quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quadrilha desarticulada movimentava R$ 1 milhão por ano de contas via internet

  
A quadrilha desarticulada na terça-feira, dia 11, em operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul, retirava cerca de R$ 1 milhão de contas bancárias por ano através da internet. Em apenas um dos casos, foram roubados aproximadamente R$ 500 mil. 

Em outro, ocorrido em São Paulo, R$ 200 mil foram transferidos. No entanto, a média de saques por conta era de R$ 1 mil. Cinco pessoas já estão presas, segundo a Polícia Civil, e três seguem foragidas. 

São cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e oito de prisão temporária em Porto Alegre, Viamão, Canoas, Cachoeirinha e em Salvador (BA) e em Santa Catarina. A polícia apreendeu hoje ao menos três computados, três notebooks, diversos cartões de crédito, impressora, talões de cheques, documentos, fitas de vídeo, carimbos e 23 celulares, além de um revólver calibre 38. 

Conforme o diretor do Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE), delegado Emerson Wendt, a quadrilha agia em várias frentes, mas a principal era transferência indevida via internet. 

"O hacker invadia a conta bancária e fazia a transferência para a conta de laranjas", explicou. "Nós solicitamos a prisão de 17 pessoas que consideramos laranjas, mas infelizmente o entendimento do Judiciário não foi o mesmo." 

Segundo o Deic, a fórmula do grupo era o envio de e-mails com links falsos para clientes de bancos. Na mensagem, era solicitado que o usuário clicasse para atualizar dados. A partir daí, os criminosos tinham acesso às informações dos computadores das vítimas. O hacker da quadrilha é gaúcho e mora em Salvador. Ele e seu braço direito, que vive no Rio Grande do Sul, estão presos. 

O grupo é suspeito de furto qualificado, estelionato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e falsificação de cheques. São empregados na ação 45 agentes e 20 viaturas. 


Fonte: Correio do Povo online

Nova entidade da ONU começa a atuar para garantir direitos das mulheres

  
Crédito: Unwomen
Unwomen
A ONU Mulheres ou Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres já iniciou suas atividades. A organização consolida e expande as ações da Organização das Nações Unidas (ONU) no que se refere à igualdade de gênero. Suas atividades serão voltadas ao progresso no cumprimento dos direitos das mulheres em todo o mundo. 

A entidade é resultado de anos de negociações entre Estados-membros e movimentos de defesa das mulheres no mundo. O novo órgão foi aprovado em julho do último ano pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, com o objetivo de acelerar o processo de empoderamento e autonomia das mulheres e reforçar o poder da entidade em uma discussão global. A ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, é a diretora-executiva da entidade. 

O organismo unifica o trabalho desenvolvido pelas quatro instâncias das Nações Unidas cuja atuação se concentrava na igualdade de gênero e no empoderamento das mulheres: o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), o Escritório de Assessoria Especial em Questões de Gênero (Osagi), a Divisão para o Avanço das Mulheres (DAW) e o Instituto Internacional de Pesquisas e Capacitação para a Promoção da Mulher (Instraw). 

A ONU Mulheres já possui um site em três idiomas: inglês, francês e espanhol.

Entre no site: www.unwomen.org 


Fonte: Fenae

Murilo Portugal deve ser indicado para a presidência da Febraban

Passados dez meses do anúncio de que pretendia profissionalizar sua gestão e colocar fim ao tradicional sistema de rodízio entre banqueiros, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está próxima de concluir o processo que indicará seu novo comandante, em substituição a Fábio Barbosa, do Santander. 

Depois de um arrastado processo, que chegou a dar sinais de que poderia não prosperar, os bancos mais poderosos do país estão próximos de alcançar um consenso em torno da indicação de Murilo Portugal, que já ocupou diversos cargos na área econômica do governo e é funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2006, no cargo de vice-diretor-gerente, terceiro na hierarquia da entidade.

O nome de Portugal foi apresentado pela empresa de "head hunting" Spencer Stuart, contratada no primeiro semestre de 2010 pela Febraban para encontrar o executivo para a função, e passou por um funil. Segundo o Valor apurou, no estágio atual do processo, são pequenas as chances de que outro indicado venha a desbancá-lo. 

Mas o processo não está encerrado. A decisão final está nas mãos de Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, e do próprio Fábio Barbosa, que até fevereiro preside o Santander Brasil, quando passará à presidência do conselho do banco, conforme anunciado pela instituição antes do Natal.

Embora formalmente a indicação do presidente da Febraban tenha que ser aprovada em assembleia dos associados da Febraban, na prática, quem decide são os três maiores bancos privados do país e eles ainda não teriam dado a palavra final.

Pela complexa fórmula matemática que define a quantidade de votos a que tem direito cada banco, o tamanho do patrimônio líquido da instituição é o fator decisivo. Historicamente, os maiores bancos privados (Bradesco, Itaú, o antigo Unibanco e, mais recentemente, ABN-Amro Real, hoje Santander) sempre se revezaram para ocupar a cadeira que poderá vir a ser em breve de Murilo Portugal.

Sua nomeação ainda depende de uma negociação para seu desligamento do FMI. Procurado, Portugal não retornou o pedido de entrevista.

A Febraban informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "o processo de escolha do presidente da entidade, que vem se desenvolvendo há vários meses, deverá ser concluído ainda neste primeiro semestre, assim, a entidade nada tem a comentar sobre nomes cogitados pela imprensa".

Embora sem experiência no setor bancário propriamente, Murilo Portugal ganhou força em relação a outros candidatos que chegaram a ser analisados em função do trânsito político. Esse era um dos pré-requisitos mais difíceis de ser atendido, do ponto de vista dos bancos. 

As instituições queriam um executivo com peso suficiente para ser respeitado pelos banqueiros como alguém que irá representá-los e, ao mesmo tempo, em condições de ser bem-recebido pelo primeiro escalão do governo para encaminhar as demandas do setor. 

A equação era complicada e em meados do ano passado os bancos chegaram a pensar em abandonar a ideia de profissionalização e voltar ao sistema de rodízio.

Murilo Portugal nasceu no Rio de Janeiro em 1948, é bacharel em direito pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Economia na Universidade de Manchester. Ocupou cargos estratégicos da área econômica no governo Fernando Henrique Cardoso e, apesar da grande identificação com os tucanos, na era Lula, ganhou a confiança de Antonio Palocci. Foi seu braço direito, como secretário-executivo do Ministério da Fazenda, entre 2005 e 2006.

O nome de Portugal havia sido cogitado para presidir a Brain, entidade criada em março do ano passado por Febraban, Anbima e BM&FBovespa com o propósito de transformar o Brasil num dos principais centros financeiros do mundo. O cargo foi ocupado por Paulo Oliveira, executivo vindo da bolsa.

Paralelamente à presidência, que tem peso político, a Febraban tem um diretor-geral, Wilson Levorato. O cargo foi criado para assumir funções do dia a dia com a entrada de Gabriel Ferreira na presidência, em 2001. Ainda não está claro o que acontecerá com essa função a partir da profissionalização da presidência. 

A decisão de profissionalizar foi tomada no início do ano passado. Como o processo de escolha de um executivo demandaria tempo, o mandato de Fábio Barbosa foi prorrogado por mais um ano e expira agora em março.


Fonte: Valor Econômico

Bancos federais devem mudar estatutos para eleger trabalhador nos conselhos


 
 
O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) devem tomar medidas para dar cumprimento à lei federal nº 12.353, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula no dia 29 de dezembro. A nova legislação assegura o direito de eleição de um representante dos funcionários no Conselho de Administração das empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladoras em que a União, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto.

Clique aqui para ler a Íntegra da lei:

A Contraf-CUT vai procurar as direções dos bancos federais para dialogar sobre a implantação dessa nova forma de representação dos funcionários nos empresas públicas. Trata-se de um espaço importante para a participação dos trabalhadores, na linha da transparência e fortalecimento dessas instituições. 

Para o funcionário do BB e secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros, "a nova lei vem ao encontro de uma antiga reivindicação dos trabalhadores, que é a retomada da representação nos conselhos de administração, de forma que os trabalhadores possam interferir na definição da estratégia das empresas".

"Esse é um assunto que está na pauta da Contraf-CUTe dos sindicatos há vários anos, e que os bancos vêm barrando nas mesas de negociações. Mas agora, graças aos esforços da representação dos trabalhadores no Congresso Nacional, essa reivindicação tem força de lei", afirma Eduardo Araújo, presidente interino do Sindicato dos Bancários de Brasília e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil.

O projeto de lei, proposto em 2008 pelo funcionário do BB, então ministro do Planejamento e hoje das Comunicações, Paulo Bernardo, havia cumprido todo o ritual legal, sendo aprovado em todas as comissões da Câmara e do Senado, e também pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest).

Para a aplicação da lei, os Correios largaram na frente. O novo presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), Wagner Pinheiro, que foi empossado no último dia 3, anunciou que encaminhará ainda neste mês ao Ministério das Comunicações um projeto que altera o estatuto da empresa, incluindo a eleição de um representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da estatal. 

O empregado da Caixa e secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Plínio Pavão, espera que esse direito seja logo efetivado em todos os bancos federais. "Tivemos alguns avanços e muitos retrocessos nessa luta ao longo dos anos, mas, com a aprovação da lei, isso passa a ser uma conquista definitiva dos trabalhadores. É importante num país democrático que os trabalhadores possam participar da elaboração das estratégias de atuação das empresas, especialmente numa empresa estatal", defende.

Conforme a lei, estão excluídas apenas as empresas com menos de 200 funcionários. O representante será eleito pelo voto direto dos trabalhadores e o processo eleitoral será organizado pelas entidades sindicais e pelas empresas.

De acordo com a lei, o representante dos trabalhadores no Conselho não poderá participar de "discussões e deliberações que envolvam relações sindicais, remuneração, benefícios e vantagens, inclusive materiais de previdência complementar e assistenciais, hipótese em que fica configurado o conflito de interesses".

"A nova lei se constitui num avanço importante para a organização dos trabalhadores e a transparência na gestão das empresas, na medida em que possibilita o acesso a informações estratégicas e oportuniza a apresentação de propostas dos empregados para o crescimento sustentável das instituições e a qualidade na prestação de serviços para a população", destaca o empregado da Caixa e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Jair Ferreira. 


Fonte: Contraf-CUT com Seeb Brasília

Estudo do Ipea comprova exclusão bancária no Brasil, avalia Contraf-CUT

  


O estudo "Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Bancos: exclusão e serviços", lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira, dia 11, em São Paulo, comprova o processo de exclusão bancária no Brasil, que precisa ser revertido pelos bancos, através da inclusão de milhões de brasileiros com atendimento de qualidade e segurança. 



A avaliação é do secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, que acompanhou a apresentação do presidente do Ipea, Márcio Porchmann, e manifestou a visão dos bancários sobre os dados da pesquisa, que foi feita presencialmente, tendo sido ouvidos 2.770 brasileiros em todos os estados do país.

Clique aqui para ver a íntegra do estudo.

Porchmann afirmou que se trata de um primeiro estudo sobre a relação dos bancos com a população e serve de base para debates e formulações de políticas públicas, a fim de que o marco regulatório venha a representar os reais interesses da sociedade brasileira.

Exclusão social

Segundo a pesquisa, 39,5% da população não possuem conta bancária. Na região Norte, a exclusão é maior: 50% de seus moradores não têm vinculo algum com uma agência. Na região Nordeste, o quadro é ainda pior: esse número salta para 52,6%. Na região Sul, que é a menos excluída, esse percentual é de 30%. "Esses dados mostram que os bancos focam as regiões economicamente mais desenvolvidas, excluindo importantes segmentos da população", denuncia o diretor da Contraf-CUT.

"A oferta do crédito não é vista como a principal função do sistema financeiro", aponta Miguel. Para 62,1% dos entrevistados, as principais ações do atendimento bancário são a movimentação e o depósito de dinheiro. Para 29,5%, o papel de um banco é ofertar produtos e serviços. Somente 4,5% dos brasileiros veem as instituições financeiras como o lugar para emprestar dinheiro, o que é um índice muito baixo. 

Em relação aos grupos de renda, a função de oferecer financiamentos é mencionada por 7,1% das pessoas com renda acima de 20 salários mínimos, o que representa a maior pontuação entre as faixas analisadas. Depois, o crédito é mais mencionado pelos grupos que ganham até dois salários mínimos, com 5% de representação, e entre aqueles que ganham de dois a cinco mínimos, com 4,8%. 

Conforme o relatório do Ipea, se for levado em conta o sexo, os homens dão maior importância à função de concessão de crédito do que as mulheres: 5,4% e 3,6%, respectivamente. Quanto à idade, 3,5% das pessoas entre 18 e 24 anos apontam o empréstimo de dinheiro como a principal função, enquanto o percentual sobe para 6,6% entre os ouvidos com mais de 54 anos.

"Esses indicadores, que revelam a pouca importância do crédito, não surpreendem, na medida em que os bancos vivem fazendo propaganda da sua imagem, associando-a diferentes temas, como a preservação do planeta, deixando de priorizar a principal atividade do sistema financeiro, que é oferecer crédito barato e acessível para fomentar a economia e o desenvolvimento econômico e social", ressalta Miguel. 

"Alguns dados, como os que se referem à segurança e ao horário de atendimento, não levaram em consideração a forma de relacionamento com os bancos", alerta o dirigente da Contraf-CUT. Hoje, a maioria das operações bancárias é realizada pela internet, o que significa que muitos clientes desconhecem a prestação dos serviços nas agências e postos. Essa realidade explica porque a segurança nas unidades satisfaz 78% dos clientes, enquanto 13,7% estão muito insatisfeitos ou insatisfeitos com a proteção oferecida pelos bancos. Isso também justifica porque 65,1% dos entrevistados se mostram satisfeitos ou muito satisfeitos com o reduzido tempo de expediente ao público.

Outro banco é preciso

Para Miguel, a realização de uma pesquisa dessa natureza, apesar da falta de profundidade em determinadas perguntas que comprometem alguns resultados, ajuda certamente trabalhadores e clientes nos debates sobre o papel dos bancos e a sua relação com a sociedade. Os principais dados do estudo comprovam que os bancos não priorizam a prática de intermediação financeira. 

"Captar de quem tem dinheiro para emprestar para quem não tem. Ou seja, os bancos no Brasil não funcionam como banco, pois não cumprem a função clássica da razão de sua existência. Neste formato atual ajudam muito pouco o país e as pessoas a prosperarem. Isso em relação às pessoas físicas e jurídicas, eis que as empresas também não encontram crédito ou, quando encontram, são a taxas exorbitantes", denunciou.

"Apesar de todo marco regulatório existente no Brasil, a partir da lei 4.595/64, das resoluções do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional, as instituições financeiras acabam definindo as áreas de atuação de mercado mais rentáveis para sua atuação e abandonando qualquer sentido de utilização pública dos recursos da sociedade que abarrotam seus cofres e garantem, ano após ano, os maiores lucros da economia", ressaltou Miguel. 

"Todos os atores sociais devem aproveitar esse tipo de estudo para debater se é esse tipo de banco que a sociedade brasileira necessita ou se urge a regulamentação nos moldes dos princípios estabelecidos na Constituição Federal, em seu artigo 192, que determina que o sistema financeiro nacional deverá estar voltado para o desenvolvimento nacional", concluiu o diretor da Contraf-CUT. 

Idec alerta para precarização do atendimento

A representante do IDEC, Lisa Gunn, avaliou como "parcial" o resultado da pesquisa, uma vez que os itens incluídos na consulta são muito restritos e contrastam com as inúmeras reclamações e os processos movidos por clientes e usuários nos Procons e no Banco Central. 

As maiores queixas são relacionadas a serviços fornecidos sem solicitação, tais como envio de cartões de crédito, além de tarifas debitadas indevidamente, falta de fornecimento de cópias dos contratos, pouca informação e filas intermináveis, dentre outras.

"Quanto ao fato de apenas 4,5% dos clientes dizerem que os bancos servem para emprestar dinheiro, isso denota o pouco conhecimento sobre o sistema financeiro por parte da população, pois a maioria das pessoas não sabe que os bancos estão por trás dos financiamentos de automóveis, eletrodomésticos, roupas, das grandes redes do comércio varejista brasileiro", disse Gunn.

Em relação ao processo de inclusão bancária, a representante do Idec considerou o processo como "precarizante", uma vez que as iniciativas estão ocorrendo via os correspondentes bancários. "Se os clientes já não possuem as informações necessárias numa instituição financeira, o que dirá numa lotérica, farmácia ou supermercado, além da precarização das condições de trabalho e de salários", observou.


Fonte: Contraf-CUT e Ipea