sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Bancos ganham R$ 34 bi em nove meses. Total é a soma dos resultados do Bradesco, Santander, Itaú e BB

São Paulo - As argumentações apresentadas pelos bancos nas negociações da Campanha Nacional Unificada deste ano – de que não poderiam dar aumento real, valorizar os pisos ou pagar PLR maior para a categoria – foram todas refutadas pelo Comando Nacional dos Bancários que apontava os excelentes resultados do setor. Os números divulgados nas últimas semanas reforçam que os trabalhadores estavam certos, novamente, em não abrir mão de suas reivindicações.

Os lucros líquidos somados das quatro maiores instituições financeiras do país – Bradesco, Santander, Itaú Unibanco e Banco do Brasil – nos primeiros nove meses deste ano ultrapassa a cifra dos R$ 34,3 bi.

O recorde de toda a história do sistema financeiro nacional, de acordo com a consultoria Economática, é de novo do Itaú Unibanco. Nos primeiros nove meses, o lucro líquido foi de R$ 10,9 bi, 15,97% maior que em 2010, sendo que R$ 3,8 bi foram apurados apenas no terceiro trimestre deste ano, um crescimento que chega a 25,5% em relação a igual período do ano passado.

Com o segundo melhor resultado, o Banco do Brasil apresentou em seu balanço o lucro líquido de R$ 9,2 bi em nove meses, 18,9% maior em comparação ao do mesmo período do ano passado, sendo que R$ 2,9 bi foram obtidos apenas no terceiro trimestre.

Entre janeiro e setembro deste ano, o Bradesco teve lucro líquido de R$ 8,3 bi, crescimento de 18,2% em relação ao ano passado. No terceiro trimestre, quando apurou R$ 2,8 bi, o aumento foi de 11,4%.

Já o Santander teve lucro líquido de R$ 5,9 bi nos primeiros nove meses, alta de 9% em relação a igual período
de 2010.
Rentabilidade – De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a rentabilidade média sobre o patrimônio líquido anualizado (setembro de 2010 a setembro de 2011) das quatro instituições financeiras chega a 21%. A maior foi verificada no Banco do Brasil (22,6%), seguido de Itaú (22,5%), Bradesco (22%) e Santander (16,9%).

“Isso mostra que estávamos corretos de manter a mobilização forte para assegurar a valorização do poder de compra da categoria”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. “Esses resultados indicam também que é possível que a campanha seja resolvida na mesa de negociação, sem que os bancários tenham de utilizar seu direito constitucional de ir à greve.”

ANIVERSARIANTES DO MÊS DE NOVEMBRO 2011

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Pres. Venceslau e Região, através de sua Diretoria parabeniza a todos por esta data festiva.                                         

Dia
Associado
Agência
Cidade
01
Abdul Nasser Salem
Banco Itaú Unibanco
Presidente Epitácio
01
Rafael Colauto
Bradesco
Presidente Venceslau
09
Keisy Sander Almeida Pinotti
Banco Santander
Presidente Venceslau
10
Maximilia Dornellas de Oliveira
Caixa Econômica Federal
Presidente Epitácio
10
Altair Candido de Araujo
Caixa Econômica Federal
Presidente Epitácio
12
Thiago Botton Monteiro
Banco Santander
Presidente Venceslau
15
Sergio Luiz Furlan
Banco Itaú Unibanco
Presidente Epitácio
17
Rodolfo Gsellmann
Banco do Brasil
Piquerobi
18
Elaine Gonçalves Letroche
Banco do Brasil
Presidente Epitácio
19
Edilson Sala
HSBC
Presidente Venceslau
20
Manoel Borges da Silva
Banco Itaú Unibanco
Presidente Venceslau
20
Francieli Zagonel
Banco Santander
Primavera
21
Matilde Miyuki Sato Shiraiwa
Banco do Brasil
Presidente Venceslau
23
Regiane Brito Stefan
Banco do Brasil
Presidente Venceslau
26
José Luiz Pinho Alves
Banco Santander
Primavera
27
José Valter Barreto
Banco do Brasil
Presidente Venceslau
27
Bianca Lobo de Siqueira Benicio
Banco Itaú Unibanco
Presidente Venceslau
29
Jorge Henrique da Silva Nascimento
Banco do Brasil
Marabá Paulista
30
Patrícia Vilhoni
Bradesco
Presidente Venceslau
30
Meire dos Santos de Freitas
Banco Santander
Primavera

 OBS: Os associados aniversariantes deste mês, que não constaram nesta relação, favor atualizar o cadastro junto a este Sindicato, pelo fone: 018-3271-3600, fax: 018-3271-5950 ou e-mail: seebpv@terra,com.br 

Após audiência pública, TST não muda entendimento sobre terceirização

Ao contrário do que afirma uma série de reportagens veiculadas pela imprensa nos últimos dias, a instância máxima da justiça trabalhista não mudou sua jurisprudência acerca da terceirização de mão de obra.

O "novo entendimento" do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o assunto, segundo, por exemplo, reportagem do Valor Econômico e editorial do Estadão publicados em outubro, seria decorrência da audiência pública realizada pelo órgão nos dias 4 e 5 do mesmo mês, que ouviu 50 pessoas, entre representantes dos trabalhadores - dentre eles os bancários - , empresários, parlamentares, acadêmicos e juristas.

A suposta mudança divulgada pela mídia, que seria desfavorável aos trabalhadores, foi desmentida pela assessoria do TST em matéria publicada no site do Tribunal em 27 de outubro. Essa reportagem afirma que, apesar de algumas Turmas, como a 7ª e 8ª, terem decidido pela possibilidade de terceirização em call centers por empresas de telefonia, as demais seis Turmas da Corte "vêm confirmando o entendimento consolidado na Súmula 331", que trata do tema, e julgando o teleatendimento nessas empresas como atividade-fim, o que caracterizaria terceirização fraudulenta.

Setor financeiro 

Para o advogado Maximiliano Nagl Garcez, diretor para assuntos parlamentares da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (ALAL), as matérias que saíram na imprensa são equivocadas, o que é facilmente comprovado em pesquisa no próprio site do Tribunal. "Após a realização da audiência pública, o TST realizou diversos julgamentos no sentido da ilicitude de terceirizações, reiterando sua jurisprudência", afirma ele.

Como exemplos, o advogado cita processos envolvendo empresas e trabalhadores do setor financeiro, julgados após a audiência pública. Em um deles, a 4ª Turma reconheceu como financiário um trabalhador da BGN Mercantil e Serviços que prestava serviços para o Banco BGN, e determinou a observância da jornada de seis horas, prevista na CLT da categoria, e o consequente pagamento das 7ª e 8ª horas como horas extras.

Em outro, cujo acórdão foi publicado em 14 de outubro, a 8ª Turma confirmou decisão do TRT de Campinas e determinou o reconhecimento do vínculo de emprego de terceirizado pela BV Financeira. Segundo o relator, o desembargador convocado Sebastião Geraldo de Oliveira, "os serviços executados pelo reclamante estavam diretamente ligados à atividade-fim da reclamada", já que o trabalhador "angariava clientes para realizar empréstimos na reclamada". O relator observou ainda que o caso se caracterizava como intermediação fraudulenta de mão de obra, citando a Súmula 331 do TST.

Decisões contrárias à Oi 

Já a matéria do TST cita decisões como a da 3ª Turma, que reconheceu o vínculo de emprego de um terceirizado da Contax com a Oi. O ministro Alberto Bresciani foi categórico ao afirmar que "não se pode considerar o atendimento em call center como atividade-meio em empresas de telefonia". E que "a atividade de atendimento telefônico prestado aos consumidores está ligada à atividade-fim da Oi, sendo vedada a terceirização, sob pena de se permitir que a empresa do ramo de telecomunicações funcione sem a presença de empregados, mas apenas de prestadores de serviços". Assim, o Tribunal reformou decisão contrária ao trabalhador, preferida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas.

A decisão unânime da 3ª Turma considerou que ao se admitir a terceirização nesse caso "estar-se-ia promovendo a precarização dos direitos dos trabalhadores, em confronto com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da busca pelo pleno emprego". Com este mesmo entendimento, a 3ª Turma também negou recurso da Oi em outro processo similar, no qual o TRT de Minas foi, desta vez, favorável ao trabalhador. 

Tim também perde 

A reportagem do TST cita outras duas decisões contrárias à terceirização do teleatendimento no setor de telefonia. Desta vez da 6ª Turma contra a Tim Celular e a A&C Centro de Contatos, por ilicitude de contratação de mão de obra por meio de empresa interposta. 

Para o ministro Augusto César Leite de Carvalho, relator de um dos recursos, "embora não se pretenda que o direito do trabalho engesse ou paralise a atividade econômica, cabe-lhe por certo estabelecer parâmetros que viabilizam a progressão da economia sem aviltamento da dignidade humana". E acrescentou: "não há dúvida de que as concessionárias de telefonia relacionam-se com os usuários desses serviços por meio dos operadores de call center, inexistindo modo mais evidente de conformação ao conceito de atividade-fim que é aquele no qual o trabalho se realiza na relação entre fornecedor e cliente". 

Setores elétrico e telecomunicações 

Em outros dois processos, julgados pelas 1ª e 6ª Turmas, o TST também foi favorável aos trabalhadores. Por unanimidade, a 1ª Turma negou recurso da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) e decidiu pela condenação da empresa ao pagamento de verbas pelo reconhecimento de vínculo empregatício de eletricista terceirizado, que se ocupava de atividade-fim da companhia.

Em processo semelhante, desta vez contra a Oi, a 6ª Turma negou recurso da empresa e determinou pelo reconhecimento do vínculo de emprego de um trabalhador terceirizado, funcionário da Cooperativa de Trabalhadores Telefônicos em Mesa de Exame do Rio de Janeiro (Coopex), que reparava e instalava linhas telefônicas para a Oi. 

Com base na Lei 9.472/1997 (lei geral das telecomunicações), a empresa afirmava que a função de reparo e instalação de linhas não era atividade-fim de telefonia, e sim atividade inerente. Mas o relator, ministro Maurício Godinho Delgado, entendeu que o termo "inerente", nesse caso em particular, poderia ser entendido como análogo à atividade-fim. Segundo ele, o que se fez nesse caso foi interpretar a Lei 9.472 "à luz da jurisprudência sumulada do TST".


Fonte: Andréa Ponte Souza - Seeb São Paulo

BB lucra R$ 9,1 bilhões e cria 4.558 novos empregos até setembro

  

O Banco do Brasil alcançou lucro de R$ 9,154 bilhões nos nove primeiros meses de 2011, segundo dados do balanço oficial da empresa, divulgado nesta quinta-feira (3). O resultado é 18,9% maior que o apurado no mesmo período de 2010. Neste mesmo período, a empresa abriu 4.568 novos postos de trabalho.

No entanto, outros números presentes no balanço do banco não são tão animadores. O banco arrecadou com tarifas cobradas de seus clientes R$ 13,215 bilhões, um crescimento de 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, mesmo com o aumento no número de funcionários, as despesas de pessoal da empresa ficaram em R$ 9,9 bilhões. Assim, o banco consegue pagar 1,32 vezes sua folha de pagamento apenas com o arrecadado em tarifas bancárias.

"O aumento do número de funcionários é uma boa notícia, mas a enorme arrecadação do banco somente com tarifas cobradas diretamente dos clientes mostra que há muito espaço para mais contratações", afirma Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT e funcionário do BB. "É preciso contratar mais para diminuir a sobrecarga dos bancários e melhorar o atendimento aos clientes. Além disso, a geração de emprego e renda é fundamental para que o Brasil possa enfrentar os efeitos da crise internacional", sustenta.

Crédito

Os clientes também são atingidos pelo spread bancário (diferença entre o custo do banco ao captar dinheiro e os juros cobrados nos empréstimos). Enquanto o spread global está em 5,8%, a taxa nas operações de crédito (que exclui operações subsidiadas pelo governo) é bem maior: 8,5%. No caso das pessoas físicas, o spread fica em 14,6%.

Os dados referentes ao crescimento da carteira de crédito do banco mostram que o crédito à pessoa física segue no foco da instituição. As modalidades CDC Consignação e CDC Salário cresceram respectivamente 16,2% e 19,9%, alcançando R$ 65 bilhões. Enquanto isso, o crédito para o Agronegócio, setor em que o banco tem tradicionalmente forte presença, cresceu a taxas menores: 14,1 para pessoa jurídica e 11,4% para pessoas físicas.

"Essas variações mostram que o banco cada vez mais aposta no crédito para o consumo e não para a produção", afirma Marcel. Essa visão é corroborada pelas estimativas de crescimento para o próximo período divulgadas pelo banco. A empresa esperar aumentar em 21% as operações de crédito para pessoa física, enquanto os empréstimos para o agronegócio devem crescer 12%. "Com isso, a empresa deixa de financiar atividades que geram empregos e desenvolvimento par ao país, se afastando de seu papel de banco público", completa.



Fonte: Contraf-CUT