quinta-feira, 16 de agosto de 2012


Onda de greves se alastra e desafia governo Dilma

    
                                                                                       DE BRASÍLIA
A greve dos servidores federais ganhou ontem a adesão de policiais rodoviários e ameaça se tornar a paralisação mais ampla do funcionalismo desde o começo do governo Lula (2003-2010), desafiando a gestão da presidente Dilma Rousseff.
Greve da PF vai ao 3º dia com operação-padrão em aeroportos
Operação da PRF causa lentidão em rodovias de sete Estados
Os números oficiais e do movimento não batem. Nas contas sindicais, ao menos 27 órgãos federais foram diretamente afetados, entre greves, suspensão temporária de trabalho ou operações-padrão.
As paralisações já prejudicam o cotidiano da população. Ontem, pelo menos oito estradas ficaram congestionadas por causa de uma fiscalização intensa de veículos. Aeroportos e até a área da saúde, com a retenção de remédios importados em depósitos, estão sendo afetados. Universidades federais estão paradas há quase três meses.
Ontem, em Brasília, grevistas tentaram subir a rampa do Palácio do Planalto, mas foram contidos por policiais.
Até agora, o governo negocia apenas com funcionários de universidades federais.

VAIAS
O ministro responsável por negociar com movimentos sociais, Gilberto Carvalho (Secretária-Geral), foi vaiado e chamado de traidor em um congresso por manifestantes da CUT, tradicional braço sindical do petismo.
"Traidor, traidor", ouviu. "A greve continua. Dilma a culpa é sua!". Carvalho discutiu aos gritos com a plateia.
Ao fim, o presidente da CUT, Vagner Freitas, comentou: "Se eu fosse presidente, destituía o ministro."
"Houve greves grandes, mas eram concentradas em um setor. Essa tende a se ampliar", disse Artur Henrique, dirigente da CUT.
A decisão do governo de punir grevistas com descontos e não conceder reajustes acirrou os ânimos. Outra medida que desagradou servidores foi um decreto, de julho, facilitando a troca de grevistas por funcionários estaduais e municipais.
Para os sindicatos, há mais de 300 mil funcionários parados entre os 573 mil servidores. O Ministério do Planejamento diz que isso é irreal. "Se fosse tal como é dito, teríamos o serviço totalmente comprometido, e não está. Há pouquinha gente parada e muita fazendo barulho", disse o secretário de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.
Ele refuta o status de pior greve dos últimos anos e lembra paralisações nos governos Lula e FHC, mas o governo diz não saber quantos servidores estão parados. O país "enfrentou momentos difíceis" com greves antes, disse.
Também repercutiu mal entre sindicalistas e setores do governo a afirmação do secretário do Tesouro, Arno Agustin, dizendo que a greve acabaria no dia 31, com o envio do Orçamento de 2013 para o Congresso, o que encerraria a possibilidade de negociação salarial.
"Nós entendemos que a crise [internacional] é grave. Mas, diante da crise, tem que flexibilizar o superávit primário [economia para pagar juros da dívida] e recuperar carreiras", disse Artur Henrique.

Brasileiros ignoram valor das taxas que gastam para manter conta corrente

Estado de Minas

O consumidor reclama das tarifas bancárias e dos altos juros cobrados pelos empréstimos feitos com as instituições financeiras, mas é acomodado e faz pouco esforço para tentar pagar menos. Os dados fazem parte de levantamento da Proteste Associação de Consumidores, que ouviu 5,09 mil pessoas no país.

O estudo mostra que os clientes dos bancos costumam ser leais, mas não se informam sobre o custo para manter a conta ou outros tipos de crédito. 

Apesar da possibilidade de portabilidade, o levantamento constatou que 74% dos clientes mantêm a principal conta corrente no mesmo banco em que recebem o salário ou pensão. Mais da metade (52%) não troca de instituição financeira há pelo menos 10 anos.

Cerca de 39% dos entrevistados não sabiam informar quanto pagam pela sua conta-corrente. Entre os que sabem, o valor médio gasto por mês é de R$ 54,93. A pesquisa mostra ainda que os bancos deixaram a desejar no valor dos juros e tarifas (muito altos) e na transparência das informações. 

"Mas o consumidor também não conhece bem o seu perfil para poder contratar os serviços e pagar menos. Ele precisa definir as prioridades como cliente do banco para não ter o ônus do produto que não precisa", avalia Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

Um programa de aconselhamento ao crédito poderia ajudar o consumidor brasileiro, segundo avaliação da Proteste. O programa orientaria sobre qual crédito escolher e qual a melhor forma de pagamento, evitando assim que voltasse a pedir empréstimo com a finalidade de pagar o primeiro débito. 

Os entrevistados possuem, em sua maioria, dois cartões de crédito (60%) e pagam anuidade média de R$ 61 para cada um. Cada cartão apresenta limite médio de R$ 2.984,20. "Se a pessoa gasta muito, é recomendado que tenha um só cartão, pois tem controle maior do débito", observa Maria Inês.

O crédito rotativo é prática comum de percentual considerável (20,5%) de entrevistados que não consegue pagar o total da fatura. Dos consumidores que têm um segundo empréstimo pessoal, 26,3% afirmaram que solicitaram o crédito para pagar outras dívidas. "Isso demonstra uma falta de planejamento e a incapacidade de pagar o débito com o salário que ganha", diz Maria Inês.

"Escolho o meu banco pelo gerente. Já teve vez que cheguei a mudar de instituição em função dele", afirma a empresária Fernanda Grossi
O médico Vicente de Paula retrata bem o perfil médio do consumidor detectado pela pesquisa. Ele é cliente de três instituições bancárias: Itaú, Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) e Bradesco. No Itaú, ele é cliente há 40 anos, no Bradesco há 12 anos, e no Sicoob há 13. 

"Não posso fazer a opção de um único banco, pois recebo os honorários em instituições diferentes", afirma. Na sua opinião, os bancos poderiam remunerar melhor o dinheiro do consumidor. "Eles (os bancos) deveriam remunerar a nossa conta corrente por pelo menos a metade da taxa de juros que empresta", observa.

A empresária Fernanda Grossi é cliente há mais de 10 anos do Santander. A sua conta de empresa é no Banco do Brasil. Ela conta que já pensou em sair, mas o que define a sua escolha é o tratamento do gerente da instituição. "Escolho pelo gerente. Já teve vez que cheguei a mudar de banco em função dele", diz.

ENDIVIDAMENTO FAMILIAR 

A facilidade de obtenção de crédito, a falta de planejamento familiar e as altas taxas de juros cobradas pelo mercado impulsionam o endividamento dos consumidores, segundo outro levantamento divulgado ontem pela Proteste. A pesquisa ouviu 200 pessoas e constatou que, quando uma família assume uma dívida, paga em média 189% a mais por ano do que o valor real do bem financiado.

As famílias que participaram do estudo têm renda média de R$ 2.401 e declararam pagamentos de dívidas de R$ 1.009,45, em média, o que resulta em comprometimento de 42% da renda para pagamento de débitos. O estudo mostrou que as famílias têm em média três dívidas ativas. Entretanto, 23% das famílias têm cinco dívidas ou mais. 


Fonte: Estado de Minas

Comando suspende negociações com morte do ex-dirigente sindical Manolo.

  
Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São PauloManolo morre aos 49 anos e deixa esposa Deborah e dois filhos, Beatriz e Diogo

A segunda rodada de negociação da Campanha 2012 entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban foi suspensa nesta quarta-feira 15, em razão do falecimento do ex-dirigente sindical Manoel Castaño Blanco, conhecido como Manolo, marido da assessora jurídica da Contraf-CUT, dra. Deborah Regina Rocco Castaño Blanco. As negociações serão retomadas na próxima terça-feira, dia 21, às 10h. 

O Comando terminava as discussões sobre saúde com a Fenaban, às 13h, quando a dra. Deborah, que participava da mesa de negociação, recebeu a notícia da morte do marido, vítima de acidente vascular. O Comando solicitou então a suspensão da rodada de negociação, que continuaria à tarde e nesta quinta-feira, para discutir segurança bancária, igualdade de oportunidades e remuneração.

Ex-funcionário do Banco Safra, Manolo foi diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo de 1991 a 2002, onde comandou as Secretarias Jurídica, Cultural e de Imprensa. Foi também um dos responsáveis pela criação da Comissão de Segurança Bancária do Sindicato nos anos 1990.

Manolo tinha 49 anos e deixa esposa e dois filhos, Beatriz e Diogo. O corpo será cremado nesta quinta-feira 16, às 11h, no Memorial Crematório, situado na rua Nilo Peçanha, 50, saída da Anchieta, atrás da Beneficência Portuguesa Cemitério Vertical, no bairro de Marapé, em Santos. 

Consternada, a Contraf-CUT manifesta sentimentos de apoio e solidariedade aos amigos e familiares de Manolo e da dra. Deborah.


Fonte: Contraf-CUT