quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MOBILIZAÇÃO SURTE EFEITO E BC PROCURA DIÁLOGO SOBRE CORRESPONDENTE BANCÁRIOS


Mobilização surte efeito e BC procura diálogo sobre correspondentes bancários

  
Crédito: Aguinaldo Azevedo - Contraf-CUT
Aguinaldo Azevedo - Contraf-CUTPresidente da Contraf-CUT fala durante audiência pública na Câmara

Os bancários começaram a colher nesta semana os primeiros resultados positivos da mobilização por ocasião da audiência pública ocorrida no último dia 16 de agosto, na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, que discutiu o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 214/2011, do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que suspende as resoluções do Banco Central que ampliaram a atuação dos correspondentes bancários. Mais de 700 trabalhadores estiveram em Brasília, pressionando o BC e dialogando com os deputados e a sociedade.

Na oportunidade, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, rebateu a defesa do BC e da Febraban, denunciou a precarização do atendimento bancário através dos correspondentes e propôs um modelo de inclusão bancária para todos os cidadãos brasileiros, sem exclusão, com assistência financeira, com trabalho feito por bancários, com segurança e com sigilo das informações dos clientes.

Clique aqui para assistir o depoimento de Carlos Cordeiro.

Nesta segunda e terça-feira, dias 5 e 6, representantes do BC procuraram Berzoini e o relator do projeto, deputado federal Rui Costa (PT/BA), em busca de uma solução negociada. "A iniciativa do BC revela que a mobilização dos bancários está surtindo efeito", aponta Carlos Cordeiro.

Costa já adiantou, em entrevista na segunda-feira ao jornal Valor Econômico, que não aceitará uma rejeição pura e simples da proposta, como é a vontade do BC e da Febraban.

Berzoini, que é funcionário do BB e presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo e a extinta Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), registrou em seu twitter que, durante a reunião com o BC, ocorrida em seu gabinete, reafirmou suas críticas aos abusos de alguns bancos. "Uma coisa é levar o atendimento aos locais mais longínquos e desassistidos. Outra é promover a terceirização e degradação dos serviços", criticou o parlamentar. 

Segundo Berzoini, até agora o BC não mostrava intenção de negociar. A aproximação acontece num momento em que a terceirização e precarização sofrem forte combate dos trabalhadores. "O diálogo foi positivo, já que demostra vontade de negociar", resumiu.

Transformar correspondentes em agências e postos

"É preciso deixar claro que nós não defendemos o fim dos correspondentes", reitera Carlos Cordeiro. "O que queremos é transformar os correspondentes em postos de atendimento, em agências pioneiras, com segurança, com sigilo bancário preservado, que deem assistência financeira a toda a população, sem discriminação de condição econômica e social, de raça ou de cor. Os bancos são o segmento que mais lucra na economia. Essa deveria ser a sua contrapartida social para ajudar o Brasil a se desenvolver", destaca.

Berzoini concorda com o presidente da Contraf-CUT. "Ninguém quer acabar com os correspondentes bancários, mas é importante que eles sejam criados onde realmente são necessários, e não a 50 metros das agências bancárias, como ocorre em diversos locais. Queremos impor limites geográficos e transformar esses trabalhadores do comércio em bancários", propõe.

Carlos Cordeiro refuta ainda a argumentação do BC e da Febraban de que os correspondentes desempenham importante função social ao supostamente levarem atendimento bancário a regiões distantes e carentes. "Quando foram criados, na década de 1970, a intenção era realmente essa. Mas paulatinamente o BC foi alterando a sua função, atendendo os interesses dos bancos, e hoje os correspondentes podem fazer praticamente tudo o que as agências fazem. Mas é mentira que eles estão levando atendimento às populações distantes e desassistidas", aponta. 

"Os correspondentes estão concentrados hoje nas regiões onde está a população bancarizada, principalmente no Sudeste, funcionando ao lado ou próximo das agências, que é para onde os bancos estão empurrando a clientela de baixa renda em sua estratégia de elitização das agências", alerta o presidente da Contraf-CUT. 

"Na verdade, os correspondentes estão sendo usados na verdade para segregar e excluir os mais pobres, para precarizar as relações de trabalho, reduzir custos e aumentar os lucros dos bancos, uma vez que o trabalhador do correspondente recebe em média um quarto do salário do bancário", compara.

A luta continua

O presidente da Contraf-CUT aproveita para chamar os bancários de todo o país a intensificarem a mobilização, procurando os deputados federais nos estados para pedir apoio ao projeto de Berzoini sobre os correspondentes. "Temos que ampliar o movimento, que começou forte e já colhe os primeiros resultados, mas ainda temos muito para caminhar", projeta Carlos Cordeiro. 

O PDC 214/2011 tramita em caráter ordinário. Depois de analisado e votado pela CFT será encaminhado para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Após passar pelas duas comissões, o projeto vai à votação no plenário da Câmara.


Fonte: Contraf-

NEGOCIAÇÃO DA PAUTA ESPECÍFICA COM BANCO DO BRASIL COMEÇA NO DIA 9


Negociação da pauta específica com Banco do Brasil começa no dia 9

  
Crédito: Jailton Garcia
Jailton GarciaMinuta de reivindicações foi aprovada no 22º Congresso dos Funcionários do BB

A primeira rodada de negociação das reivindicações específicas dos funcionários do Banco do Brasil será realizada no dia 9 de setembro, em Brasília, entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e a direção do BB. Os temas serão emprego, saúde e condições de trabalho, Cassi e Previ. 

"Vamos começar a discussão por duas questões fundamentais, que são a proteção à vida e o nosso futuro. As questões econômicas específicas serão debatidas em rodadas posteriores, que serão definidas na próxima semana", afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. 

A pauta de reivindicações específicas do BB foi aprovada pelo 22º Congresso Nacional do Funcionalismo, realizado em São Paulo dias 9 e 10 de julho. As reivindicações que são comuns aos bancários de todos os bancos, como o índice de reajuste, serão negociadas na mesa única da Fenaban, onde o BB também está representado.

Os temas da primeira rodada de negociação no dia 9, às 10h, são os seguintes:

Jornada de trabalho e emprego

> Contratação de mais cinco mil funcionários.
> Todos os aplicativos de trabalho no BB devem ser vinculados ao ponto eletrônico.
> 6 horas para todos os comissionados sem redução de salários.
> Coibir os descomissionamentos.
> Integração de 15 minutos de intervalo na jornada.
> Fim das terceirizações.
> CABB - Integração de 20 minutos de descanso na jornada.
> Caixas - pausa de 10 minutos a cada hora de trabalho.
> Concessão de uma folga para provas de certificação.
> Garantir o estudo para certificações dentro do horário de expediente.
> Horas extras com pagamento de 125% da hora normal.
> Fim da compensação de banco de horas do SISBB. 
> Pagamento de 100% das horas extras para todos.

Saúde e condições de trabalho

> Combate ao assédio moral e às metas abusivas.
> Garantir a todos os funcionários de bancos incorporados o direito de se associar à Cassi. O lema é: "Cassi e Previ para todos, respeitando todos os direitos".
> Fim da trava de dois anos para transferências.
> Melhoria do atendimento Cassi em cidades no interior, com instalação de serviços próprios (CliniCassi) ou através de convênio reciprocidade/cooperação com outros planos sem a existência de travas.
> Implantação de Ambulatório de Saúde do Trabalhador nos locais de trabalho com maior concentração de funcionários, conforme previsto no Sesmt.

Previdência 

> Fim do voto de Minerva no Conselho Deliberativo da Previ.
> Redução da Parcela Previ do Plano 1.
> Redução da Parcela Previ, no benefício de risco, do Previ Futuro
> Fim do Fator Previdenciário.
> Direito de acesso à Previ para funcionários incorporados.
> Teto do NRF especial para benefícios. Fim do fator previdenciário
> Que a Previ reforce junto às empresas participadas ações de responsabilidade socioambiental e empresarial e de combate às práticas antissindicais.
> Volta da consulta ao corpo social.
> Lutar pelo resgate da contribuição patronal do Previ Futuro.
> Retorno da Diretoria de Participações aos eleitos.



Fonte: Contraf-

COMANDO NACIONAL RETOMA NESTA QUINTA NEGOCIAÇÕES ESPECÍFICA COM A CAIXA


Comando Nacional retoma nesta quinta negociação específica com a Caixa

  
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retoma nesta quinta-feira (8) as negociações específicas com a Caixa Econômica Federal. A segunda reunião com o banco na Campanha Nacional dos Bancários 2011 acontece em Brasília e terá como foco as reivindicações de saúde do trabalhador e sobre o Saúde Caixa.

"É fundamental a discussão sobre a destinação do superávit de mais de R$ 100 milhões apurados nas contas do Saúde Caixa", afirma Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, que assessora o Comando nas negociações com o banco. "Queremos utilizar esse dinheiro para implementar melhorias no plano, com ampliação da rede credenciada, cobertura mais ampla e outros avanços", diz.

Outros itens reivindicados dizem respeito às condições de trabalho de um modo geral, prevenção de doenças ocupacionais, acessibilidade e igualdade de condições das pessoas com deficiência na progressão funcional, participação dos sindicatos nos cursos de Cipa e na Sipat, criação de estrutura específica para Saúde do Trabalahdor e Saúde Caixa nos estados, entre outras.

Na primeira rodada de negociação, realizada no dia 2, o banco frustrou os trabalhadores e se negou a atender reivindicações dos trabalhadores em relação à Funcef, aos aposentados e à Prevhab (veja mais aqui).


Fonte: Contraf

BANCOS IGNORAM VIOLÊNCIA E NEGAM REIVINDICAÇÕES POR MAIS SEGURANÇA


Bancos ignoram violência e negam reivindicações por mais segurança

  
Crédito: Jailton Garcia
Jailton GarciaSegunda rodada de negociações com a Fenaban frustrou bancários

No momento em que dispara o número de mortes em assaltos envolvendo bancos, a Fenaban fugiu de sua responsabilidade perante os bancários e a sociedade ao recusar as medidas efetivas para combater a violência propostas pelo Comando Nacional dos Bancários. Na negociação ocorrida nesta terça-feira (6), em São Paulo, pela segunda rodada da Campanha Nacional dos Bancários 2011, os bancos negaram as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores sobre segurança.

Levantamento feito pela Contraf-CUT mostra que já ocorreram 31 assassinatos em assaltos envolvendo bancos 2011, dos quais 20 em crimes de 'saidinha de banco'. Além disso, a 1ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Contraf-CUT e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), registrou 838 ataques a bancos no primeiro semestre deste ano, sendo 301 assaltos e 537 arrombamentos, consumados ou não.

"Os bancos perderam a oportunidade de dar uma resposta concreta para os bancários e para a toda a sociedade, que está assustada com a escalada de mortes, assaltos e explosões de caixas eletrônicos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. "Os bancos estão tirando o corpo fora, jogando a responsabilidade para os clientes e a segurança pública. A sociedade está cobrando medidas preventivas dos bancos e certamente apoia os bancários nessa luta", sustenta.

Os bancários defendem instalação de portas de segurança com detectores de metais, câmeras em todas as áreas internas e externas das agências com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas; divisórias individualizadas entre os caixas eletrônicos, biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas e isenção das tarifas de transferências de recursos (TED e DOC). Também querem melhorias na assistência às vítimas de assaltos e sequestros e a proibição da guarda das chaves de cofres e do transporte de valores por bancários.

Ademir Wiederkehr, coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT, considerou frustrante o resultado da mesa de negociação. "Saímos sem propostas concretas para proteger a vida dos trabalhadores e clientes e melhorar as condições de segurança dos estabelecimentos. É uma sinalização péssima num momento em que a imprensa e a sociedade estão apavorados com a ousadia das quadrilhas e o descaso dos bancos", salienta.

'Saidinha de banco'

O Comando Nacional propôs uma série de medidas para combater o crime de saidinha de banco, que já levou à morte 20 pessoas em 2011. Entre as medidas, estão a instalação de biombos entre a fila e os caixas, já adotada por algumas empresas.

"O Banestes e o Banpará já utilizam os biombos, enquanto a Caixa e o Banco do Nordeste assumiram compromisso de implantar essa medida. Mesmo assim, a Fenaban se nega a implantar essa medida para todos os bancos, mostrando mais uma vez o descaso com a vida dos clientes e trabalhadores", afirma Ademir.

Os trabalhadores manifestaram também sua preocupação com a situação dos bancários nos municípios em que foram aprovadas leis proibindo o uso de celulares dentro das agências. "Os funcionários não podem ser penalizados pelos bancos em caso de aplicação de multas, pois a fiscalização não é de competência dos bancários", afirma Ademir.

Os representantes dos bancários alertaram ainda que essa tarefa pode desviar a atenção dos vigilantes da segurança dos estabelecimentos. "Reiteramos nossa contrariedade diante dessa medida, que consideramos ingênua, inócua e ineficaz no combate à 'saidinha de banco', na medida em que não impede a visualização dos saques por olheiros", sustenta.

As negociações com a Fenaban continuam na próxima segunda-feira (12), com o tema remuneração.

Veja os principais itens discutidos da pauta de segurança:

Assistência às vítimas

Os bancários reivindicam que os bancos ofereçam assistência para as vítimas de assaltos e sequestros, contemplando os seguintes itens:

- Garantia de atendimento médico e psicológico individual e presencial aos empregados e suas famílias em casos de ameaça ou consumação de sequestros ou outros delitos;

- Pagamento por parte dos bancos dos custos de remédios e despesas de tratamento dos empregados;

- Emissão de CAT a todos os empregados que estiveram no local de assalto consumado ou não, com comunicação imediata à CIPA e sindicato local;

- Dispensa dos empregados que estiverem no local durante a ocorrência;

- Fechamento da agência até que seja feita perícia técnica com participação do sindicato;

Em relação a esses itens, os bancos defenderam apenas a manutenção da cláusula atual, conquistada pelos trabalhadores na campanha nacional do ano passado, que garante assistência médica ou psicológica, emissão obrigatória de boletim de ocorrência, possibilidade de realocação das vítimas de sequestro e acesso às estatísticas semestrais de ataques a bancos da Febraban. 

Equipamentos e medidas de prevenção contra assaltos e sequestros

O Comando Nacional cobrou a implementação dos seguintes equipamentos de segurança:

- instalação de portas individualizadas de segurança com vidros à prova de balas, antes do autoatendimento, em todos os acessos aos estabelecimentos;

- câmeras de filmagem em todas as áreas internas e externas de circulação de clientes e usuários, com monitoramento em tempo real fora das agências e postos;

- instalação de divisórias individualizadas na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, bem como de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, para garantir a privacidade e impedir a visualização de terceiros;

- instalação de vidros em frente aos guichês de caixa;

- vidros blindados nas fachadas dos bancos;

- malhas finas de aço nas janelas que dão acesso às ruas;

- Proibir a triagem de clientes antes do acesso à parte interna das agências e postos para fins de depósitos e saques em dinheiro, como forma de combater o crime da "saidinha de banco";

- Instalação de caixas eletrônicos somente em locais seguros.

Os bancos negaram o atendimento das reivindicações, encaminhando as questões para a discussão na mesa temática de segurança, a ser retomada após a campanha nacional. Somente em relação às câmeras, a Fenaban ficou de procurar os bancos para trazer uma proposta de ampliação desse equipamento de segurança.

Proibição da guarda de chaves e acionadores de alarmes por bancários

Os bancos negaram a reivindicação, alegando que a posse da chave não aumenta a exposição dos bancários ao risco de sequestro. "É uma prova de descaso com a vida dos trabalhadores", afirma Cordeiro.

Proibição de transporte de numerário por bancários

Bancários querem que o transporte de valores seja feito somente por vigilantes em carro-forte, conforme estabelece a lei federal 7102/83. O assunto é objeto de procedimento que se encontra pendente na Procuradoria Geral do Ministério Público do Trabalho. A Fenaban ficou de consultar os bancos.

Outros itens

Os bancos se negaram a discutir as reivindicações de estabilidade no emprego de 36 meses e indenização aos empregados vítimas de assalto ou sequestro.


Fonte: Contraf