quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Itaú Unibanco fecha 9 mil vagas, aponta reportagem do Estadão

08/08/2012

O Itaú Unibanco, o maior banco privado do País, fechou 9 mil postos de trabalho em um ano - mais de 40% apenas no segundo trimestre. A redução do número de vagas acompanha uma tendência do setor, mas é mais expressiva que nos concorrentes. O assunto preocupa o sindicato dos bancários e se tornou tema da campanha salarial da categoria, que começou ontem.

De acordo com dados obtidos no balanço do banco, o Itaú Unibanco empregava 92.517 pessoas no País em junho deste ano, 9.014 menos que em junho de 2011. Boa parte dessa redução ocorreu recentemente, com um corte de 3.777 vagas entre março e junho. De janeiro a junho, o saldo é negativo em 5.741 postos.

Bradesco e Santander também reduziram o número de trabalhadores no segundo trimestre, mas em volume menos significativo. Foram fechadas 571 vagas no Bradesco e 135 no Santander de março a junho. No acumulado do ano, o saldo é negativo em 153 postos no Bradesco e positivo em 316 no Santander.

Entre junho de 2011 e junho deste ano, Bradesco e Santander registraram aumento no número de funcionários - 6.214 e 1.557 novas vagas, respectivamente. No Bradesco, com a perda do Banco Postal para o Banco do Brasil, houve abertura de novas agências e contratações.

Procurado pelo Estado, o Itaú Unibanco informou por meio de nota que os recentes desligamentos estão ligados à venda da processadora de cartões Orbitall - cerca de 40% do total - e que na fusão remanejou 2 mil funcionários. "A prioridade do Itaú Unibanco é a busca constante de eficiência, não demitindo e, sim, realocando profissionais."

Para os representantes dos trabalhadores, os cortes ainda são um reflexo da fusão. Em 2008, os dois bancos empregavam 108.458 pessoas - 77.354 no Itaú e 37.104 no Unibanco. Em relação ao total de colaboradores hoje, foram fechados 15.941 postos.

Os sindicalistas também atribuem os cortes de vagas ao crescimento dos correspondentes bancários - casas lotéricas, lojas de roupas, farmácias e outros varejistas que realizam operações como abertura de conta-corrente, serviço de cobrança e crédito.

Segundo o Banco Central, entre maio de 2011 e julho deste ano, os correspondentes bancários saíram de 160 mil para 332 mil. Os três maiores bancos privados registraram crescimento dos correspondentes, mas em magnitudes diferentes: a alta foi de 5,0% no Santander, 64% no Bradesco e 256% no Itaú Unibanco.

"O emprego bancário está sendo deslocado", afirma Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. Para Bárbara Vallejos, técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), os bancos estão atendendo os novos clientes da classe C por meio do correspondente bancário, enquanto mantêm nas agências as contas maiores.

Reversão
O emprego no setor bancário, que vinha crescendo com vigor, sofreu uma reversão, acompanhando o desaquecimento da economia. No primeiro semestre, foram abertos 2.350 novos postos, abaixo dos 11.978 do mesmo período de 2011, revela pesquisa do Dieese e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), com base em dados do Ministério do Trabalho.

O resultado só foi positivo por conta da Caixa Econômica Federal, que aumentou em 3.492 o número de vagas. Nos bancos múltiplos com carteira comercial, que inclui Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, o saldo foi negativo em 1.209 postos de trabalho.

"Os bancos privados se esconderam atrás dos bancos públicos, que estão contratando", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf. Para o sindicalista, os bancos querem ampliar sua eficiência reduzindo o número de trabalhadores, porque perderam rentabilidade com a queda da taxa de juros promovida pelo governo federal.

Em nota enviada à reportagem, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que o quadro total de funcionários do setor continua crescendo. Em junho de 2012, eram 509 mil pessoas, uma alta de 0,4% em relação aos 506.723 de dezembro de 2011. No ano passado, foram criados mais de 20 mil empregos, um aumento de 4,9% comparado com 2010. "O sistema bancário apresenta a menor rotatividade dentre todos os setores da economia", diz a nota.

Fonte: O Estado de S.Paulo  

Primeira negociação específica com a Caixa discute saúde nesta sexta

  



O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, se reúne nesta sexta-feira, dia 10, às 14h, em Brasília, com a Caixa Econômica Federal para a primeira rodada de negociações específicas da Campanha Nacional 2012, que ocorre de forma concomitante com as rodadas da mesa unificada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). 

Os itens da pauta da primeira rodada são saúde do trabalhador e Saúde Caixa. Provavelmente, o encontro entre os representantes dos bancários e da empresa será realizado no Hotel San Marco. 

O calendário prevê ainda outra negociação específica: dia 17. Outras rodadas serão definidas de acordo com o andamento da negociação com a Fenaban. 

Jair Pedro Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora as negociações com a Caixa, convoca os trabalhadores da Caixa de todo o país a se mobilizarem, com vistas a construir uma campanha salarial vitoriosa em 2012.


Fonte: Contraf-CUT com Fenae Net

Lei Maria da Penha completa seis anos com avanços contra violência

  
Nesta terça-feira (7), a Lei Federal n°11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, completa seis anos. Ela foi criada para ser instrumento para mulheres denunciarem a violência no ambiente doméstico e tornar mais rigorosas as punições contra os agressores.

Algumas mudanças no entendimento da Lei também trouxeram avanços na luta contra a violência da mulher no decorrer dos anos. Em fevereiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu que a violência doméstica também inclui violências psicológicas, morais e patrimoniais.

O STF também decidiu que o Ministério Público pode apresentar denúncias contra agressores da mulher independentemente do consentimento da vítima. Por dez votos a um, os ministros firmaram o entendimento de que os suspeitos de cometer lesões corporais leves serão processados com base na Lei Maria da Penha em ações penais públicas.

O novo entendimento jurídico estabelece que a abertura de ação não depende da representação da vítima e, ainda, que os processos de agressões contra a mulher não podem ser julgados por juizados especiais. Antes dessa decisão, bastava a vítima retirar a queixa para que o processo fosse arquivado.

Outro destaque é que, a partir deste dia 7 de agosto, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) passará a cobrar dos agressores o ressarcimento de despesas com benefícios pagos às vítimas de violência doméstica, chamada de ação regressiva. A mudança prevê que os agressores podem ser cobrados e até mesmo ter os bens sequestrados para cobrir os gastos do INSS com os benefícios.

A nova regra inclui os gastos com aposentadorias de mulheres por invalidez, pensão por morte e auxílio-doença quando for comprovado que foram vítimas de agressão.

Denúncias no DF

O número de denúncias de violência contra a mulher aumentou entre 2007 e 2012 no Distrito Federal. Em 2007, primeiro ano de vigência da Lei Maria da Penha, foram registrados 879 casos. Já em 2011, foram registradas 1.815 denúncias. Neste ano, a Delegacia de Atendimento a Mulher recebeu 2.178 até o momento.

A Secretaria de Segurança Pública do DF divulgou que 34 mulheres foram vítimas de homicídio de janeiro a junho de 2012. O número já é maior do que no mesmo período de 2011, em que foram registrados 24 homicídios.

Campanha contra violência doméstica

O governo federal e o sistema da justiça lançam a campanha "Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha - A lei é mais forte" nesta terça-feira (7). O objetivo é dar celeridade aos julgamentos dos casos e mobilizar a sociedade brasileira para o enfrentamento da violência contra as mulheres.

A segunda fase da campanha está programada para ocorrer em 24 de agosto, com o início dos seminários regionais, ações de comunicação destinadas a operadoras e operadores de direito e justiça, além do lançamento do Portal Compromisso e Atitude.


Fonte: Seeb Brasília com Correio Braziliense

BB descumpre compromisso e atrasa em 5 meses acerto de interstício no VCPI

  
A Campanha Nacional 2012 começou mal em relação ao respeito aos direitos dos bancários por parte do Banco do Brasil. Após a incorporação da Nossa Caixa, os bancários oriundos do ex-banco paulista fizeram adesão ao plano de carreira administrativa do BB desde 1º de dezembro de 2009.

Com a adesão, os bancários passaram a ter seus salários e remuneração regrados pelo plano de carreira da empresa: o PCR com uma tabela de antiguidade de 12 níveis e uma tabela de mérito com 25 níveis.

Assim como qualquer bancário que tomou posse no BB muda de nível na tabela de antiguidades e passa ao nível seguinte (dois anos no primeiro nível e três anos nos seguintes), aumentando em 3% seu salário base, a remuneração básica trazido por cada bancário da ex-Nossa Caixa tem direito ao mesmo interstício nas mudanças de nível.

Todos os bancários aderentes ao PCR do banco desde dezembro de 2009 mudaram de nível a partir de 2 de março deste ano e passaram a ter direito a 3% sobre seus salários anteriores reunidos na Verba de Caráter Pessoal Incorporados (VCPI).

Banco já deve cinco meses de acerto

Todos os bancários que tiverem acertos maiores que seus pisos de função, ou que não detenham função comissionada, têm direito a receber a diferença desde o dia que completou a mudança de nível no Plano de Carreira administrativa do banco.

O BB ficou de pagar os acertos desde abril e pediu paciência aos trabalhadores e às entidades sindicais para mudar o sistema de folha de pagamento. Na última promessa de pagamento dos valores devidos seria para 20 de agosto, com assinatura do aditivo nesta semana que se encerra na sexta-feira 10. "Novamente o BB descumpriu seus deveres para com os direitos dos bancários", critica William Mendes, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

BB é reincidente em desrespeitar compromissos 

"A empresa está há três anos desrespeitando os bancários dos bancos incorporados e as entidades sindicais, pois não cumpre com aquilo que fala, pactua e contrata", acrescenta William.

Para o dirigente sindical, o principal problema de discriminação a todos os bancários oriundos de bancos incorporados é o bloqueio ao direito legítimo de adesão à Cassi e à Previ a todos eles, preservando os direitos que cada um tenha.

Mobilização

"Só a mobilização forte e unitária fará o banco respeitar a mesa de negociação, os direitos contratados e os bancários da empresa independente de origem e tempo de banco", conclui William.


Fonte: Contraf-CUT

Banqueiros dizem que bancários não estão preocupados com emprego

07/08/2012

Na primeira rodada de negociação da Campanha 2012, realizada nesta terça-feira 7 em São Paulo, o Comando Nacional dos Bancários discutiu com a Fenaban as reivindicações da categoria sobre emprego, como a contratação de mais funcionários, respeito à jornada de 6 horas, fim da rotatividade e da terceirização, e inclusão bancária sem correspondentes bancários. Os representantes dos bancos rejeitaram todas as reivindicações. Admitiram que setores do sistema "estão fazendo ajustes", mas disseram que os bancários não estão preocupados com o emprego e que a redução da média salarial via rotatividade é uma coisa normal.
A rodada de negociação continua nesta quarta-feira 8, às 9h, com a discussão das reivindicações sobre saúde e condições de trabalho.

O presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, abriu as negociações apresentando os dados da 14ª Pesquisa do Emprego Bancário divulgada na segunda-feira 6 pela Confederação e pelo Dieese, segundo a qual os bancos geraram apenas 2.350 novos empregos no primeiro semestre de 2012, o que representa um recuo de 80,40% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criadas 11.978 vagas. Sem a Caixa, que abriu 3.492 postos de trabalho, o saldo seria negativo em 1.209 empregos. A pesquisa reafirma também que os bancos usam a rotatividade para reduzir a massa salarial e que discriminam as mulheres, que entram e saem das empresas ganhando menos que os homens. 
"A rotatividade é como a jabuticaba, é um fenômeno que só existe no Brasil. E é mais grave no sistema financeiro. Enquanto na economia como um todo a diferença da média salarial de quem entra e quem sai é de 7%, nos bancos a diferença é de 35,40%. Isso explica por que o salário médio dos bancários cresceu apenas 3,4% entre 2004 e 2011, quando o aumento real foi de 13,92% e o piso subiu 31,67%", afirmou Carlos Cordeiro. "Por isso, queremos garantia de emprego e a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas."
Os representantes da Fenaban admitiram que alguns bancos "estão fazendo ajustes", mas negaram que haja rotatividade e fechamento de postos de trabalho. E disseram que o tema do emprego não faz parte do universo de preocupação dos bancários.

Eles chegaram a refutar o dado do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, elaborado a partir de informações passadas pelas próprias empresas, de que os empregos gerados pelo sistema financeiro no primeiro semestre representam apenas 0,22% dos 1.047.914 de empregos gerados em todos os setores da economia. Segundo os negociadores da Fenaban, a maioria dessas novas vagas é apenas a formalização de empregos sem carteira.
Terceirização e correspondentes bancários
"Queremos que os bancários tenham um emprego de qualidade e sem adoecimento. Houve redução de postos, mas o volume de serviços não diminuiu, sobrecarregando o trabalho. O bancário adoece e a sociedade sofre as consequências", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, para quem os bancos que mais desligaram foram exatamente os que aumentaram os correspondentes bancários.

"Os bancos estão trocando bancários por correspondentes. Há bancos que se recusam a prestar atendimento, empurrando clientes para os correspondentes. Outros colocam o correspondente dentro das agências", acusou a dirigente sindical.

"Há dois mil municípios sem agência. Defendemos a transformação do corresponde bancário em agência ou posto de atendimento, que é um modelo que já foi seguido pelo Bradesco quando perdeu o contrato do Banco Postal, no ano passado", acrescentou o presidente da Contraf-CUT.

A Fenaban defendeu a terceirização e disse que os correspondentes bancários estão atuando dentro do que permite a legislação.

O Comando Nacional também propôs na mesa de negociação a isenção de tarifas e juros menores para os bancários, que arcam muitas vezes com as taxas maiores de crédito consignado que os clientes. Muitos funcionários estão pagando até 13% ao mês no cartão de crédito. A Fenaban respondeu que isso faz parte da política interna de cada banco, que não há um padrão e, portanto, não deve fazer parte da negociação coletiva.

Os dirigentes sindicais reivindicaram ainda o abono-assiduidade, que é o direito a cinco folgas abonadas por ano como forma de compensar os dias trabalhados sem remuneração (o ano tem 365 dias, mas os trabalhadores só recebem por 360 dias). Embora vários bancos já concedam esse abono, a Fenaban se recusou a discutir a questão.

Cumprimento da jornada de 6 horas
O Comando Nacional defendeu a reivindicação dos bancários aprovada na 14ª Conferência Nacional de que os bancos devem respeitar a jornada de seis horas, instituída na década de 1930, quando havia muito adoecimento de bancários.

"A produtividade do setor cresceu muito, assim como a intensidade do trabalho. Antes havia um fôlego entre uma atividade e outra. Hoje não tem nenhum respiro. O bancário trabalha intensamente, seja na agência, seja no departamento", enfatizou o secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, William Mendes.

"Outra coisa que deve ser discutida é a extrapolação da jornada, que é muito corriqueira. Em alguns segmentos, é muito forte. Quanto mais tempo no trabalho, menos tempo para a família. Isso gera desdobramentos. Hoje, a maioria não tem jornada de seis horas. Passou para uma função de chefia, passou para oito horas, mesmo que seja chefe de si mesmo", criticou Juvandia.

A Fenaban se recusou a discutir o cumprimento da jornada de seis horas para todos os bancários.

Melhoria do atendimento
O Comando Nacional defendeu ainda o controle do tempo de espera nas filas e a ampliação do horário de atendimento, das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho, o que é importante para atender melhor os clientes e gerar empregos.

A Fenaban se recusou a incluir o horário de atendimento na convenção coletiva, assim como o controle das filas, por considerar que esse não é assunto trabalhista. Os representantes dos bancos disseram que o tempo de espera de 15 minutos pode aumentar a pressão sobre o bancário e que, portanto, o tempo de 30 minutos seria melhor. Pode?

"Os trabalhadores prezam um bom atendimento aos clientes. Não podemos trabalhar com horário prolongado ", retrucou Carlos Cordeiro. "A pressão que tem levado funcionários a tomar remédios de uso controlado, assim como o tempo de espera de 15 minutos, devem ser resolvidos com mais contratações para melhorar as condições de trabalho."

Fonte: Contraf-CUT