têm Índice de Basiléia abaixo ou pouco acima do mínimo de 11% exigido pela autoridade monetária. Ou seja, são bancos pouco capitalizados e que vão precisar de recursos para crescer, sobretudo no crédito.
Além das operações que contaram com a ajuda do FGC - pois os bancos estavam com problemas no balanço -, bancos médios que estavam sólidos também fizeram reforço de capital. Um deles foi o Fibra, que recebeu recursos da família Steinbruch e do IFC (braço financeiro do Banco Mundial) em uma operação de R$ 240 milhões. Outro exemplo foi o banco Indusval, que fechou em março um aporte de R$ 200 milhões. (Estado)

Banco do Brasil rejeita avanços no Plano de Carreira e aposta na gestão pelo medo

Na segunda rodada de negociação da pauta específica, realizada hoje (14), em Brasília, os representantes do Banco do Brasil se limitaram em provocar o Comando dos Bancários, os funcionários. Além de negar e não propor nada no que se refere ao PCR (Plano de Carreira e Remuneração), ao PCC (Plano de Cargos Comissinados), a PLR, o banco AMEAÇOU cortar direitos; no caso retirar do aditivo a trava contra descomissinamento. “O BB não se reuniu para negociar. O tom da rodada foi de intimidação, arrogância, intransigência. Apostam, no impasse, quando os sindicatos estão abertos ao diálogo. Porém, tudo tem limites. A provocação - ou seja, sem proposta alguma - nos remete ao embate. Estamos, com certeza, preparados”, avalia o presidente do Sindicato, Jeferson Boava. Segundo ele, o Comando quer respostas para várias reivindicações; entre elas, plano de carreira com aumento no piso, nos interstícios e jornada de 6h para as funções comissinadas. E mais: critérios de ascensão mais claros e objetivos, como concurso interno e pontuação no TAO. “Sem falar nas questões de saúde, previdência, auxílio educação e nas pendências dos bancos incorporados, entre outras”.

Confira os principais pontos da segunda rodada.

Plano de Carreira e Remuneração

- Melhorar o PCR (Plano de Carreira e Remuneração) com a majoração do interstício na tabela por antiguidade (A1 - A12) para 6%, e com isso a amplitude aumentará para 1,90 (hoje é de 1,38);

- Todos os funcionários devem pontuar diariamente na carreira de mérito, enquadrando os caixas e escriturários nas faixas G1 a G4 de acordo com sua remuneração, com revisão no prazo de aceleração para que os funcionários possam atingir o final da carreira "M".

Plano de Cargos Comissionados

- Igualdade de oportunidades para as mulheres, com criação de regras para ampliar a presença de mulheres em cargos comissionados. Igualdade de oportunidades para negros e deficientes.

- Caixas - revisão da gratificação/comissão com unificação dos valores em todos os bancos, com dotação mínima de três caiex por agência, fim do PSO e Comissionamento automático de caixas após 90 dias de atuação.

- fim da lateralidade, com retorno do pagamento de todas as substituições.

- Revisão da pontuação do TAO da carreira dos egressos de bancos, considerando o histórico funcional com reconhecimento do tempo de serviço nos bancos incorporados, inclusive para efeito de contagem da carreira de mérito.

- Incorporação de 10% da comissão a cada ano de trabalho.

- Comissionamento: nomeação via provas de seleção interna.

- Reajuste da verba de aprimoramento profissional.

- Fim do modelo de segmentação BB 2.0 e da rotatividade de encarteiramento, que traz insegurança aos gerentes de contas.

- Fim da trava de dois anos para comissionamentos e transferências.

Funcionários oriundos de bancos incorporados optantes:

- Igualdade de oportunidade em comissionamentos para todos.

- Extensão dos direitos e benefícios do aditivo sem restrição aos não optantes.

- Desmembramento do VCPI, em VCP-I e VCP de VP, com revisão dos reajustes do VCP de VP do acordo de 2010.

- Direito de uso do PAS para todos.

PLR:

- Parcela com distribuição linear deve ser de 5% do lucro líquido sem limites.

- Módulo bônus para todos, inclusive para cedidos e afastados por licença saúde.

- Pagamento de parcela variável na PLR para atendentes de CABB, Auxad´s, etc. no mínimo igual a dos Caixas.

- Quantidade de salários paradigma para comissionados deve ser igual em todos os níveis comissionados.

- Vale Transporte: Garantir o uso de transporte intermunicipal.

- Criação do Auxilio Educação.

- Reajuste do valor das diárias de viagens a serviço e do valor do reembolso de combustível em caso de uso de automóvel próprio em 50% nos casos de serviços externos.

Próxima rodada: dia 20, em São Paulo. A primeira rodada aconteceu no último dia 9.


Fonte: Feeb-SP/MS - Contraf