quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Sem aumento real, não tem acordo!

Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociação na sexta-feira com a certeza de que bancos podem atender às reivindicações da categoria e apresentar proposta decente
São Paulo - Basta dar uma rápida olhada nos dados, qualquer um, para ver que os bancos estão devendo muito aos seus funcionários. Os lucros crescendo bem mais que a remuneração média dos trabalhadores, a distribuição da PLR que a cada ano corresponde a uma parcela menor dos resultados, a produção de cada empregado crescendo, consequência da sobrecarga que adoece e engorda os cofres dos banqueiros (veja infográficos).

Por tudo isso, o Comando Nacional dos Bancários volta à mesa com a federação dos bancos na sexta-feira 25 com a certeza de que, se quiserem resolver a Campanha 2015 de forma negociada, a Fenaban tem de apresentar proposta decente aos trabalhadores. E proposta decente é aumento real, valorização da PLR, do piso, vales, além de soluções para questões que atormentam a rotina nos locais de trabalho como garantia de empregos, fim da pressão por metas abusivas, mais segurança e igualdade de oportunidades.

> Mesa com a Fenaban volta no dia 25
> Funcionalismo cobra negociação do BB
Caixa Federal tem de apresentar proposta

Essa será a quinta rodada de negociação e isso tudo foi deixado muito claro nas rodadas anteriores. “Ou seja, têm de apresentar proposta com aumento real, garantias para acabar com o medo que os trabalhadores estão de perder seus empregos, melhorias nas condições de trabalho. Qualquer coisa diferente disso vai empurrar os bancários para mais uma greve”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.

> Veja como foram as negociações até aqui

Chororô – Na rodada do dia 16, que tratou de remuneração, os bancos vieram com o tradicional chororô. Recusaram-se a apresentar uma proposta, remetendo para a reunião do dia 25 e falaram em crise. Os representantes dos trabalhadores lembraram que há décadas o setor acumula lucros estupendos, seja qual for o cenário da economia. “Com razão, os bancários esperam ver esses resultados revertidos em ganhos também para eles”, reforça Juvandia. “E isso seria bom para todos, trabalhadores e sociedade. Os bancos, que lucram tanto com a população, podem pagar aumento real. Esse dinheiro sairia dos cofres dos banqueiros, do dividendo dos milionários acionistas e passaria a circular aquecendo o mercado e ajudando a alavancar a economia. É isso que queremos e vamos cobrar.”

Respostas – O Comando cobra da Fenaban uma proposta global nesta sexta-feira 25. Na rodada realizada do dia 16, insistiu que os bancos paguem aumento real nos salários, PLR maior, 14º salário, valorização do piso, salário substituto, auxílio-educação para todos, auxílio-creche maior.

Vídeo: Comando cobra proposta

A Fenaban ficou de encaminhar aos bancos a reivindicação de parcelamento de férias, valorização dos vales alimentação e refeição e da 13ª cesta. “Vamos continuar insistindo. Todas essas demandas são importantes para os trabalhadores e podem ser atendidas pelos bancos”, completa a presidenta do Sindicato.

> Confira todas as reivindicações da Campanha
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CAMPANHA 2015 - NEGOCIAÇÕES

 
As reivindicações dos bancários são debatidas entre o Comando Nacional dos Bancários, representando toda a categoria, e negociadores dos bancos. São, principalmente, três mesas realizadas concomitantemente, dentro da Campanha Nacional Unificada.

A pauta geral da categoria é debatida na mesa com a Fenaban, a federação dos bancos, e se refere à renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), documento que reúne os direitos de todos os bancários do país, sem exceções.

Além dessa, há duas outras mesas específicas: uma entre representantes dos empregados e da direção da Caixa Federal, e a outra do Banco do Brasil, nos mesmos moldes. Elas visam as renovações dos respectivos acordos aditivos específicos, com direitos adicionais para os trabalhadores dos dois bancos. Vale reforçar que os dois aditivos são independentes um do outro, bem como as mesas de negociações, realizadas separadamente.

A data base da CCT e dos aditivos do Banco do Brasil e da Caixa Federal é 1º de setembro.

Nesta página vamos disponibilizar o calendário das reuniões bem como os resultados.

Fenaban
19/8 - Emprego: Recado está dado: demissão não tem perdão! (veja como foi)
2 e 3/9 - Saúde, Segurança e Condições de Trabalho (veja como foram a do dia 2 e a do dia 3)
9/9 – Igualdade de oportunidades (veja como foi)
15/9 - Saúde (veja como foi)
16/9 - Remuneração (veja como foi)
25/9 - Negociação geral

Caixa Federal
27/8 - Saúde e Segurança Bancária (veja como foi)
4/9 - Saúde Caixa, Funcef e aposentados (veja como foi)
11/9 - Carreira, isonomia, organização do movimento (veja como foi)
18/9 - Contratações, condições das agências e jornada (veja como foi)
25/9 - Negociação geral

Banco do Brasil
24/8 - Emprego, contratações e condições de trabalho (veja como foi)
25/8 - Condições de trabalho e saúde (veja como foi)
31/8 - Segurança, igualdade de oportunidades e isonomia (veja como foi)
11/9 - Cláusulas sociais e previdência complementar (veja como foi)
18/9 - Remuneração e plano de carreira (veja como foi)

Fonte: Contraf/Seeb SP