quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Bancos são multados em R$ 6,526 milhões por falhas na segurança

A Polícia Federal (PF) multou nesta terça-feira (1º) 15 bancos em R$ 6,526 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário, durante a 98ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília. O campeão foi o Bradesco, com multas de R$ 2,363 milhões, seguido do Banco do Brasil com R$ 1,646 milhão, do Itaú com R$ 1,080 milhão e do Santander com R$ 748 mil. 

Estiveram em pauta 585 processos, abertos quase todos ainda em 2010, contra bancos pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp), por causa do descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e de normas de segurança. As principais irregularidades foram redução do número de vigilantes, alarmes inoperantes, transporte ilegal de valores, planos de segurança não renovados e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outros itens. 

Uma mesma agência do Bradesco no Acre, que obrigou bancários a transportar dinheiro em carro particular ou de táxi, foi punida em 111 processos, totalizando multas de R$ 1,574 milhão. Várias agências do Itaú foram multadas em função da falta de segurança durante as reformas no processo de fusão com o Unibanco. Uma agência do Santander no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foi interditada por sido inaugurada sem aprovação do plano de segurança. 

Veja o montante de multas por banco: 

Bradesco - R$ 2.363.332,32 
Banco do Brasil - R$ 1.646.802,80 
Itaú - R$ 1.080.036,60 
Santander - R$ 748.929,38 
Caixa - R$ 308.043,96 
HSBC - R$ 156.056,88 
Banrisul - R$ 42.564,25 
Banestes - R$ 31.923,19 
Banco da Amazônia - R$ 31.923,19 
Mercantil do Brasil - R$ 31.921,06 
Safra - R$ 31.920,00 
Banco do Nordeste - R$ 21.282,12 
Sofisa - R$ 10.641,06 
Cruzeiro do Sul - R$ 10.641,06 
Banco Triângulo - R$ 10.641,06 

Total - R$ 6.526.658,93 

A CCASP é integrada por representantes do governo e entidades dos trabalhadores e dos empresários. A Contraf-CUT é a porta-voz dos bancários e a CNTV, dos vigilantes. A Febraban representa os bancos. A reunião foi presidida pela delegada Silvana Helena Vieira Borges, titular da Coordenadoria-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP). 

Foi a terceira reunião da CCASP em 2013, com o julgamento dos últimos processos em papel e dos primeiros eletrônicos. Houve também aplicação de multas e penalidades contra empresas de segurança, vigilância, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes. 

"Essas multas comprovam que os bancos continuam tratando com irresponsabilidade a segurança dos estabelecimentos", critica Ademir Wiederkehr, representante da Contraf-CUT na CCASP. "O que se percebe é que eles buscam economizar até na segurança para aumentar ainda mais os lucros, em vez de respeitar a legislação e fazer investimentos para prevenir assaltos e proteger a vida dos bancários, vigilantes e clientes", destaca. 

Ao final da reunião, Ademir, que também é secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, enfatizou aos integrantes da CCASP que a segurança é também uma das prioridades da greve nacional dos bancários, que completou 13 dias nesta terça-feira. "Não é só por salário que estamos em greve, mas também por emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e contra o PL 4330 da terceirização", disse Ademir. 

"Nesta greve, a FETEC-CUT/SP e os sindicatos filiados estão intensificando os debates com os trabalhadores e a população sobre esse tema, ressaltando o pouco investimento dos bancos para promover a segurança de clientes, usuários e funcionários", afirma Valdir Machado, dirigente da FETEC-CUT/SP. 

Conforme Machado, as multas recebidas pelas instituições financeiras são a prova do pouco caso dos bancos para com toda a sociedade. 

A próxima reunião da CCASP foi agendada para o dia 10 de dezembro.

Comércio teme perdas de até 30% por greve nos bancos e pede acordo

SÃO PAULO - A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mandou carta à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) nesta quinta-feira pedindo um acordo para o fim da greve dos bancários, estimando que o varejo pode sofrer perdas de até 30 por cento nos primeiros dias de outubro caso a paralisação se prolongue até o quinto dia útil do mês.

Como grande parte das empresas executam suas folhas de pagamento nesse período, a CNDL afirma que ele também responde por um dos momentos de maior consumo interno, com os trabalhadores fazendo operações financeiras após receberem seus salários.

"Se a greve se prolongar e alcançar o quinto dia útil do mês, o comércio pode sofrer perdas na ordem de 30 por cento no período", afirmou Roque Pelizzaro Junior, presidente da entidade, em comunicado.

A CNDL, que representa mais de 1,2 milhão de pontos de venda no Brasil, pressiona por um acordo imediato para o fim da greve, que começou em 19 de setembro.

Na véspera, o Comando Nacional dos Bancários anunciou a ampliação da paralisação com o fechamento de 11.156 agências e centros administrativos no país, número 81,5 por cento maior que o registrado no primeiro dia da greve, segundo o grupo.

No início de setembro, os trabalhadores rejeitaram em assembleias proposta de reajuste de 6,1 por cento formulada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Eles reivindicam um aumento salarial de 11,93 por cento e participação nos lucros de três salários acrescido de 5.553,15 reais, entre outras demandas.

"Vamos reforçar ainda mais o movimento para quebrar a intransigência da Fenaban e arrancar uma proposta decente", disse coordenador do Comando Nacional e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, em comunicado no final da quarta-feira.

Procurada, a Febraban não se manifestou imediatamente nesta quinta-feira.

Bancários ampliam greve para forçar os bancos a retomarem negociações

  
Crédito: Seeb Curitiba
Seeb CuritibaAgência do Itaú, em Curitiba, no 14º dia. Greve no país cresceu 81,5%

O Comando Nacional dos Bancários se reúne em São Paulo nesta quinta-feira, 15º dia da greve, para avaliar a segunda semana de paralisação e tomar medidas visando ampliar o movimento e assim forçar os bancos a apresentarem uma nova proposta que contemple aumento real, valorização do piso, PLR melhor, proteção do emprego, condições de trabalho mais dignas, segurança e igualdade de oportunidades. Como acontece desde o início do movimento no dia 19 de setembro, a greve cresceu nesta quarta 2, fechando 11.156 agências e centros administrativos em todos os estados da federação.

"Vamos fazer uma nova avaliação da greve, que já é a maior realizada pela categoria bancária pelo menos nos últimos 20 anos, e discutir formas de fortalecer e ampliar ainda mais as paralisações. Como o Comando estará em São Paulo, é mais uma oportunidade para a Fenaban retomar o processo de negociações e apresentar uma nova proposta aos bancários", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

A única proposta feita pelos bancos até agora foi no dia 5 de setembro, há quase um mês. Rejeitada pelos bancários em assembleias realizadas em todo o país no dia 12, a proposta de 6,1% apenas repõe a inflação do período pelo INPC e ignora as demais reivindicações econômicas e sociais. 

A greve foi deflagrada no dia 19, quando os bancários fecharam 6.145 agências e centros administrativos em todo o país. O movimento vem se ampliando dia após dia, atingindo 11.156 dependências nesta quarta-feira 2, o 14º dia de paralisação - um crescimento de 81,5% nesse período.

"Sabemos que os banqueiros só entendem essa linguagem. Por isso vamos reforçar ainda mais o movimento para quebrar a intransigência da Fenaban e arrancar uma proposta decente com conquistas econômicas e sociais para a categoria, bem como garantir avanços nas negociações das pautas de reivindicações específicas com os bancos públicos", salienta Carlos Cordeiro.

O Comando Nacional representa um total de 143 sindicatos e 10 federações de todo país, totalizando mais de 95% dos bancários de todo Brasil. Além das entidades integrantes, participam como convidados os coordenadores das comissões de empresas dos trabalhadores dos bancos públicos federais.

As principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)

> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.

> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.

> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.

> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.


Fonte: Contraf-CUT