terça-feira, 27 de junho de 2017

Crise amplia afastamento do trabalho por ansiedade

Pressão pelo cumprimento de metas e más-condições de trabalho colocam os bancários entre os mais afetados pela doença

Vicente Mendonça
Vicente Mendonça
As concessões de auxílio-doença por transtornos de ansiedade cresceram 17% em quatro anos -de 22,6 mil, em 2012, para 26,5 mil, em 2016, segundo dados da Secretaria de Previdência. No período, a União pagou R$ 1,3 bilhão aos usuários afastados do trabalho.
Duas em cada dez pessoas são afastadas do trabalho por medo do futuro, palpitações, insônia, falta de ar, sensação de paralisia, sintomas de ansiedade. A doença já é a segunda maior causa de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais, categoria que também abrange depressão, esquizofrenia e problemas relacionados ao uso de drogas. Fica atrás apenas da depressão, que responde por três em cada dez concessões do benefício.
Especialistas apontam a crise econômica, entre os fatores para o aumento dos afastamentos por ansiedade.
Setor bancário
O transtorno mental é uma das principais causas de afastamentos do trabalho no setor bancário, superando os casos de LER/Dort, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em informações do INSS. Em 2013, foram 5.042 afastamentos por transtornos mentais e comportamentais, totalizando 27% do total de afastamentos. Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo somam 4.589 casos e representam 24,6% das causas de afastamentos.
Os dados apontam que as condições de trabalho, principalmente nas agências bancárias, são fatores de risco para a saúde dos funcionários. A manipulação de grandes quantias de recursos por muitas horas também é uma das causas de estafa dos trabalhadores e um dos motivos que levou à redução da jornada da categoria para seis horas e à proibição da abertura dos bancos aos sábados. Um projeto que tramita no Senado visa acabar com a proibição do trabalho aos sábados (leia mais sobre o assunto).
A proporção dos casos de transtornos mentais entre os bancários é muito maior do que entre trabalhadores de outros setores no Brasil, devido a pressão e o assédio moral que sofrem pelo cumprimento de metas. Muitas vezes, os bancários somente conseguem afastamento após recorrer à Justiça para comprovar que o quadro tinha ligação com o trabalho.
Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Demissões em massa e jornada de trabalho são pauta de grupos de trabalho do Itaú

Banco envia carta aos trabalhadores com interesse em discutir tópicos da Reforma Trabalhista

Jaílton Garcia
Jaílton Garcia
Funcionários do Banco Itaú se reuniram, na quarta-feira (7), no Hotel Braston, em São Paulo, para debater os assuntos que envolvem a classe trabalhadora diante da conjuntura política e econômica atual. Os trabalhadores se dividiram em três grupos para definir estratégias sobre emprego, saúde e condição de trabalho e impactos das novas tecnologias.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, iniciou o debate ao reafirmar a importância da luta pelo emprego. “Temos um desafio, nossa COE (Comissão de Organização dos Empregados) vai começar a fazer o debate do centro de realocação e qualificação. É uma tentativa para evitar que o banco continue fazendo o que ele faz hoje. Quando um setor evolui tecnologicamente e as pessoas não tem conhecimento, o banco demite os trabalhadores para contratar novos. Estamos tentando a recolocação ou qualificação das pessoas para que possam permanecer no emprego. Nossa luta é por emprego.”
O grupo de trabalho aproveitou a carta enviada pelo Banco Itaú a todos os trabalhadores, no dia 19 de abril, para apresentar novas propostas a serem utilizadas nas próximas negociações. Na carta, o banco manifesta interesse na discussão sobre jornada de trabalho, bem como finais de semana, escalas de folga, intervalo de descanso e refeição, intervalo mulher e jornada flexível.
Para Adriana Nalesso, presidente do Sindicato dos Bancários do RJ e uma das coordenadoras da mesa, há uma pressão do banco para colocar em pauta as mudanças da Reforma Trabalhista. “O Itaú apresentou a pauta sobre as ações coletivas e destacou que deve ser priorizado o dialogo antes do ajuizamento nas ações em andamento. ”
Na carta ainda, foram citadas questões sobre condições de trabalho como ambiente e readaptação, e o perfil do bancário de acordo com as novas tecnologias. Segundo Jair Alves, coordenador da COE do Itaú, a importância do debate é tirar uma frente de ações. “Temos que pensar numa estratégia para combater as demissões que estão acontecendo no banco ao mesmo tempo em que se discute também a Reforma Trabalhista”, afirmou.
Com os avanços tecnológicos, muitas agências se tornaram digitais e isso dificulta o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho. “Queremos discutir a jornada de trabalho dos profissionais das agencias digitais e as condições de trabalho. Recebemos sempre vários relatos desses setores de que há excesso de jornada e adoecimento dos trabalhadores”, revelou Jair Alves.
O grupo de trabalho de Saúde do Itaú foi criado há 9 meses e discutiu pontos importantes que interferem na vida do trabalhador como: retorno ao trabalho e abertura de CAT “Já tivemos muitos avanços nos assuntos em nossas negociações com o banco e agora vamos focar na discussão da clausula 57”, explicou Jair Alves.

Fonte: Contraf

Encontro de bancos privados contribui com organização da luta dos bancários

Trabalhadores refletiram sobre questões nacionais que atingem toda a classe até as específicas de cada banco e se preparam para a resistência   



Jailton Garcia / Contraf-CUT
Os bancários do Itaú, do Santander, do Bradesco, do Mercantil e do CCB Brasil (antigo BIC Banco) concluíram no início da tarde da quinta-feira (8) seus encontros nacionais. “O Encontro Nacional dos Funcionários de Bancos Privados foi repleto de debates em um nível muito elevado. Reunimos grandes lideranças para refletir sobre o nosso futuro enquanto classe trabalhadora brasileira e também sobre questões específicas de cada banco. As contribuições do Dieese e da academia ajudaram na percepção de que a conjuntura é muito difícil. Mas temos um grande trunfo: a nossa histórica unidade, a nossa famosa mobilização e a grande capacidade de luta da categoria”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ressaltando a importância do encontro para a organização dos trabalhadores de cada um dos bancos.
O Encontro Nacional de Funcionários dos Bancos Privados começou na noite de terça-feira (6) com os bancários de todos os bancos. Na manhã do dia seguinte, novamente todos juntos, ouviram as apresentações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os impactos que a reforma trabalhista poderá causar à classe trabalhadora e, especificamente, à categoria. O Dieese, juntamente com a Faculdade 28 de Agosto, também apresentou dados sobre o uso da tecnologia pelos bancos e as consequências desta prática sobre o emprego e as relações de trabalho. Em seguida, os coordenadores do Comando Nacional dos Bancários destacaram as estratégias da Campanha Nacional dos Bancários deste ano.
“A categoria precisa estar preparada para a resistência e, acima de tudo, para avançar nas conquistas. Por isso a Contraf-CUT entendeu, junto com o Comando Nacional dos Bancários, manter a organização dos bancos privados”, disse Carlos de Souza, secretário Geral da Contraf-CUT. “Além do mais, a ideia principal é que o sujeito estratégico do movimento sindical e das lutas sejam os bancários que vieram representar as bases”, completou o secretário Geral da Contraf-CUT.
O secretário de Organização da Contraf-CUT, Carlindo Dias (Abelha), também destacou a importância dos encontros para a organização da categoria em uma conjuntura adversa, como a que estamos vivendo. “Estamos vivendo um momento muito difícil, com reformas muito prejudiciais aos trabalhadores em tramitação no Congresso Nacional. Além disso, a tecnologia já está afetando diretamente nosso trabalho. Esses encontros são muito importantes para podermos preparar nossa pauta de reivindicações, vermos quais os problemas nos afetam e como conseguimos mobilizar a categoria para que possamos fazer uma negociação de igual para igual com o banco, com o apoio de todos os funcionários”, ressaltou.
Para o presidente da Contraf-CUT, ficou claro que não os bancários não querem reformas que mutilem seus direitos e as relações de trabalho e vão lutar para impedir os ataques do governo Temer e do empresariado. “Queremos ‘reformas do bem’, como as reformas agrária, tributária, política, a democratização da mídia, a regulamentação do sistema financeiro, e tantas outras reformas populares que o povo trabalhador brasileiro precisa. Isso poderá ser conquistado se os bancários se unirem, igual a 1985 quando a maior greve da nossa história ajudou a encerrar a ditadura civil militar. E juntos com os trabalhadores de todas as outras categorias construirmos a Greve Geral”, concluiu o presidente da Contraf-CUT.
Homenagem
Os bancários de todos os bancos homenagearam Sebastião Geraldo Cardozo, o Tião, falecido no dia 31 de março, vítima de infarto fulminante.
Tião era vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP). Antes havia sido presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara por dois mandatos (1987-1990 e 1993-1996) e da Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (FETEC-CUT/SP) por três gestões (2001-2009). Tião assumiu a presidência da CUT-SP em janeiro de 2009 e conduziu o processo de transição até a realização do 12º CECUT, quando foi eleito secretário Geral da CUT/SP para a gestão 2009/2012. No 13º CECUT, foi reeleito ao mesmo cargo e, no 14º CECUT, foi eleito à vice-presidência da CUT-SP para a gestão 2015-2019.
Fonte: Contraf-CUT

Reajuste dos financiários em 2017 será de 4,38%

20/06/2017

 

PLR seguirá mesmo índice e será paga até 30 de setembro



4,38%. Esse será o índice do reajuste salarial dos financiários este ano. O índice é composto pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de junho de 2016 a maio de 2017, que foi de 3,35%, acrescido de 1% de aumento real, totalizando o acumuldo de 4,38%. A PLR será reajustado pelo mesmo índice. O reajuste foi conquistado na Campanha de 2016, garantido por acordo de dois anos, cujo objetivo era assegurar aumento real em um cenário de instabilidade política e econômica.

PLR até 30 de setembro

O pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) ocorrerá até o dia 30 de setembro. A Cláusula IV da Convenção Coletiva de Trabalho Aditiva 2016/2018, que trata das financeiras que possuem programas próprios de PLR e pagam a antecipação desses programas juntamente com o adiantamento estabelecido na CCT Aditiva PLR precisou ser retificada. A mudança teve de ser feita para adequar a data de 30 de junho para 30 de setembro, pois o pagamento está condicionado à divulgação do seu balanço semestral.

O texto corrigido passa a ter a seguinte redação: “Parágrafo Único: Até o dia 30/09/2017, as empresas representadas pelo SINDICATO DE EMPREGADORES efetuarão um pagamento de R$ 1.490,57 (hum mil, quatrocentos e noventa reais e cinquenta e sete centavos), reajustado em 01/06/2017 pelo INPC/IBGE acumulado de junho de 2016 a maio de 2017, acrescido de aumento real de 1% (um por cento), referente ao adiantamento do valor fixo constante no caput desta cláusula”.

As demais cláusulas permanecem inalteradas.

Com informações da Contraf-CUT

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Frente Parlamentar em defesa dos Bancos Públicos é lançada nesta terça-feira, em Brasília

13/06/2017



Presentes também puderam participar de seminário que debateu a importância estratégica dos bancos públicos no financiamento de projetos de desenvolvimento do país


Nesta terça-feira (13), ocorreu em Brasília (DF), evento de Lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, no auditório da Interlegis, do Senado Federal. A abertura do lançamento contou com o Seminário em Defesa dos Bancos Públicos, que discutiu “estratégias para financiar o desenvolvimento”, evidenciando a importância destas instituições no financiamento de projetos que impulsionam o desenvolvimento econômico e social do país.

Iniciativa do senador Lindbergh Farias (PT/RJ), a Frente Parlamentar será composta por deputados federais e senadores de diversos partidos e terá como objetivo, debater questões que dizem respeito aos bancos públicos, ampliando o debate e o envolvimento da sociedade, além de articular no Congresso Nacional formas de vetar projetos que ameacem a continuidade destas instituições financeiras públicas (como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), como patrimônios nacionais e que promovam seu sucateamento, entre outras medidas necessárias à defesa destas empresas que possuem importante papel no desenvolvimento do país.

O Secretário Geral da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS), Reginaldo Breda representou a entidade no evento e avaliou: “É de grande importância para a categoria bancária e para o país, a instituição de uma Frente Parlamentar voltada para a defesa dos bancos públicos, importante que tenhamos parlamentares comprometidos em falar em favor destas instituições públicas e importante também que haja a defesa de empresas que fomentam o desenvolvimento do país e possuem um importante papel social”, declarou.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Quinta audiência sobre reestruturação no BB encerra sem avanços

12/06/2017




A sexta audiência está marcada para o dia 20/07


A quinta audiência para tratar da reestruturação no Banco do Brasil, realizada na útima sexta-feira (09), na sede da Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília encerrou sem acordo ou avanços.

A representante da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS), Maria do Carmo Peggau, acompanhou a negociação.
Os temas discutidos foram novamente a prorrogação do pagamento do VCP, a gratificação de caixas, a mudança de função de gerente de negócios para gerente de serviços - o movimento sindical entende que o banco está realizando a substituição de um cargo de maior salário por outro que recebe menos, ou seja, de gerente de negócios para gerente de serviços e cobra que o BB reative a função de gerente de negócios.

Além disso, a reunião tratou também dos substitutos de caixas, que trabalham praticamente todos os dias na função e também cobraram que o banco apresentasse um mapa com as perdas salariais sofridas pelos funcionários realocados, contendo números qualificados e por estado, pois há informações de que com a mudança, trabalhadores perderam até 50% da gratificação.

Confira abaixo.

Prazo para pagamento do VCP e da gratificação dos caixas

O banco informou que foi feito pagamento integral até o dia 31 de maio, a 2.085 escriturários não realocados e que 1.043 funcionários estão exercendo funções inferiores às que exerciam antes da reestruturação. Afirmaram ainda que existem 14.184 funcionários movimentados em GF igual, 3.558 em GF maior e 646 em GF menor. A VCP deixou de ser paga a todos a partir do dia 01/06/2017. O banco reafirmou que irá manter sua posição de manter o pagamento da VCP pelo período de quatro meses, sem prorrogação e a gratificação de caixa até o último dia do mês de maio. Afirmou também que possui pouco mais de 100 agências com vagas, porém, que não há interesse dos funcionários em migrar para elas, ainda que tenha criado um incentivo (pago em 12 parcelas, cujo valor ainda não foi divulgado) para estimular o interesse na troca de agência. O BB afirmou também que TAO Especial continua existindo, favorecendo os trabalhadores descomissionados na reestruturação.

Os representantes dos trabalhadores contra-argumentaram que o incentivo mencionado atende mais às necessidades do banco, que não consegue alocar funcionários em locais de difícil provimento, do que aos interesses dos trabalhadores que tiveram perdas. Principalmente, considerando que após o período de duração do incentivo, o trabalhador novamente se verá em dificuldade. Por esse motivo, as entidades entendem que a solução adequada seria manter o VCP por prazo indeterminado, visando compensar a perda da gratificação. A Comissão de Empresa do Banco do Brasil (CEBB) solicitou ainda, isonomia no tratamento entre executivos do BB e demais empregados, passando esses últimos a receber o VCP por no mínimo 12 meses, dada a necessidade de maior prazo para ajuste financeiro dos trabalhadores.

Mudança da função de Gerente de Negócios para gerente de serviços

Não houve consenso sobre esta questão. O BB afirma que as funções não tem nada a ver com a outra, que as funções que pertenciam ao gerente de negócios foram herdadas pelo gerente geral e que não pretende reativar a função de gerente de negócios, porém, algumas mudanças internas não ocorreram a contento, portanto, em julho deste ano deverão realizar visitas a 41 agências para realizações de reuniões com os trabalhadores, a fim de estabelecer um plano de trabalho para buscar melhorias contínuas e que o banco irá fazer acompanhamento para saber se está havendo desvio de função.

Os representantes dos trabalhadores, por sua vez, afirmou não estar convencido quanto a não estar ocorrendo desvio entre a função extinta e a nova função, acarretando, inclusive sobrecarga de trabalho para os gerentes de serviço, já que no plano apresentado pelo próprio BB as funções dos cargos de gerente de negócios e gerente de serviços são bastante similares.

Substitutos de caixa 

Os representantes do banco afirmaram que o movimento sindical apresentou dois casos (em Curitiba) de agências Estilo sem caixa e que a instituição bancária realizou o devido ajuste, designando caixas para ambas as agências, porém, ressaltaram que as agências Estilo não devem utilizar a função, sem dotação de caixas, e caso os sindicatos tenham conhecimento dessa situação, devem informar ao banco. O BB disse ainda que nos casos em que há apenas um caixa é por ele desenvolvida e que em caso de substituição temporária de caixa por escriturário, este receberá a gratificação correspondente. Também informou que houve nomeação de mais 200 escriturários que vinham substituindo caixas por mais de 90 dias, totalizando 800 escriturários nomeados nessa situação.
Mapa das perdas salariais sofridas por funcionários por conta da reestruturação

Com relação às informações solicitadas ao Banco do Brasil, com o objetivo de averiguar a informação de funcionários teriam perdido até 50% da gratificação com o processo de reestruturação em curso no BB, os representantes do banco foram taxativos ao afirmar que acreditam que as informações prestadas anteriormente são suficientes para acompanhamento das entidades e embasamento da realocação, não havendo nada mais a informar.

O movimento sindical reafirmou que os dados fornecidos pelo banco são insuficientes para realização do acompanhamento das entidades e fundamentar a negociação. Diante da divergência quanto às informações prestadas pelo BB, as procuradoras do Trabalho, Dra. Ana Cristina D. B. F. Tostes Ribeiro e Dra. Vanessa Patriota da Fonseca, vice–coordenadora nacional do Conafret (Comissão Nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho) ressaltaram que é facultada às entidades profissionais o ingresso de ação pleiteando o recebimento de tais informações.

Nova audiência

A sexta audiência está marcada para o dia 20/07/2017, às 14h, na sede da Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Oposição pressiona e governo adia calendário da reforma trabalhista





Depois de ter conquistado uma vitória com a aprovação da reforma trabalhista na primeira comissão do Senado, o governo não conseguiu dar o passo seguinte no prazo em que desejava.

A leitura do relatório da proposta na CAS (Comissão de Assuntos Sociais), prevista para esta quinta-feira (8), foi adiada para a próxima semana após pressão de senadores da oposição. Na terça-feira, a proposta foi aprovada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos).

Antes do início da reunião desta quinta, os parlamentares da oposição alegaram que a proposta teria de ter sido incluída na pauta da comissão dois dias antes.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), concordou que a leitura ocorra na próxima terça-feira (13). Ao costurar o acordo, ele garantiu, contudo, que o novo calendário possibilite que a proposta seja colocada em votação no plenário ainda no mês de junho. O Palácio do Planalto quer que o texto seja aprovado antes do recesso parlamentar, que ocorre em julho.

"Há um posicionamento dos partidos de oposição solicitando que não fosse lido hoje [quinta]. Construímos um acordo de calendário. Lemos relatório na próxima terça [13], votamos na terça seguinte [20] e, no dia seguinte [21], lemos na CCJ. Na quarta seguinte [28], votamos na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] pela manhã", afirmou.

Dessa forma, segundo Jucá, a matéria pode ir a plenário na próprio dia 28, se o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), decidir colocá-la na pauta.

Alinhado com o governo, Eunício Oliveira abriu caminho para que a reforma não precise passar pela CCJ ao afirmar que o importante é que a proposta passe pelas comissões de mérito –CAE e CAS– e que o parecer pela constitucionalidade, que é atribuição da CCJ, pode também ser lido no plenário do Senado.

"O senador Romero Jucá quer apressar tudo para dizer que as reformas estão andando. A discussão é essa", afirmou o senador petista Lindbergh Farias (RJ), ao defender que a leitura ocorra na próxima semana.

O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o acordo de calendário é "positivo para boas relações" no Senado, independente do resultado da votação.




Por LAÍS ALEGRETTI, TALITA FERNANDES - Folha de S. Paulo
 

Brasil é denunciado na OIT

09/06/2017




As centrais sindicais brasileiras Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores – UGT e Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST presentes na 106ª Conferência Internacional do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho – OIT vêm a público esclarecer sobre a inclusão do Brasil na lista de casos de países que violam normas internacionais do trabalho.

Este ano o Brasil consta da “lista longa” de 40 casos por violar a convenção 98 da OIT que trata sobre o direito de sindicalização e de negociação coletiva. Porém o caso brasileiro não foi incluido na chamada “lista curta” dos 24 casos a serem analisados na Comissão de Aplicação de Normas da OIT nesta Conferência.

A denúncia que as centrais brasileiras fizeram ecoou na Comissão de Aplicação de Normas da OIT, tendo amplo apoio de organizações de trabalhadores de diversos países. Além disso, o caso não será arquivado, como falsamente foi divulgado pela imprensa. Pelo contrário, ele será retomado em qualquer um dos órgãos de controle da OIT e caso o projeto de lei de reforma trabalhista seja aprovado, se consolidará como nova denúncia na próxima Conferência da OIT em 2018.

A OIT é uma organização tripartite e a inclusão na lista de casos a serem analisados é feita sempre por consenso entre as representações de todo o mundo. A posição defendida pelo setor patronal e o governo brasileiro em conjunto com o capital internacional para que o Brasil não entrasse na lista de casos da OIT deste ano comprova a estratégia de desregulação e precarização das relações de trabalho no Brasil e no mundo, estratégia que tem sido constantemente denunciada pelas centrais brasileiras e confederações sindicais internacionais.

Diferentemente do que disse o relator da proposta de reforma trabalhista, deputado federal Rogério Marinho (PSDB), em Genebra, Suiça e divulgado pela imprensa brasileira, a OIT, por meio da Comissão de Peritos e do seu Departamento de Normas declarou que a proposta de reforma trabalhista infringe, sim, as Convenções 98, 151 e 154, ao prever que negociações entre patrões e empregados se sobreponham a lei.

Vale destacar que frente ao grave cenário de ataques a direitos sociais, trabalhistas e sindicais, as centrais brasileiras convocaram um ato público e unitário para o dia 12 de junho, às 18 horas, em frente à Organização das Nações Unidas – ONU na Place des Nations em Genebra, Suiça ainda no marco da Conferencia Internacional do Trabalho da OIT. O ato denunciará os ataques aos direitos da classe trabalhadora, a organização sindical e a crescente violência promovida pelo Estado brasileiro.

Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil

Força Sindical

União Geral dos Trabalhadores – UGT

Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Dificuldade marca a aprovação do texto da reforma trabalhista, no Senado


08/06/2017 

Uma vitória apertada sinalizou que o governo está perdendo as forças: por 14 votos favoráveis e 11 contrários, em nove horas de debates, foi aprovado o relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) favorável ao projeto de lei da Câmara (PLC) 38/2017, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em 6 de junho de 2017. Ficou evidenciada a dificuldade da base governista em implantar a reforma trabalhista, que ainda deverá enfrentar longa jornada até a votação em plenário. A matéria terá de ser analisada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e precisará ser discutida na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O texto do relator foi aprovado na íntegra, sem mudanças em relação ao parecer aprovado pela Câmara dos Deputados, no fim de abril. O relator afirmou espera que o PLC seja votado no plenário do Senado entre os dias 20 e 23 de junho.

Na maior parte do tempo gasto com a discussão da matéria, os senadores da oposição criticaram duramente o PLC 38/2017 e também ouviram críticas dos senadores da base governista, que demonstraram insatisfação com a proposta. Um deles foi o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), que acusa a reforma de flexibilizar os direitos trabalhistas e ter o poder de aprofundar a recessão da economia brasileira, pois, para ele, o custo do trabalho não é o principal custo da produção.

CRÍTICAS DE TODOS OS LADOS
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) condenou a aprovação do trabalho intermitente, que fará com que o trabalhador ganhe menos e perca o direito a férias. Vanessa Grazziotin, do PCdoB/AM, acusou a reforma de ser “uma muleta para Temer permanecer no cargo” e defendeu a modificação do texto original.

Também o senador Paulo Paim (PT-RS) vê na reforma trabalhista um caminho para injustiças, pois não deu ouvidos às sugestões levadas por autoridades e entidades, como os ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), as centrais sindicais, as associações de magistrados e os procuradores da Justiça do Trabalho. Paim disse não ter visto nenhum senador defender a reforma trabalhista na CAE, nem no plenário.

Para os oposicionistas, o relatório do senador Ferraço só ouviu os empresários e e provocará a duplicação do número de trabalhadores terceirizados nos próximos cinco anos, conforme protestou o senador Lindbergh Farias, do PT-RJ.

Até a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que integra a base do governo, não poupou críticas à cláusula do trabalho intermitente, à hora de almoço de apenas 30 minutos. A parlamentar acha que o que o Senado deve manter apenas o que ela considera de “parte boa da reforma”, já que o Senado é uma casa revisora.

“TRAIÇÃO AOS PRINCÍPIOS SAGRADOS”
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) acusou o projeto de alterar 102 artigos e 339 dispositivos da CLT. Para ele, “com um mínimo de responsabilidade, paralisaríamos essa votação”, por ser “uma traição aos princípios mais sagrados da convivência humana, sob um regulamento público”.

Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a reforma trabalhista não vai ajudar na criação de empregos e poderá tornar o mercado de trabalho “completamente vulnerável”.

Um dos mais ativos defensores da aprovação do PLC 38/2017 foi o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Para ele, votação das reformas independe da gravidade da crise política e que as investigações sobre o governo não podem barrar os avanços que o Brasil está colhendo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o senador Romero Jucá (PMDB-RR), suspeito de ter recebido dinheiro público e, portanto, ter cometido crimes de peculato e corrupção passiva.

DESFIGURAMENTO DA CLT
O texto aprovado possibilita a prevalência do “acordado sobre o legislado”, o fim da contribuição sindical obrigatória e da ajuda do sindicato na rescisão trabalhista, e a regulamentação do teletrabalho, com prestação de serviços fora das dependências do empregador.

A reforma trabalhista também permite a extinção do contrato de trabalho por acordo entre empregado e empregador, o que dará direito ao recebimento de metade do aviso prévio e da indenização sobre o saldo do FGTS; revoga o artigo da CLT que condiciona a validade da rescisão do contrato de trabalho à homologação do sindicato ou da autoridade do Ministério do Trabalho; e acaba com a obrigação de a empresa pagar ao trabalhador a chamada hora in itinere, ou seja, o tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, com transporte fornecido pelo empregador, entre outros pontos.

O parecer promove a maior alteração à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde a sua criação, pelo Decreto-Lei 5.452/1943. Segundo a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), são alterados 97 artigos e 320 dispositivos da CLT, cinco artigos e 13 dispositivos da Lei do Trabalho Temporário (Lei 6.019/1974) e um dispositivo da Lei do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de cinco dispositivos da Lei 8.212/1991, o regime jurídico dos servidores públicos.

Demissões em massa e jornada de trabalho são pauta de grupos de trabalho do Itaú

Banco envia carta aos trabalhadores com interesse em discutir tópicos da Reforma Trabalhista

07/06/2017
Jaílton Garcia
Jaílton Garcia
Funcionários do Banco Itaú se reuniram, nesta quarta-feira (7), no Hotel Braston, em São Paulo, para debater os assuntos que envolvem a classe trabalhadora diante da conjuntura política e econômica atual. Os trabalhadores se dividiram em três grupos para definir estratégias sobre emprego, saúde e condição de trabalho e impactos das novas tecnologias.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, iniciou o debate ao reafirmar a importância da luta pelo emprego. “Temos um desafio, nossa COE (Comissão de Organização dos Empregados) vai começar a fazer o debate do centro de realocação e qualificação. É uma tentativa para evitar que o banco continue fazendo o que ele faz hoje. Quando um setor evolui tecnologicamente e as pessoas não tem conhecimento, o banco demite os trabalhadores para contratar novos. Estamos tentando a recolocação ou qualificação das pessoas para que possam permanecer no emprego. Nossa luta é por emprego.”
O grupo de trabalho aproveitou a carta enviada pelo Banco Itaú a todos os trabalhadores, no dia 19 de abril, para apresentar novas propostas a serem utilizadas nas próximas negociações. Na carta, o banco manifesta interesse na discussão sobre jornada de trabalho, bem como finais de semana, escalas de folga, intervalo de descanso e refeição, intervalo mulher e jornada flexível.
Para Adriana Nalesso, presidente do Sindicato dos Bancários do RJ e uma das coordenadoras da mesa, há uma pressão do banco para colocar em pauta as mudanças da Reforma Trabalhista. “O Itaú apresentou a pauta sobre as ações coletivas e destacou que deve ser priorizado o dialogo antes do ajuizamento nas ações em andamento. ”
Na carta ainda, foram citadas questões sobre condições de trabalho como ambiente e readaptação, e o perfil do bancário de acordo com as novas tecnologias. Segundo Jair Alves, coordenador da COE do Itaú, a importância do debate é tirar uma frente de ações. “Temos que pensar numa estratégia para combater as demissões que estão acontecendo no banco ao mesmo tempo em que se discute também a Reforma Trabalhista”, afirmou.
Com os avanços tecnológicos, muitas agências se tornaram digitais e isso dificulta o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho. “Queremos discutir a jornada de trabalho dos profissionais das agencias digitais e as condições de trabalho. Recebemos sempre vários relatos desses setores de que há excesso de jornada e adoecimento dos trabalhadores”, revelou Jair Alves.
O grupo de trabalho de Saúde do Itaú foi criado há 9 meses e discutiu pontos importantes que interferem na vida do trabalhador como: retorno ao trabalho e abertura de CAT “Já tivemos muitos avanços nos assuntos em nossas negociações com o banco e agora vamos focar na discussão da clausula 57”, explicou Jair Alves.
O encontro dos funcionários do Itaú continua nesta quinta-feira (8).
Fonte: Contraf-CUT

Funcionários do Bradesco definem estratégias para próximo período

Continuação do Encontro Nacional dos funcionários do banco privado teve divisão em grupo de acordo com o tema

07/06/2017
Jaílton Garcia
Jaílton Garcia
O Encontro Nacional dos Funcionários dos Bancos Privados continuou, na tarde desta quarta-feira (7), com a divisão dos participantes por bancos. Os funcionários do Bradesco, locados no hotel São Raphael, assistiram uma apresentação do Dieese sobre o emprego no banco e no setor como um todo.
Bárbara Vallejos Vazquez, economista da subseção do Dieese da Contraf-CUT, acredita que há a necessidade de olhar para o emprego bancário de uma maneira mais profunda. “Com uma mudança de visão, podemos fazer um melhor enfrentamento contra as estratificações e as reestruturações que os bancos têm imposto. Quando se fala do emprego no Bradesco, não falamos só de bancários, mexemos com os trabalhadores de toda a holding. Por isso, precisamos analisar o ramo financeiro como um todo.”
Sobre o alto índice de demissões, ela acredita que os bancos privados já fizeram os ajustes necessários no quadro de funcionários e agora chegou a vez dos bancos públicos aderirem essa prática. “Os bancários são uma categoria muito criativa, sempre acham soluções para os desafios que surgem. O emprego é o desafio da vez, temos de criar soluções para mantê-lo.”
Bárbara também abordou o aumento nos pedidos de demissões e nas homologações de demissões sem justa causa, desde a compra do HSBC. “Esses dados são preliminares. Precisamos da colaboração de todos os sindicatos para melhorarmos o processo de coleta de dados até que eles sirvam como base de ações efetivas no combate às demissões e por melhores condições de trabalho.”
Antes da divisão em grupo, houve uma retrospectiva das principais conquistas da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco no último ano. “É importante relembrar o que já fizemos. Agora é hora de nos concentrar no futuro, pois nós temos que pensar em todas as estratégias possíveis para garantir a manutenção dos direitos que a gente conquistou depois de toda luta. E esse é o papel deste encontro, é aqui que definimos nossos objetivos e traçamos as estratégias para conquista-los”, avaliou Gheorge Vitti, coordenador da COE Bradesco.
A plenária final será realizada nesta quinta-feira (8).


Fonte: Contraf-CUT

Mudanças na legislação e nas relações de trabalho já atingem bancários do Santander

Impactos são ainda maiores em decorrência do uso das novas tecnologias pelos bancos

07/06/2017
Jaílton Garcia / Contraf-CUT
Jaílton Garcia / Contraf-CUT
Os bancários do Santander discutiram nesta quarta-feira (7), em São Paulo, durante o Encontro Nacional dos Funcionários de Bancos Privados, como as novas tecnologias, a Lei da Terceirização e a reforma trabalhista, se aprovada, vão impactar no emprego e nas relações de trabalho no banco e como o movimento sindical pode reduzir os prejuízos para a classe trabalhadora.
Para subsidiar a discussão, a economista Catia Uehara, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sociais (Dieese) fez uma apresentação sobre o balanço do Santander do primeiro trimestre de 2017, e a presidenta da Uni-Finanças, Rita Berlofa, trouxe informações sobre o “futuro do mundo do trabalho”.
“No Brasil, o Santander, assim como os demais bancos privados, teve um resultado bastante positivo apesar da recessão econômica. No primeiro trimestre de 2017, obteve o melhor resultado desde 2013, No entanto, continuou reduzindo postos de trabalho”, disse a economista.
Segundo dados do balanço do primeiro trimestre de 2017 do Santander, divulgado no final de abril, o banco lucrou R$ 2,280 bilhões nos três primeiros meses do ano, o que representa um crescimento de 37,3% em relação ao mesmo período de 2016 e de 14,7% em relação ao trimestre anterior. Já nos postos de trabalho, houve uma redução de 3.245 vagas nos 12 meses entre março de 2016 e março de 2017.
A presidenta da Uni-Finanças trouxe informações sobre a Watson e a Amélia, plataformas tecnológicas capazes de armazenar todas as informações do mundo e de realizar tarefas sem a necessidade da interação humana, reforçando as apresentações sobre novas tecnologias realizadas na manhã desta quarta-feira no Encontro Nacional dos Funcionários de Bancos Privados. Rita ressaltou que, com o uso da tecnologia, muitas empresas que nada produzem, se tornaram as maiores do mundo em seus segmentos praticamente sem funcionários e sem propriedades. “A Uber se tornou a maior empresa de taxi do mundo, sem possuir sequer um carro. A Airbnb e a Couch Surfing são as maiores empresas de hospedagens do mundo, mas não possuem sequer um hotel. Quantas pessoas essas empresas empregam? Praticamente nenhuma”, alertou.
Algumas das conseqüências da precarização do emprego e das relações de trabalho e do uso das novas tecnologias pelos bancos já podem ser percebidas no Santander. “O banco está tirando funcionários das agências e criando grupos que gerenciam as contas digitais pelos call centers, aumentando o trabalho home office e contratando terceirizados para prospectar contas. Isso traz como conseqüência a redução de postos de trabalho, de salários e de direitos, inversamente proporcional ao aumento da intensidade de trabalho, da pressão pelo cumprimento de metas e dos casos de doenças entre os funcionários. Os lucros dos bancos, como vimos, aumenta ainda mais, mesmo em tempos de recessão, como a que estamos vivendo”, afirmou Maria Rosani, coordenadora da Comissão Organizativa dos Empregados (COE) do Santander.
Trabalho em grupos
Após as contribuições, os bancários debateram sobre formas para tentar barrar as reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso Nacional, e para reduzir os impactos do uso das tecnologias pelos bancos. Além de questões específicas do Santander. Os trabalhos serão concluídos nesta quinta-feira (8), quando cada um dos bancos apresentará um relatório para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e para a COE de cada uma dos bancos.


Fonte: Contraf-CUT

Reforma trabalhista e tecnologia impactam emprego e perfil dos trabalhadores

Impactos são desastrosos para a categoria

07/06/2017
Jailton Garcia / Contraf-CUT
Jailton Garcia / Contraf-CUT
As economistas Regina Camargos e Catia Uehara, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sociais (Dieese), e o professor Moisés Marques, da Faculdade 28 de Agosto, abriram sua apresentação no Encontro Nacional dos Funcionários dos Bancos Privados, nesta quarta-feira (7), mostrando os prejuízos que a reforma trabalhista pode causar à categoria caso seja aprovada pelo Congresso Nacional. Outros prejuízos à categoria, também tratado pelas economistas e pelo professor, são aqueles que podem ser causados pelas novas tecnologias.
“Hoje é o dia D da aprovação da reforma trabalhista na comissão de assuntos econômicos do Senado. E ontem eles mostraram que devem passar, como um rolo compressor, sobre direitos adquiridos em lei e por tratados internacionais que tratam dos interesses dos trabalhadores”, disse Regina Camargos, lembrando que o Projeto de Lei 38/2017 (Reforma Trabalhista) altera cerca de 200 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e derruba várias súmulas do TST que continham interpretações favoráveis aos trabalhadores. Entre elas, a Súmula 277 que previa a prorrogação indefinida do prazo de vigência dos acordos e convenções coletivas até que novos fossem celebrados. “É um verdadeiro desmonte das leis trabalhista”, completou.
De acordo com Regina Camargos, trata-se de um desmonte da concepção capital-trabalho, que é uma relação desigual entre empregadores e trabalhadores. “Como disse um certo barbudo (Karl Marx), o trabalhador tem somente sua força de trabalho para vender, numa economia capitalista, por isso os trabalhadores devem ser protegidos”, lembrou a economista.
Desmonte causado pelo PLC 38/2017
Regina Camargos disse que o Dieese disponibiliza diversos materiais que tratam dos prejuízos da reforma trabalhista ao trabalhador, mas resumiu os impactos nos seguintes pontos:
O PLC 38/2017:
a) Revoga o princípio segundo o qual o trabalhador é o elo frágil na relação de emprego e por isso precisa ser protegido;
b) Reduz a participação do Estado e do sindicato nas relações de trabalho e reforça a negociação individual direta entre empresa e trabalhadores;
c) Reduz o poder de representação e contratação coletiva dos sindicatos;
d) Autoriza o rebaixamento de direitos previstos em lei por meio da negociação (prevalência do negociado sobre o legislado);
e) Amplia os contratos atípicos e precários e cria o trabalho intermitente;
f) Cria dificuldades para o acesso dos trabalhadores à Justiça do Trabalho e limita seu poder;
g) Protege as empresas, inclusive em caso de reclamações trabalhistas.
Impactos da reforma na categoria
1. Remuneração: parcelamento da PLR em três vezes; não incorporação de gratificações devido à ocupação temporária de cargo de chefia/ comissionado; possibilidade de aumento da parcela variável da remuneração, hoje limitada a 50%;
2. Jornada: aumento do limite diário sem necessidade de pagamento de hora-extra; compensação de banco de horas em até seis meses e sem necessidade de acordo formal; possibilidade de adoção da jornada 12hx36h;
3. Formas de contratação precárias: terceirização sem limites; contrato temporário; contrato intermitente; tele trabalho mediante regras informais; PJotização;
4. Estrutura da negociação coletiva: acordos por banco prevalecendo sobre a CCT; negociação individual para quem ganha acima de R$ 11 mil;
5. Parcelamento das férias em três períodos.
      > Acesse a íntegra da apresentação sobre a reforma trabalhista
Reestruturação e emprego nos bancos
A reforma trabalhista afetará o emprego no setor financeiro, mas não é a única ameaça à categoria. Catia Uehara lembrou que os bancários já veem sofrendo, faz alguns anos, com a implantação do “novo” modelo bancário, que tem a tecnologia como base, traz impactos significativos no número de empregos e no perfil dos trabalhadores.
“Estão chamando a implantação de novas plataformas tecnológicas de ‘quarta revolução industrial’. É a utilização da internet com a interação dos usuários”, explicou a economista, ao ressaltar que hoje já está consolidada a utilização do mobile bank entre os clientes.
De 2015 para 2016, houve um aumento de 27% no número de transações bancárias digitais, que representam cerca de 1/3 das transações, chegando a 70% das transações do Itaú e do Santander. Uma pesquisa da Ernest & Young mostra que 15,5% dos clientes bancários já utilizam as novas tecnologias para realizar suas transações bancárias.
“É uma ruptura digital, que une a redução do custo para os bancos e as taxas pagas pelos clientes com a maior agilidade e praticidade”, ressaltou o professor Moisés Marques, da Faculdade 28 de Agosto.
Os bancos veem investindo na implantação de novas plataformas tecnológicas. Levantamento do Dieese mostram que os bancos investiram R$ 18 bilhões em novas tecnologias no ano de 2016. No ano anterior o investimento já havia sido em níveis semelhantes (R$ 19 bilhões).
“Isso significa que a tecnologia é algo muito importante para os bancos, com o objetivo de reduzir custos. A consequência é a diminuição das vagas de emprego”, afirmou Catia. “A utilização de novas tecnologias pelos bancos é uma realidade que já está posta. Nosso desafio é reduzir os impactos na categoria e nas relações de trabalho”, concluiu.
      > Acesse a íntegra da apresentação do Dieese sobre o uso da tecnologia pelos bancos
      > Acesse a íntegra da apresentação do professor Moisés Marques

Fonte: Contraf-CUT

Encontro dos Bancos Privados: 1º dia de atividades debateu impactos da reforma trabalhista e das novas tecnologias no emprego bancário

07/06/2017




Dirigentes da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) participaram na manhã desta quarta-feira (7), do primeiro dia de atividades do Encontro Nacional de Bancos Privados, realizada na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, localizada no Centro da cidade.

Com o objetivo de subsidiar os trabalhos dos delegados que participam do encontro que acontece até dia 08 (quinta-feira), o ciclo de debates foi aberto com a exposição da economista Regina Coeli Moreira Camargos, que falou sobre a precarização iminente, fruto das flexibilizações propostas na Reforma Trabalhista, como a admissão da jornada intermitente, parcelamento das férias, negociado sobre legislado, entre outras mudanças.

Na sequência a assessora econômica do DIEESE, Cátia Uehara apresentou o painel “Reestruturação e Emprego nos Bancos”, no qual expôs dados sobre o processo de reestruturação que vem ocorrendo nos bancos. De acordo com Uehara, os bancos estão vivenciando sua 5ª onda de reestruturações, que teve inicio na década de 1970. A primeira e a segunda, teriam tido efeitos mais internos no setor, porém, a partir da terceira onda (cujo principal fator foi a implementação dos caixas eletrônicos), os bancos inauguraram uma era na qual o investimento em canais de autoatendimento e digitais começa a ser expressivo, resultando em significativa redução dos custos e impactando no número de empregos no setor, onde o corte nos postos de trabalho vem sendo cada vez maior.

Ainda de acordo com a economista do DIEESE, em 2016, os bancos investiram R$18 bilhões em tecnologia, montante próximo ao aplicado no ano anterior, que foi de R$19 bilhões, evidenciando sua importância estratégica para o setor.

Por último, o Professor Moisés Marques, da Faculdade 28 de Agosto apresentou o tema “Novas tecnologias e o futuro dos bancos”, que expôs sobre o avanço das fintechs, empresas que aliam tecnologia a serviços financeiros e estão avançando sobre espaços antes ocupados apenas por instituições financeiras tradicionais, os bancos.

Marques explicou conceitos, como Indústria 4.0, que engloba robótica e sistemas ciberfísicos e Big Data, banco de dados ultra sofisticado, que realiza mapeamento digital de informações dos usuários, retenção, análise e interpretação dessas informações, propiciando um avanço nas abordagens comerciais futuramente, uma realidade na qual seja possível oferecer ao cliente um produto “antes mesmo que este perceba seu interesse ou necessidade naquilo” e abordou também, uma tendência para o setor, que é o uso da tecnologia block chain, plataforma registros certificações de documentos e criptomoedas (como as bitcoins), aumentando significativamente a segurança das transações digitais, algo que futuramente dará espaço à desativação de muitos setores dentro dos bancos, uma vez que não haverá mais a necessidade de tantos profissionais para realização de certificações, a exemplo da extinção que vem ocorrendo com o setor de cartórios em muitos países pelo mundo.





 

sexta-feira, 2 de junho de 2017


BANCO DO BRASIL 


INFORMATIVO
O Banco do Brasil afirmou hoje (1º) que a Verba de Caráter Pessoal (VCP) não será prorrogada, durante rodada de negociação com os sindicatos, em Brasília. A ampliação do prazo de pagamento do complemento salarial aos atingidos pelo processo de reestruturação, implantado a partir do dia 20 de novembro do ano passado,  foi reivindicado pelos sindicatos na primeira reunião para discutir as novas medidas, realizada dois dias depois (22) do anúncio do pacote de maldades. A dirigente sindical Maria do Carmo Peggau representou a Federação dos Bancários de SP e MS na mesa de negociação.
Para os sindicatos, a VCP deveria ser paga até a realocação dos prejudicados, que perderam cargos e/ou funções e parte considerável dos salários, e não apenas durante quatro meses. O número de funcionários que não conseguiram a realocação, segundo o BB, é de 2.100; foram realocados em cargos inferiores, com redução salarial, 1.600 funcionários.

Condições de trabalho: Os sindicatos voltaram a cobrar melhores condições de trabalho nas agências que absorveram clientes de unidades fechadas. Os representantes do BB informaram que a dotação de algumas agências foram revistas, como parte de um projeto iniciado em São Paulo, a ser expandido para todos as unidades. O grupo que analisa a citada revisão é formado por superintendências, com participação das Gepes.

TAO: No que se refere às nomeações, o banco informou que o TAO Especial e o TAO Normal permanecem abertos. Nos dois, a prioridades são os funcionários que receberam VCP.

Mérito: Os sindicatos reivindicaram a inclusão da mesma pontuação diária do cargo anterior na Carreira de Mérito dos funcionários que receberam VCP, visando minimizar as perdas salariais.

Nomeação dos caixas: Os sindicatos reivindicaram também a nomeação dos caixas que estão em substituição por período maior que 90 dias.

Hora extra, novo plano: Os sindicatos propuseram a prorrogação das horas extras, opcionais, para os funcionários que aderiram à jornada de 6h no novo plano de funções.

Escritórios digitais: O banco informou que existe um esboço de cronograma de implantação de novos escritórios digitais. Os sindicatos exigiram melhores condições de trabalho, com aplicação da NR-17 (ergonomia). O Banco assumiu compromisso em agendar reunião para discutir os problemas levantados pelos sindicatos.

Greve geral: O banco afirmou que não negocia abono ou compensação do dia da greve geral (28 de abril). Em Campinas, o juiz Marcelo Chaim Chohfi, da 5ª Vara do Trabalho, concedeu no último dia 16 liminar em ação ingressada pelo Sindicato, proibindo o desconto. E, caso o desconto tenha sido efetuado, o BB deve restituir o valor “devidamente corrigido, na folha de pagamento sequencial”.

Audiência no MPT: Marcada para o dia 2 deste mês de junho, a quinta audiência no Ministério Público do Trabalho dia 09.



Fonte: Feeb SP/MS