terça-feira, 31 de maio de 2011

UNI Américas assina acordo marco histórico com o Banco do Brasil

Agnaldo Azevedo  
A UNI Américas assinou nesta segunda-feira 30 com o Banco do Brasil, em Brasília, o primeiro acordo marco com uma empresa do sistema financeiro no continente americano. Também é o primeiro acordo do gênero feito por uma multinacional brasileira. Intermediado pela Contraf-CUT, o convênio garante aos 118.900 bancários do BB que trabalham em todos os países das Américas direitos fundamentais previstos nas declarações da Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre eles o de sindicalização e livre organização sindical.

Veja aqui a íntegra do acordo marco (em pdf ) assinado pela UNI Américas com o BB.

A UNI Américas é a representação regional da UNI Sindicato Global, entidade à qual a Contraf-CUT é filiada e que reúne mais de mil sindicatos e mais de 22 milhões de trabalhadores do setor de serviços em 160 países de todos os continentes.

"Vocês estão enviando uma mensagem muito positiva ao mundo. O Brasil hoje é uma potência e assim é reconhecido em qualquer país. O Banco do Brasil, com a assinatura desse acordo, sinaliza que quer se internacionalizar respeitando seus trabalhadores e dialogando com as entidades sindicais", elogiou Márcio Monzane, que acaba de deixar a UNI Américas para assumir a chefia mundial da UNI Finanças. 

"Esse é um acordo realmente histórico. Como dirigente sindical e como cidadão brasileiro, sinto orgulho de ter participado da sua negociação. Ele vai garantir a organização sindical, o direito de negociação e de sindicalização, melhorando a vida dos trabalhadores do Banco do Brasil em todos os países das três Américas onde o BB atua", comemorou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI América Finanças.

'Globalização menos injusta'

"Estamos muito felizes com esse acordo extraordinário, construído com diálogo pelo maior banco da América Latina e de um país que hoje está na vanguarda progressista mundial. Assim vamos criando condições para tornar a globalização menos injusta", disse na cerimônia de assinatura a argentina Adriana Rosenzvaig, secretária-geral da UNI Américas.

Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT, contou que as negociações com o BB visando a assinatura do acordo marco remontam a 2005 e envolveram muitas pessoas e departamentos do banco, que no começo tiveram dificuldade até para compreender o que é a UNI-Sindicato Global e qual o significado desse tipo de entendimento.

"O BB é a sexta instituição financeira do mundo a assinar o acordo marco com a UNI e a primeira nas Américas. Com mais de 110 mil trabalhadores, o BB é também o segundo maior banco que assinou esse acordo, o que mostra a grandiosidade do que estamos fazendo aqui hoje", festejou Marcel.

'Esperamos que outros bancos sigam o exemplo do BB'

Juvândia Moreira, presidente do Sindicato de São Paulo e vice-presidente mundial da UNI Finanças, lembrou a importância da assinatura do acordo marco num momento em que o Brasil se prepara para se tornar um centro financeiro global. "Esperamos que outros bancos sigam o exemplo do BB", propôs Juvândia. 

O secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Ricardo Jacques, relatou a pressão dos bancários na mesa da Fenaban para que os bancos multinacionais brasileiros ou que atuam no Brasil assinem o acordo marco. E elogiou a atitude do BB, "que está dizendo às outras instituições que se dispõe a respeitar os princípios fundamentais do trabalho e dos direitos humanos".

Principal dirigente do BB a participar da assinatura do acordo, o vice-presidente de Gestão de Pessoas, Robson Rocha, também ressaltou o "momento histórico que estamos vivendo". Disse que o entendimento mostra a possibilidade de, "respeitando as divergências", buscar pontos de convergência para melhorar as condições dos trabalhadores.

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Eduardo Araújo, afirmou que o acordo "representa um instrumento importante, que nos permitirá cobrar qualquer desrespeito de direitos trabalhistas e sindicais que aconteça no BB em outros países".

Além da garantia de liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva, no acordo marco o BB assume o compromisso de, entre outras coisas, combater e prevenir problemas de saúde derivados da atividade laboral, combater o assédio moral e sexual, evitar a discriminação no emprego e promover a igualdade de oportunidades, entre outros pontos.

O acordo vale para os bancários do recém-adquirido Banco Patagonia (Argentina), para as agências do BB em Nova York, Miami, Buenos Aires, Santiago e La Paz; para os escritórios de Washington, Cidade do México, Panamá, Caracas e Lima; e para a subagência de Santa Cruz de La Sierra (Bolívia).


Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pergunta: Sou gerente. Tenho colegas na mesma função que vieram de outro banco com salário maior. Tenho direito a receber o mesmo salário que eles? (J. M. V)
Resposta: Os requisitos para a equiparação salarial estão previstos na legislação trabalhista (artigo 461 da CLT) e são: 1) mesma função (não confundir com cargo); 2) serviço de igual valor (mesma produtividade e
qualidade técnica); 3) mesmo empregador; 4) mesma localidade; 5) não existir diferença na função superior a 2 anos; 6) simultaneidade na prestação de serviços.  
Se o seu Banco está organizado em quadro de carreira, não será possível a equiparação salarial.
O preenchimento dos requisitos deve ser analisado caso a caso. Por exemplo, mesma localidade deve ser entendido como mesmo município; o porte da agência bancária pode ser decisivo no quesito produtividade. 
Assim, o ideal é que os bancários nessa situação busquem a orientação junto ao Sindicato.
Fonte: Seeb Campinas
Associados

Saúde: afastamento do trabalho Como proceder

Pergunta: Estou com problemas de saúde. Nunca utilizei os seviços do INSS, mas agora meu médico diz que é importante um afastamento para realizar tratamento, senão posso ter complicações. Como é que isso funciona? Como fica minha relação com o Banco?
Resposta: Os cuidados com a saúde são importantes para todos; temos visto pessoas protelarem tratamentos em função do serviço e acabarem se prejudicando.
Nosso conselho, portanto, é sempre seguir as recomendações de seu médico de confiança.
Os afastamentos de até 15 dias independem do INSS: o empregado entrega o atestado médico e o empregador responde pelo período. Quando há necessidade de afastamentos mais longos, entra em cena o INSS. Nesse caso, há basicamente dois tipos de afastamento: o causado por acidente do trabalho ou doença
profissional, e o afastamento por doença “normal”, não relacionada ao trabalho.
No caso da doença não relacionada ao trabalho, o empregado entra em gozo de “auxílio-doença previdenciário” e, se o afastamento for superior a seis meses, o bancário terá dois meses de estabilidade,
por força de nossa Convenção Coletiva de Trabalho.
No caso do acidente de trabalho, ou de doença profissional, o benefício é o “auxílio-doença acidentário”. Nesse caso, o Banco deve emitir uma CAT - Comunicado de Acidente do Trabalho; caso o Banco não o faça, você deve procurar o Sindicato para resguardar seus direitos. No auxílio-doença acidentário, a garantia de emprego após a alta é de um ano e há a manutenção dos depósitos de FGTS por
todo o período.
Em ambos os casos, a Convenção Coletiva da Categoria Bancária prevê a Complementação do Auxílio-Doença, por até 24 meses.
Em casos de dúvidas, ou para maiores detallhes, procure o Sindicato. 18-3271-3600..

Glossário
Acidente do Trabalho: é o que ocorre pelo exercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Doença Profissional: a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade Doença do Trabalho: é aquela adquirida ou desencadeada em função das condições especiais em que o trabalho é realizado Crivelli Advogados Associados

Fonte: Sindicato dos Bancários de Campinas.

Preparação Campanha Salarial 2011: Encontro de Dirigentes Sindicais do Banco do Brasil em Jaú

No último dia 21/05 aconteceu na cidade de Jaú o encontro de dirigentes sindicais do Banco do Brasil para discussões e encaminhamentos de assuntos específicos dos funcionários do BB para serem levados à Diretoria do Banco através da Comissão de Empresa e também na Campanha Salarial dos Bancários 2011.

A Os diretores da Federação dos Bancários , estiveram presentes no encontro que reuniu aproximadamente 200 participantes entre dirigentes sindicais e funcionários. O Presidente da Federação dos Bancários e secretário Estadual de Relações de Emprego e Trabalho Davi Zaia, também participou do evento e abordou a importância de se resolver o mais rápido possível a questão ECONOMUS.

Foram debatidos vários assuntos como plano de carreiras e méritos, BB 2.0; PCR; funcionários incorporados; condições de trabalho; remuneração, saúde e previdência. A idéia é ter uma negociação permanente que irá ajudar a Comissão de Empresa a resolver as questões junto ao BB.

Com relação aos funcionários oriundos do Banco Nossa Caixa, que possuem o Economus (Saúde e Previdência), foi feita uma palestra pelo Sr. Keyton Pedreira, que acompanha esta entidade desde 2004. A ORIENTAÇÃO de Keyton é no sentido de que, quem ainda não tem o Previmais, ingressar o mais rápido possível, pois a Previ (BB) ainda não tem previsão. Segundo o mesmo não haverá risco, pois será possível a portabilidade. Outro ponto importante é optar pela porcentagem mais alta 8%, se possível, pois o empregador estará contribuindo também pela mesma porcentagem.


Tendo em vista o grande número de funcionários (ex BNC) que estão sendo transferidos para fora do Estado de São Paulo, faz-se necessário e com urgência, a unificação com a CASSI.

“Esta reunião foi muito importante. Outras acontecerão em outras regiões, para que possamos avançar nas reivindicações e também trazer o funcionário para discussão dos assuntos relativos ao seu dia a dia, saúde e previdência”, 
Fiquem atentos ao chamado de seu Sindicato. Participe!!!

Encontro sobre assédio moral, saúde e condições de trabalho 13/05/2011


Realizado em 12 de Maio na cidade de Caraguatatuba - SP o Encontro de Saúde foi organizado pela Federação dos Bancários de SP/MS e reuniu os 24 sindicatos filiados a ela para discutir este assunto que afeta todos os trabalhadores de nossa categoria.
A abertura foi feita por seu presidente e atual secretário de Emprego e Relações de Trabalho do Estado de São Paulo, Davi Zaia, que falou da importância do envolvimento dos sindicalistas nos assuntos polêmicos da categoria, possibilitando assim uma fiel leitura do sofrimento do trabalhador no seu dia-a-dia e os encaminhamentos necessários para a resolução dos problemas.
Com mesas especificas e palestras direcionadas aos temas, a participação dos presentes foi bastante intensa e satisfatória, na opinião dos coordenadores.
Com a coordenação de João Analdo e de Cido Roveroni, a Federação dos Bancários de SP/MS iniciou os trabalhos com vistas a Campanha Nacional 2011.
Inovando mais uma vez, a federação colocou em prática o que foi discutido em sua reunião de diretoria, que apontava o sistema de Erbans como ultrapassado, pois com a execução de dois deles, os assuntos tornavam-se repetitivos. Decidiu-se pela realização de vários eventos, dividos por temas específicos, como “Assedio Moral, Saúde e condições de Trabalho”, debatido nessa ocasião (confira o calendário dos demais eventos).
Após as apresentações/transparências das palestrantes Nahara Flavia Ribeiro, Olívia Brossi (Seeb Piracicaba) e Priscila Zaia que falaram sobre Assedio Moral, os quase 90 sindicalistas que compareceram ao encontro puderam discutir e analisar as situações expostas com os próprios palestrantes.
O tema Saúde foi abordado por Thaise C.Gehm e Gustavo Moreno Frias (Seeb Campinas), que também instruíram os participantes para o preenchimento de CATs, direito dos lesionados / portadores de doenças ocupacionais e vitimas de assaltos, assuntos quase sempre ignorados pelos banqueiros.
Por último e não menos importante a palestra Jurídica ministrada pela Doutora Tânia Mara Assis Sabino, que relatou experiências vividas, sugeriu formas de atuação contra o assédio moral, com modelos de denúncias e alertou sobre o perigo de exposição diária dos trabalhadores bancários.
Devido o adiantado da hora, a coordenação submeteu à plenária um encaminhamento feito pelo diretor do Seeb Sorocaba, Ricardo Santos Filho, que contemplou os participantes, no sentido de reunir por entidade os apontamentos e sugestões de pauta para nossa minuta de reivindicação de 2011 e encaminhar via e-mail para a FEEB SP/MS.
“Fomos felizes em mudar o modelo dos Erbans e esperamos tirar proveito das experiências vividas pelos sindicatos em todos os encontros agendados” comenta Roveroni.
Para João Analdo “os debates propiciam polêmicas e divergências, e elas são necessárias para que as idéias saiam do papel e sejam colocadas em prática”.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Governo reintegra 432 demitidos no governo Collor e inclui BNCC e Meridional

  
Mais 432 servidores públicos, demitidos no governo do presidente Fernando Collor (1990-1992) e anistiados pela Comissão Especial Interministerial (CEI), coordenada pelo Ministério do Planejamento, poderão retornar aos cargos de origem, caso desejem, de acordo com 19 portarias publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira (18).

Os atos beneficiam ex-empregados de cinco empresas estatais de telefonia (Telesp, Telebahia, Teleceará, Telemig e Telerj. Relaciona também ex-empregados da Eletronorte e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), bem como dos extintos Fundo de Previdência dos Funcionários da Portobras, Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), Banco Meridional e Legião Brasileira de Assistência (LBA).

Também foram chamados ex-funcionários do Serpro, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), dos Correios, da Indústria Nacional de Material Bélico (INB), da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), da Vale do Rio Doce, da Docas da Bahia (Codeba) e do Laboratório Químico-Farmacêutico da Aeronáutica (Laqfa).

Os nomes relacionados nas portarias assinadas pela ministra Miriam Belchior serão notificados pelo órgão ou entidade em que serão reintegrados e terão prazo de 30 dias para se apresentar ao serviço, sob regime celetista. A reintegração não contempla ressarcimento de salários.

O processo de anistia e reintegração começou em 2008, mas ainda restam 1,4 mil pedidos de reconsideração em análise. A previsão é que todos sejam concluídos até o fim do ano, de acordo com a presidenta interina da CEI, Erida Maria Feliz.


Fonte: Agência Brasil

BC proíbe franquia mas escancara atuação dos correspondentes bancários

 O jornal Valor Econômico publicou nesta quarta-feira, dia 18, uma reportagem de página inteira sobre os reflexos da resolução nº 3954 do Banco Central, editada no dia 24 de fevereiro, que trata da nova regulamentação para os correspondentes bancários. A matéria apresenta a grita do setor de franquias que atualmente atuam no mercado oferecendo crédito consignado.

"É um absurdo que essa questão seja tratada como sendo meramente comercial e de competência exclusiva do BC em regulamentá-la, quando na verdade se trata de alteração nas relações de trabalho", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.

Para o dirigente sindical, "o Judiciário Trabalhista, em reiteradas decisões, considera ilícita a prestação de serviços de financiamento para esse tipo de relação, seja na forma de franquia, seja de correspondente bancário e outras formas que terceirizam a atividade-fim das financeiras".

Veja a íntegra da reportagem do Valor:

BC fecha cerco a franquia de crédito

"Franquia Paraná Banco: o seu negócio". Com esse tipo de abordagem, o Paraná Banco, do grupo paranaense J. Malucelli, estabeleceu nos últimos anos uma rede de 85 lojas franqueadas da Paraná Crédito, o braço de varejo para oferta de crédito consignado do grupo. Essa estrutura, que não representa custos de instalação física e de funcionários para a instituição financeira, está ameaçada pela resolução 3.954 do Banco Central (BC), de fevereiro.

A regulamentação, que consolida as normas referentes à contratação dos chamados correspondentes bancários pelas instituições, deixou explícita a proibição de parceria que configure franquia e também que o espaço físico desse canal alternativo seja confundido com o de uma instituição financeira. No mercado, o que se comenta é que foi o abuso de forma que levou a supervisão a coibir esse tipo de estrutura.

Com o advento do crédito com desconto em folha de pagamento de 2004 para cá, muitas empresas especializadas na atividade de correspondente se estabeleceram no país como marcas franqueadoras e, em alguma medida, responsáveis pela explosão do consignado. Pelos dados do Banco Central (BC) o estoque dessa modalidade de crédito somava em março R$ 142,9 bilhões, 60% das operações de empréstimo pessoal.

Há dois modelos de franquia rodando. O do Paraná Banco, em que um braço da instituição financeira é o franqueador da marca, e outro, mais comum, em que uma empresa independente é a franqueadora e distribui produtos de diversos bancos.

Na lista de franquias de crédito desse segundo modelo estão nomes como a pioneira Nipocred, a Creditaria, a Finnance e a embrionária Grana Aqui. "Não há uma motivação racional para proibir a distribuição de produtos por meio de franquia, não sou dirigente de banco travestido de correspondente, sou independente dele e com essa estrutura consigo garantir a qualidade da oferta", diz o sócio da Grana Aqui, Alberto Gaidys, ex-executivo do mercado.

A empresa tem hoje só uma loja própria em São Paulo, mas, depois de ter investido R$ 1 milhão no modelo de expansão por meio de franquias, está com o negócio parado há cerca de dois meses por conta da insegurança jurídica criada pela 3954. Gaidys diz que fez uma consulta formal ao BC a respeito, mas não obteve resposta. A Grana Aqui atua como correspondente de Fibra, BMG, Credicard e BM Sua Casa.

No segmento de câmbio é o grupo Fitta que tem expandido a sua malha de atendimento por meio de franquias, com 60 lojas. Mas é o braço de turismo, uma empresa não financeira, que franqueou sua marca e, na ponta, também atua como correspondente, explica o presidente da instituição, André Nunes. 

"Nosso modelo é validado pelo BC porque não tem a figura de uma instituição financeira." Ele afirma que a vedação ao contrato de franquia, constante na 3.954, não é exatamente novidade para o setor financeiro e já estava, de alguma forma, previsto no Manual de Normas e Instruções do BC. 

O grupo fez uma série de consultas jurídicas antes de se valer dessa estrutura. "Passamos dois anos formatando o projeto, para ter certeza de que não haveria conflito com o arcabouço legal."

A Nipocred, empresa do Mato Grosso do Sul, chegou a ter 136 lojas franqueadas, mas vem modificando o seu método de atuação desde 2008.

Segundo conta o diretor Marcio Iwamoto, os ajustes decorrem não só da sinalização de que haveria cerceamento a esse tipo de rede, mas também porque a companhia começou a sofrer ônus trabalhistas e ser responsabilizada por fraudes de "pastinhas" que se relacionavam com as franquias. A Nipocred inaugurou o formato de franquia de serviços financeiros em 2004, casando a oferta de crédito direto ao consumo (CDC) com a venda de planos de saúde.

"Inventamos um modelo que, na verdade, não estava regulamentado e acabamos sendo acionados juridicamente por questões que não eram da nossa responsabilidade direta", diz Iwamoto. A Nipocred tem 27 lojas próprias, mas ainda conta com 7 franquias remanescentes, que trabalha para retomar. Entre os parceiros estão BV Financeira, BMG e Rural.

A Finnance, com 4 lojas franqueadas e a matriz em São José do Rio Preto, modificou os termos do seu contrato para concessão comercial com reserva de franquia, enquanto aguarda a avaliação jurídica da Associação Brasileira de Franquias (ABF), diz Glaucia Gallo Pereira, proprietária da marca, farmacêutica de formação e que toca o negócio junto com o marido economista. Originando operações para bancos como BMG, BV e Itaú, a produção mensal beira o R$ 1 milhão, com comissões de até 15%.

"Não dei muita bola para o normativo porque já vinha trabalhando com concessão comercial. Minha função é dar suporte, treinar, apresentar o modelo pronto para trabalhar, mas não há uma relação de subordinação (com as lojas)", diz Glaucia. 

Os contratos são fechados por um prazo de cinco anos e os concessionários pagam uma taxa de franquia inicial. A intenção é criar um fundo de propaganda. Com esse desenho ela espera chegar a 50 franquias neste ano.

Segundo Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF, o departamento jurídico da entidade vem avaliando a regra do BC, mas a leitura preliminar é de que a resolução não pode se sobrepor à Lei de Franquias e ameaçar os contratos vigentes. 

"Há registro de marca, os contratos são legais, não pode haver um terceiro impedindo que ele se execute." O representante conta que a ABF vai encaminhar uma carta ao governo e ao BC lamentando a decisão, que, a seu ver, vai contra os interesses do mercado.

Algumas atuações no mercado, com lojas com a mesma comunicação visual da instituição financeira, confundem o consumidor e não há clareza se a relação é com um prestador de serviço ou com o próprio banco, pontua Eloy Ventura, diretor jurídico da Aneps (associação que representa as promotoras de vendas).

O Valor ouviu de mais de uma fonte que o Banco do Brasil também teria cogitado adotar o modelo de franquia para expandir a sua malha de correspondentes no Amazonas, a fim de evitar reclamações trabalhistas. 

O gerente executivo de canais do BB, Edson Moreira Correa Filho, informou que não houve plano recente nesse sentido, mas que há cerca de uma década a instituição chegou a testar a oferta de cartões e seguros por meio dessa estrutura. A aquisição da rede de correspondentes do Lemon Bank, em 2009, foi ajustada e os contratos de franquia foram refeitos de acordo com os padrões do BB.

Loja tem metas e faz telemarketing

Quem entra na única loja franqueada da Paraná Crédito na cidade de São Paulo, localizada numa esquina movimentada do bairro do Ipiranga, tem a sensação de estar numa financeira ou numa pequena agência bancária, um pouco mais simples e silenciosa que as outras, com a vantagem de não passar pelo incômodo das portas giratórias.

Após alguns minutos de conversa com um dos três atendentes, dá para sair dali com um empréstimo com desconto em folha de pagamento sem muita burocracia. "Não precisa de análise de renda, é bem simples", diz cordialmente um dos funcionários que, junto com suas outras duas colegas, tem de atingir metas de clientes conquistados por mês.

A loja funciona como diversas outras promotoras de vendas espalhadas pela cidade. Os cartazes nas paredes, os panfletos sobre as mesas e as cores por dentro e por fora do estabelecimento deixam para o cliente a mensagem de que se trata de um braço do Paraná Banco. Não é assim.

A empresa que abriga a marca é a CLC, do Grupo Trevo. Não é só o consumidor que se confunde. À tarde, os próprios funcionários deixam as portas trancadas por temer a invasão de bandidos que imaginam haver movimentação de dinheiro ali. O gerente, Felipe Corrêa, filho do dono da CLC, explica que a principal vantagem de trabalhar com uma franquia de crédito exclusiva é ter acesso à carteira de clientes do banco. 

Além de buscar novos contratos de consignado, refinanciamento e compra de dívidas, os cinco funcionários da loja fazem serviço de telemarketing para clientes do Paraná Banco que nunca viram na vida. "Desde que abrimos as portas da loja da Paraná Crédito, em abril de 2010, já captamos cerca de 400 clientes, e emprestamos um valor total próximo de R$ 570 mil."

Nem Corrêa nem os funcionários da loja têm vínculo empregatício com o banco. Mas as cores, os folhetos e a logomarca são idênticos aos encontrados nas 14 lojas próprias da instituição paranaense. Todo o material de divulgação que chega da matriz com a cara do Paraná Banco é pago por meio de uma taxa de marketing já embutida no valor dos empréstimos.

Corrêa afirma que a Paraná Crédito já informou às suas franqueadas que, caso o BC enquadre a marca na Resolução 3.954, que regulamenta os correspondentes e não admite o modelo de franquia, eles terão garantida a carteira de clientes que levantaram desde que abriram as portas.

Com duas franquias em Belo Horizonte, a ex-funcionária do Paraná Banco Valir de Fátima Medeiros diz que espera da instituição a apresentação das novas condições comerciais para manter exclusividade na oferta de produtos da instituição. 

Se optar por abrir o leque, ela entende que vai ter que descaracterizar a loja, mas ainda assim manteria um selo da Paraná Crédito. De uma forma ou de outra, a sinalização é de que contrato vai mudar. "O contrato de franquia seria rescindido e um novo, de correspondente, entraria no lugar."

Mas não são todos os franqueados da Paraná Crédito que estão cientes da nova regulamentação do BC. Donos de lojas do interior do Paraná e do Rio não tinham conhecimento de qualquer mudança à vista e nem que estão atuando de forma irregular aos olhos do BC. Em praticamente todas as franquias com as quais o Valor entrou em contato, o funcionário atendeu o telefone dizendo "Paraná Banco". 

Procurado desde o dia 4, até ontem o banco não tinha respondido à reportagem. Na apresentação dos resultados, o banco contabilizava 85 "correspondentes exclusivos", 14 lojas próprias e 355 correspondentes bancários ativos. No fim do primeiro trimestre, a carteira de consignado da instituição somava R$ 1,4 bilhão.
Fiscalização preocupa autoridade 

Com a proibição do contrato de franquia de correspondente bancário, o Banco Central quis impedir que empresas com autonomia de atuação ficassem totalmente fora do escopo de sua fiscalização. Não que a supervisão bancária possa intervir diretamente no correspondente, pois o canal alternativo não se configura instituição financeira. 

A ação corretiva é sempre por intermédio do banco que contratou o serviço, explicou o BC, por meio da assessoria. A resolução 3.954 prevê, porém, que o BC tenha acesso aos contratos celebrados entre bancos e correspondentes e determine o descredenciamento de um agente que esteja agindo de forma inadequada.

A redação permite que o correspondente subcontrate outro agente para oferta de crédito, desde que essa relação esteja também coberta por um contrato ou pelo vínculo empregatício. Quando o subcontratado terceiriza o serviço, os contratos não podem ser feitos, porém, em regime de franquia. E, se uma empresa expande a atividade principal pelo modelo de franquia, nesse pacote não podem estar implícitos os serviços de correspondente. No Banco Postal, as franquias dos Correios não atuam como correspondentes.

Empresas que se estabeleceram como marcas de crédito e são reconhecidas como autênticas "financeiras", têm atuado no segmento de correspondentes por certo vácuo na legislação, diz o pesquisador do centro de estudos de microfinanças da FGV, Eduardo Diniz. "Eu não sei porque não atacam mais precisamente o problema, pois já está dito, desde a primeira regulamentação do correspondente, que essa não poderia ser a atividade principal do agente contratado." 


Fonte: Contraf-CUT com Valor Econômico

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sindicato questiona parceria entre bancos e PM Bancos devem pagar pela própria segurança em vez de retirar efetivo para proteger a população

São Paulo - A federação dos bancos (Febraban) e o comando da Polícia Militar de São Paulo estão acertando uma nova estratégia de segurança. A idéia – de acordo com reportagem do Jornal da Tarde – foi debatida em reunião realizada na sexta-feira 13 entre oficiais da PM e representantes da Febraban.

A proposta é que policiais especializados em patrulhar as ruas façam rondas dentro dos bancos e em estacionamentos conveniados para coibir crimes como ‘saidinha’ de banco, sequestro de gerentes, roubos aos cofres e ataques aos caixas eletrônicos.

A operação passaria a valer a partir de 25 de maio, começando pela capital paulista. 

Para o Sindicato, a iniciativa é absurda e contraria a lei 7.102, que prevê que a segurança bancária deve ser feita por empresas privadas. “Vamos questionar o Ministério da Justiça sobre isso. Os bancos podem pagar pela própria segurança, não precisam retirar efetivo das ruas para cuidar das agências bancárias”, destaca o diretor executivo do Sindicato, Daniel Reis, que faz parte da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada da Polícia Federal, como representante dos bancários.

Daniel destaca que a medida rompe a linha tênue entre público e privado e configura privatização da segurança pública do estado de São Paulo. “Além disso, coloca em risco a segurança dos usuários dos bancos. Esse modelo é adotado em Medelin, na Colômbia, e Cidade do México. São cidades que visitei e onde esse sistema é questionável, inclusive pelas autoridades brasileiras”, completa.

Mesa temática – A proposta construída com a PM contraria também o que foi dito pelos representantes dos bancos na mesa temática sobre segurança bancária – que já teve duas rodadas este ano. “Eles falaram em redução de ocorrências para justificar a retirada das portas de segurança na adequação de layouts, por exemplo, no Banco do Brasil e no Itaú. “Preocupados em tornar o visual mais bonito e moderno colocam trabalhadores e clientes em risco e agora apelam para a segurança da PM. Isso é no mínimo incoerente”, ressalta a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas.

Febraban – O site da federação dos bancos não informa sobre a “parceria” com a PM. Apenas fala em uma reunião realizada nesta terça-feira, com os comandantes dos batalhões, sobre a “Operação Conheça seu Comandante, um ciclo de palestras dedicado a treinar agentes bancários sobre questões de segurança e estabelecer relacionamento e troca de informações com os policiais responsáveis pelo policiamento nas áreas das agências bancárias locais”.

Cláudia Motta, com informações da Jornal da Tarde - 17/05/2011
Sindicalize-se e fortaleça a luta de todos os bancários pelo aumento real e melhores condições de trabalho. Não fique só, fique sócio!

SINDICATO FIRMA CONVÊNIO COM - COMPLEXO EDUCACIONAL DAMÁSIO DE JESUS - UNIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE









Para fazer jus ao benefício do convênio e para mantê-lo, os alunos devem cumprir as seguintes exigências:
- Requerer por escrito a concessão do desconto; aqui no Sindicato dos Bancários de Presidente Venceslau e Região das 08:00 às 17:00 horas de segunda a sexta-feira.

Sem atendimento na Cassi, bancária oriunda da Nossa Caixa sofre AVC


Uma funcionária do Banco do Brasil viajou a Brasília para uma reunião profissional. Ao chegar às dependências do banco na capital federal, a bancária oriunda da Nossa Caixa, que tem apenas o plano de saúde do Economus, começou a passar mal e foi encaminhada ao ambulatório da Cassi para atendimento médico. Ao chegar lá, porém, a surpresa: teve seu atendimento negado.

A bancária voltou então para São Paulo e, ao chegar ao hospital, sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e segue desde então internada na UTI, de onde deve sair para a realização de uma cirurgia para retirada de um coágulo.

"A insistência do Banco do Brasil em adiar a solução da cobertura do plano de saúde para quem veio da Nossa Caixa está criando uma bomba-relógio. Será que será preciso alguém morrer para que o banco acorde e resolva de uma vez por todas esse problema?", questiona a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Raquel Kacelnikas. 

Os bancários oriundos da Nossa Caixa que foram transferidos para Brasília têm cobertura de plano de saúde comercial (não da Cassi), mas quem viaja a trabalho ou lazer para fora do estado de São Paulo fica totalmente descoberto em caso de emergência. 

"Quando éramos funcionários da Nossa Caixa também não tínhamos a cobertura fora de São Paulo, mas éramos de um banco estadual. Agora todos somos funcionários de um banco federal, mas apenas parte desse quadro tem cobertura do plano de saúde em todo o país", aponta a dirigente sindical.

"Tem que ser no amor e na dor, é ônus e bônus", diz Raquel. "O Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa e outros bancos estaduais, mas parece que só quer o lado bom da aquisição, só quer lucrar com as contas e carteiras, esquecendo que é preciso também dar condições dignas aos seus novos funcionários. Todos os funcionários do BB devem ter tratamento igual, não pode haver diferenciação de nenhum tipo", diz Raquel. 

O Sindicato já entrou em contato com a direção do banco, solicitando uma reunião de urgência para tratar do tema. Raquel afirma que está sendo preparada no Sindicato a campanha "Somos todos BB - saúde e previdência com qualidade para todos". 

"Vamos levar essa situação para a sociedade e fazer a denúncia. Talvez assim a direção do banco finalmente resolva esse problema que está pendente desde 2009", conclui Raquel.


Fonte: Seeb São Paulo

Integração irrita clientes do ex-Real e Santander lidera lista de reclamações

  
Crédito: AE
AE
A última fase da fusão com o Santander deixou muitos clientes do antigo Real irritados e contribuiu para que o banco espanhol chegasse à liderança de reclamações. 

Levantamento feito pelo iG com números de reclamações em São Paulo, estado com a maior quantidade de ocorrências, mostra que os registros contra o Santander este ano, até 14 de maio, subiram 58% na comparação com igual período de 2010. A instituição financeira também superou o Itaú Unibanco em número de reclamações, somando 795.

Os dados são do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), programa que integra em rede as ações da Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça. Representa o trabalho do Coordenador do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e dos Procons integrados. 

Na mesma comparação, o Banco do Brasil é o segundo colocado, com 675 registros e aumento de 40%. Itaú Unibanco fica em terceiro lugar, com 645 reclamações, mas queda de 11,7%. Já o Bradesco é o quarto colocado entre os maiores bancos do país, com 531 registros e recuo de 5,3%.

Marcelo Zerbinatti, diretor de processos e gestão de mudanças do Santander, reconhece que o banco passou por problemas técnicos na última fase da fusão, ocorrida em fevereiro. "Quando demos início à integração dos sistemas das agências, tivemos problemas técnicos na Internet, que duraram de três a cinco dias", conta. "Esse fato acabou causando congestionamento nas linhas de Call Center."

Ele acredita que, após esse pico, o ritmo de reclamações tenha caído. "Acompanhamos hora a hora o nível de reclamações no Call Center, e ele está diminuindo", disse. De acordo com o diretor, a tendência é que o ritmo de registro de insatisfações fique num patamar menor que antes da migração.

Integração de sistemas elevou reclamações

Em 1º de novembro de 2007, um consórcio composto pelo Santander Espanha comprou quase a totalidade do capital do ABN AMRO, que controlava o Real. Em 30 de abril de 2009, o Banco Real foi incorporado pelo Santander Brasil e foi extinto como pessoa jurídica independente.

O último passo da integração aconteceu em fevereiro, quando os sistemas tecnológicos das agências foram unificados. Segundo Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos bancários de São Paulo e região, apesar de o processo ter demorado três anos para ser completado, a junção tecnológica foi feita de maneira rápida demais. 

"Nós alertamos o Santander várias vezes, pedindo para que fizessem essa última transição por áreas, numa mudança paulatina, para evitar transtornos", diz. "Mas o banco decidiu fazer isso de uma vez."

Segundo ela, a fusão entre o Banco do Brasil e a Nossa Caixa também gerou muitas reclamações, em função do mesmo problema. Porém, nas uniões entre Bradesco e BCN e Itaú com Unibanco, o nível de reclamação de funcionários e clientes foi menor.

O dinheiro sumiu

Entre as reclamações que envolvem o Santander no sindicato estão erro de endereços e em saldos das contas. "Houve caso de saldo que apareceu zerado", disse Juvandia. O Banco Real era conhecido pela bandeira ligada à sustentabilidade. 

Também facilitava o acesso dos jovens ao sistema bancário, oferecendo contas aos universitários. Muitos de seus clientes continuaram fiéis, em função do tratamento que recebiam. O executivo Rodrigo era um deles. "Sempre gostei muito do Real. Para mim, era o que tinha o melhor atendimento", afirma. 

"Quando mudei de empresa, passei a receber meu salário no Itaú. Mesmo pagando taxas mensais, continuei transferindo tudo para o Real", diz o gerente comercial, que também preferiu não divulgar seu sobrenome.

Mas as coisas mudaram depois que o Real foi comprado pelo Santander. 
Rodrigo diz que teve seu cartão clonado, com a retirada de R$ 2,6 mil de sua conta. "Um problema parecido já tinha acontecido quando eu era cliente do Real, e tudo foi resolvido sem problemas", afirma. "Mas, no Santander, chegaram a sugerir que eu havia fraudado a conta e não queriam me pagar." 

A situação só se resolveu depois que Rodrigo enviou uma carta ao banco dizendo para que ficasse com o produto do roubo. Insatisfeito, o executivo fechou sua conta depois do ocorrido.

Já a secretária Mônica, que também preferiu não divulgar o sobrenome, conta que, depois da mudança de Real para Santander, os funcionários da agência onde tem conta não atendem o telefone. Ela reclama ainda da frenética troca de gerentes na agência. "Combinava tarifas e planos com um gerente para, no mês seguinte, entrar outra pessoa e começarmos tudo do zero", conta. Segundo a secretária, a dança das cadeiras continua até hoje. "Nos contatos que tenho com os funcionários, sinto que estão desmotivados."

No Twitter, os saudosistas

Casos como o de Mônica e de Rodrigo tornaram-se mais frequentes e reclamações podem ser vistas todos os dias nas redes sociais. No Twitter, por exemplo, continuam sendo postadas frases saudosistas. "De um banco eficaz, pró-ativo e com pessoas com boa vontade .... o #bancoreal passou a ser um banco de má vontade. É geral!" diz Marcos Teles de Farias.

Na Proteste, entidade civil independente de Defesa do Consumidor, semelhante ao Procon, as reclamações sobre o Santander dispararam. A alta foi de 580%, de cinco registros entre janeiro e abril de 2010, para 34 no mesmo período desse ano. No Banco do Brasil o aumento foi de 107%, para 27 registros; no Bradesco foi de 100%, para 26; e no Itaú ficou em 54%, para 68 reclamações.

Tatiana Viola de Queiroz, advogada da Proteste, registrou casos de penhora de salário nessa migração. "Uma pessoa entrou com reclamação pois teve 80% de seu salário penhorado pelo Santander, que alegou estar descontando dívidas atrasadas", disse. Em outra ocasião, uma conta corrente registrou um débito de R$ 3.400,00 por tarifas não pagas.

No mais novo capítulo da fase de pós-integração, sindicato e banco fizeram um acordo sobre demissões. Nessa semana, foi fechado um entendimento para a criação de um centro de realocação interno no banco. O acordo foi assegurado depois que o sindicato recebeu informações, em abril, de que, num estudo interno, o banco avaliava a possibilidade de demitir milhares de pessoas.

"Queremos um relacionamento duradouro com os clientes", diz Santander
Marcelo Zerbinatti, diretor de processos e gestão de mudanças do Santander, disse que fica preocupado ao ouvir reclamações sobre má vontade no atendimento do banco. "A orientação é atender a todos da melhor maneira possível. Não queremos fazer negócios com os correntistas que durem apenas uma semana, 15 dias. Queremos um relacionamento de ganha-ganha."

O executivo afirmou que é difícil discutir cada reclamação feita na reportagem, por não ter o histórico dos clientes. Ele disse, entretanto, que a troca freqüente de gerentes não é praxe. "Na migração, orientamos as agências a manter clientes ligados aos antigos gerentes, para evitar problemas."

Ele também afirma que as agências são orientadas a atender os correntistas o mais rapidamente possível e, quando isso não é possível, retornar. "O cliente pode estar ligando em horário de pico da agência, e encontrar dificuldades. Temos estudos e projetos para melhorar nossos canais de atendimento."

No caso do saldo zerado, Zerbinatti acredita que possa ter havido um problema específico na conta do consumidor. Ele garante que, após os simulados, a migração não apontou nenhuma alteração em saldos. "O que pode acontecer é, às vezes, o cliente não entender o novo extrato, e nossa equipe não ter sanado adequadamente as dúvidas."

Erros de correspondência e clonagem

O executivo disse também que a migração de cadastros foi feita em maio de 2009. "Tínhamos canais abertos para resolver os problemas de endereço."

No episódio da clonagem de cartão, Zerbinatti afirmou que algumas ocorrências exigem um tempo maior de apuração, o que pode ter levado à insatisfação do cliente. "De qualquer maneira, a orientação é primeiro resolver o problema do correntista, e depois partir para os procedimentos de rotina."



Fonte: iG - Aline Cury Zampieri