segunda-feira, 25 de março de 2013


Tarifas podem variar 103% de acordo com o banco

·         Segundo especialistas, apesar de anúncio de reduções feito no ano passado, valores dos pacotes básicos não caíram
·         Levantamento feito pelo GLOBO levou em conta práticas das seis maiores instituições do país

JOÃO SORIMA NETO
Publicado:25/03/13 - 7h44
Atualizado:25/03/13 - 9h49

SÃO PAULO — Os valores das tarifas cobrados pelos bancos de seus clientes pelos mesmos serviços apresentam diferenças de até 103% atualmente. Para especialistas, além de muito discrepantes, os valores continuam salgados para o bolso do correntista. Uma pesquisa feita pelo GLOBO no Sistema de Divulgação de Tarifas de Serviços Financeiros da Febraban, a federação dos bancos, comparando os valores dos seis maiores bancos do país, mostrou que para fornecer um extrato mensal de conta corrente e de poupança, na boca do caixa, o HSBC cobra R$ 2,95, enquanto na Caixa Econômica Federal, paga-se R$ 1,45 (diferença de 103%). Já o pacote básico de serviços apresenta uma diferença de 42% entre o valor máximo (R$ 13,50 cobrados pelo HSBC) e o mínimo (R$ 9,50 cobrado pela Caixa Econômica Federal). Nesse pacote, estão incluídos, a cada mês, oito saques, quatro extratos e dois do mês anterior, quatro transferências entre contas do próprio banco, além do cadastro para abertura de conta.
Para os especialistas, mesmo após os bancos terem anunciado, no ano passado, a redução de algumas tarifas avulsas, os valores dos pacotes básicos não caíram.

— Ainda temos tarifas muito elevadas, principalmente as dos pacotes de serviços, que variam entre R$ 15 e R$ 18 ao mês, nos mais econômicos. No ano passado, os bancos reduziram as tarifas avulsas, mas não a dos pacotes, que em alguns casos tiveram aumento de até 30%, com a inclusão de novos serviços, segundo pesquisa do Idec. Ninguém pode deixar de comparar tarifas e reclamar quando notar alguma cobrança diferente no extrato — afirma a economista Ione Amorim, responsável por uma pesquisa de tarifas feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

A economista do Idec lembra que das 181 milhões de contas correntes registradas no Banco Central, referentes aos seis maiores bancos do país, a grande maioria está vinculada a um pacote de serviços.

— Portanto, reduções dos serviços avulsos, embora sejam benéficas, têm impacto limitado para os clientes — avalia.

Em nota, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirma que não houve alta sistemática das tarifas nos últimos anos. A entidade cita um levantamento feito pelo jornal Valor Econômico, com base em números do Banco Central, que mostrou que entre 2008 e outubro de 2012, das 108 tarifas informadas pelos cinco maiores bancos do país, 33 subiram, 36 caíram e 39 ficaram estáveis.

— Nesse mesmo intervalo, quatro dos cinco maiores bancos reduziram o preço do pacote de serviços padronizados, enquanto um o manteve inalterado — diz a nota da Febraban.
Entre os serviços avulsos, há diferenças percentuais entre as instituições que saltam aos olhos. Para fazer uma transferência através de um DOC ou uma TED, por meio eletrônico, o maior valor é de R$ 7,95 no HSBC e o menor de R$ 6,50, na CEF, uma diferença de 22,30%.

Se a transferência for feita na boca do caixa, o cliente vai pagar R$ 14,50 no Bradesco e R$ 12,85 na CEF, uma diferença de 12,8%. A confecção de cadastro, quando o cliente abre a conta no banco, custa R$ 59,00 no HSBC e R$ 30,00 no Bradesco, no Itaú Unibanco e na CEF, uma diferença de 96%. Mas se o cliente abrir conta no Banco do Brasil ou no Santander não pagará nada pelo serviço. Uma folha de cheque extra custa R$ 1,55 no Bradesco e R$ 1,05% na CEF, uma diferença de 47%.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, que também faz um levantamento periódico do preço de tarifas bancárias, lembra que muitas vezes o cliente paga um valor fixo por um pacote de tarifas, mas os serviços oferecidos nem sempre são os que ele precisa.

— Nesse caso, vale pesquisar o pacote mais adequado ao perfil do cliente. Se ele faz muitos saques por mês, mas não tira o extrato, o pacote básico, não é o mais adequado. É melhor ter um pacote que permita mais saques — diz Miguel.

Ele lembra também que embora alguns valores sejam pequenos, e passem despercebidos pelo cliente na hora de conferir o extrato, podem provocar um gasto elevado num período mais longo. Um cliente que não tem um pacote de serviços e faz pelo menos dez saques mensais de sua conta. No Santander, por exemplo, esse cliente gastará R$ 22,00 por mês e, num ano, o valor chega a R$ 264,00.

— As pessoas precisam acompanhar seus extratos, saber quanto pagam pelas tarifas e optar pelos melhores pacotes oferecidos. Afinal, os bancos são livres para cobrar o que querem — diz Ribeiro de Oliveira.

Ione Amorim, do Idec, lembra que os bancos são obrigados pelo Banco Central a fornecer gratuitamente aos clientes dez folhas de cheque, quatro saques em autoatendimento, dois extratos por mês no autoatendimento e duas transferências entre contas do mesmo banco, além de um cartão de débito. Quem não precisa mais do que isso para movimentar sua conta, diz a economista do Idec, não deve ficar vinculado a um pacote de serviços. Certamente estará pagando por operações que não utiliza, diz ela.

— Os bancos oferecem aos clientes os pacotes mais caros. Muita gente paga pelo que não usa — diz Ione.

Ela lembra ainda que os bancos estão cobrando por serviços que antes não cobravam, segundo mostrou a pesquisa do Idec. Por exemplo, o envio de um SMS com informação da conta do cliente no Banco do Brasil custa agora R$ 0,12; no Bradesco R$ 0,18 e no Santander R$ 0,20.

— Foi mais uma forma de os bancos compensarem perdas de receitas, após baixarem os juros — diz o analista de bancos de uma corretora de São Paulo.

A Febraban lembra que a cobrança pela prestação de serviços bancários sofreu uma alteração a partir de 2008. A ampla liberdade de criação e cobrança de serviços pelos bancos foi substituída por uma regulamentação que buscou padronizar e aumentar os serviços obrigatórios e gratuitos. Além disso, subordinou a criação de novos serviços à autorização do Banco Central. Neste mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou três resoluções para aumentar a transparência das informações na contratação de serviços bancários.

Entre elas, os bancos terão que incluir uma cláusula dando opção ao cliente para utilizar serviços e tarifas individualizados ou por pacotes oferecidos pela instituição. O cliente não precisará mais a aderir aos pacotes se não desejar. Os bancos também terão que criar três novos pacotes padronizados, com serviços prioritários, além do pacote já existente com serviços de cadastro, cheque, saque, extrato e transferência de recursos.

— A regulamentação de 2008 permitiu que os bancos montassem pacotes específicos para atender seu público, de acordo com suas estratégias de marketing e demanda dos seus clientes. Isso também ocorre na prestação de serviços variados. A definição de preços dos serviços obedece a estratégias de relacionamento do banco com o cliente — diz a nota da Febraban.

Fonte: O Globo

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Semana de mesas temáticas começa nesta segunda com Segurança


  
O movimento sindical retoma nesta semana as mesas temáticas com a Fenaban em 2013. A série de reuniões começa com Segurança Bancária nesta segunda-feira (25), às 15h. Todos os debates ocorrem na sede da federação dos bancos, em São Paulo.


Próximas reuniões

Ao todo serão quatro mesas temáticas, sendo que a de Saúde do Trabalhador se desdobrará em duas, pois inclui também uma reunião específica sobre a Cláusula de Combate ao Assédio Moral. Confira as datas e horários:

Segurança Bancária: segunda (25) - 15h
Terceirização: terça (26) - 15h 
Igualdade de Oportunidades: quarta (27) - 10h 
Cláusula de Combate ao Assédio Moral: quarta (27) - 15h 
Saúde do Trabalhador: quinta (28) - 10h 

Construindo novas conquistas

No ano passado, os bancários garantiram a manutenção das reuniões trimestrais das mesas temáticas na CCT, consolidando tais espaços de debate permanente com a Fenaban. 


Reuniões dos coletivos nacionais

A Contraf-CUT realizará reuniões dos coletivos nacionais antes das mesas temáticas, na sede da Confederação (Rua Líbero Badaró, 158 - 1º andar), visando preparar os debates com a Fenaban. Confira:

Segunda (25) - 10h: Coletivo Nacional de Segurança Bancária
Terça (26) - 10h: Coletivo Nacional de Combate à Terceirização
Terça (26) - 14h: Comissão Nacional de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS)
Quarta (27) - 10h: Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador




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BC lista 19 bancos estrangeiros na fila para entrar no Brasil


Por Mônica Izaguirre | De Brasília

Marques, do BC: "Processos levam o tempo necessário para que a decisão possa ser tomada em bases sólidas e seguras'

Existem 19 instituições estrangeiras interessadas em entrar no sistema financeiro do Brasil, afirmou ao Valor, Sidnei Correa Marques, diretor do Banco Central (BC) responsável pela área de autorização de novas empresas. A conta inclui os pedidos em análise e aqueles que ainda devem ser protocolados, mas cujo interesse pelo mercado brasileiro já foi manifestado em conversas com diretores do BC.
Os interessados são de 15 países diferentes, entre eles Estados Unidos, Japão, Alemanha, Itália, Holanda e China. Em princípio, todos querem constituir subsidiárias em vez de entrar no país adquirindo instituições existentes. Em dez casos, "na maioria de instituições sistemicamente importantes em nível global", a intenção é montar aqui um banco múltiplo ou comercial.
No atual cargo desde março de 2011, mas funcionário antigo da BC, Sidnei disse não lembrar de ter visto lista tão grande de pretendentes nos últimos anos. "O número está acima da média", destacou o diretor sem revelar nomes nem qual seria a média.
Como parâmetro de comparação, ele lembrou que de 2010 até agora, período em que nenhum pedido teria sido negado, o BC autorizou a criação de nove novas instituições de controle estrangeiro e obteve do Palácio do Planalto decreto abrindo caminho para a constituição de outras quatro, o que dá um total de 13 em pouco mais de três anos.
O diretor considera como já atendidos e, portanto, fora dos 19 apontados, esses quatro processos cuja autorização formal do BC é iminente porque já foram objeto de decreto da presidente Dilma Rousseff reconhecendo o pleito como de interesse do governo brasileiro. Tal reconhecimento é exigido pela Constituição Federal, vem antes da autorização formal de funcionamento, mas só é concedido depois que o BC, na condição de autoridade de supervisão bancária, se mostra favorável ao pedido da instituição.
Entre os 19 também não estão pedidos que logo de início o BC costuma rejeitar, antes mesmo da formalização. O diretor revela que a política, nesses casos, é convencer o interessado a sequer formalizar a intenção de ingresso no país. Com isso, embora já tenha acontecido, "é raríssimo" o BC reprovar algum pedido formal, disse ele.
Questionado se a atual lista de pleiteantes não estaria "maior que a normal" por causa de alguma demora na análise das demandas, Sidnei respondeu que não. O tempo da decisão do BC varia muito conforme o plano de negócios de cada um e, levando isso em consideração, tem sido normal, assegurou.
"O sistema financeiro é estratégico em qualquer país. Os processos tomam o tempo necessário para que a decisão possa ser tomada em bases sólidas e seguras", disse ele, evitando falar sobre o caso do UBS. O banco suíço, que já esteve anteriormente no Brasil, esperou mais de dois anos para conseguir autorização do governo para voltar ao país - é um dos quatro casos já com decreto favorável.
Marques acredita que o aumento do interesse dos estrangeiros em entrar no Brasil não tem relação com a crise internacional de liquidez que abalou bancos de diversas partes do mundo e que se desdobrou na desaceleração da economia mundial. "A crise já tem cinco anos e esse aumento de interesse é recente", disse.
O diretor avalia que o fenômeno está mais ligado à melhora da visão sobre o Brasil do que à piora do cenário em países ricos. "O Brasil representa grande oportunidade de negócios para essas instituições por vários fatores: mercado consumidor amplo e em crescimento; economia estável e crescendo de forma sustentável; sistema financeiro sólido e aderente às melhores práticas internacionais; economia aberta com comércio internacional diversificado; oportunidades de investimento em infraestrutura; fortalecimento do mercado de capitais; e instituições democráticas e estáveis", entre outros.
A maioria dos estrangeiros que quer constituir novos bancos está de olho na clientela de pessoas jurídicas principalmente. Muitos querem vir porque empresas clientes em outros países já vieram ou pretendem investir aqui. A intenção dos estrangeiros não é só atuar em crédito. É também atuar fortemente em operações de mercado de capitais, acrescentou o diretor.
O BC leva em consideração, na sua análise, uma série de questões além do óbvio e em princípio saudável aumento de concorrência. Conforme Marques, os quesitos incluem entrada de novas tecnologias; fomento ao comércio internacional; acesso a investidores externos; visibilidade da economia brasileira; ampliação de fontes de financiamento de longo prazo para o setor de infraestrutura; e maior integração do SFN ao sistema financeiro global. Também são consideradas a avaliação feita pelo supervisor do país de origem sobre a instituição interessada e a qualidade dessa supervisão bancária.
Fonte: Valor Econômico


25/03/2013 às 08h53

Mercado reduz aposta para inflação e vê juro maior em 2013, diz Focus


Por Ana Conceição | Valor Econômico

SÃO PAULO - Analistas de mercado elevaram suas estimativas para a inflação em março, mas voltaram a reduzir suas projeções para o acumulado do ano.
Ao mesmo tempo, a previsão para a taxa básica de juros também tornou a subir, de acordo com o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira pelo  Banco Central, que apura estimativas junto a cerca de cem instituições.
A mediana das apostas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cedeu, pela segunda semana consecutiva, de 5,73% para 5,71%. Para a inflação em 12 meses, a mediana recuou de 5,45% para 5,42%.
O Focus também mostra que os analistas agora esperam uma inflação mais salgada em março. As estimativas saíram de 0,45% para 0,50%. Mas para abril, a projeção caiu de 0,46% para 0,40.
Na sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 de março – prévia da inflação oficial - subiu 0,49%, abaixo da média de 0,54% apurada pelo Valor Data. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 6,43%.
No Focus de hoje, os analistas ajustaram a estimativa da inflação em 2014 de 5,54% para 5,60%.
Selic em alta
A queda nas estimativas do mercado para a inflação vem acompanhada de um aumento na taxa de juros este ano. Pela terceira semana consecutiva eles elevaram a aposta para a Selic, desta vez de 8,25% para 8,50%. O mercado estima que o juro permanecerá nesse nível até o fim de 2014. Há quatro semanas, a expectativa era de que o juro encerrasse 2013 onde está, em 7,25%.
Na sexta-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sancionou, em discurso na Câmara de Comércio França-Brasil, o aperto monetário embutido na curva de juros futuros.
"Não resta dúvida de que a comunicação é parte importante do processo de condução da política monetária. O ajuste da mensagem do BC, por si só, já determinou mudanças nas condições financeiras de modo geral."
Na quinta-feira, o Banco Central divulgará o relatório trimestral de inflação. O documento é esperado por analistas como fonte de informação capaz de manter ou alterar o quadro de apostas para o juro.
PIB mais fraco
Os analistas de mercado voltaram a reduzir suas estimativas para o crescimento da economia brasileira em 2013. A mediana das projeções o Produto Interno Bruto (PIB) caíram de 3,03% para 3%. Para 2014, a aposta seguiu em 3,50%.
Os analistas não mexeram na projeção para o aumento da produção industrial, que seguiu em 3% neste ano, mas reduziram um pouco suas estimativas para 2014, de 4% para 3,95%.
Dados divulgados na semana passada seguiram mostrando retomada ainda gradual da economia. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou criação de 123.446 mil empregos em fevereiro, mais que os 98,6 mil esperados, mas menos que os 150 mil do mesmo período em 2012.
Apesar disso, os indicadores de confiança da indústria mostraram um otimismo menos acentuado, o que gera dúvidas sobre o ímpeto da recuperação. É o caso do índice confiança medido pela CNI, que caiu para 57,1 pontos, mais baixa para meses de março desde 2010. O medido pela FGV também recuou, 2,3%, na leitura preliminar de março.

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Funcionários dos Correios não podem ser demitidos sem justa causa
Atualizado às 20h18.
Funcionários dos Correios não podem ser demitidos sem justa causa, só com a apresentação de um motivo, decidiu o STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta-feira (20).
A decisão serve como precedente para outras empresas de economia mista, como a Petrobras, a Eletrobras e o Banco do Brasil, por exemplo, porque os tribunais do país têm hoje 981 processos sobre despedida imotivada de empregados de empresas públicas.
O STF definiu, no entanto, que esses servidores não têm direito à estabilidade no cargo após três anos --apesar de eles terem prestado concurso público.
Os ministros mantiveram entendimento do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que considerou inválida a demissão sem motivo de um empregado, porque os Correios gozam "de garantias atribuídas à Fazenda Pública".
A defesa dos Correios pediu para o Supremo fixar a partir de quando a decisão tem efeito --se ela for retroativa, mais funcionários podem ser beneficiados da sentença de hoje. Segundo os advogados da empresa, ela pode ter um prejuízo de aproximadamente R$ 133 milhões em passivos trabalhistas.
Os ministros, no entanto, solicitaram que esse pedido específico fosse formalizado --para só depois se decidirem.


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