quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Lucro do Itaú chega a R$ 9,5 bilhões no semestre

Mesmo com crescimento de 33,2% desde junho de 2013, maior banco privado da América Latina continua cortando empregos. Em 12 meses extinguiu 639 postos de trabalho
São Paulo – O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 9,502 bilhões no primeiro semestre de 2014. Isso representou um crescimento de 33,2% em relação a junho de 2013. Apenas no segundo trimestre, o banco lucrou R$ 4,973 bilhões, aumento de 9,8% em relação aos primeiros três meses de 2014 (R$ 4,529 bilhões).

A diretora executiva do Sindicato Ivone Silva destaca que apesar do resultado positivo, o maior banco privado da América Latina permanece com a política de corte de empregos. “O lucro está nas alturas e sobe a cada balanço, mas isso não representa ganhos para os funcionários nem para clientes. O Itaú continua cortando postos de trabalho, o que sobrecarrega e adoece os bancários e prejudica o atendimento.”

De junho de 2013 a junho deste ano, a instituição financeira cortou 639 postos de trabalho no Brasil. Apenas entre os meses de abril e junho foram 601 empregos extintos no país. Considerando os empregados lotados no exterior, os cortes chegaram a 437 em 12 meses e 526 no segundo trimestre. É preciso ressaltar que em junho deste ano já estão computados os 1.194 trabalhadores da Credicard, agregados em dezembro de 2013, e os empregados provenientes da BMG Seguros, que não foram informados no balanço.

“Vamos manter nossa luta por mais contratações. Não se justifica que um banco desse porte, com lucros astronômicos, contribua para o desemprego no país. O Itaú precisa devolver à sociedade uma parte desse resultado”, afirma Ivone.

A dirigente chama a atenção para outro dado do balanço, divulgado nesta terça-feira 5 pelo Itaú: a rede de atendimento se ampliou, com 62 agências e PABs a mais, passando de 4.962 unidades em junho de 2013 para 5.024 em junho de 2014. “O banco não informou o número de contas correntes, mas a expansão da rede é um dado que indica a sobrecarga. Se a empresa aumenta o número de agências ao mesmo tempo em que diminui o de funcionários, os que ficam provavelmente estão acumulando serviço”, diz.

Tarifas x pessoal – As receitas de prestação de serviços e tarifas totalizaram R$ 13,309 bilhões, cresceram 16,3% (R$ 1,864 bilhões) em comparação com o primeiro semestre de 2013. Enquanto que as despesas de pessoal cresceram 7,5% em doze meses, chegando a R$ 7,949 bilhões no primeiro semestre. Isso significa que apenas com o que arrecada com as tarifas cobradas dos clientes, o banco consegue cobrir em 167,4% sua despesa de pessoal. Em junho de 2013, a relação entre receita de tarifas e serviços e despesas de pessoal estava em 154,9%. Houve, portanto, um crescimento de 12,5 pontos percentuais. “Mais um dado que torna injustificável a extinção de empregos no Itaú”, critica Ivone.

Crédito – A carteira de crédito total (incluindo operações de avais, fianças e títulos privados) aumentou 10,9% em relação ao primeiro semestre de 2013, alcançando o saldo de R$ 518,423 bilhões em 30 de junho de 2014.

No segmento de pessoas físicas, destacaram-se, principalmente, os crescimentos nas carteiras de crédito de menor risco: consignado, com evoluções de 21,3% no trimestre e 62,1% no período de 12 meses, e imobiliário, com evoluções de 4,1% e 26,1%, respectivamente.

O segmento de pessoas jurídicas, excluindo-se os títulos privados, apresentou crescimento de 1,3% no trimestre e 8,2% no período de 12 meses. A carteira de grandes empresas cresceu 2,3% em relação ao trimestre anterior e 14,5% nos últimos 12 meses, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas reduziu-se em 1,1% no segundo trimestre de 2014 e 4,1% em relação ao segundo trimestre de 2013.

Por outro lado, o índice de inadimplência das operações vencidas acima de 90 dias caiu: foi de 3,4% no primeiro semestre de 2014, enquanto que no primeiro de 2013 foi de 4,2%, ou seja, houve uma redução de 0,8 ponto percentual. No trimestre apresentou redução de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 0,8 ponto percentual em relação a junho de 2013. É o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em novembro de 2008.
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