quarta-feira, 19 de setembro de 2012

No segundo dia, bancários fecham 7.324 agências e greve se fortalece

Subiu para 7.324 o número de agências e centros administrativos de bancos públicos e privados fechados nesta quarta-feira 19, segundo dia da greve nacional dos bancários, segundo balanço realizado pela Contraf-CUT com base nos dados enviados até as 17h45 pelos 137 sindicatos que integram o Comando Nacional da categoria. Na terça-feira, primeiro dia da paralisação, 5.132 agências haviam sido fechadas. Na greve do ano passado, foram paralisadas 6.248 unidades no segundo dia.

"O movimento está se ampliando rapidamente no Brasil todo. Os banqueiros pagaram pra ver e estão vendo a força da greve, resultado da insatisfação dos bancários diante da ausência de nova proposta da Fenaban que contemple as reivindicações da categoria", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

Os bancários querem 5% de aumento real, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades. Eles aprovaram a greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 12 de setembro, depois de cinco rodadas duplas de negociação com a Fenaban. Os bancos apresentaram a única proposta no dia 28 de agosto, com reajuste de 6% (apenas 0,58% de aumento real ), rejeitado pelos bancários em assembleias em todo o país. 

A Contraf-CUT enviou cartas à Fenaban e aos bancos no dia 5 de setembro para reafirmar que apostava no processo de negociação e aguardava uma nova proposta para ser apreciada pelas assembleias previamente convocadas para os dias 12 e 17 de setembro. Mas a federação e os bancos não deram respostas. 

"Esperamos que a Fenaban rompa o silêncio, marque nova negociação e apresente uma proposta decente para levarmos às assembleias dos bancários. Em caso contrário, a greve continuará crescendo e poderá entrar na próxima semana", diz Carlos Cordeiro.

Os bancos podem atender aos bancários porque ...

... Os lucros são crescentes 

Os seis maiores bancos, que empregam 90% da categoria, lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre de 2012, um aumento de 1,20% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso sem contar a manobra contábil de superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos (PDD) diante de uma inadimplência em queda. O lançamento em PDD foi de R$ 39,15 bilhões no primeiro semestre, 64,3% a mais que o lucro líquido dos bancos. 

... Deram aumento de 9,7% aos altos executivos 

Enquanto a Fenaban propõe reajuste de apenas 6% aos bancários, a remuneração já milionária dos altos executivos dos bancos aumentou este ano em 9,7%, segundo dados fornecidos pelos próprios bancos à Comissão de Valores Mobiliários. Assim, a remuneração anual dos diretores estatutários chegará a R$ 8,4 milhões este ano.

... Setores menos lucrativos deram reajustes maiores

Quase todos os acordos salariais assinados no primeiro semestre de 2012 resultaram em aumento real de salários dos trabalhadores, segundo pesquisa do Dieese. Muitos desses acordos foram superiores a 5% acima da inflação, enquanto a Fenaban ofereceu meros 0,58% de ganho real aos bancários. 

... Os bancários brasileiros têm baixos salários

Enquanto os bancos pagam piso de 1.090 dólares no Uruguai e de 1.200 dólares na Argentina, aqui no Brasil o salário de ingresso de um bancário é de 681 dólares, ou seja, R$ 1.400. Os bancários querem um piso de R$ 2.416,23, equivalente ao salário mínimo do Dieese. 

As principais reivindicações dos bancários

● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%). 
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos. 
● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
● Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral
● Mais segurança
● Igualdade de oportunidades.


Fonte: Contraf-CUT

QUADRO DE GREVE DA BASE TERRITORIAL DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PRESIDENTE VENCESLAU  E REGIÃO:

Banco do Brasil – 8 agências fechadas (Presidente Venceslau, Presidente Epitácio, Marabá Paulista, Teodoro Sampaio, Euclides da Cunha e Primavera/Rosana e 3 abertas (Piquerobi e Santo Anastácio)

Caixa Econômica – 4 agências fechadas (Presidente Venceslau, Presidente Epitácio, Santo Anastácio e Teodoro Sampaio);

Bradesco – 0 agências fechadas e 4 agências abertas (Presidente Venceslau, Presidente Epitácio, Teodoro Sampaio e Santo Anastácio);

HSBC  –  2 agência fechada (Presidente Venceslau e Presidente Epitácio);

Itaú Unibanco – 4 agências fechadas (Presidente Venceslau, Presidente Epitácio, Santo Anastácio, 

Santander – 7 agências fechadas e 4 PABs. (Presidente Venceslau, Presidente Epitácio, Santo Anastácio, Caiuá, Teodoro Sampaio e Primavera/Rosana). 

Obs.: Das 33 agências bancárias da nossa base territorial, apenas 7 estão em funcionamento normal no dia de hoje 19.09.2012.

Bancários fecham 5.132 agências em todo o país no primeiro dia da greve

  
Crédito: Thales Stadler - Seeb São Paulo
Thales Stadler - Seeb São PauloAgência paralisada na Avenida Paulista, no coração financeiro de São Paulo

Os bancários fecharam pelo menos 5.132 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal nesta terça-feira 18, primeiro dia da greve nacional da categoria por tempo indeterminado por 5% de aumento real, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.

O balanço, feito pela Contraf-CUT com base nos dados enviados até as 17h30 pelos 137 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, mostra que a paralisação começou mais forte que a do ano passado, quando 4.191 agências foram paralisadas no primeiro dia.

"Os bancos empurraram os bancários para a greve com sua postura intransigente - e vão se surpreender. A forte paralisação, inclusive nos bancos privados, mostra a indignação da categoria com a recusa dos banqueiros em atender nossas reivindicações, propondo apenas 6% de reajuste, ao mesmo tempo em que aumentam em 9,7% a remuneração já milionária de seus altos executivos, que chegam a receber R$ 8,4 milhões por ano", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. 

"Condições financeiras os bancos têm de sobra para atender às reivindicações dos bancários, uma vez que as seis maiores instituições apresentaram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido somente no primeiro semestre, mesmo maquiando os balanços com R$ 39,15 bilhões de provisões para devedores duvidosos apesar da inadimplência baixa", acrescenta Cordeiro. "Além do mais, a proposta feita pelos bancos, o setor mais sólido e rentável da economia, de 0,58% de aumento real é um índice bem menor do que a grande maioria das empresas de outros segmentos concederam a seus trabalhadores nos acordos assinados no primeiro semestre."

Os bancários aprovaram greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 12 de setembro, depois de cinco rodadas duplas de negociação com a Fenaban. Os bancos apresentaram a única proposta no dia 28 de agosto. O índice de 6% foi considerado insuficiente pelo Comando Nacional. 

A Contraf-CUT enviou cartas à Fenaban e aos bancos no dia 5 de setembro para reafirmar que apostava no processo de negociação e aguardava uma nova proposta para ser apreciada pelas assembleias previamente convocadas para os dias 12 e 17 de setembro. Mas a federação e os bancos sequer responderam às cartas.

"Esse longo silêncio dos banqueiros é que levou à greve. Continuamos abertos à retomada das negociações e aguardamos que a Fenaban reabra o diálogo e apresente uma proposta decente para levarmos às assembleias dos bancários. Se isso não ocorrer, vamos intensificar a mobilização e fazer a maior greve dos últimos anos para garantir avanços econômicos e sociais", conclui Carlos Cordeiro.

As principais reivindicações dos bancários

● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%). 
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos. 
● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários.
● Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral
● Mais segurança
● Igualdade de oportunidades.


Fonte: Contraf-CUT