quinta-feira, 19 de julho de 2012

Oito bancos são multados em R$ 1,174 milhão por falhas na segurança.

  
Crédito: Aguinaldo Azevedo - Contraf-CUT
Aguinaldo Azevedo - Contraf-CUTBanco do Brasil foi o campeão das multas na 94ª reunião da CCASP

A Polícia Federal multou nesta quarta-feira (18) oito bancos em R$ 1,174 milhão por descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e normas de segurança,, durante a 94ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília. Uma agência do Itaú, em Estação Experimental, no Acre, foi interditada. Os bancos foram punidos em processos abertos, na sua maioria em 2009, pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp).

Agências e postos de atendimento foram multados por ter número insuficiente de vigilantes, alarmes e porta giratória inoperantes, planos de segurança não renovados e câmeras de vídeo sem funcionamento, além de impedir a fiscalização de policiais federais. Os bancos também foram condenados pela inauguração de agências sem a aprovação do plano de segurança. 

Uma agência do Bradesco, em Bom Sucesso-MG, foi multada porque um gerente do banco transportava valores de R$ 15 mil a R$ 30 mil, durante mais de cinco anos, para abastecer correspondentes bancários de cidades próximas.

O Banco do Brasil foi o campeão das multas com R$ 332,1 mil, seguido pelo Itaú Unibanco com R$ 310,3 mil, Bradesco com R$ 239 mil e Santander com R$ 135,5 mil. Caixa Econômica Federal, HSBC, Banco Rendimentos e Mercantil do Brasil também foram punidos.

Veja o montante de multas por banco:

Banco do Brasil - R$ 332.198,19
Itaú Unibanco - R$ 310.378,82
Bradesco - R$ 239.072,41
Santander - R$ 135.504,62
Caixa Econômica Federal - R$ 74.844,54
HSBC - R$ 53.560,41
Banco Rendimentos - R$ 14.543,05
Mercantil do Brasil - R$ 14.187,64

Total de multas: R$ 1.174.289,68

Houve ainda aplicação de penalidades contra empresas de segurança, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes. Foi a segunda reunião da CCASP em 2012. 

A CCASP é integrada por representantes do governo, trabalhadores e empresários. A Contraf-CUT representa os bancários. Já a Febraban é a porta-voz dos bancos. A reunião foi presidida pelo coordenador-geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP) da Polícia Federal, delegado Clyton Eustáquio Xavier.

"Essas multas comprovam outra vez que os bancos continuam tratando com negligência a segurança de trabalhadores e clientes, o que contribui para a onda de assaltos e sequestros, que tem ocasionado mortes, feridos e pessoas traumatizadas", afirma Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa e representante da Contraf-CUT na CCASP e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

Recursos não faltam aos bancos para investir mais em segurança. Segundo o Dieese, os números dos balanços comprovam o desleixo. Os cinco maiores bancos do país lucraram mais de R$ 50,7 bilhões em 2011. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 2,6 bilhões, o que representa uma média de 5,2% em comparação com o lucro. 

Avaliação

A 94ª reunião da CCASP foi acompanhada pelos integrantes do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. Para eles, os bancos não priorizam os investimentos em segurança.

"É inadmissível que o Banco do Brasil, uma empresa pública, seja o campeão das multas por descumprir a lei de segurança e, pior, vem inaugurando agências sem portas giratórias, mostrando que não zela pela proteção da vida de trabalhadores e clientes", declara Leonardo Fonseca, representante da Fetraf de Minas Gerais.

"Além de campeão de demissões, o Itaú Unibanco foi novamente vice-campeão de multas, o que revela a falta de responsabilidade do banco com os seus funcionários e clientes", salienta André Spiga, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

"Essas multas, decorrentes de processos abertos em 2009, revelam a necessidade de agilizar os trabalhos da Polícia Federal, através da ampliação da equipe e de reuniões mais frequentes da CCASP", aponta Daniel Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo. 

"Todas essas multas provam que os bancos seguem mais preocupados em gastar milhões de reais em campanhas de marketing do que na segurança de trabalhadores e clientes", avalia Valdir Machado, diretor da Fetec de São Paulo.

"Essas multas revelam o descaso dos bancos, não cumprindo os planos de segurança, deixando bancários, vigilantes e a população insegura e vulnerável", afirma Samuel Nicolette, diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas.

"Um avanço foi o enquadramento como pena máxima de multa a inauguração de agências e postos de atendimento sem a aprovação do plano de segurança pela Política Federal", destaca Lupinha Moretto, representante da Fetec do Paraná.

"Notamos que um dos temas relevantes que afeta a categoria, que é o transporte de valores, continua sendo desrespeitado pelos bancos, reincidindo nessa prática ilegal e que coloca em risco a vida dos bancários", ressalta Sandro Mattos, diretor da Fetec Centro-Norte.

"O movimento sindical precisa continuar verificando se a legislação federal de segurança está sendo cumprida em agências e postos de atendimento e, ao identificar irregularidades, deve encaminhar denúncias para a Delesp mais próxima", destaca Lúcio Paz, diretor da Fetrafi do Rio Grande do Sul.


Fonte: Contraf-CUT

Santander apresenta proposta indecente para Plano II do Banesprev.


Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloPara tentar dar calote, a direção do Santander apresentou proposta indecente para o Plano II do Banesprev. O banco se recusa a negociar de forma decente uma solução para o problema de estruturação do plano.

Após três reuniões, fruto do desdobramento da denúncia da falta de aporte do Serviço Passado - protocolada pelo Sindicato dos Bancários de Paulo, Contraf-CUT, Fetec-SP, Feeb SP-MS e Afubesp na Previc -, o Santander e o Banesprev ficaram de apresentar proposta de reestruturação com algumas premissas previamente acordadas, sendo elas:

1 - Ajustar as premissas atuariais do plano (taxa de juros atuariais de 5%, tábua de mortalidade AT 2000 por sexo e obtenção de requerimento do benefício no momento do preenchimento dos requisitos legais e que o banco seja o responsável integralmente pelo saldamento);

2 - Garantir os benefícios dos assistidos (aposentados) conforme regulamento básico do Plano II;

3 - Proposta de um novo plano CV para os ativos com a contribuição também da patrocinadora.

Sem compromisso 

Em reunião nesta quarta-feira (18), a representante do Santander Maria Cristina Carvalho apresentou a proposta do banco. No entendimento dos representantes dos participantes, essa proposta busca apenas proteger o Santander, livrando-o do compromisso com os aposentados e da dívida que tem com os banespianos em relação à falta de aporte do serviço passado.

Os pontos apresentados pelo Santander foram:

1 - Envolver os assistidos (aposentados) para que migrem de plano;

2 - Um plano Contribuição Definida (CD) puro como substituição ao Plano II que é de Benefício Definido (BD);

3 - Criação de um grupo de trabalho para elaborar o regulamento desse novo plano;

4 - Não há nenhuma possibilidade de o banco fazer o saldamento do plano.

Protesto 

Diante disso, os representantes dos participantes do Plano II do Banesprev protocolaram uma manifestação por escrito onde registram protestos diante da falta de seriedade do banco. 

"A proposta ora apresentada inviabiliza qualquer tentativa de negociação de forma séria e decente", afirma a diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, que também é do Conselho Deliberativo do Banesprev.

"O Santander não leva em conta nenhum daqueles parâmetros apresentados pelos representantes dos participantes, apenas a migração de um plano de BD para um plano CD, no qual sequer se respeita o direito adquirido a renda vitalícia, nos moldes regulamentares aos participantes atualmente já assistidos", explica Rita. "Vamos analisar as medidas medidas cabíveis visto que através do processo negocial não tivemos sucesso."

Clique aqui para ler a integra do documento protocolado.

Participaram da reunião pela representação dos participantes: Rita Berlofa (Conselho Deliberativo), Paulo Salvador (Conselho Deliberativo), Camilo Fernandes (Comitê Gestor do Plano II), Valter Oliveira (Comitê Gestor do Plano II), Vera Marchioni (Comitê Gestor do Plano II), José Reinaldo Martins (Conselho Fiscal).

Pelo banco estiveram presentes Jerônimo Tadeu dos Anjos e Renato Franco. Pelo Banesprev, Jarbas de Biaggi e Maria Cristina Carvalho, além do atuário Satyro Teixeira Neto. 


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

Após mobilização nacional, atendimento do Bradesco Saúde é ampliado.

  
Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloO dia nacional de luta dos funcionários do Bradesco contra o atendimento incompleto do planos de saúde e odontológico, ocorrido no último dia 4, surtiu efeito. A negociação com a Contraf-CUT, sindicatos e federações, realizada na quarta-feira (18), em Osasco, trouxe avanços para os bancários.

O Bradesco disse que se adequará à Resolução Normativa 254 da Agência Nacional de Saúde (ANS) e incluirá no atendimento aos usuários especialidades como psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, nutricionista, entre outras, além de procedimentos como vasectomia. Os funcionários contarão com consultas nessas áreas a partir de 4 de agosto. 

"Trata-se de avanços importantes, fruto da mobilização dos bancários em todo país", destaca a diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Elaine Cutis.

"O banco se comprometeu também em agendar reuniões com as federações de bancários em todo país, a fim de discutir os problemas de credenciamentos de profissionais e buscar soluções que atendam as demandas dos funcionários", destaca.

"Esperamos que esses avanços possibilitem também caminhar rumo a conquista de outras reivindicações, com a inclusão dos pais e a manutenção do plano de saúde na aposentadoria", aponta a dirigente sindical.

"Foi uma grande vitória dos trabalhadores, pois essa era uma reivindicação antiga", comemora a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, que participou da negociação.

Representaram o banco gestores do RH, da área de Benefícios e os responsáveis pelo Bradesco Saúde. Também participaram os representantes da UNA, empresa que gere o Odontoprev. "A presença deles foi importante porque foi a oportunidade para que ouvissem todas as reclamações e as reivindicações dos bancários", disse Juvandia.

Ficou estabelecido ainda que os funcionários que tiverem problemas para serem atendidos pela rede credenciada devem reclamar por meio do 0800-7012700. O call center também está preparado para receber sugestões dos usuários para credenciamento de outras clínicas ou médicos. 

"Os funcionários relatavam que esses problemas eram constantes. Muitas vezes a clínica estava credenciada, mas acabava não atendendo o usuário. Esperamos que o call center resolva isso e, se não resolver, os bancários devem denunciar ao Sindicato", orienta Juvandia.

Odontoprev 

Também houve avanços nas discussões sobre a melhoria do plano odontológico. Os bancários reclamavam de que, com a mudança do Bradesco Dental para o Odontoprev, muitos profissionais se descredenciaram. Mas o banco ressaltou que os funcionários passaram a contar também com os 24 mil dentistas da rede de atendimento da UNA, atual gestora do plano.

Os representantes do banco admitiram que parte dos profissionais do Bradesco Dental não estão atendendo pelo Odontoprev, mas anunciaram que a UNA fará visitas a esses dentistas para que se credenciem e, assim, continuem atendendo os bancários.

O banco se comprometeu também a divulgar aos funcionários as informações sobre onde localizar os dentistas que continuam atendendo pelo Bradesco Dental e os credenciados na UNA. E garantiu ainda que todas as regras de atendimento e periodicidade do antigo plano foram mantidas no atual.

Dúvidas e reclamações sobre o plano odontológico também devem ser feitas pelo 18-3271-3600.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

HSBC é denunciado por espionar 164 funcionários em licença médica.

 
O Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promoveu uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (18) para fazer uma grave denúncia contra HSBC, uma situação de completa violação dos direitos humanos de trabalhadores. Em 2011, a entidade recebeu, anonimamente, um arquivo contendo dossiês e demais documentos de uma suposta investigação confidencial contratada pelo banco inglês. 

Participaram da coletiva o presidente do Sindicato, Otávio Dias, o presidente da FETEC-CUT-PR, Elias Jordão, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, e o advogado e assessor jurídico Nasser Ahmad Allan.

Invasão de privacidade

Os materiais, produzidos pela SPI Agência de Informações Confidenciais, continham informações de 164 bancários afastados por motivo de saúde. Além de Curitiba, estavam funcionários do interior do Paraná e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nos dossiês, produzidos entre 1999 e 2002, havia fotos dos investigados e familiares, relatório completo da rotina dos trabalhadores, documentação relativa a antecedentes criminais e demais pendências judicias, certidões comerciais e de bens, a quebra de sigilo bancário dos investigados, além de 18 horas de gravação de imagens. 
"O banco extrapolou todos os limites ao invadir a privacidade dos seus empregados. Nos documentos da investigação chegam a constar fotos do lixo dos bancários, especulando que tipo de comida, bebida ou medicamento eles faziam uso", afirma Otávio. 
"Essa empresa fez filmagens, fotografias, seguiu as pessoas em supermercados, faculdades e academias", conta o dirigente sindical. "Houve casos de arapongas que se disfarçaram de vendedores ou até mesmo de cabos eleitorais para entrar na casas das pessoas. É assustador".

"É inaceitável que qualquer empregador exponha seus trabalhadores a uma situação como esta, principalmente quando estes estão fragilizados pelo adoecimento e pelo afastamento do trabalho", enfatiza o presidente do Sindicato. Junto com o material recebido, estavam ainda contratos e notas fiscais que comprovam a contratação da empresa SPI Agência de Informações Confidenciais pelo HSBC. 

O banco solicitou a investigação para verificar se os bancários afastados legalmente possuíam outro vínculo empregatício ou fonte de renda e também para se municiar de provas para descaracterizar o adoecimento por motivo de doença do trabalho. 

"O HSBC extrapolou todos os limites do bom-senso e os trabalhadores foram duplamente penalizados, em primeiro lugar por terem adoecido no trabalho e, depois, por terem sido vigiados 24 horas por dia", resume Elias Jordão.

Encaminhamentos

Em julho de 2011, com o intuito de reparar o dano coletivo e não incorrer na prescrição, o Sindicato formalizou a denúncia contra o HSBC junto ao Ministério Público do Trabalho e encaminhou o material recebido anonimamente para investigação e apuração dos fatos. 

"Sabemos que o HSBC e a empresa contratada já foram ouvidos. E temos certeza que o Ministério Público agirá em defesa dos trabalhadores, propondo uma ação civil pública que repare os danos coletivos causados pelo banco", explica Otávio. 

A entidade também dará encaminhamento a ações de dano moral individual e levará a denúncia contra o HSBC à Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao Governo Federal e demais instâncias de defesa dos direitos humanos. 

Nesta sexta-feira (20), o ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, participará, em Curitiba, da 14ª Conferência Nacional dos Bancários e deve receber em mãos uma reclamação formal sobre o assunto.

"Vamos fazer uma reunião com parlamentares em Brasília e solicitar a realização de audiências públicas sobre toda essa situação", informou à Agência Brasil o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Pode até ser o caso de uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito]."

Ministério Público

Conforme a Agência Brasil, o procurador do MPT encarregado da investigação, Humberto Mussi, informou que, por enquanto, não dará entrevistas. Por meio da assessoria de imprensa do órgão, ele disse que a apuração do caso é complexa e que, por envolver a intimidade dos trabalhadores, também é sigilosa. 

Ainda segundo Mussi, muitas pessoas já foram ouvidas nos últimos meses e, "em breve", ele tomará uma decisão a respeito do caso.

HSBC

Procurado pela Agência Brasil, o HSBC não se pronunciou a respeito da denúncia. Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco alegou que acusações relativas ao período de 1999 a 2002 estão em trâmite judicial e que, por isso, a instituição não se manifestará.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Curitiba e Agência Brasil