segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lei obriga bancos a oferecerem opção de seguro em financiamento habitacional

Desde a criação do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), em 1964, até fevereiro de 2010, a escolha da seguradora cabia à instituição financeira que oferecesse o financiamento habitacional. 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já vinha condenando essa prática, que é considerada venda casada, proibida por lei. A partir de 2010, com a Lei nº 11.977, os bancos passam a ser obrigados a oferecer, no mínimo, duas apólices de seguro, cabendo ao mutuário escolher entre elas ou mesmo procurar uma outra opção no mercado.

Na prática, esse direito é difícil de exercer, pois os funcionários dos bancos que providenciam o financiamento costumam alegar que a escolha de uma terceira seguradora atrasará a concessão do empréstimo. 

Como, em geral, o mutuário tem pressa, até para não perder o imóvel encontrado, acaba aceitando umas das apólices apresentadas. Esse direito de escolha entre duas seguradoras também é só no papel, porque a diferença entre elas é muito pequena. No caso da Caixa Econômica Federal, para um empréstimo de 
R$ 120 mil, a economia entre a proposta da Caixa Seguros e a da Sul América, é de apenas R$ 0,60. "Na prática, não há escolha do futuro mutuário", diz a advogada Carla Buaiti.

Cobertura

A lei exige que os contratos habitacionais tenham seguro com cobertura mínima de morte e invalidez permanente, que quita o saldo devedor, e de danos físicos ao imóvel. Esse último cobre danos de: incêndio, explosão, desmoronamento, destelhamento causado por fortes chuvas ou granizo, inundação por transbordamento de rios, alagamento causado por chuvas ou ruptura de canos não pertencentes ao imóvel segurado. Enfim, os riscos devem ser decorrentes de causa externa. O valor do seguro é definido no ato da contratação conforme a idade do mutuário e o saldo devedor. Por isso, tende a diminuir ao longo do tempo, com a amortização da dívida.



Fonte: Correio Braziliense

Cobrada indevidamente, cliente se torna dona de parte de uma agência do BB

  
Correio Braziliense
Ana Maria Campos

De correntista, uma servidora pública se tornou a dona de parte de uma agência do Banco do Brasil (BB), graças a um lançamento indevido em seu cartão de crédito. A procuradora federal Alessandra Chaves Braga Guerra ganhou na Justiça o direito de comprar uma sala onde hoje funcionam os terminais de autoatendimento da instituição financeira no Gilberto Salomão, centro comercial mais tradicional do Lago Sul. 

Com 190 metros quadrados, o imóvel, avaliado hoje pelo mercado em torno de R$ 1,5 milhão, foi adquirido pelo preço de R$ 310 mil durante penhora do bem na fase de execução do processo judicial que Alessandra ganhou do BB. Na manhã de ontem, os empregados da agência trabalhavam na desocupação da área que não pertence mais ao Banco do Brasil.

A disputa começou com a cobrança de uma dívida de R$ 983, valor correspondente a três compras não realizadas por Alessandra e lançadas incorretamente na fatura pela BB Administradora de Cartões de Crédito, em julho de 2000. Ao detectar o extravio de seu cartão de crédito Mastercard, ela comunicou ao banco a perda e o possível uso por terceiros. Também registrou a ocorrência por meio de 14 cartas.

Alessandra conta no processo que ligou várias vezes para reclamar, sem sucesso. Ela pagou a conta, excluindo os valores errados. O Banco do Brasil, então, passou a enviar cobranças por telefone e correspondências, com inclusão de juros. O cartão de crédito foi cancelado e o nome de Alessandra foi incluído no Serasa. Ela reclama de ter sido submetida a constrangimentos.

A procuradora, então, ajuizou ação para declarar a inexistência do débito cobrado pelo Banco do Brasil. Ela pediu também uma indenização por dano moral. O processo transitou em julgado em 2006, com ganho de causa para ela. O Tribunal de Justiça do DF não só reconheceu que a servidora não devia nada ao cartão de crédito como também considerou que a cobrança lhe causou dano.

A Justiça determinou como compensação o pagamento de indenização de R$ 22 mil. O Banco do Brasil não pagou a dívida, tampouco propôs acordo judicial na fase de execução. Com a demora no desfecho do caso, a servidora pública entrou na Justiça com pedido de penhora de patrimônio da instituição financeira, como forma de obter o recebimento da vantagem que a Justiça lhe concedeu.

Penhora

Partiu de Alessandra a escolha da sala em que funciona parte da agência do Banco do Brasil para a penhora. O imóvel foi aceito em juízo e nem desta vez o Banco do Brasil teria apresentado alguma contestação. Em seguida, os advogados de Alessandra pediram a avaliação da área. Um oficial de Justiça cuidou da estimativa do valor do imóvel que, segundo os representantes da servidora pública, levou em conta o mercado do Distrito Federal e o fato de a área estar ocupada pelo Banco do Brasil, o que reduziria o interesse pela sala.

O imóvel deveria ir a leilão em que qualquer pessoa poderia arrematá-lo pelo melhor lance. O preço de venda seria transferido para o banco, abatido o valor de R$ 22 mil devido a Alessandra. A Justiça, no entanto, acatou pedido de adjudicação feito pelos advogados de Alessandra, ou seja, deu a ela o direito de comprar a sala pelo preço avaliado durante o processo.

Alessandra e o marido, Alan Guerra, pediram empréstimos com amigos e fizeram financiamentos bancários para arrematar o bem, que hoje já está escriturado em nome da procuradora. Ou seja, ela já se tornou dona de parte da agência do Banco do Brasil no Lago Sul. 

Os advogados sustentam que o casal está disposto a alugar a área para o próprio Banco do Brasil, pelo preço que a instituição vizinha, o Bradesco, paga pela permanência no Gilberto Salomão. O casal aceitou dar apenas uma declaração sobre o episódio: "Foi uma vitória da Justiça. Uma servidora pública e o maior banco da América Latina foram tratados com igualdade".

Jacques Veloso, advogado de Alessandra, afirma que já não cabem mais recursos, uma vez que a ação de indenização transitou em julgado e a escritura do imóvel já está em nome da servidora. "Isso só aconteceu porque o banco sempre protelou uma solução para o caso. Foi intimado e não pagou a indenização, não contestou a penhora e não questionou a avaliação do imóvel. O direito não socorre a quem dorme", afirmou o advogado.

A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou ontem que a equipe jurídica está envolvida no caso e vai recorrer da decisão porque não se conforma com a medida. Vai lançar mão de todos os meios jurídicos para contestar a transferência do bem para a procuradora federal. 

Em nota enviada à noite ao Correio, o BB informa que reconhece uma dívida de "pouco mais de R$ 20 mil" com a procuradora. No entanto, a instituição contesta a avaliação de R$ 300 mil porque sustenta que, em valores no mercado imobiliário, o bem valeria em torno de R$ 1,5 milhão. Por isso, alega o banco, a procuradora será alvo de uma representação na Corregedoria da Procuradoria da Fazenda Nacional "em face de suposto enriquecimento sem causa".


Fonte: Correio Braziliense

Comissão da Câmara aprova projeto das centrais sobre perícias do INSS

Foi aprovado por unanimidade nesta quarta-feira, 13, na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, o projeto de lei PL 7209/2010, que visa garantir a prestação de informações aos trabalhadores que passam por perícia médica no INSS. Agora, o projeto de autoria dos deputados Ricardo Berzoini (PT-SP), Pepe Vargas (PT-RS), Jô Moraes (PCdoB-MG), Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e Roberto Santiago (PV-SP) será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara.

O projeto faz parte de um conjunto de 19 propostas discutidas pelo movimento sindical com os autores e encaminhadas ao Congresso Nacional no dia 28 de abril de 2010, Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Trabalho. Os PLs apresentados propõem alterações na Lei 8.213/91, conhecida como Lei Previdenciária, que define os benefícios e os serviços que a Previdência Social presta aos segurados. As alterações propostas afetam pontos que dizem respeito à saúde do trabalhador.

Aprovada em 1991, a Lei 8.213 é considerada avançada pelas centrais e estabelece uma série de direitos aos trabalhadores. No entanto, sofreu uma série de alterações durante o governo FHC, que representaram retrocessos para os trabalhadores. Além disso, há pontos do texto que são interpretados de maneira inadequada. Os projetos visam aperfeiçoar a lei, resgatando pontos importantes e propondo outros.

No caso do PL 7209, o objetivo é alterar o artigo 59-A da referida legislação, garantindo que os trabalhadores que passam por perícias no INSS recebam da forma mais completa possível as informações sobre sua situação. "Hoje, é comum que o médico informe o segurado apenas verbalmente sobre a concessão ou não do afastamento, o tipo de benefício, entre outras. Em outros casos, o trabalhador sequer é informado sobre o resultado da perícia na mesma hora, tendo que aguardar uma correspondência posterior. O PL 7.209 visa modificar essa situação, tornando o procedimento mais claro para o trabalhador", afirma Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e membro do Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT.

28 de Abril

As centrais sindicais já estão se mobilizando para o dia 28 de Abril deste ano. O tema aprovado foi a "humanização das perícias médicas do INSS e o respeito ao código de ética médica", foco de muitos problemas para os trabalhadores.


Fonte: Contraf-CUT

Bancários do Itaú Unibanco repudiam descaso do banco com negociação

 Aconteceu nesta quinta-feira, 14, em São Paulo, nova reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com o banco. Os dirigentes sindicais de todo o país repudiaram a atitude do banco de desmarcar em cima da hora uma rodada de negociação com os trabalhadores.

"Houve descaso do banco ao desmarcar essa negociação", afirma Jair Alves, um dos coordenadores da COE Itaú Unibanco. "Essa atitude faz parecer que o banco não quer discutir seriamente os pontos levantados pelos bancários, como o reajuste abusivo do convênio médico, o combate ao assédio moral, o fim da precarização das condições de trabalho, dentre outros itens", sustenta.

Durante a reunião, os bancários voltaram a discutir o reajuste de até 24,61% do convênio médico efetuado na folha de pagamento de março sem qualquer comunicação prévia aos trabalhadores. As entidades sindicais cobram do banco a apresentação detalhada do balanço do convênio, com a discriminação clara da contribuição dos funcionários.

Fim das demissões

Os bancários trataram também das demissões de caixas e gerentes operacionais que estão ocorrendo em diversas regiões do país. Na mesma linha, foi discutida a falta de funcionários nas agências, que leva à sobrecarga e precarização das condições de trabalho em todo o país. 

"Há casos de gerentes operacionais que não conseguem realizar suas tarefas porque acabam trabalhando como caixas para suprir a falta de funcionários", afirma Jair.

O movimento sindical irá cobrar do banco o agendamento urgente de uma nova negociação.


Fonte: Contraf-CUT