sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Se 97% das categorias fazem acordo com ganho real, bancos podem mais


Balanço divulgado nesta quinta-feira 30 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que quase todos os acordos salariais assinados no primeiro semestre de 2012 resultaram em aumentos reais de salário para os trabalhadores. Na média, os ganhos foram 2,23% acima da inflação - mais que o triplo do 0,7% de aumento real proposto pela Fenaban aos bancários nas negociações desta semana, já considerado insuficiente pelo Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT.

Segundo a pesquisa, que considera as negociações registradas no Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) do Dieese, 97% dos 370 reajustes dos primeiros seis meses do ano superaram a inflação calculada pelo INPC, do IBGE. É o melhor resultado das negociações salariais desde 1996. Apenas duas categorias registradas no SAS tiveram reajustes abaixo da inflação. Veja no quadro.

Distribuição dos reajustes comparada com o INPC, por setor econômico Brasil - 2012
                 
                                             
Variação
Indústria
Comércio
Serviços
Total (em %)
Acima do INPC-IBGE
98,2
98,1
94,2
96,5
Mais de 5% acima
4,9
3,8
13,0
8,1
De 4,01% a 5% acima
6,1
3,8
5,2
5,4
De 3,01% a 4% acima
4,3
3,8
3,2
3,8
De 2,01% a 3% acima
36,6
34,6
19,5
29,2
De 1,01% a 2% acima
28,0
44,2
30,5
31,4
De 0,01% a 1% acima
18,3
7,7
22,7
18,6
Igual ao INPC-IBGE
1,8
1,9
4,5
3,0
De 0,01% a 1% abaixo
-
-
1,3
0,5
De 1,01% a 2% abaixo
-
-
-
-
De 2,01% a 3% abaixo
-
-
-
-
De 3,01% a 4% abaixo
-
-
-
-
De 4,01% a 5% abaixo
-
-
-
-
Mais de 5% abaixo
-
-
-
-
Abaixo do INPC-IBGE
-
-
1,3
0,5
Total
100,0
100,0
100,0
100,0
                                     

Fonte: Dieese. SAS-Dieese - Sistema de Acompanhamento de Salários
Obs.: Foram considerados os reajustes salariais de 164 unidades de negociação da Indústria, 52 do Comércio e 154 dos Serviços.
 

"Salta aos olhos na pesquisa que até no setor industrial, que os economistas apontam como o mais atingido pela crise, mais de 98% dos acordos salariais garantiram aumentos reais. Não há, portanto, nenhuma razão para que o sistema financeiro, o mais dinâmico e rentável da economia, fique com essa choradeira e recuse atender as reivindicações dos bancários", compara Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

As negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban serão retomadas nesta terça-feira 4 de setembro. Os bancos propuseram 6%, mas a categoria reivindica 10,25% de reajuste (5% de aumento real), valorização maior do piso, PLR de três salários mais R$ 4.961,28 fixos, mais contratações e garantias contra demissões imotivadas, mais saúde e melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.

"Nós queremos construir um bom acordo na mesa de negociação na próxima terça-feira. Isso dependerá exclusivamente dos bancos. Condições financeiras eles têm de sobra. Somente as seis maiores instituições apresentaram R$ 25,2 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre e ainda provisionaram R$ 39,15 bilhões para devedores duvidosos, um grande exagero para uma inadimplência que cresceu apenas 0,7 ponto percentual no período", afirma Carlos Cordeiro.

Fonte: Contraf

Bancários poderão paralisar agências já na próxima segunda feira.

Foi iniciada a campanha salarial dos bancários nesta última semana e não houve avanço na primeira negociação e, com isso, diante da intransigência dos banqueiros, sindicatos de todo país decidiram mobilizar-se realizando paralisações e convocar assembléias dos bancários para propor greve por tempo indeterminado.
Mesmo com lucros absurdos, os bancos não atenderam às reivindicações econômicas dos bancários, na negociação da terça-feira última (28/8), com o Comando Nacional da categoria, em São Paulo. Depois de muito chororô e com a pressão da categoria em todo o país, a Fenaban propôs um índice insuficiente de 6% de reajuste e participação nos lucros ou resultados (PLR). A categoria bancária reivindica 10,25% de reajuste (5% de aumento real).
Na verdade, os bancos têm todas as condições de atender às reivindicações dos bancários. Basta lembrar que os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 25,2 bilhões, em 2011. O lucro só não foi maior porque os bancos usaram o truque de fazer provisões para devedores duvidosos de R$ 39,15 bilhões para uma inadimplência que cresceu apenas 0,7 pontos percentuais no período. Um dos objetivos desta manobra seria pagar menos PLR aos bancários. As negociações continuarão na próxima terça-feira (04/09). Caso os bancos não avancem, a categoria vai se mobilizar podendo ocorrer inclusive greve por tempo indeterminado.

Sindicato dos Bancários de Presidente Venceslau e Região

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Novo Sinergia pode diminuir PLR dos bancários do BB.

Mudanças sem discussão com Sindicato podem refletir negativamente no módulo bônus dos trabalhadores
São Paulo – A alteração unilateral da direção da empresa em um dos componentes da PLR semestral dos funcionários do Banco do Brasil, o módulo bônus, pode reduzir o montante destinado aos trabalhadores. Isso porque o Sindicato estima que cerca de 50% das agências não atingirão a pontuação exigida pelo banco para fazer jus à premiação.

As novas premissas do Sinergia englobam a gestão das carteiras e grupos negociais, constituindo 70% do peso total para a formação da nota das agências; sistema de avaliação semestral para, segundo o banco, premiações periódicas e individualizadas.

De acordo com a secretária-geral do Sindicato, Raquel Kacelnikas, a direção do banco alterou o Sinergia, que mede o módulo bônus da PLR – que também é constituída pela distribuição linear de 4% do lucro líquido e o módulo Fenaban –, impondo novos números para a colocação das unidades nos patamares: inicial, bronze, prata e ouro.  “O banco alterou a pontuação, mas manteve as metas abusivas. E mais, passou a cobrar desempenho individual, o que aumentou a pressão em cima de todos. O resultado disso tudo é que mesmo tendo trabalhado tanto, diversos bancários, inclusive comissionados, correm risco de receber menos de módulo bônus em relação ao ano passado.”

No entanto, no primeiro semestre de avaliação deste ano, conforme sondagem das entidades sindicais, 50% das agências nem sequer saíram da etapa inicial e menos de 20% atingiram a etapa ouro, demonstrando a distorção do modelo. Além disso, 90% das superintendências ficaram na etapa prata.

“Para mudar essa situação, os trabalhadores têm de se envolver na campanha deste ano. Reivindicamos PLR maior e mais justa aos funcionários das agências e complexos administrativos”, acrescenta Raquel.

Comando Nacional dos Bancários retomam negociação sobre remuneração com a Fenaban na terça dia 04/09/12




            O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban retomaram na manhã desta quarta-feira, 29, as discussões sobre remuneração.

               A Fenaban apresentou na terça-feira 28 a proposta que prevê 6% de reajuste (aumento real de cerca de 0,7%) para todas as verbas salariais, inclusive PLR, além de avanços em relação à saúde, à segurança bancária e à igualdade de oportunidades. O Comando Nacional considerou a proposta insuficiente.

              Uma nova rodada de negociação para discutir as cláusulas econômicas ficou marcada para a próxima terça-feira, 4 de setembro, às 15h, em São Paulo.

               As negociações continuam na tarde de hoje com debate sobre o instrumento de combate ao assédio moral.

               E amanhã, dia 30, continuam as discussões sobre garantia de salário do bancário no período entre ele receber alta programada do INSS e ser considerado inapto pelo médico do trabalho dos bancos quando do retorno ao trabalho. Participam do debate, técnicos dos dois lados.




Fonte: Comando Nacional dos Bancários - Contraf

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Comando considera 6% insuficiente. Negociação continua nesta quarta

  
Crédito: Jailton Garcia
Jailton GarciaO Comando Nacional dos Bancários considera insuficiente a proposta apresentada nesta terça-feira (28) pela Fenaban, que prevê 6% de reajuste (aumento real de cerca de 0,7%) para todas as verbas salariais, inclusive PLR, além de avanços em relação à saúde, à segurança bancária e à igualdade de oportunidades. As negociações sobre remuneração continuam nesta quarta-feira (29), às 10h, em São Paulo. Na quinta-feira, terão continuidade as discussões sobre saúde do trabalhador e condições de trabalho, como o combate ao assédio moral.

"A proposta dos bancos contém avanços nos temas de saúde e condições de trabalho, segurança bancária e igualdade de oportunidades, mas é insuficiente em relação ao índice de reajuste, ao piso e à PLR, e nada propõe sobre emprego", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. "Setores da economia menos dinâmicos que o sistema financeiro estão fazendo acordos com aumentos acima da inflação muito maiores do que a proposta dos bancos. Também consideramos imprescindível que sejam contempladas nossas reivindicações de garantia de emprego, de melhoria da PLR e de valorização do piso salarial." 

Em relação ao emprego, a Fenaban disse que o tema não deve ser incluído na Convenção Coletiva dos Bancários, devendo ser tratado por meio de acordos banco a banco. Assim, a Contraf-CUT enviará nesta quarta-feira carta aos seis grandes bancos nacionais (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC), que empregam mais de 90% da categoria, para cobrar negociações específicas sobre emprego. Os bancários querem mais contratações, fim da rotatividade, proteção contra demissões imotivadas e cumprimento da jornada de 6 horas, entre outras.

Combate ao assédio moral

Os bancos aceitaram a reivindicação dos bancários de rediscutir o instrumento de combate ao assédio moral previsto na Convenção Coletiva com adesão espontânea para bancos e sindicatos. Para os bancários, esse instrumento precisa ser avaliado, porque é insuficiente e precisa de ajustes. 

O tema será discutido nesta quinta-feira entre o Comando Nacional 
dos Bancários e a Fenaban, com a participação de técnicos em saúde dos dois lados.

Programa de Reabilitação Profissional

Também vai a discussão nesta quinta-feira o Programa de Reabilitação Profissional (PRP). O Comando Nacional questionou os bancos sobre a razão pela qual nenhum deles aderiu ainda ao programa, que está desde 2009 na Convenção Coletiva. Pelo acordo, cuja implementação é opcional, os bancos devem instituir programas de reabilitação, visando assegurar condições para a manutenção ou a reinserção ao trabalho do bancário com diagnóstico de adoecimento, de origem ocupacional ou não.

O que está acontecendo na prática é que a grande maioria dos trabalhadores, ao retornarem ao trabalho depois de um determinado período de afastamento, é recolocada no mesmo posto de trabalho que o adoeceu, sem nenhuma mudança nas condições e no ritmo de trabalho.

A Fenaban disse que os bancos estão rediscutindo o assunto e apresentarão uma posição sobre a adesão ainda durante o processo de negociação da campanha.

Garantia de salário para bancários afastados

Também continuam nesta quinta as discussões sobre garantia de salário do bancário no período entre ele receber alta programada do INSS e ser considerado inapto pelo médico do trabalho dos bancos quando do retorno ao trabalho, em que ele fica hoje sem salário. A Fenaban disse que os bancos aceitam pagar o salário durante esse período, assim como nos casos de afastamento entre a licença-médica e a realização da perícia.

Também prosseguem na mesma reunião os debates sobre as Sipats. A reivindicação dos bancários é que os bancos informem os sindicatos, com prazo mínimo de 30 dias antes da realização da Sipat, a data, o tema e o local de realização.

Projeto-piloto para segurança bancária

Os bancos aceitaram a proposta do Comando Nacional de instituir um projeto-piloto conjunto para testar medidas de prevenção contra assaltos e sequestros e melhorar a segurança das agências. Eles propõem escolher uma grande cidade, definir um grupo de trabalho com especialistas em segurança e representantes do Comando Nacional e da Fenaban.

A 3ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Contraf-CUT, com apoio técnico do Dieese, revelou que as ocorrências cresceram 50,48% no primeiro semestre de 2012 e atingiram 1.261 casos em todo país, uma média assustadora de 6,92 por dia. Desses, 377 foram assaltos (inclusive com sequestro de bancários e vigilantes), consumados ou não, e 884 arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos. No mesmo período do ano passado, foram registrados 838 casos, sendo 301 assaltos e 537 arrombamentos.

Os representantes dos bancários também lembraram que já houve 27 assassinatos em assaltos envolvendo bancos, na sua maioria em "saidinhas" de banco, no primeiro semestre de 2012. Em todo ano passado foram 49 mortes.

Para combater essa insegurança, o Comando Nacional defende a proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes para evitar sequestros, fim do transporte de numerário por bancários, instalação de equipamentos de prevenção contra assaltos e sequestros (porta de segurança, câmeras de monitoramento, biombos, vidros blindados, entre outros), além de estabilidade ao empregado vítima desse tipo de violência.

Igualdade de oportunidades

A Fenaban também concordou com a proposta do Comando Nacional de realizar um novo censo na categoria bancária para avaliar se as medidas em defesa da igualdade de oportunidades, contidas nos planos de ação dos bancos após a divulgação do Mapa da Diversidade, estão produzindo resultados. 

Pela proposta dos bancos, o novo censo será planejado em 2013 e aplicado no início de 2014. 

O Comando mostrou aos bancos que os planos de ação que os bancos instituíram unilateralmente não estão produzindo efeitos positivos, uma vez que não há negros nas agências nem programas de encarreiramento das mulheres com critérios objetivos, que evitem discriminações. 



Fonte: Contraf-CUT

PROPOSTA PATRONAL É DE 6%.

Estamos no aguardo de maiores informações para repassar com clareza aos colegas de trabalho a contra proposta feita pelos banqueiros de 6%.
Temos ainda muita coisa a ser discutida, como o emprego e a rotatividade na categoria.
Esta oferta não contempla nossas expectativas e sinaliza com o prosseguimento das discussões ainda nos dia de hoje, 29 e 30.
As partes ainda estão reunidas, dando mostra de seriedade nas discussões. 

Com truque das provisões, bancos escondem lucro para reduzir a PLR

  
Os seis maiores bancos do sistema financeiro nacional registraram em seus balanços lucro líquido conjunto de R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre de 2012. E debitaram como provisões para devedores duvidosos (PDD) R$ 39,15 bilhões - 64,3% a mais que o lucro líquido.

O aumento das PDDs variou de 22,2% (Caixa) a 63,43% (HSBC), enquanto o índice de inadimplência do sistema financeiro como um todo no período, segundo o Banco Central, subiu apenas 0,7 pontos percentuais na média. 

Veja na tabela abaixo:

Resultados dos seis maiores bancos no 1º semestre de 2012

Lucro líquido (R$)
Provisões para devedores duvidosos (PDD), em R$
 Evolução das PDDs (*)
Variação da inadimplência (*)
Itaú
7,1 bilhões (recorrente)
12,02 bilhões
+26,7%
1,0 p.p.
Banco do Brasil
5,7 bilhões (ajustado)
6,93 bi
+26,58%
0,1 p.p.
Bradesco
5,7 bilhões
(ajustado)
6,95 bi
+33,14%
0,5 p.p.
Caixa
2,8 bilhões
3,64 bi
+22,2%
0,0 p.p.
Santander
3,2 bilhões (IRFS)
7,8 bi
+36,15%
0,6 p.p.
HSBC
602 milhões
1,81 bi
+63,43%
1,2 p.p.
Total
25,2 bilhões
39,15 bilhões


(*) Comparação com o primeiro semestre de 2011.
Fonte: Demonstrações financeiras dos bancos. Elaboração: Dieese - Rede Bancários


"Sempre soubemos que a maquiagem dos balanços é um velho truque dos bancos para esconder seus lucros, mas isso nunca ficou tão claro como agora. As instituições financeiras cumprem vários objetivos com essa mágica e um deles é reduzir a PLR dos bancários. Na campanha nacional deste ano, queremos discutir essa questão a sério", adverte Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. 

Além de tirar PLR dos trabalhadores, com a maquiagem dos balanços para reduzir contabilmente o lucro, os bancos tentam justificar a contenção da oferta de crédito e a manutenção das maiores taxas de juros, spreads e tarifas do mundo. "É uma chantagem do sistema financeiro para com a sociedade brasileira", critica Cordeiro. 

O Comando Nacional defende outra fórmula de distribuição da PLR, propondo três salários mais uma parcela fixa de R$ 4.961,25. Uma regra simples e mais justa.

Além das mudanças de critérios frequentes que os bancos fazem nos balanços, este ano ainda se soma o superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos. "Se seguirmos o modelo atual, em muitas instituições os bancários receberão PLR menor que no ano passado, apesar de os lucros terem aumentado. Queremos também discutir as PDDs", avisa o presidente da Contraf-CUT.

Os bancos reconheceram que a atual fórmula é complexa e "diabólica" e que um modelo simples seria melhor, mas salientaram que não pretendem mudar neste momento as atuais regras da PLR.

"Os bancários, principais responsáveis pelos lucros dos bancos, não podem ser prejudicados, enquanto os altos executivos recebem bônus milionários. Quem produziu todos esses resultados gigantescos precisa ser valorizado com uma boa PLR, além de uma proposta global decente que atenda às reivindicações da categoria", conclui Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT