
Segundo a pesquisa, que considera as negociações registradas no Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) do Dieese, 97% dos 370 reajustes dos primeiros seis meses do ano superaram a inflação calculada pelo INPC, do IBGE. É o melhor resultado das negociações salariais desde 1996. Apenas duas categorias registradas no SAS tiveram reajustes abaixo da inflação. Veja no quadro.
Distribuição dos reajustes comparada com o INPC, por setor econômico Brasil - 2012
Variação
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Indústria
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Comércio
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Serviços
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Total (em %)
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Acima do INPC-IBGE
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98,2
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98,1
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94,2
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96,5
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Mais de 5% acima
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4,9
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3,8
|
13,0
|
8,1
|
De 4,01% a 5% acima
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6,1
|
3,8
|
5,2
|
5,4
|
De 3,01% a 4% acima
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4,3
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3,8
|
3,2
|
3,8
|
De 2,01% a 3% acima
|
36,6
|
34,6
|
19,5
|
29,2
|
De 1,01% a 2% acima
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28,0
|
44,2
|
30,5
|
31,4
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De 0,01% a 1% acima
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18,3
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7,7
|
22,7
|
18,6
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Igual ao INPC-IBGE
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1,8
|
1,9
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4,5
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3,0
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De 0,01% a 1% abaixo
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-
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-
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1,3
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0,5
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De 1,01% a 2% abaixo
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-
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-
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-
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-
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De 2,01% a 3% abaixo
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-
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-
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-
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-
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De 3,01% a 4% abaixo
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-
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-
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-
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-
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De 4,01% a 5% abaixo
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-
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-
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-
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-
|
Mais de 5% abaixo
|
-
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-
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-
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-
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Abaixo do INPC-IBGE
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-
|
-
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1,3
|
0,5
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Total
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100,0
|
100,0
|
100,0
|
100,0
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Fonte: Dieese. SAS-Dieese - Sistema de Acompanhamento de Salários
Obs.: Foram considerados os reajustes salariais de 164 unidades de negociação da Indústria, 52 do Comércio e 154 dos Serviços.
"Salta aos olhos na pesquisa que até no setor industrial, que os economistas apontam como o mais atingido pela crise, mais de 98% dos acordos salariais garantiram aumentos reais. Não há, portanto, nenhuma razão para que o sistema financeiro, o mais dinâmico e rentável da economia, fique com essa choradeira e recuse atender as reivindicações dos bancários", compara Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
As negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban serão retomadas nesta terça-feira 4 de setembro. Os bancos propuseram 6%, mas a categoria reivindica 10,25% de reajuste (5% de aumento real), valorização maior do piso, PLR de três salários mais R$ 4.961,28 fixos, mais contratações e garantias contra demissões imotivadas, mais saúde e melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.
"Nós queremos construir um bom acordo na mesa de negociação na próxima terça-feira. Isso dependerá exclusivamente dos bancos. Condições financeiras eles têm de sobra. Somente as seis maiores instituições apresentaram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre e ainda provisionaram R$ 39,15 bilhões para devedores duvidosos, um grande exagero para uma inadimplência que cresceu apenas 0,7 ponto percentual no período", afirma Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf