quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Banco do Brasil demite e declara fechamento de agência

Demissões acontecem na agência Cidade do Leste, no Paraguai. Ação evidencia o descompromisso do governo Temer com o banco estatal

17/10/2016
Fachada do Banco do Brasil no Paraguai
Fachada do Banco do Brasil no Paraguai
Nesta segunda-feira (17), a agência do Banco do Brasil do Paraguai Cidade do Leste demitiu sete funcionários e declarou o seu fechamento. Ação evidencia o descompromisso do governo Temer com o banco estatal, com uma possível retirada do mercado paraguaio, anunciando o enceramento da sucursal da Cidade de Leste, por motivos de reestruturação, segundo os representantes da agência.
A Contra-CUT já fez contato com o Banco do Brasil e seus representantes para agendar uma reunião para saber os motivos desta decisão e se posicionar com relação a este fechamento do banco no país vizinho.
Segundo Carlos de Souza, secretário-geral da Contraf-CUT, ficou claro o descompromisso do governo Temer com o Banco do Brasil e com a sociedade, quando uma das primeiras medidas dele é a de fechar uma das duas únicas agências que existem no Paraguai. “Esta decisão é totalmente desmotivada economicamente, tendo em vista o alto número de empresas e brasileiros operando naquele país. Ao invés de crescer irá reduzir”, ressaltou. 
Para o dirigente, Carlos de Souza, que também é coordenador da Rede Internacional do Banco do Brasil, é preciso deixar claro que o ataque a uma agência do BB, independente do país, é um ataque a todos os bancários da instituição financeira. “Toda a nossa solidariedade aos companheiros paraguaios. A Rede Internacional do BB já estuda o enfrentamento e várias medidas de resistência a este ataque. Não podemos aceitar que famílias sejam prejudicadas, porque um governo golpista pretende destruir o nosso banco no Brasil e por isso usa o Paraguai como um tubo de ensaio”, destacou Carlos.
De acordo com o Secretário-Geral do Sindicato dos Empregados do Banco do Brasil do Paraguai, José Tomás Rodríguez, os funcionários instituição financeira recusam a intenção do BB de fechar a agência Cidade do Leste, pela segunda vez em dez anos. “O Sindicato dos Bancários do Paraguai realizará assembleia no próximo sábado (22), que irá decidir se haverá greve contra as demissões sem justa causa e contra a decisão do BB de fechar a agência Cidade do Leste. Também vão debater sobre processo de negociação do contrato coletivo que não teve avanços em 10 meses”.
Para Wagner Nascimento, Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o Banco do Brasil parece desconsiderar as pessoas na sua prática de negócios. Há anos tentamos sem sucesso reunir com a área internacional para tratar das questões envolvendo funcionários em outros países, já que a sede do banco é aqui. Outros bancos fazem esse tipo de reunião nas suas sedes. Esperamos que desta vez tenhamos uma explicação do BB sobre essas demissões no exterior e dê soluções na garantia de direitos dos funcionários. Aguardaremos a resposta do BB sobre uma reunião para tratar do assunto.
Política neoliberal de retrocesso
Vale lembrar que no governo neoliberal o Banco do Brasil sofreu com políticas de PDV, em meio a processos coercitivos de adesão de Planos de Adesão Voluntárias e que durante este período, na década de 90, houve o maior índice de suicídio dos funcionários do BB. “Com isso, chegamos ao final do governo neoliberal com o número de 67 mil funcionários, que indicava de forma visível a intenção do governo de privatizar o Banco do Brasil naquele momento. Faltou tempo para isso”, analisou Carlos.
De acordo com ele, durante o governo passado, nós tivemos um fôlego com a política de enfrentamento e de disputa. “Nós fomos recompondo a força dos bancos, em particular a do Banco do Brasil. Fomos emponderando os bancos estatais ao ponto de os bancos assumirem o seu papel principal, que é o papel de regulador do Sistema Financeiro. No segundo mandato de Lula e no primeiro mandato de Dilma, os bancos públicos baixaram suas taxas de juros, quando a crise estava no alto, e ao invés de retrair a economia, houve uma política de expansão de consumo. Após o golpe, imediatamente observamos uma intenção de achatar o serviço público, a exemplo da aprovação da PEC 241, e peculiarmente sobre as últimas declarações do presidente Temer, que existem centenas de cargos desnecessários e, fora isso, uma série de especulações na grande mídia de PDV’s e de intensão de achatamento novamente do banco", concluiu Carlos.
Fonte: Contraf-CUT

Negociação do Aditivo do Santander será dia 20/10

Encerrada greve dos bancários, trabalhadores do banco espanhol cobram avanços nas demandas específicas; pauta foi entregue em 12 de maio

São Paulo – Após cobrança da COE Santander (Comissão de Organização dos Empregados), foi marcada para quinta-feira 20, às 14h30m, nova negociação sobre o Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho. A carta foi enviada ao banco espanhol na sexta-feira 7, um dia após encerrada a greve dos bancários de bancos privados. A pauta de reivindicações está com o Santander desde 12 de maio.

> Santander: bancário merece valorização no Aditivo

“Esperamos que o Santander reveja sua postura das últimas mesas de negociação, quando não avançou em nenhuma das nossas reivindicações, desrespeitando bancários que se deslocaram de todo o país”, afirma a diretora executiva do Sindicato e coordenadora da COE, Maria Rosani. “Esperamos uma proposta concreta, que de fato valorize os bancários brasileiros, responsáveis por 19% do lucro mundial do banco”, acrescenta.

Na proposta mais recente para renovação do Acordo Aditivo, o Santander não aceitou incluir nenhuma cláusula nova e os reajustes apresentados não repõem a inflação nas bolsas de estudo, por exemplo. Sobre o PPRS (Programa Próprio de Remuneração Santander), o banco quer vincular a proposta ao índice de reajuste da categoria.

“Além das cláusulas econômicas, nossa pauta traz questões urgentes como a revisão da política de metas, empréstimo de férias parcelado, mudanças nas regras do convênio médico, bolsas de estudo. Também reivindicamos direitos similares aos funcionários da Espanha, que dificilmente são demitidos. É possível negociar saídas de trabalhadores sem demiti-los, como acontece em outros países onde o Santander opera. É necessária ainda a contratação de mais bancários”, esclarece Rosani.

Mesmo com lucro de R$ 3,466 bilhões nos primeiros seis meses do ano, crescimento de 4,8% em 12 meses e de 8,8% do primeiro para o segundo trimestre, o Santander fechou 1.368 postos de trabalho em 12 meses. Destes, 1.265 empregos foram extintos apenas entre abril e junho.

Prorrogação – Como o Acordo Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho do Santander venceu em 31 de agosto, em meio às negociações da greve da categoria bancária, a COE Santander enviou correspondência ao banco espanhol solicitando a prorrogação do acordo até a assinatura da sua renovação.
Fonte: Seeb SP

Itaú não pode questionar atestados médicos

Apesar de o banco negar a prática, funcionários denunciam redução dos dias de afastamento em “avaliação clínica complementar”; bancários devem denunciar irregularidade ao Sindicato

São Paulo – Desde agosto, o Itaú alterou regras para entrega de atestados médicos. De acordo com as novas normas, no caso de afastamento igual ou superior a 5 dias, o funcionário deve passar por “avaliação clínica complementar”, realizada em um dos polos administrativos do banco, no prazo de três dias após a emissão do atestado. Interrogado pelo Sindicato sobre a possibilidade de questionamento do atestado, o Itaú alegou que a avaliação complementar tem apenas o objetivo de sanar falhas no encaminhamento dos documentos e facilitar o controle de enfermidades. Porém, ao contrário do alegado, o Sindicato tem recebido denúncias de que atestados estão sendo revalidados pelo médico do banco, diminuindo dias de afastamento.

“É um absurdo. O Itaú não pode questionar a idoneidade moral do trabalhador e do próprio médico que o atendeu inicialmente. Nas denúncias que chegaram ao Sindicato, bancários reclamaram inclusive de terem sido intimidados e humilhados por médicos do banco na avaliação clínica complementar”, critica a dirigente sindical e funcionária do Itaú, Valeska Pincovai.

“Apesar de o Itaú negar a prática, reforçamos nossa orientação aos bancários de que nenhum atestado pode ser questionado. No caso de afastamento superior a 15 dias, o médico do trabalho deve encaminhar o trabalhador para perícia do INSS e, ao fazer este agendamento, o profissional do banco não pode alterar qualquer informação contida no laudo. E para afastamento de até quatro dias, caso o funcionário não tenha condições de entregar o atestado ao gestor em até três dias da emissão, pode enviá-lo por meio eletrônico ou através de outra pessoa”, orienta a dirigente.

Na avaliação do Sindicato, ao contrário do que diz o Itaú, a avaliação clínica complementar tem o objetivo de controlar os trabalhadores que adoecem. “Os bancários que adoecem são vítimas de discriminação, assédio moral e são os primeiros a serem demitidos por performance. Como pode alguém com problemas de saúde ter a mesma meta de uma pessoa que está em plenas condições físicas e psicológicas?”, questiona Valeska.

Denuncie – O Sindicato continua cobrando do banco a revogação da avaliação clínica complementar. Para atuar de forma mais efetiva junto ao Itaú, os bancários que tiverem atestados questionados devem denunciar de imediato ao Sindicato por meio dos dirigentes. O sigilo é garantido.
Fonte Seeb SP