quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Lucro antes de impostos do HSBC cai 64% no Brasil e fica em US$ 55 milhões


Com perdas na operação de varejo no Brasil, o HSBC fechou o primeiro semestre de 2014 no país com um lucro antes de impostos de US$ 55 milhões. A cifra é 64% menor do que o resultado de igual período do ano passado.

Os números foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo HSBC no balanço global. O maior banco europeu por valor de mercado teve um lucro de US$ 9,46 bilhões, ante US$ 10 bilhões em igual período de 2013.

Em relatório, o banco diz que pesou sobre o resultado no Brasil um prejuízo antes de impostos de US$ 129 milhões no segmento de varejo e gestão de fortunas. Na primeira metade de 2013, a área registrou prejuízo de US$ 117 milhões.

Segundo reportagem publicada nesta terça (5) pelo jornal Valor Econômico, o varejo do HSBC passa por uma reestruturação desde 2011, quando o banco decidiu se focar no crédito apenas para clientes e em modalidades mais seguras, como o empréstimo consignado e o financiamento imobiliário. As modalidades de crédito com mais garantia correspondiam a 29% da carteira de empréstimos do banco no fim de junho, acima dos 22% de igual período de 2013.

O banco está em meio a uma mudança global na forma de incentivar venda de produtos com comissões pagas a gerentes. Esse impacto não é citado nos comentários sobre o Brasil, mas tem afetado a receita no mundo todo.

Além do varejo, o HSBC diz que a operação de atacado também afetou o desempenho do banco no Brasil. O lucro antes de impostos dessa área ficou em US$ 175 milhões de janeiro a junho de 2014, ante R$ 224 milhões em igual período do ano passado. O banco atribui essa redução de 21,9% ao aumento no custo de captação.

O banco ainda não divulgou os números no Brasil no primeiro semestre. Pelos dados do Banco Central, o HSBC teve um prejuízo de R$ 31,1 milhões no primeiro trimestre deste ano. Procurado pela reportagem, o HSBC informou que não comentaria.

Em relatório, o banco diz que mantém o foco na América Latina, principalmente no México, na Argentina e no Brasil. O HSBC afirma, porém, que enfrenta nesses mercados crescimento econômico e dos empréstimos mais lento e pressões inflacionárias.

No mundo, a queda no lucro líquido deveu-se principalmente a um fraco primeiro trimestre, quando os lucros caíram 20% em relação a um ano atrás, quando as receitas foram impulsionadas por vendas de ativos, e reflete receitas perdidas como resultado do fechamento ou venda de empresas.

O HSBC está na segunda fase de um plano de recuperação que começou em 2011, com o objetivo de tornar o banco menos complexo, mais eficiente e capaz de proporcionar melhores retornos para os acionistas. O banco cortou mais de 40 mil postos de trabalho e vendeu ou fechou 60 unidades, o que resultou em uma economia anual de mais de US$ 5 bilhões.

O banco também atribui o desempenho mais fraco a despesas que teve com obrigações regulatórias. As despesas operacionais, excluindo itens extraordinários, subiram 4% no primeiro semestre, "refletindo, em parte, investimentos crescentes em risco, compliance e padrões globais".

O HSBC não deu mais detalhes, mas anteriormente havia informado a contratação de mais de 1.750 funcionários ligados a controles em 2013, com um aumento superior a 50% desde o acordo de US$ 1,9 bilhão fechado em 2012 com autoridades por conta de uma investigação sobre regras para evitar lavagem de dinheiro.

Em um comunicado, o presidente do conselho de administração do HSBC, Douglas Flint, pediu que reguladores internacionais esclareçam o que esperam de funcionários do banco depois que uma recente onda de multas recordes por má conduta ter deixado todos com medo de represálias.

Bancários olham resultados com dúvidas e incertezas

Para o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, "está evidente que no Brasil o HSBC apresenta dificuldades para disputar o varejo com os demais bancos. Mesmo tendo ainda ativos significativos para classificá-lo dentre os seis maiores bancos que atuam no país, os indicadores vêm piorando progressivamente. Parece que, mesmo após 17 anos atuando no mercado brasileiro, o banco ainda não encontrou seu nicho de negócios".

O lucro líquido, que já não era dos maiores, vem caindo a cada semestre, registrando pela primeira vez prejuízo no 1º trimestre de 2014 de R$ 31 milhões e agora lucro antes dos impostos no 1º semestre de apenas U$ 55 milhões. "O que isso irá significar após os impostos só aguardando a publicação do balanço no Brasil. Aliás, o balanço está sendo aguardado com grande expectativa, porque a matriz londrina anunciou uma capitalização na filial brasileira da ordem de U$ 1 bilhão no semestre. Se isso ocorreu e mesmo assim o resultado é este de apenas U$ 55 milhões antes dos impostos, isso denota que os problemas são maiores ainda", observa Miguel.

"Com esses resultados inexpressivos, na contramão dos demais bancos brasileiros, que batem recordes de lucratividade a cada semestre, as medidas que o banco toma, vão no sentido de cortes de despesas, como o fechamento de agências - 20 só neste ano - e milhares de demissões. O que, a nosso ver, só fragiliza ainda mais o banco frente à concorrência e dificulta a busca de resultados na ponta", analisa o dirigente sindical.

Conforme Miguel, "outra medida, que certamente terá impacto nos resultados finais, foram mudanças unilaterais nos programas de remuneração variável praticados no banco. Além de diversos problemas com relação ao não pagamento aos funcionários participantes, particularmente gerentes, este ano ninguém tem assegurado o quanto irá receber, mesmo tendo alcançado as suas metas. Porque isso depende do resultado da empresa e não há recursos garantidos para esse pagamento, como era anteriormente, onde parte do lucro líquido era reservado para esses pagamentos".

"O fato da crescente pressão para o atingimento dessas metas, vinculado à baixa expectativa de recebimento do pagamento de bônus, pode estar levando a uma crescente insatisfação do segmento gerencial, que provoca queda nos resultados. A falta de funcionários nas agências também é outro fator que dificulta melhor performance do banco inglês. Menos funcionários, menos negócios e piora no atendimento, o que dificulta a retenção dos clientes, e por aí vai", ressalta Miguel.

Mas o que mais preocupa os dirigentes sindicais é a questão do emprego. "O Grupo HSBC ainda emprega cerca de 22 mil trabalhadores diretos, tendo mais de 800 agências em todo o Brasil", conclui o diretor da Contraf-CUT.


Fonte: Contraf-CUT com Valor Econômico

Bradesco lucra R$ 7,3 bilhões, mas corta 1.462 empregos no 1º semestre

Bradesco lucra R$ 7,3 bilhões, mas corta 1.462 empregos no 1º semestre

Mesmo obtendo um lucro líquido ajustado de R$ 7,277 bilhões no primeiro semestre de 2014, que significou um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado e 9,7% no segundo trimestre, o Bradesco cortou 1.462 postos de trabalho, seguindo na contramão da economia brasileira que nos primeiros seis meses do ano gerou 588,6 mil novos empregos com carteira assinada.

O fechamento de vagas foi ainda maior se forem comparados os últimos 12 meses: 2.924 postos de trabalho. Assim, o número de empregados da holding em junho de 2014 caiu para 99.027 ante 101.951 em junho de 2013 (queda de 2,9%), segundo análise da Subseção do Dieese da Contraf-CUT com base no balanço divulgado nesta quinta-feira (31).

"É totalmente injustificável que, com todo esse resultado bilionário, o Bradesco continue demitindo e extinguindo postos de trabalho, além de praticar rotatividade de mão de obra", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

"Queremos que o país volte a crescer a um ritmo mais acelerado, com geração de empregos e redução das desigualdades, mas para isso os bancos têm que fazer a sua parte, oferecendo contrapartidas como emprego, crédito mais barato, redução de tarifas, atendimento de qualidade e segurança", salienta.

O banco também fechou as portas de nove agências nos últimos 12 meses, sendo 6 entre janeiro e junho de 2014. Já o retorno anualizado sobre o Patrimônio Líquido médio foi de 20,7% (1,9 ponto percentual a mais do que em junho de 2013).

> Clique aqui para ver os destaques do balanço apurados pelo Dieese.

As operações de crédito cresceram 8,1% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 435,2 bilhões. As operações com pessoas físicas evoluíram 9,6% em relação a junho de 2013, chegando a R$ 135,1 bilhões, o que representa 31% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 300,1 bilhões, com elevação de 7,5% em comparação ao 1º trimestre de 2013, totalizando 69% do total do crédito.

"Esse crescimento das operações provoca aumento de serviços e, com a redução de funcionários, cresce ainda mais a sobrecarga e a pressão no trabalho, afetando a saúde dos bancários e a qualidade de atendimento dos clientes", alerta Cordeiro. "Queremos o fim das demissões, da rotatividade e do corte de empregos. O banco tem que fazer mais contratações, abrir novas vagas e melhorar as condições de trabalho", defende o presidente da Contraf-CUT.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,2 ponto percentual, ficando em 3,5% no 1º semestre deste ano (subindo 0,1 ponto percentual no trimestre). O banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em -2,6% em relação a junho de 2013.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 10,9% em 12 meses, totalizando R$ 10,4 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram apenas 7,6%, chegando a R$ 6,7 bilhões. Com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco ficou em 154,8% no 1º semestre de 2014. "O banco paga a folha de pagamento apenas com essa receita e ainda sobra uma metade para pagar outra folha", compara Cordeiro.

Com todo esse lucro gigantesco, o dirigente da Contraf-CUT ressalta que o Bradesco não terá dificuldades em atender a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2014, que será entregue para a Fenaban no próximo dia 11 de agosto, às 11 horas, em São Paulo. "Queremos a valorização dos funcionários, principais responsáveis pelos resultados atingidos e pelo crescimento do banco", conclui.

Fonte: Contraf-CUT com Dieese

Lucro do Itaú chega a R$ 9,5 bilhões no semestre

Mesmo com crescimento de 33,2% desde junho de 2013, maior banco privado da América Latina continua cortando empregos. Em 12 meses extinguiu 639 postos de trabalho
São Paulo – O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 9,502 bilhões no primeiro semestre de 2014. Isso representou um crescimento de 33,2% em relação a junho de 2013. Apenas no segundo trimestre, o banco lucrou R$ 4,973 bilhões, aumento de 9,8% em relação aos primeiros três meses de 2014 (R$ 4,529 bilhões).

A diretora executiva do Sindicato Ivone Silva destaca que apesar do resultado positivo, o maior banco privado da América Latina permanece com a política de corte de empregos. “O lucro está nas alturas e sobe a cada balanço, mas isso não representa ganhos para os funcionários nem para clientes. O Itaú continua cortando postos de trabalho, o que sobrecarrega e adoece os bancários e prejudica o atendimento.”

De junho de 2013 a junho deste ano, a instituição financeira cortou 639 postos de trabalho no Brasil. Apenas entre os meses de abril e junho foram 601 empregos extintos no país. Considerando os empregados lotados no exterior, os cortes chegaram a 437 em 12 meses e 526 no segundo trimestre. É preciso ressaltar que em junho deste ano já estão computados os 1.194 trabalhadores da Credicard, agregados em dezembro de 2013, e os empregados provenientes da BMG Seguros, que não foram informados no balanço.

“Vamos manter nossa luta por mais contratações. Não se justifica que um banco desse porte, com lucros astronômicos, contribua para o desemprego no país. O Itaú precisa devolver à sociedade uma parte desse resultado”, afirma Ivone.

A dirigente chama a atenção para outro dado do balanço, divulgado nesta terça-feira 5 pelo Itaú: a rede de atendimento se ampliou, com 62 agências e PABs a mais, passando de 4.962 unidades em junho de 2013 para 5.024 em junho de 2014. “O banco não informou o número de contas correntes, mas a expansão da rede é um dado que indica a sobrecarga. Se a empresa aumenta o número de agências ao mesmo tempo em que diminui o de funcionários, os que ficam provavelmente estão acumulando serviço”, diz.

Tarifas x pessoal – As receitas de prestação de serviços e tarifas totalizaram R$ 13,309 bilhões, cresceram 16,3% (R$ 1,864 bilhões) em comparação com o primeiro semestre de 2013. Enquanto que as despesas de pessoal cresceram 7,5% em doze meses, chegando a R$ 7,949 bilhões no primeiro semestre. Isso significa que apenas com o que arrecada com as tarifas cobradas dos clientes, o banco consegue cobrir em 167,4% sua despesa de pessoal. Em junho de 2013, a relação entre receita de tarifas e serviços e despesas de pessoal estava em 154,9%. Houve, portanto, um crescimento de 12,5 pontos percentuais. “Mais um dado que torna injustificável a extinção de empregos no Itaú”, critica Ivone.

Crédito – A carteira de crédito total (incluindo operações de avais, fianças e títulos privados) aumentou 10,9% em relação ao primeiro semestre de 2013, alcançando o saldo de R$ 518,423 bilhões em 30 de junho de 2014.

No segmento de pessoas físicas, destacaram-se, principalmente, os crescimentos nas carteiras de crédito de menor risco: consignado, com evoluções de 21,3% no trimestre e 62,1% no período de 12 meses, e imobiliário, com evoluções de 4,1% e 26,1%, respectivamente.

O segmento de pessoas jurídicas, excluindo-se os títulos privados, apresentou crescimento de 1,3% no trimestre e 8,2% no período de 12 meses. A carteira de grandes empresas cresceu 2,3% em relação ao trimestre anterior e 14,5% nos últimos 12 meses, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas reduziu-se em 1,1% no segundo trimestre de 2014 e 4,1% em relação ao segundo trimestre de 2013.

Por outro lado, o índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias caiu: foi de 3,4% no primeiro semestre de 2014, enquanto que no primeiro de 2013 foi de 4,2%, ou seja, houve uma redução de 0,8 ponto percentual. No trimestre apresentou redução de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 0,8 ponto percentual em relação a junho de 2013. É o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em novembro de 2008.
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