terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

PDVE da Caixa é mais um ataque ao banco público

Dirigentes alertam que redução do número de empregados vai piorar condições de trabalho; empregados devem fazer as contas, refletir antes de aderir ao plano e denunciar qualquer forma de pressão
Redação, Spbancários
7/2/2017


São Paulo – A gestão de Gilberto Occhi aos poucos está minando a estrutura da Caixa. Desta vez a ofensiva vem por meio de um Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) que almeja diminuir cerca de 10 mil postos de trabalho no banco público.

O programa foi anunciado por meio da imprensa comercial na noite de segunda-feira 6 e consta em comunicado enviado aos empregados. Segundo a Caixa, o período de adesão começou na terça 7 e vai até 20 de fevereiro. Podem ingressar: empregados aposentados pelo INSS ou que podem se aposentar até 30 de junho deste ano e trabalhadores com no mínimo 15 anos de vínculo. Empregados que possuem adicional de incorporação de função de confiança e para quem está em cargo em comissão ou função gratificada até a data de desligamento não há exigência de tempo mínimo de banco.

Como indenização o banco oferece 10 remunerações base do empregado, considerando data de referência 31 de janeiro deste ano, com isenção da cobrança de imposto de renda.

Faça as contas – Para aderir ao PDVE, o empregado tem de pedir demissão da Caixa. Com isso, o banco não pagará a multa de 40% referente ao Fundo de Garantia e também não vai arcar com o aviso prévio.

No caso do aviso prévio, os trabalhadores têm de ter atenção ainda maior. Segundo a cláusula 51 da Convenção Coletiva de Trabalho, o bancário demitido com até cinco anos de vínculo com a mesma instituição financeira tem direito a 60 dias de remuneração; cinco anos e um dia até dez anos, 75 dias de remuneração; dez anos e um dia até 20 anos, 90 dias de remuneração; a partir de 20 anos, 120 dias.

Outra questão é o Saúde Caixa. Ele fica mantido permanentemente para os trabalhadores já aposentados pela Previdência Social ou que vão se aposentar até 30 de junho, e empregados admitidos já na condição de aposentados pelo INSS com o mínimo de 120 meses de contribuição para o Saúde Caixa. No entanto, nos demais casos a assistência à saúde permanece somente por 24 meses.

“Os bancários têm de analisar friamente para tomar a melhor decisão e devem denunciar caso sejam pressionados em seu local de trabalho. O momento que o país atravessa, com elevado desemprego, dificulta uma nova colocação”, adverte o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados, Dionísio Reis.

Denúncias de pressão devem ser encaminhadas por meio do Assuma o Controle. O sigilo do bancário é absoluto.

Desmonte – O dirigente sindical destaca ainda que o anúncio do plano de desligamento trouxe grande apreensão, principalmente nas agências.

“Esse novo enxugamento de pessoal irá ocorrer no momento em que serão pagos os recursos de contas inativas do Fundo de garantia. As unidades podem ficar desfalcadas de tal forma que poderá causar tumulto e revolta. Essa política de Occhi tende a jogar a população contra a Caixa e seus empregados”, conclui Dioniísio.

Má vontade do Banco do Brasil deixa centenas de caixas desemparados

Banco informa que não vai complementar salários dos caixas executivos por quatro meses como faz para outras funções

01/02/2017
Alexandre Moreira/Brazil Photo Press
Alexandre Moreira/Brazil Photo Press
O Banco do Brasil informou que não vai complementar os salários dos funcionários que exerciam a função de caixas executivos e que foram descomissionados devido a reestruturação anunciada em novembro de 2016.
Além das 402 agências que foram fechadas, 379 foram transformadas em PAA e centenas tiveram o quadro reduzido, provocando perda de cargos em várias funções.
Exceto para os caixas, o banco, a partir de 1/02/2017, pagará uma Verba de Caráter Pessoal (VCP) que mantém por quatro meses o salário do funcionário que teve a função cortada. Os mais prejudicados serão os funcionários que atuam em cidades do interior do país, cuja realocação na função de caixa será mais difícil.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, essa decisão demonstra insensibilidade com os funcionários e suas famílias, além de demonstrar descaso com as agências do interior do país. “Um processo de desmonte de uma empresa começa com a destruição da sua cultura organizacional. E a cultura do banco sempre foi a de ter o caixa como primeiro cargo comissionado. Isto inclusive consta nos sistemas do banco e tem reconhecimento do judiciário para efeito da Súmula 372 do TST. É lamentável que o banco mantenha o salário dos seus altos executivos por até um ano em caso de perda de cargo e não queira pagar nem quatro meses para os caixas”, ressaltou.
Como exemplo da falta de sensibilidade do Banco do Brasil, num dos casos de perda de comissão de caixa, o banco cortou o cargo de uma funcionária com quatro filhos, que mudou para acompanhar tratamento de saúde da mãe e está com o marido desempregado. A administração da agência tinha conhecimento desta situação é ainda assim, cortou o cargo e não vai complementar o salário nem por quatro meses.
Havia a expectativa que pelo menos esta reivindicação fosse atendida até esta data, dentro das propostas de manutenção de salários e cargos reivindicadas em mesa de negociação, por se tratar de isonomia com os outros cargos.
Os sindicatos receberão orientações sobre ações jurídicas para proteger os funcionários e situações como esta, dos caixas, serão relatadas na audiência com o Ministério Público do Trabalho, marcada para o próximo dia 7 de fevereiro, em Brasília.


Fonte: Contraf-CUT

Nova reunião sobre reestruturação e BB Digital aponta milhares de descomissionamentos

Números apresentados pelo banco mostram que não haverá realocação de todos os funcionários que perderam o cargo

06/02/2017
Guina Ferraz / Contraf-CUT
Representantes dos funcionários cobraram implantação de VCP Permanente para todos - Guina Ferraz / Contraf-CUT
Representantes dos funcionários cobraram implantação de VCP Permanente para todos
A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil se reuniu com o banco na última sexta-feira (3), em Brasília, para mais debates sobre o processo de reestruturação e também para mais uma rodada da Mesa Temática de Prevenção de Conflitos, com o tema BB Digital.
Reestruturação
O banco apresentou os números da reestruturação até o momento, envolvendo movimentações laterais e nomeações de ascensão, descensos e descomissionamentos, em cada cargo. Pelos números divulgados pelo banco, ao final do processo de reestruturação, mais de 2500 funcionários perderão seus cargos e terão salários cortados quase que pela metade, juntando aos milhares que já tiveram seus salários reduzidos, por somente conseguirem realocação em cargos inferiores. 
Os representantes dos funcionários cobraram do banco a implantação de VCP Permanente para todos os funcionários, incluindo os caixas. O VCP é uma Vantagem de Caráter Pessoal que complementa o salário em caso de perda do cargo. 
O banco afirmou que ainda não tem resposta quanto ao VCP Permanente e já havia respondido desde o último dia 31/01 que não implantaria VCP para os caixas.
A Comissão de Empresa afirmou que o caixa sempre foi percebido como o primeiro cargo comissionado do banco ao longo de décadas e hoje recebe uma gratificação de função, pontua mérito pelo exercício da função e, ainda assim, o banco insiste em dizer que não implanta VCP pelo caixa não ser comissão é uma quebra de cultura da empresa.
Os representantes dos funcionários denunciaram casos de funcionários que estão trabalhando nas agências que foram extintas em condições precárias e até fazendo serviço de faxina, sem a presença de vigilantes em locais de acesso à rua. Desta forma, os funcionários estão expostos a riscos desnecessários por omissão do banco em contratar vigilantes. O banco ficou de verificar a situação em cada local.
Foi cobrado do BB sobre o início de VCP somente depois do fechamento das unidades, e o banco reafirmou que mantém o compromisso de somente iniciar VCP depois da unidade estar fechada.
Também foi solicitado que houvesse uma grade de cursos obrigatórios para os funcionários de unidades de apoio que sejam realocados em unidades de negócio e que fosse flexibilizada também a exigência de CPA-10.
Os representantes dos funcionários reafirmaram que não concordam com os critérios utilizados, que têm sido em muitos casos privilégios para amigos, acertos de contas, perseguição a delegados e militantes, bem como uma forma de preterir as mulheres grávidas na realocação. 
Outra cobrança feita ao banco é que nos processos seletivos do TAO normal seja considerada a pontuação do cargo anterior. O banco informou que ainda não tem resposta sobre a reivindicação.
Para Wagner Nascimento, Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, os números apresentadados pelo próprio banco mostram que não deu tudo certo no final, conforme fala recorrente da direção do BB.
“A conta não fechou e são milhares que perderam os cargos. O mínimo que o banco poderia fazer é estender a Vantagem de Caráter Pessoal (VCP) até que sejam realocadas todas as pessoas. Na prática, a preocupação com as pessoas vai até na hora de colocar a mão no bolso. Não adianta falar que se preocupa e não querer gastar um real a mais para proteger funcionários e suas famílias na perda de renda,  provocada pelo próprio banco”, ressalta Wagner Nascimento.
BB Digital
Na sequência da reunião sobre reestruturação aconteceu mais uma rodada sobre BB Digital, como parte da Mesa Temática de Resolução de Conflitos, prevista no acordo coletivo 2016/2018. O objetivo é debater sobre as consequências do modelo e seus impactos para os funcionários. 
Para a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a implantação dos escritórios digitais são parte integrante da reestruturação e seus impactos deverão ser amplamente debatidos no sentido de melhorar as condições de trabalho e garantir cargos e remuneração dos funcionários envolvidos neste processo.
Foi denunciado ao banco que em alguns locais os escritórios digitais não têm ambiência e ergonomia necessárias, como também estão apenas atuando como uma grande central de oferta ativa de produtos, como uma grande call center.
O banco informou que não é essa a lógica do modelo, sendo o maior interessado  em não transformar os escritórios em call centers. O banco assumiu o compromisso de reforçar essas premissas em comunicado aos funcionários e administradores.
Os representantes do banco apresentaram os números dos escritórios abertos e os que ainda estão para inaugurar, sendo 14 prontos de um total de 34 escritórios Pessoa Física e 28 MPE - Micro e Pequenas Empresas. O Banco informou que ainda não tem o cronograma dos 256 escritórios digitais anunciados pelo presidente do BB à imprensa, pois ainda estão em estudos técnicos.
Foram denunciados problemas com migração de nomes e CNPJ de Escritórios e a informação que muitos têm dado, de que não precisa seguir regras do TAO - sistema de recrutamento do BB, para os novos prefixos. O banco informou que em todos os prefixos serão seguidas as regras do TAO e confirmou problemas com alguns CNPJ de escritórios, que foram migrados para não afetarem o cronograma de funcionamento.
Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, é necessário acompanhar cada mudança neste momento. “É fundamental ouvir bastante os funcionários que estão migrando para os escritórios de atendimento digital e cada situação, como aumento nos números de clientes por carteira e quais as condições de trabalho para que os serviços sejam executados. E, o mais importante, é ficar de olho e denunciar qualquer irregularidade nos processos seletivos. Em um momento que temos milhares perdendo os cargos, os escritórios não podem ser variantes para acomodação de "escolhidos", sem seleção transparente”, alerta Wagner Nascimento.
Uma nova rodada sobre a reestruturação e BB Digital está marcada para acontecer até o dia 15 de fevereiro.
Fonte: Contraf-CUT

Caixa anuncia novo programa de demissão voluntária e trabalhadores intensificam luta em defesa dos bancos públicos

Comissão Executiva dos Empregados afirma que trabalhadores não devem aceitar pressão e devem intensificar a luta pela defesa dos bancos públicos

06/02/2017
A Caixa anunciou nesta segunda-feira (6) as regras de um novo programa de demissão voluntária. As adesões já começam nesta terça, 7, e prosseguem até 20 de fevereiro. Os empregados que aderirem ao programa deverão efetivar o desligamento da empresa no período de 14 de fevereiro a 8 de março de 2017.
“Esse plano de demissão voluntária reforça a intenção da Caixa de enxugar a empresa e assim prepará-la para a privatização. É um absurdo a redução do número de empregados nas unidades nesse momento em que o governo libera contas inativas e consequentemente leva a população a procurar as agências da Caixa, que já estão com a qualidade do atendimento comprometida por conta do número reduzido de trabalhadores”, destaca o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Dionísio Reis.
Para ele, os empregados não devem aceitar pressão.  Na Circular Interna com as regras do PDVE, a empresa alega que o programa é de caráter extraordinário e se dará apenas em 2017.
Conforme a CI, estão aptos a participar do PDV empregados aposentados pelo INSS ou que podem se aposentar até 30 de junho deste ano; trabalhadores com no mínimo 15 anos de efetivo exercício de trabalho na empresa; ou com adicional de incorporação de função de confiança, cargo em  comissão ou função gratificada até a data de desligamento (sem exigência de tempo mínimo de efetivo exercício na Caixa).
A Caixa está propondo como incentivo financeiro para os desligamentos 10 remunerações base do empregado, considerando data de referência 31 de janeiro deste ano.
O banco propõe a manutenção por tempo indeterminado do Saúde Caixa somente para os trabalhadores já aposentados pela Previdência Social ou que vão se aposentar até 30 de junho, e empregados admitidos já na condição de aposentados pelo INSS com o mínimo de 120 meses de contribuição para o Saúde Caixa. No entanto, para os empregados que atendem as demais exigências o plano será assegurado por apenas 24 meses.
Defesa
O presidente da Fenae, Jair Ferreira, disse que é preciso intensificar a defesa da Caixa 100% pública e sua importância para execução das políticas sociais que o país precisa. “A situação já é de sobrecarga e adoecimento nas unidades de todo o país, o que vai se agravar ainda mais com a diminuição do número de trabalhadores. É inadmissível que a Caixa insista no argumento de que não precisa de mais empregados, como tem feito nos últimos anos, quando cerca de 5 mil colegas deixaram o banco nos PAAs. Vamos lutar para que essas e futuras vagas deixadas sejam repostas”, afirma.
Fonte: Contraf-CUT com informações da Agência Fenae