segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Itaú demite duas vítimas de assalto há pouco mais de um mês em Recife

Thalita Conceição Araújo, agência do Itaú no Hospital Português. Henrique Oliveira, gerente operacional da Agência Boa Viagem. Ambos profissionais exemplares em Recife, com unidades muito bem classificadas no programa de avaliação de desempenho da empresa. Foram demitidos na quinta-feira, dia 15. Além da demissão na mesma data, outro fato aproxima os dois bancários: ambos foram vítimas de assaltos há pouco mais de um mês.

Thalita lembra o fato com detalhes: "Os bandidos arrombaram a porta com uma marreta, um deles caiu sobre os estilhaços de vidro. Mas foi ele mesmo quem pulou para dentro da bateria de caixa, com uma arma na mão. Tive de entregar a chave do cofre", lembra a bancária, que trabalhava como chefe de serviço na tesouraria.

No entanto, além da tensão sofrida pelas ameaças, ela ainda teve de conviver com outra preocupação: "eu só pensava na quantidade de dinheiro que tinha sido levada. Já imaginava que ia ter problemas depois".

Henrique, por sua vez, veio promovido, de Maceió. Ainda estava sem uma locação definida quando sofreu o primeiro assalto, em seu primeiro dia de trabalho na agência Prazeres. A agência estava lotada e houve até tiros. O bancário começou a ter insônia, mas nada que pudesse ser comparado ao que ele viveria um mês depois, na agência Boa Viagem.

"Foi um assalto feito por profissionais, com armamento pesado, até metralhadora. E eles sabiam tudo sobre o funcionamento da agência e horário de chegada do carro-forte", lembra Henrique, que era gerente operacional.

O tesoureiro, que já tinha histórico de pressão alta, saiu de licença logo depois. Ele teve de segurar as pontas, tomando medicamentos para se manter sob controle. "Todos os procedimentos foram cumpridos. Não houve qualquer falha nossa", diz Henrique. Por outro lado, tanto em Boa Viagem quanto no Hospital Português, sobram falhas por parte do banco.

No Hospital Português, não há porta de segurança e a tesouraria funciona dentro da copa, onde também está instalado o banheiro. Em Boa Viagem, também não há porta. A unidade estava em reforma, sem câmeras, sem alarme e, no dia do assalto, os cofres-fortes não podiam ser utilizados porque a porta havia sido trocada e os funcionários não tinham a nova chave. "A gente se sente humilhada, revoltada e injustiçada por ser descartada desta maneira depois de tudo o que já fez pelo banco", desabafa Thalita.

Ao receber o comunicado de demissão, o chefe imediato de Henrique disse que nada tinha contra ele, mas que o banco estava lhe demitindo "para que servisse de exemplo".

"Exemplo de quê? Os colegas, até de outras agências, muitas vezes me procuram para tirar dúvidas porque eu sou uma referência como profissional. Está todo mundo revoltado. Nossa equipe estava motivada, tínhamos sido primeiro lugar no programa AGIR. Recebi, em um dia, mais de quarenta mensagens de indignação", conta o trabalhador. Fonte: Seeb-Pernambuco

Carta do BB é afronta aos funcionários Direção do banco justifica que pelo bem de seus acionistas, “qualquer benefício significa aumento no dispêndio da empresa”

São Paulo - “É inviável pensar em reajustes com base em índices proporcionais ao crescimento do resultado”. O trecho integra correspondência enviada pelo diretor de relações com funcionários e entidades patrocinadas do Banco do Brasil, Carlos Eduardo Leal Neri, a todos os bancários da instituição financeira.

A carta, enviada aos trabalhadores na tarde de quinta 15, versa sobre o Acordo Coletivo 2011, aditivo à CCT negociada entre a federação dos bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, onde também se admitia que “o resultado do Banco do Brasil no primeiro semestre deste ano foi realmente muito bom e sabemos que foi alcançado graças ao trabalho árduo da corporação como um todo”.

No primeiro semestre de 2011 o BB lucrou R$ 6,3 bilhões. Somente com as receitas de prestação de serviços, que acumularam R$ 8, 5 bilhões, foi possível custear todos os seus gastos com pessoal, que foi de R$ 6,6 bilhões. Apesar disso a correspondência declarava que “não existem sobras no lucro do banco”.

O documento gerou indignação de trabalhadores que enviaram diversos e-mails ao Sindicato, denunciando a intransigência do banco. Para piorar, a carta chega em plena Campanha Nacional Unificada 2011 e demonstra o espírito dos banqueiros frente à mesa de negociação.

Enviada um dia após a segunda rodada de negociação específica entre o Comando Nacional dos Bancários e a direção do BB, a carta tentava sensibilizar os bancários – a quem chamam de ‘colega’ – pedindo competitividade a fim de agradar os acionistas com um eficaz “gerenciamento das despesas”. 

> Leia a íntegra da carta enviada pela direção do BB aos funcionários

Colega,
Iniciamos na última semana o debate com as entidades sindicais
para a construção de nosso Acordo Coletivo em 2011, documento
aditivo à Convenção assinada junto à Fenaban. Um período rico em
termos de negociação - marcado pelo fortalecimento do diálogo - e
também em termos de expectativas das partes envolvidas -
Empresa, sindicatos e funcionários – em torno da obtenção do
melhor acordo.
O resultado do Banco no primeiro semestre deste ano foi realmente
muito bom e sabemos que foi alcançado graças ao trabalho árduo da
corporação como um todo. Lucro crescente, é natural que se crie a
expectativa de que essa elevação se reverta, na mesma proporção,
em benefícios para o funcionalismo. E isso já acontece
principalmente sob forma de PLR, cujo modelo adotado pelo Banco é
paradigma no setor financeiro.
Junto com o valor destinado ao pagamento da PLR aos funcionários,
cresce também a quantia distribuída aos mais de 400 mil acionistas.
Aumenta o recurso destinado a novos investimentos na própria
Empresa, necessários para suportar sua expansão. E eleva-se o
valor – maior parte - que volta aos cofres públicos do Governo
Federal, nosso acionista majoritário, para investimentos no País.
Essa matemática mostra, na prática, o quanto é inviável pensar em
reajustes com base em índices proporcionais ao crescimento do
resultado, discurso muitas vezes disseminado pelos dirigentes
sindicais.
Não existem sobras no lucro do Banco e qualquer benefício significa,
na verdade, aumento no dispêndio da Empresa. Precisamos ser
competitivos no mercado em que atuamos, inclusive no que diz
respeito ao gerenciamento das despesas, e essa eficiência nos é
cobrada pelos acionistas, que investem seu capital no BB. Por isso,
trabalhamos com o oferecimento de índices e benefícios que
garantam, antes de mais nada, a sustentabilidade da Empresa.
Soma-se a isso o cenário macroeconômico brasileiro, além da clara
preocupação do Governo Federal no que diz respeito às contas
públicas, e a conclusão a que chegamos é a de que teremos
dificuldades em oferecer, neste ano, benefícios além do que for
acordado para toda a categoria bancária na mesa Fenaban - da
forma como, aliás, temos feito nos últimos sete anos. O que for
acordado nessa mesa com as entidades sindicais, no entanto, será
cumprido integralmente.
Por esses motivos, convidamos todos os colegas a terem um olhar
mais amplo e observarem tudo o que foi conquistado nos últimos
anos, e não somente as circunstâncias atuais. Esperamos que o
funcionalismo resgate os avanços e considerem os passos à frente
que temos dado, que podem ser sintetizados nas principais
conquistas abaixo relacionadas:
a. ABONO ASSIDUIDADE para os funcionários pós-98;
b. ACESSO ao PAS (Programa de Assistência Social) para os
funcionários pós-98;
c. UNIVERSALIZAÇÃO dos programas de Educação Corporativa
(graduação, especialização, MBA, mestrado, doutorado);
d. MELHORIA do programa de Participação nos Lucros e Resultados
(PLR);
e. CRIAÇÃO do VCP-LER para o caixa executivo;
f. PLANO ODONTOLÓGICO para 100% dos funcionários;
g. PRIMEIRA empresa a aderir à ampliação da licença maternidade
para 180 dias, estendendo até à licença adoção;
h. LICENÇA adoção de 30 dias para casais homoafetivos do sexo
masculino;
i. INCLUSÃO do companheiro(a) homoafetivo como dependente da
CASSI;
j. CRIAÇÃO da carreira de mérito no Plano de Carreira e
Remuneração – PCR;
k. CRIAÇÃO do programa PRÓ-EQUIDADE de Gênero;
l. PAVAS (Programa de Assistência a Vítimas de Assalto e
Seqüestro);
m. AMPLIAÇÃO do quadro de pessoal a partir de 2003 em cerca de
40%. Só nos últimos 3 semestres houve 15 mil CONTRATAÇÕES;
n. CRIAÇÃO da Ouvidoria Interna e CRIAÇÃO/ IMPLANTAÇÃO dos
Comitês de Gestão da Ética;
o. Implantação do SESMT;
p. ÚNICA empresa a INCORPORAR outras SEM uma DEMISSÃO
sequer, e garantindo direitos;
q. PRIMEIRA empresa das AMÉRICAS e SEGUNDA instituição
financeira do MUNDO a assinar acordo internacional se
comprometendo a RESPEITAR o DIREITO à NEGOCIAÇÃO
COLETIVA e à SINDICALIZAÇÃO, onde estiver instalada;
r. Possibilidade de substituição dos primeiros gestores da rede, além
de todos os comissionados de agências com até sete funcionários;
s. REAJUSTES de 2003 a 2010:
i. Inflação acumulada = ................65,60%
ii. Reajuste Geral FENABAN = .....75,09%
iii. Reajuste Piso BB/PCS.............100,09%
São fatos. Não dá para ignorar tudo e imaginar que não avançamos.
Muito do que já é uma realidade para os funcionários do BB ainda é
reivindicado para os demais bancos do sistema através de pautas
entregues à Fenaban. Estamos dispostos ao diálogo e aquilo cuja
decisão depender exclusivamente da Empresa, sem contrariar a
orientação do acionista majoritário, o Banco terá a maior boa
vontade em analisar a possibilidade de atendimento.
Queremos estender esse debate realizado com as entidades
sindicais para todo o corpo funcional. Pela primeira vez em um
período de negociação nós temos um blog para que os funcionários
possam interagir de forma cordial, respeitosa e construtiva com a
equipe que conduz o processo no BB. Amanhã, dia 16, teremos
também um programa Ponto a Ponto na TVBB, ao vivo, a partir
das 9 horas. Discuta com sua equipe, coloque suas dúvidas sobre o
período no papel e participe, enviando suas perguntas para o
programa. Ajude-nos na discussão de propostas que sejam boas
para todos e que sejam responsáveis no que diz respeito ao
crescimento sustentável da Empresa. Contamos com sua
participação!
Carlos Eduardo Leal Neri
Diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas

O diretor do Sindicato Cláudio Luis de Souza informou que os representantes do banco chegaram a ameaçar, durante negociação do dia 14, com a retirada de cláusulas do acordo aditivo, além de não apresentarem nenhuma proposta às reivindicações entregues pelos trabalhadores há mais de um mês. “Queremos negociar com seriedade e não estamos percebendo a mesma postura do banco. Isso mostra que os bancários terão de ampliar a mobilização para fazer com que a empresa negocie com seriedade”, afirmou o dirigente.

Licença para assediar - Outro pronunciamento do banco que revoltou os trabalhadores foi postado no blog criado pelo BB especificamente para tratar sobre a negociação coletiva. “O banco, por exemplo, não pretende renovar a cláusula de três avaliações negativas para a possibilidade de descomissionamento por desempenho. Ela não tem se demonstrado eficaz para a gestão”, declarou placidamente o negociador do banco, José Roberto Mendes do Amaral.  “É como se o banco dissesse: ‘trabalhador, queremos retirar uma cláusula que protege você para poder ameaçar, torturar, assediar com descomissionamentos caso não cumpram as nossas metas altíssimas’. É um absurdo se pensar nisso. Como se o bancário já não estivesse exposto a pressões desumanas”, indigna-se a secretária geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Ela explica que o banco, além de não cumprir o que foi acordado no aditivo que está em vigor, ainda planeja retirar direitos, desvalorizando seus trabalhadores que, como admite a própria carta, foram os principais responsáveis pelos ótimos resultados do último semestre. “Os trabalhadores de empresas incorporadas não tem direito à Cassi e a Previ e o plano odontológico levou anos para ser incluído, mas ainda precisa ser melhorado”, enumera.

Raquel afirma que boa parte das reivindicações dos bancários não é onerosa para o banco. “A questão do assédio moral, das metas abusivas, do descomissionamento e perda de função em caso de afastamentos médicos, por exemplo, não se justificam”.
Fonte: Seeb-SP

ASSEMBLÉIA DIA 22/09/2011

EDITAL ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA



Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Presidente Venceslau e Região, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 53.308.524/0001-00, Registro sindical nº 24440-019065/90-00 por seu presidente abaixo assinado, convoca todos os empregados em estabelecimentos bancários dos bancos públicos e privados, sócios e não sócios, da base territorial deste sindicato: Presidente Venceslau, Caiuá, Euclides da Cunha Paulista, Marabá Paulista, Piquerobi, Presidente Epitácio, Primavera, Rosana, Santo Anastácio e Teodoro Sampaio, para a assembléia geral extraordinária que se realizará dia 22/09/2011, às19h, em primeira convocação, e às 20h, em segunda convocação, no endereço à Rua Antonio Marques da Silva nº 2.245, Jardim Morada do Sol, CEP 19400-000, Presidente Venceslau-SP, para discussão e deliberação acerca da seguinte ordem do dia:


1. Avaliação e deliberação sobre a contraproposta apresentada pela FENABAN na reunião de 20/09/2011, à minuta de reivindicações entregue em 12/08/2011;

2. Deliberação acerca de paralisação das atividades por prazo indeterminado;


Presidente Venceslau-SP, 16 de setembro de 2011.





SIDNEI DE PAULA CORRAL
                                                          Presidente