quarta-feira, 21 de junho de 2017

Demissões em massa e jornada de trabalho são pauta de grupos de trabalho do Itaú

Banco envia carta aos trabalhadores com interesse em discutir tópicos da Reforma Trabalhista

Jaílton Garcia
Jaílton Garcia
Funcionários do Banco Itaú se reuniram, na quarta-feira (7), no Hotel Braston, em São Paulo, para debater os assuntos que envolvem a classe trabalhadora diante da conjuntura política e econômica atual. Os trabalhadores se dividiram em três grupos para definir estratégias sobre emprego, saúde e condição de trabalho e impactos das novas tecnologias.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, iniciou o debate ao reafirmar a importância da luta pelo emprego. “Temos um desafio, nossa COE (Comissão de Organização dos Empregados) vai começar a fazer o debate do centro de realocação e qualificação. É uma tentativa para evitar que o banco continue fazendo o que ele faz hoje. Quando um setor evolui tecnologicamente e as pessoas não tem conhecimento, o banco demite os trabalhadores para contratar novos. Estamos tentando a recolocação ou qualificação das pessoas para que possam permanecer no emprego. Nossa luta é por emprego.”
O grupo de trabalho aproveitou a carta enviada pelo Banco Itaú a todos os trabalhadores, no dia 19 de abril, para apresentar novas propostas a serem utilizadas nas próximas negociações. Na carta, o banco manifesta interesse na discussão sobre jornada de trabalho, bem como finais de semana, escalas de folga, intervalo de descanso e refeição, intervalo mulher e jornada flexível.
Para Adriana Nalesso, presidente do Sindicato dos Bancários do RJ e uma das coordenadoras da mesa, há uma pressão do banco para colocar em pauta as mudanças da Reforma Trabalhista. “O Itaú apresentou a pauta sobre as ações coletivas e destacou que deve ser priorizado o dialogo antes do ajuizamento nas ações em andamento. ”
Na carta ainda, foram citadas questões sobre condições de trabalho como ambiente e readaptação, e o perfil do bancário de acordo com as novas tecnologias. Segundo Jair Alves, coordenador da COE do Itaú, a importância do debate é tirar uma frente de ações. “Temos que pensar numa estratégia para combater as demissões que estão acontecendo no banco ao mesmo tempo em que se discute também a Reforma Trabalhista”, afirmou.
Com os avanços tecnológicos, muitas agências se tornaram digitais e isso dificulta o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho. “Queremos discutir a jornada de trabalho dos profissionais das agencias digitais e as condições de trabalho. Recebemos sempre vários relatos desses setores de que há excesso de jornada e adoecimento dos trabalhadores”, revelou Jair Alves.
O grupo de trabalho de Saúde do Itaú foi criado há 9 meses e discutiu pontos importantes que interferem na vida do trabalhador como: retorno ao trabalho e abertura de CAT “Já tivemos muitos avanços nos assuntos em nossas negociações com o banco e agora vamos focar na discussão da clausula 57”, explicou Jair Alves.

Fonte: Contraf

Encontro de bancos privados contribui com organização da luta dos bancários

Trabalhadores refletiram sobre questões nacionais que atingem toda a classe até as específicas de cada banco e se preparam para a resistência   



Jailton Garcia / Contraf-CUT
Os bancários do Itaú, do Santander, do Bradesco, do Mercantil e do CCB Brasil (antigo BIC Banco) concluíram no início da tarde da quinta-feira (8) seus encontros nacionais. “O Encontro Nacional dos Funcionários de Bancos Privados foi repleto de debates em um nível muito elevado. Reunimos grandes lideranças para refletir sobre o nosso futuro enquanto classe trabalhadora brasileira e também sobre questões específicas de cada banco. As contribuições do Dieese e da academia ajudaram na percepção de que a conjuntura é muito difícil. Mas temos um grande trunfo: a nossa histórica unidade, a nossa famosa mobilização e a grande capacidade de luta da categoria”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ressaltando a importância do encontro para a organização dos trabalhadores de cada um dos bancos.
O Encontro Nacional de Funcionários dos Bancos Privados começou na noite de terça-feira (6) com os bancários de todos os bancos. Na manhã do dia seguinte, novamente todos juntos, ouviram as apresentações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os impactos que a reforma trabalhista poderá causar à classe trabalhadora e, especificamente, à categoria. O Dieese, juntamente com a Faculdade 28 de Agosto, também apresentou dados sobre o uso da tecnologia pelos bancos e as consequências desta prática sobre o emprego e as relações de trabalho. Em seguida, os coordenadores do Comando Nacional dos Bancários destacaram as estratégias da Campanha Nacional dos Bancários deste ano.
“A categoria precisa estar preparada para a resistência e, acima de tudo, para avançar nas conquistas. Por isso a Contraf-CUT entendeu, junto com o Comando Nacional dos Bancários, manter a organização dos bancos privados”, disse Carlos de Souza, secretário Geral da Contraf-CUT. “Além do mais, a ideia principal é que o sujeito estratégico do movimento sindical e das lutas sejam os bancários que vieram representar as bases”, completou o secretário Geral da Contraf-CUT.
O secretário de Organização da Contraf-CUT, Carlindo Dias (Abelha), também destacou a importância dos encontros para a organização da categoria em uma conjuntura adversa, como a que estamos vivendo. “Estamos vivendo um momento muito difícil, com reformas muito prejudiciais aos trabalhadores em tramitação no Congresso Nacional. Além disso, a tecnologia já está afetando diretamente nosso trabalho. Esses encontros são muito importantes para podermos preparar nossa pauta de reivindicações, vermos quais os problemas nos afetam e como conseguimos mobilizar a categoria para que possamos fazer uma negociação de igual para igual com o banco, com o apoio de todos os funcionários”, ressaltou.
Para o presidente da Contraf-CUT, ficou claro que não os bancários não querem reformas que mutilem seus direitos e as relações de trabalho e vão lutar para impedir os ataques do governo Temer e do empresariado. “Queremos ‘reformas do bem’, como as reformas agrária, tributária, política, a democratização da mídia, a regulamentação do sistema financeiro, e tantas outras reformas populares que o povo trabalhador brasileiro precisa. Isso poderá ser conquistado se os bancários se unirem, igual a 1985 quando a maior greve da nossa história ajudou a encerrar a ditadura civil militar. E juntos com os trabalhadores de todas as outras categorias construirmos a Greve Geral”, concluiu o presidente da Contraf-CUT.
Homenagem
Os bancários de todos os bancos homenagearam Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião, falecido no dia 31 de março, vítima de infarto fulminante.
Tião era vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP). Antes havia sido presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara por dois mandatos (1987-1990 e 1993-1996) e da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) por três gestões (2001-2009). Tião assumiu a presidência da CUT-SP em janeiro de 2009 e conduziu o processo de transição até a realização do 12º CECUT, quando foi eleito secretário Geral da CUT/SP para a gestão 2009/2012. No 13º CECUT, foi reeleito ao mesmo cargo e, no 14º CECUT, foi eleito à vice-presidência da CUT-SP para a gestão 2015-2019.
Fonte: Contraf-CUT

Reajuste dos financiários em 2017 será de 4,38%

20/06/2017

 

PLR seguirá mesmo índice e será paga até 30 de setembro



4,38%. Esse será o índice do reajuste salarial dos financiários este ano. O índice é composto pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de junho de 2016 a maio de 2017, que foi de 3,35%, acrescido de 1% de aumento real, totalizando o acumuldo de 4,38%. A PLR será reajustado pelo mesmo índice. O reajuste foi conquistado na Campanha de 2016, garantido por acordo de dois anos, cujo objetivo era assegurar aumento real em um cenário de instabilidade política e econômica.

PLR até 30 de setembro

O pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) ocorrerá até o dia 30 de setembro. A Cláusula IV da Convenção Coletiva de Trabalho Aditiva 2016/2018, que trata das financeiras que possuem programas próprios de PLR e pagam a antecipação desses programas juntamente com o adiantamento estabelecido na CCT Aditiva PLR precisou ser retificada. A mudança teve de ser feita para adequar a data de 30 de junho para 30 de setembro, pois o pagamento está condicionado à divulgação do seu balanço semestral.

O texto corrigido passa a ter a seguinte redação: “Parágrafo Único: Até o dia 30/09/2017, as empresas representadas pelo SINDICATO DE EMPREGADORES efetuarão um pagamento de R$ 1.490,57 (hum mil, quatrocentos e noventa reais e cinquenta e sete centavos), reajustado em 01/06/2017 pelo INPC/IBGE acumulado de junho de 2016 a maio de 2017, acrescido de aumento real de 1% (um por cento), referente ao adiantamento do valor fixo constante no caput desta cláusula”.

As demais cláusulas permanecem inalteradas.

Com informações da Contraf-CUT