quinta-feira, 30 de março de 2017

Direção deixa clara intenção de desmonte da Caixa

Entrevista do presidente do Banco, durante divulgação do balanço, revelou a estratégia de enfraquecimento da instituição

29/03/2017
A intenção do governo golpista de acabar com a Caixa ficou clara, mais uma vez, nesta terça-feira (29), durante coletiva de imprensa para anunciar os resultados de 2016. Além de apresentar resultados abaixo do esperado pelas projeções anunciadas no ano passado, presidente da instituição, Gilberto Occhi, disse que cerca de 100 a 120 unidades deficitárias passarão por uma "intervenção" neste ano. Segundo ele, as alternativas são fechamento, fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento para outro local. Occhi revelou ainda que o processo deve ser iniciado ao fim do processo de demissão voluntária (PDV), no qual ele calcula a adesão de 5 mil funcionários.
“É um claro desmonte da Caixa, essa tática é usada há tempos pelos neoliberais, primeiro eles enfraquecem a empresa pública ao máximo, para depois privatiza-la, com a justificativa de que é a melhor saída para o governo”, explicou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e empregado da Caixa.
Além disso, a Caixa está recorrendo na Justiça sobre a convocação de 2 mil aprovados em concursos públicos. De acordo com o presidente do banco, haverá ainda a reestruturação das áreas da Caixa, com a participação das vice-presidências no processo.
Ele também anunciou que a Caixa está negociando com o governo federal mudanças no Saúde Caixa, plano de saúde que atende cerca de 250 mil pessoas, entre empregados, dependentes e aposentados. Em janeiro, a Caixa já tinha reajustado o valor das mensalidades pagas pelos empregados referente ao plano, de 2 para 3,46% do salário e o percentual de coparticipação de 20 para 30%, além do limite de coparticipação anual subir de R$ 2,4 mil para R$ 4,2 mil reais.
As medidas foram suspensas por uma liminar da Justiça do Trabalho de Brasília após ação da Contraf-CUT e dos sindicatos, que destacam que a mudança nas condições do plano fere os direitos adquiridos.
“Para reverter os ataques aos empregados e ao banco público, a única saída é a mobilização da classe trabalhadora. Nós precisamos nos unir e mostrar que estamos atentos a toda essa tentativa de desmonte. A Caixa é e sempre será 100% Pública”, completou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT e empregada da Caixa.
Números precisam ser explicados
A direção da Caixa também precisa explicar os números apresentados de que o banco teve lucro líquido de R$ 4,1 bilhões no ano passado. Trata-se de queda de 41,8% em relação a 2015. No ano passado, também de acordo com o balanço, a Caixa injetou R$ 712,5 bilhões na economia brasileira.
Em setembro, quando o lucro acumulado era de R$ 3,4 bilhões, projetava-se fechar o ano com quase R$ 7 bilhões. No balanço, a Caixa destaca a melhoria do resultado operacional, da margem financeira e da carteira de crédito, bem como a queda do índice de inadimplência.



Fonte: Contraf-CUT

sexta-feira, 17 de março de 2017

Retomadas as mesas de Saúde e Prevenção de Conflito





Membros do Comando Nacional dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram em São Paulo para realização das mesas temáticas de Saúde e Condições de Trabalho e de Prevenção de Conflitos, ocorridas dias 13 e 14 de março (segunda e terça-feira), respectivamente.

As reuniões das comissões bipartites estão previstas na Convenção Coletiva de Trabalho – CCT 2016/2018 da categoria bancária e possuem um calendário de encontros definidos ano longo de 2017. Além destas duas mesas temáticas, existem ainda as de Segurança Bancária e Igualdade de Oportunidades.

Os assuntos tratados na reunião de Saúde e Condições de Trabalho foram a avaliação do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e o Programa de Desenvolvimento Organização para Melhoria Contínua das Relações de Trabalho (cláusula 59 da CCT).

PCMSO 

A Fenaban se restringiu em discutir o questionário de avaliação pelos bancários do exame realizado junto ao médico da empresa. Os Sindicatos exigiram que outras questões referentes ao tema sejam discutidas, como por exemplo as condições de trabalho e os riscos à saúde dos bancários, visando a prevenção dos adoecimentos.

Para o representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) na Comissão, Gustavo Frias. “o objetivo é a prevenção. Inclusive os sindicatos denunciaram que existem bancos que não estão convocando seus funcionários para exame de retorno após a alta do INSS. E isso não é tudo. Existem bancos que convocam os funcionários, mas se recusam em fornecer o resultado da consulta. No caso, se apto ou inapto”. Como o questionário de avaliação do PCMSO está incompleto, os sindicatos se comprometeram em apresentar propostas no prazo de 30 dias.

Desenvolvimento para melhoria das relações de trabalho

Já, sobre o Programa de Desenvolvimento Organizacional para Melhoria Contínua das Relações de Trabalho, a Fenaban informou que ainda estão sendo realizadas reuniões setoriais entre os bancos e as COEs, mas que há reunião prevista para o mês de maio, específica sobre esse tema. Os Sindicatos exigiram a discussão da cobrança de Metas, fator responsável por índices cada vez maiores de adoecimentos na categoria bancária.

A próxima reunião da mesa de Saúde e Condições de trabalho está prevista para o dia 08 de maio.

Na reunião sobre Prevenção de Conflitos em Ambiente de Trabalho, realizada na terça-feira (14), os bancos apresentaram os dados referente às denúncias efetuadas em 2016 pelos bancários via Protocolo de Conflitos em Ambiente de Trabalho tanto nos canais dos bancos, quanto via sindicatos e se comprometeram também em enviar a apresentação feita na reunião aos ao Comando Nacional.

Outros pontos debatidos: os representantes dos trabalhadores cobraram dos bancos a tipificação das cinco maiores incidências de denúncias dos trabalhadores nos canais dos bancos, com o objetivo de investir em prevenção dos conflitos e insistiram também na diminuição do prazo de apuração das denúncias.

A Próxima reunião da mesa temática está marcada para 17 de maio.

Foto: Contraf-CUT

Assédio moral: movimento sindical não está parado

Bancários realizam seminário em Curitiba. Coletivo Nacional de Saúde da Contraf-CUT se reúne na cidade nesta sexta (17)

17/03/2017
Seeb Curitiba
Advogada da Contraf-CUT, Leonor Poço Jacobsen, participou do Seminário - Seeb Curitiba
Advogada da Contraf-CUT, Leonor Poço Jacobsen, participou do Seminário
O Coletivo de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, se reúne em Curitiba, nesta sexta-feira (17), para debater as demandas dos bancários e o resultados das últimas reuniões com a Fenaban sobre saúde. A avaliação do instrumento de combate ao assédio moral, previsto na convenção de trabalho dos bancários, está entre os temas da reunião. O encontro na capital paranaense dá continuidade ao projeto de reuniões itinerantes do Coletivo em todo Brasil. 
Em 2017, completa seis anos da assinatura, entre a Contraf-CUT e a Fenaban, da cláusula do Instrumento de Combate ao Assédio Moral no Trabalho, dentro da CCT dos bancários .Só no ano passado, foram levantadas 1503 denúncias pelo programa. Desse total, 1325 foram encaminhadas pelos canais internos dos bancos. 178 denúncias foram encaminhadas pelos sindicatos signatários do Instrumento.
“Como o foco do Instrumento é a prevenção – temos que saber qual o universo de problemas que transitam pelos canais internos dos bancos. Assim, teremos condições de apontarmos para os mais frequentes e graves e a partir desse patamar elaborar políticas de prevenção. Estamos cobrando dos bancos mais eficiência na identificação e resolução dos casos”, explicou Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.  
Seminário Assédio moral no ambiente de trabalho
As grandes mobilizações contra a Reforma da Previdência ocorridas no dia 15 de março em todo o país foram no seminário “Assédio moral no ambiente de trabalho”, nesta quinta-feira (16), no auditório do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Curitiba.
O evento é promovido pela Secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região em parceria com o Instituto Declatra, para apresentar o projeto Vidas do Itaú, que denuncia o assédio moral organizacional praticado pelo banco privado, comprovado com dados de pesquisa feita pelas duas entidades.
A advogada da Contraf-CUT, Leonor Poço Jacobsen, lembrou que falar de saúde do trabalhador é falar do desmonte do mínimo que nós teremos com a Reforma da Previdência em curso no país. “Em dez anos, ocorreram 5 milhões de acidentes de trabalho no país. Esses dados estão ocultos e não conseguimos auferir. Essa pesquisa traz luz ao debate sobre o adoecimento no trabalho”, falou, referindo-se a um levantamento do IBGE sobre os acidentes de trabalho e à pesquisa sobre assédio moral organizacional feita com base em dados fornecidos pelo Sindicato. Ela parabenizou a manifestação que reuniu mais de 40 mil pessoas em Curitiba, incluindo os bancários, que aderiram ao Dia Nacional de Paralisação.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Elias Jordão, saudou os participantes do evento, destacando que não são só trabalhadores do sistema financeiro, mas sim de outras categorias de trabalhadores e de diversas partes do país. Ele estima que o seminário cumpra seu papel de apresentar todo o acúmulo do projeto. “Quem sabe um dia a gente viva a utopia do bancário não adoecer mais”, declarou.
Junior Cesar Dias, presidente da Fetec-CUT-PR, saudou a luta das mulheres, que mesmo sendo a maioria na categoria bancária, continuam ganhando salário até 20% menor para exercer mesmo cargo e cumpri mesma função que os homens. “Para os bancos, nada é suficiente. A busca pela lucratividade infinita quem paga é o trabalhador”, externou o dirigente.
O advogado Mauro Auache, presidente do Instituto Declatra, lembrou que o projeto começou há quatro anos, com o Vítimas do HSBC, lembrando que a pesquisa que originou o projeto Vidas do itaú é retratada no segundo volume do livro “Assédio Moral Organizacional”, que será lançado nesta quinta-feira (16), ao final do seminário.
Sobre a luta dos trabalhadores, Mauro reafirma que o movimento sindical nunca esteve parado, que faz muito todos os dias e continuará fazendo. “Há uma pressão cada vez maior em torno dos trabalhadores. Temos que trabalhar com formação e consciência de classe”. Mauro informou que o livro “O Golpe de 2016 e a reforma previdenciária também será lançado ao final do evento.
A programação continua com a primeira mesa “Transformação do mundo do trabalho”, com a participação da advogada Jane Salvador e do sociólogo Giovani Alves, com mediação de Mirian Gonçalves, do Instituto Declatra.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Curitiba

quarta-feira, 8 de março de 2017

Mais qualificação e salários inferiores: esse é o perfil da mulher bancária 2017

07/03/2017





Pesquisa apontou que 87% das mulheres bancárias da região possuem qualificação acadêmica, mas ainda ganham menos que os homens
“Discriminação de gênero ainda é vista no mercado financeiro”. A fala do presidente do SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), José Antonio Fernandes Paiva, aponta o resultado da pesquisa ‘Perfil Bancário 2017’. Realizada entre novembro e dezembro de 2016, a pesquisa entrevistou 1343 bancários, de 19 cidades da base sindical.

Representando 56% da categoria, 752 mulheres foram entrevistadas. Entre elas, 320 são de bancos públicos, o que representa 42,55% e 432 são de bancos privados, 57,45%. Com 23 questionamentos, o Perfil Bancário englobou desde orientação sexual até assédio moral. Das entrevistadas, 97,47% se declararam heterossexual e 58,24% casadas.

Para a vice-presidente do SindBan e coordenadora da Semana da Mulher Bancária, AngelaSavian, a discriminação de gênero começa a ser notada com os dados das funções. “Vemos um número maior de mulheres nos cargos de menor hierarquia, já nos cargos superiores, como comissionado, gerente de relacionamento e gerente geral, vemos que os cargos são preenchidos na sua maioria por homens”, explicou.

Segundo a pesquisa, os cargos de gerente geral são compostos por 8,80% de homens, enquanto as mulheres ficam com 4,65% dos cargos. Ou seja, 89% dos cargos possuem representantes masculinos. No quesito salário, as mulheres continuam em desvantagem. Assim como na função, a faixa salarial mais baixa é composta por maioria mulheres e a mais alta por homens. Na faixa salarial de R$ 8.880,00 a R$ 11.440,00, há 53,2% a mais de homens do que mulheres. Já nos salários ainda maiores, acima de 14.960,00, a diferença pula para 140%.
“Se já nos preocupávamos com a concentração dos principais cargos de chefia e direção nas mãos de homens, nos chamou mais atenção ainda quando analisamos a remuneração dos homens e mulheres. Como o índice de representatividade nos cargos é menor do que a diferença de salários, chegamos a conclusão de que mesmo nos mesmos cargos, as mulheres ganham menos que os homens”, defendeu Paiva.

Um dos dados mais preocupantes da pesquisa, segundo Angela, foi o número de mulheres negras na categoria bancária: apenas 1,60% das 752 mulheres entrevistadas. Ou seja, nas 142 agências bancárias da base sindical, há 12 mulheres negras. “Os bancos dizem ter um programa de incentivo para essa categoria, mas sabemos que os negros que estão no sistema financeiro, estão alocados no departamento administrativo, onde não aparecem”, comentou o diretor do SindBan, Marcelo Abrahão. Recentemente, o SindBan, que está em processo eleitoral, aprovou como critério para composição de chapa a cota para negros.

Além da cota para negros, também foi aprovado um número mínimo de pessoas com deficiência para representar a diretoria do Sindicato. “Acrescentamos mais um questionamento no Perfil esse ano, o número de PCDs nas agências bancárias. Com a criação da secretaria De Assuntos das Pessoas com Deficiência, o SindBan se tornou pioneiro com o projeto ‘Bancário Eficiente’, que realizou um mapeamento inédito da falta de acessibilidade das agências bancárias de Piracicaba”, explicou Paiva.

Segundo a pesquisa, 2,39% das mulheres se declaram deficientes. Para a diretora e secretária De Assuntos de Pessoas com Deficiência do SindBan, Letícia Françoso, o número ficou muito abaixo do que o necessário. “Os bancos contratam as pessoas com deficiência apenas para cumprir uma cota exigida por Lei, não contratam pela capacidade profissional. O resultado do Perfil mostrou o quanto é importante trabalharmos a inclusão no sistema bancário”, explicou.

Outro ponto abordado pela pesquisa foi o número de mulheres que se sentiram assediadas moral e sexualmente dentro do ambiente de trabalho. Foi registrado um número menor nos dois quesitos, em relação aos anos anteriores. Mas, para Paiva, o número ainda é alarmante. “19% das mulheres sentiram se assediadas no ano de 2017. Esse ainda é um número preocupante. Registramos uma diminuição nos casos, por conta de todo o trabalho de denúncia e conscientização do Sindicato, mas ele ainda é grande”, explicou.

Apesar do número de mulheres que se sentiram assediadas ter diminuído, a porcentagem das que se sentiram discriminadas racialmente e por gênero aumentou. Em 2017, 1,86% da categoria declarou ter sido discriminada racialmente e 3,46% sexualmente. “A partir do momento que você empodera a mulher e a conscientiza da importância da denúncia elas ganham poder, e o poder faz com que a discriminação por gênero aumente dentro das agências. Todos esses dados mostram a importância de continuarmos na luta pelas mulheres bancárias”, comentou a vice-presidente do SindBan, AngelaSavian.








Fonte: Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região 
Feeb SP/MS

segunda-feira, 6 de março de 2017

Inf.17/240 - Mais de 4 mil empregados da CAIXA aderem ao  PDVE


Mais de quatro mil empregados optaram pelo Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Como sempre vem acontecendo nos programas de desligamentos anteriores, a CAIXA novamente não deve repor, nem manter os cargos deixados. No entanto, a CONTEC vai continuar insistindo para que essas vagas sejam mantidas e que se faça a recolocação nas funções gratificadas. 

A CONTEC entende que os cargos comissionados deixados pelos empregados, que aderiram ao PDVE, deverão ser preenchidos de forma sucessória pelos empregados utilizando a meritocracia. Tendo em vista, a falta de pessoal, a CONTEC continuará insistindo na convocação dos concursados aprovados para preenchimento das vagas deixadas.  

Já contamos com várias decisões judiciais no sentido de  a CAIXA ter que repor os empregados desligados neste programa. A 6ª Vara do Trabalho de Brasília determinou a Caixa contratasse 2 mil novos empregados aprovados nos concursos públicos realizados em 2014.  O banco tem até 6 meses para cumprir a decisão.  Caso contrário, terá que pagar uma multa de R$ 500 mil. 

Até o momento, o número exato é de 4.645 empregados que aderiram ao PDVE . Esse número pode mudar, já que até o dia 31 de março, data limite para o desligamento, o empregado pode desistir ou o banco recusar o pedido. A meta da Caixa era que 10 mil trabalhadores deixassem o banco.



Diretoria Executiva da CONTEC