quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Comando cobra novamente do Banco do Brasil pagamento dos 15 minutos para funcionárias


O Comando Nacional dos Bancários cobrou novamente do Banco do Brasil, durante a abertura da quarta rodada de negociação da pauta específica, realizada hoje (11) em Brasília, o pagamento dos 15 minutos destinados ao descanso das bancárias antes do início da jornada extra, mas que resultaram em trabalho.
O Comando cobrou também o fim da discriminação da aplicação  do intervalo no Distrito Federal, Amapá e Pará, onde vigora a lei (artigo 384 da CLT), por força judicial, mas na prática os 15 minutos são trabalhados e não remunerados. Nos demais Estados, o BB continua gerando passivo trabalhista. Afinal, em dado momento implantou a lei, mas não respeitou; e, agora, desobriga o cumprimento do intervalo e também não remunera.
Para o presidente do Sindicato e integrante do Comando, que participou da rodada, a celeuma sobre o intervalo de 15 minutos se intensificou depois que a diretoria de Gestão de Pessoas decidiu alterar normativo interno, em vigor desde o último dia 8, com base na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou julgamento de recurso sobre a obrigatoriedade de intervalo para as mulheres antes do início da jornada extra, anunciada no dia 5 de agosto último. (clique aqui).
“Mas, antes do julgamento do STF, os sindicatos já tinham cobrado o pagamento dos 15 minutos trabalhados, não descansados e nem remunerados. Após a decisão do STF, mais precisamente no dia 31 de agosto último, os sindicatos voltaram a cobrar uma solução para os 15 minutos trabalhados e não pagos e que fosse adiado o anúncio de qualquer medida sobre o assunto, até que houvesse discussões com as funcionárias nos locais de trabalho. No entanto, o diretor Carlos Netto, se antecipou”, destaca Jeferson Boava.
Reunião sobre os 15 minutos
O Comando e o BB voltam a discutir os desdobramentos sobre os 15 minutos na próxima terça-feira (15). Além de negociar uma saída para as praças com problemas, o BB vai dar resposta sobre o pagamento do intervalo de 15 minutos trabalhados e não remunerados.
Ausências autorizadas
Ao retomar a negociação dos pontos da pauta da quarta rodada (cláusulas sociais e previdência complementar), o Comando reivindicou a ampliação das ausências autorizadas e regulamentação da ausência para consulta (tratamento médico/odontológico). Desde que a Diretoria de Pessoas passou a proibir o abono das horas de consultas, tem havido transtorno em vários locais e a permissão de ausência fica a cargo de cada gestor. O Comando reivindicou também a ampliação da LAPEF sem desconto nos abonos e ampliação do PAS adiantamento, com a permissão de uso pelos funcionários de Bancos incorporados.
Previdência Complementar
O Comando reivindicou que a administração dos planos dos funcionários de Bancos incorporados seja feita pela Previ. E mais: que os funcionários incorporados, sem plano de previdência, possam optar pela adesão imediata à Previ Futuro. O Comando cobrou também a criação de um novo benefício de previdência opcional, com base na PLR, com contribuição patronal e pessoal, e alteração dos parâmetros da parte 2b do Previ Futuro, permitindo assim o aumento do percentual de contribuição patronal e pessoal.
O Comando reivindicou ainda o resgate da parte patronal no Previ Futuro nos casos de desligamentos, uma reivindicação antiga e já permitida no plano 1 da Previ; a volta da consulta ao Corpo Social; e a implantação de um teto de benefícios na Previ.
Vale transporte
Os representantes dos funcionários reivindicaram o pagamento do vale transporte intermunicipal, dado que muitos funcionários não obtém o benefício devido problemas na empresa concessionária, por não ter catraca ou serviço de vale-transporte.
Folgas
O Comando debateu com o BB a regulamentação da concessão de folgas no acordo coletivo e também sobre as folgas da Justiça Eleitoral. Segundo acordo com o Ministério Público do Trabalho, as folgas da Justiça Eleitoral não poderão mais constar no acordo com a opção de conversão em espécie, mesmo que seja uma parcela do estoque. O Banco assumiu o compromisso de apresentar uma nova redação à cláusula das folgas.
Vale Cultura
O Comando reivindicou a ampliação do vale-cultura para todos os funcionários, independente da faixa salarial.
Avanços no PSO
O BB apresentou algumas propostas debatidas nas mesas sobre PSO e que serão implementadas até 31/08/2016:
a) disponibilização da Trilha de capacitação invertida para que os funcionários possam fazer cursos da Rede Varejo e vice-versa
b) implementação da adição cruzada (movimentação transitória) entre escriturários de Agência e PSO.
Fonte: Contraf-CUT

Adoecimento da categoria pauta rodada extra de negociação da Campanha

  
Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
Jaílton Garcia - Contraf-CUTBanqueiros admitem o problema e Comando Nacional reivindica clausula na CCT

O adoecimento da categoria foi o destaque da rodada extra de negociação da Campanha Nacional 2015, realizada na tarde desta terça-feira (15), em São Paulo, entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e a Fenaban. A reunião foi marcada, por reivindicação dos representantes dos trabalhadores, para continuar o debater sobre causas dos adoecimentos dos bancários, assédio moral, fim das metas abusivas e programa de retorno ao trabalho.

Os bancos admitiram o aumento de doenças entre os trabalhadores, baseados nos números fornecidos por eles no Grupo de Trabalho (GT) bipartite de causas do adoecimento. "Nunca antes na história deste Comando ouvimos todos os bancos admitirem que existem estes problemas nos locais de trabalho e que precisamos resolver juntos", destacou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional.

O Comando Nacional reivindica a definição de uma política de prevenção de adoecimentos conjunta, com diretrizes e princípios que serão especificadas banco a banco posteriormente. Além do acompanhamento das comissões de trabalhadores em todos os bancos. 

Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional, lembrou que essa é uma conquista dos GT. "Há anos usamos esses espaços para mostrar a gravidade do assunto. Esperamos, até o final da campanha, sair com uma clausula que proporcione a solução", disse.

Walcir Previtale, secretário de Saúde da Contraf-CUT, também analisou positivamente a negociação. "Acho que abre uma grande oportunidade para o Comando Nacional dos Bancários poderem atuar contra o assédio moral", completou.

Nesta quarta-feira (16), as partes voltam a se reunir para debater remuneração. 

Fonte: Contraf-CUT