segunda-feira, 3 de outubro de 2011

BANCO DO BRASIL S/A - MPT investiga discriminação na Cassi e Previ


Órgão recebe denúncia e pede esclarecimento ao Sindicato, que confirmará o não atendimento de egressos de bancos incorporados pelos planos

O Ministério Público do Trabalho, por meio da Procuradoria Regional da 10ª Região (DF e TO), notificou o Sindicato dos Bancários de São Paulo a esclarecer denúncias sobre discriminação a empregados do Banco do Brasil egressos dos bancos incorporados Nossa Caixa, Banco do Estado do Piauí e Banco do Estado de Santa Catarina, que seriam impedidos de utilizar o plano de previdência Previ e o plano de associados Cassi.

A direção do Sindicato atenderá a solicitação em Brasília, onde fará o depoimento ao Ministério Público Federal. A direção do sindicato afirma que desde a incorporação desses três bancos, em 2008, a categoria luta pela inclusão desses trabalhadores na Previ e Cassi, mas não houve avanço e os egressos continuam excluídos da Previ e Cassi.
 
Segundo a direção do sindicato, em que pese os estatutos dessas instituições (Previ e Cassi) afirmarem que elas foram criadas para assistir os trabalhadores do banco, isso não vale para os funcionários das instituições incorporadas que até hoje não têm direito a nenhum dos planos, portanto caracterizando como discriminação. 
Para exemplificar, a direção do sindicato disse que quando o BB compra uma instituição financeira, ele incorpora também seus funcionários e os direitos desses funcionários. Pressupõe-se, portanto, que os egressos da Nossa Caixa, e dos bancos do Piauí e de Santa Catarina devam ter os mesmos direitos dos trabalhadores do BB.

Campanha 2011 – Cassi e Previ para todos é uma das reivindicações da pauta específica dos funcionários do Banco do Brasil, cujas negociações acontecem de forma paralela às da Campanha Nacional Unificada. Mas o banco afirma que não poderá concluir o debate deste item na campanha deste ano, planejando esticar o debate, mas esquecendo que as pessoas não podem esperam pela sua boa vontade. Até porque já se passaram quase três anos da incorporação, tempo suficiente para incluir esses funcionários.

BANCÁRIA ENVIA CARTA À DIREÇÃO DO BB

Muito revoltada pela forma como são tratados os funcionários do Banco Brasil, uma funcionária enviou uma carta de repúdio endereçada à direção do banco em alerta sobre os efeitos do terror psicológico da empresa sobre os funcionários para que não participem da greve. 


Em tom de desabafo, a bancária questiona na carta o modelo de gestão do BB baseado na imposição do medo para enfraquecer o movimento nacional da categoria, do qual participa, segundo ela, para evitar o retrocesso. “Eu faço greve contra as ameaças e o desrespeito”, dispara ela.


Leia a seguir a íntegra da carta:


“Até que ponto uma estratégia de ameaça aos funcionários e funcionárias pode afetar os rumos de uma empresa que mantém um lucro altíssimo?


Vocês, presidente e vice-presidentes do Banco do Brasil, estão adotando perigosa estratégia tentando evitar a adesão de seus funcionários e funcionárias à justíssima greve nacional deflagrada nesta segunda feira: a tática do terror psicológico.


Vivemos num tempo em que se tenta controlar as pessoas através da psique. Nesta greve estamos vendo isso de forma clara. Primeiro, vocês vêm ameaçando cortar o ponto desde antes da greve, tratando de algo que sequer foi negociado e que só é definido no momento de assinatura do acordo. Será que vocês não querem assinar o acordo coletivo, instaurando retrocesso histórico e PUNINDO quem trabalhou para lhe trazer lucro?


Outra ameaça é a de não renovar a cláusula que estabelece que o descomissionamento só pode acontecer com três avaliações negativas, uma cláusula que representa maturidade da empresa no tocante à gestão, cláusula que vocês aceitaram ano passado para acabar com nossa greve. Parece que vocês não se importam muito com a gestão. Parece que vocês se importam mesmo é com seus cargos. E ainda quando saírem vão engordar suas contas bancárias com o Plano de Desligamento de Executivos*. Será que é isso que vocês estão buscando?



Eu me importo com o Banco. Por isso eu faço greve contra o retrocesso. Eu faço greve contra as ameaças. Eu faço greve contra o desrespeito. Eu faço greve contra os covardes. Eu faço greve contra tudo isso. Eu faço greve contra o Plano de Desligamento de Executivos. Mesmo que me corte o ponto. Porque, antes de mais nada, vocês me devem respeito por eu cumprir suas metas abusivas, por vocês estarem me fazendo tomar remédio tarja preta, por pagar suas PLRs astronômicas, por trabalhar duas horas de graça todos os dias.


Vocês vão embora e eu vou continuar, por isso eu faço GREVE.”


* NR: Pelo Plano de Desligamento de Executivos, esses profissionais, quando deixam a empresa, recebem mais de R$ 1 milhão.


http://www.bancariosdf.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=8478:em-carta-a-direcao-do-bb-bancaria-denuncia-terror-psicologico-e-diz-por-que-faz-greve&catid=137:campanha-nacional-2011&Itemid=159

Fonte: SEEB Brasília

Piso dos bancários no Brasil é quase metade que na Argentina, diz Dieese

O piso dos bancários brasileiros é mais baixo que o praticado pelos bancos da Argentina e Uruguai, segundo pesquisa feita pela Subseção do Dieese da Contraf-CUT. O salário de ingresso nos bancos no Brasil é equivalente a US$ 735, mais baixo o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432).

A comparação do valor por hora trabalhada também é bastante desfavorável para os bancários do país. O piso dos brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora. Segundo o levantamento, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria.

Pisos Salariais dos Bancários - Brasil, Argentina e Uruguai*
País
Piso Salarial (US$)
Jornada de Trabalho
Salário/hora (US$)
Brasil
735,29
30 ou 40 h/sem
6,1
Argentina
1432,21
36,5h/sem
9,8
Uruguai
1039,00
32,5 ou 40 h/sem
8
*Dados de agosto/2010
Elaboração: Dieese - Rede Bancários


"É uma situação absurda. Os bancos brasileiros são os maiores da América do Sul e estão em franca expansão, aumentando sua participação nos mercados do continente, comprando bancos nos países vizinhos, como é o caso do Itaú. Não é possível que paguem aqui um piso salarial menor do que na Argentina e Uruguai", indigna-se Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Uma prova desse processo de internacionalização foi a notícia veiculada nesta quinta (29) nos jornais de que o Itaú Unibanco comprou a carteira de clientes do HSBC no Chile. São 5,5 mil novos clientes de alta renda para o banco brasileiro.

Cordeiro destaca que a valorização do piso é um passo na diminuição da concentração de renda no Brasil. "O Brasil está crescendo e já é a sétima economia mundial, mas ocupa a vergonhosa décima posição entre os países mais desiguais do planeta, sendo que o sistema financeiro nacional contribui ativamente para essa mazela. Um alto executivo de banco chega a ganhar até cerca de 400 vezes mais que um bancário que recebe o piso, o que é injustificável", avalia.

Levantamento do Dieese feito com base no relatório de administração dos seis maiores bancos do país mostra que a remuneração dos executivos somou R$ 665 milhões apenas no primeiro semestre de 2011, um crescimento médio de 12% em relação a 2010. No Santander, o crescimento foi ainda maior, atingindo 45% no mesmo período.

Após cinco rodadas de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, a proposta apresentada pela Fenaban não garante a valorização dos pisos, limitando-se a um índice de reajuste de 8% em todas as verbas - o que significa um ganho acima da inflação de apenas 0,56%. Pela proposta, o piso passaria dos atuais R$ 1.250 para R$1.350, muito abaixo da reivindicação da categoria, que é o salário mínimo do Dieese, calculado em R$ 2.297,51 em junho.

"A valorização do piso é uma das principais reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários e, por isso, precisa ser contemplada pelos bancos na construção de uma proposta decente para resolver o impasse da greve da categoria", conclui o dirigente sindical.

Pisos Salariais praticados no Brasil
Fenaban (pós 90 dias)
R$ 1250,00*
Caixa (pós 90 dias)
R$ 1600,00*
BB
R$ 1600,00*
BRB
R$ 1900,00**
*Valor convencionado em 2010.
** Valor acordado em set/2011, com 13% de reajuste e 5,22% de aumento real.
Elaboração: Dieese - Rede Bancários



Fonte: Contraf-CUT com Dieese

Bancários fecham 7.950 agências no país, mas bancos permanecem calados

A greve nacional dos bancários cresceu nesta segunda-feira (3), sétimo dia de paralisação, e atingiu todos os 26 estados e o Distrito Federal, com a adesão dos funcionários de Roraima. A categoria paralisou 7.950 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados. O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a partir dos dados enviados pelos sindicatos até as 18h30.

A greve começou na última terça-feira (27), após a rejeição da proposta de reajuste de 8% apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa apenas 0,56% de aumento real.O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, reunido nesta segunda-feira, em São Paulo, decidiu orientar os sindicatos a intensificarem as ações para mobilizar os bancários e ampliar a greve em todo país, uma vez que a Fenaban permanece em silêncio."Mantemos nossa disposição de diálogo e, para tanto, o Comando Nacional está de plantão até esta terça-feira (4), em São Paulo, para retomar o processo de negociações com os bancos", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Queremos uma proposta decente para valorizar o trabalho dos bancários", destaca.Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização", diz Cordeiro.O presidente da Contraf-CUT destaca que a valorização do piso da categoria é um ponto fundamental para o acordo. "Dados do Dieese mostram que o salario inicial dos bancários brasileiros é menor que o piso dos trabalhadores argentinos e uruguaios. Isso é um absurdo, uma vez que os bancos brasileiros estão entre os maiores e mais lucrativos do continente", alerta o dirigente sindical.Segundo pesquisa feita pela Subseção do Dieese da Contraf-CUT, o salário de ingresso nos bancos no Brasil em agosto de 2010 era equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432). A comparação do valor por hora trabalhada também é bastante desfavorável para os bancários do país. O piso dos brasileiros é equivalente a US$ 6,1 por hora de trabalho, enquanto os argentinos ganham US$ 9,8/hora, seguidos pelos uruguaios, que recebem US$ 8/hora. "É uma situação que mostra em parte porque o Brasil se mantém entre as nações com a pior distribuição de renda do mundo", salienta Cordeiro. Conforme o Dieese, cerca de 140 mil bancários recebem o piso no Brasil, o que significa aproximadamente 30% ou quase um terço da categoria. 
Fonte: Contraf - Feeb-SP/MS