quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Após mobilização dos trabalhadores, governo isenta IR de PLR até R$ 6 mil.



Após mais de um ano de mobilização dos bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros e eletricitários e de negociação entre as principais centrais sindicais e o governo federal, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a pedido da presidenta Dilma Rousseff, anunciou nesta segunda-feira (24) a isenção de Imposto de Renda (IR) na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para trabalhadores que recebem valores até R$ 6 mil. A partir de R$ 6.000,01, foram criadas escalas de alíquotas, de 7,5% até 27,5%, dependendo do valor recebido.

Para quem ganha entre R$ 6.000,01 e R$ 9 mil, a incidência do IR será 7,5%, de R$ 9.000,01 a R$ 12 mil, será 15%, e de R$ 12.000,01 a R$ 15 mil, será 22,5%. Acima de R$ 15 mil, será 27,5%, segundo a ministra Gleisi.

A mudança da incidência do IR sobre a PLR será feita por medida provisória, que o governo vai publicar na edição desta quarta-feira (26) do Diário Oficial da União. Como a medida está sendo anunciada neste fim de ano, ela já passa a valor a partir de janeiro de 2013 para todas as categorias. 

A isenção de Imposto de Renda sobre a PLR era uma demanda antiga das centrais sindicais. Uma campanha foi lançada no final de 2011. Houve diversas manifestações - em São Paulo, ABC e Brasília - e reuniões com representantes do governo e parlamentares. Um abaixo assinado com mais de 220 mil assinaturas foi entregue ao governo. A Contraf-CUT encaminhou milhares de adesões recolhidas pelos sindicatos de bancários em todo país.

Na última sexta-feira (21), um ofício assinado pelos presidentes de CUT, Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central e União Geral dos Trabalhadores (UGT) foi enviado à Secretaria-Geral da Presidência da República, informando que as centrais aceitam a proposta do governo, apresentada durante o encontro de Natal da presidenta Dilma com catadores de materiais recicláveis e a população em situação de rua, na quadra dos bancários de São Paulo.

Para Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, "a isenção do IR na PLR é uma conquista importante para os trabalhadores nesta véspera de Natal, pois esses recursos irão agora para o bolso do trabalhador, que poderá consumir mais, contribuindo para aquecer a economia, gerar empregos e incentivar o desenvolvimento do país".

"A isenção do IR na PLR é uma grande vitória para os trabalhadores", afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. "Essa isenção representará economia de mais de R$ 1 bilhão. Um montante que vai para o bolso dos trabalhadores. Economia, portanto, que vai aumentar a demanda."


Fonte: Contraf-CUT com Seeb SãoPaulo e Agência Brasil

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Bancários criticam comunicado da vice-presidenta de RH do Santander

  
Os funcionários receberam nesta quinta-feira (20) um comunicado interno da vice-presidenta de Recursos Humanos do Santander, Lilian Guimarães, sob o título de "Processo de ajuste na nossa organização". O objetivo é tentar explicar as recentes demissões em massa no banco espanhol às vésperas do Natal.

Segundo ela, "nas últimas semanas, o banco passou por ajustes pontuais em sua estrutura, que resultaram em algumas mudanças organizacionais e, infelizmente, na saída de alguns dos nossos colegas".

O funcionário do Santander e secretário da imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, rebate a avaliação da dirigente do banco. "Não foram alguns colegas, mas 1.280 funcionários desligados conforme lista enviada pelos advogados do Santander após determinação do Ministério Público do Trabalho", destaca. "Isso é demissão em massa", avalia.

A vice-presidenta de RH afirma que foi estruturado um "pacote que teve como objetivo propiciar os melhores benefícios aos funcionários que saíram, além de apoiá-los no processo de recolocação no mercado". Para Ademir, esse comentário ofende os trabalhadores do banco. "Os funcionários não saíram, mas foram mandados embora, muitos com 10, 20 e 30 anos de casa e terão enorme dificuldade em se recolocar no mercado", aponta. "E o pacote dos melhores benefícios esqueceu os funcionários com menos de 10 anos de banco", critica.

"Mas agora entendo a nova propaganda onde diz que o Santander investe forte no Brasil. Na verdade, investe forte nas demissões de funcionários. Nós queremos o contrário. Que o banco invista forte no emprego e no desenvolvimento econômico e social do país", salienta Ademir.

Diálogo?

A comunicação interna afirma que "em diálogo com o Sindicato dos Bancários concedemos, adicionalmente, alguns benefícios extras que fazem parte de um acordo assinado no dia de hoje". A frase refere-se ao acordo firmado com o Sindicato de São Paulo, na quarta-feira (19), intermediado pela Justiça do Trabalho, o qual prevê indenizações aos demitidos com menos de 10 anos de empresa.

A funcionária do Santander e secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, ressalta que o "diálogo" não existiu. "Em nenhum momento houve qualquer aviso ou diálogo com o Sindicato. Fomos surpreendidos pelas demissões e tivemos que agir realizando protestos em agências e concentrações e ingressando na Justiça do Trabalho contra a atitude autoritária e desumana do banco", frisa.

Rita explica que a "negociação com o banco só ocorreu porque o Santander foi acionado na Justiça, após o Sindicato entrar com denúncia e pedido de liminar contra as demissões. O acordo judicial só foi homologado depois de um tenso debate com os representantes do banco", conta. A dirigente sindical lembra ainda que, diante da ação do Sindicato, o TRT concedeu liminar no dia 5 de dezembro, suspendendo todas as demissões no banco. A liminar foi revogada na quarta 19, após a assinatura do acordo judicial.

"Lamentamos profundamente o comunicado da vice-presidente de RH, que acabou por cumprir o papel de informar incorretamente os funcionários do Santander. Na verdade, o acordo com o banco foi fruto de um duro embate e da intervenção da Justiça, e não de um 'diálogo'", afirma Rita.

A dirigente sindical destaca ainda que o acordo foi fruto da tentativa do Sindicato de minimizar ao máximo os impactos sociais das demissões, mas que está longe de ser o ideal. "O que queríamos na verdade era reverter todos os desligamentos e que os bancários fossem tratados com a dignidade que merecem. A própria executiva do banco se refere à unidade brasileira como a mais importante dentro do grupo espanhol. O problema é que o banco retribui o resultado que está tendo no país com demissões e desrespeito aos trabalhadores brasileiros", enfatiza.

A verdade é outra

No comunicado, Lilian Guimarães tenta justificar as demissões dizendo que "estas mudanças decorreram da necessidade de acompanharmos o processo de transformação do sistema financeiro e adaptarmo-nos à nova realidade de competitividade da indústria". Ela diz ainda que "esse cenário exige um foco cada vez maior na eficiência e na diversificação de produtos e serviços que atendam aos crescentes anseios e demandas dos nossos clientes e acionistas". 

Para a funcionária do Santander e diretora da Federação dos Bancários do RJ e ES, Luiza Maria Mendes de Almeida, a verdade é outra. "A demanda principal dos clientes não é por novos produtos e serviços. O correntista quer atendimento rápido e eficiente, sem filas e com atenção individualizada. Outra grande demanda é por crédito barato - vale lembrar que o Santander foi o único entre os maiores bancos em operação no país que quase não reduziu as taxas de juros", observa Luiza.

A dirigente sindical do Rio avalia que "as demissões não são uma resposta às mudanças do sistema financeiro". Conforme ela, "trata-se, simplesmente, de corte de custos para maximizar os lucros. Lucros estes que serão enviados à matriz do banco para compensar as perdas decorrentes da crise financeira que assola a Europa e, destacadamente, a Espanha".

Luiza reforça que "o Brasil é responsável por 26% do lucro mundial do Santander em 2012 e os bancários brasileiros, que constroem estes bons resultados, não são responsáveis pelas perdas financeiras provocadas pela especulação feita por executivos".

"Os bancários já demonstraram sua indignação aderindo maciçamente aos protestos realizados em todo o país desde as primeiras dispensas. Essa carta aos colegas não minimiza o impacto dos cortes no moral da tropa, nem oferece qualquer garantia de que não haverá mais demissões. Como qualquer empresa que se pretende socialmente responsável, o Santander tem obrigação de respeitar o Brasil e os brasileiros", conclui Luiza.


Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo e Feeb RJ-ES

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Geração de empregos nos bancos cai 84%; privados demitem 7 mil até setembro

  
O sistema financeiro nacional gerou 2.876 novos empregos entre janeiro e setembro de 2012, o que representa uma queda de 84,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Embora pequeno, o saldo positivo deve-se às contratações dos bancos públicos. Nas instituições privadas, houve fechamento de 7.286 postos de trabalho nos primeiros nove meses do ano, não contabilizadas aí as mais de duas mil demissões efetuadas pelo Santander em dezembro.

A rotatividade de mão-de-obra continua sendo utilizada pelos bancos para reduzir os salários. Nos primeiros três trimestres de 2012, o salário médio dos trabalhadores contratados foi 38,65% inferior ao dos desligados. E as mulheres continuam ganhando menos que os homens nas instituições financeiras.

Essas são as principais conclusões extraídas do cruzamento das demonstrações financeiras dos bancos de janeiro a setembro com os resultados da 15ª edição da Pesquisa de Emprego Bancário, realizada trimestralmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego.


Entre janeiro e setembro, os bancos desligaram 32.073 trabalhadores e contrataram 34.949, o que resulta na criação das 2.876 vagas. No mesmo período do ano passado, no entanto, o saldo positivo de empregos nos bancos foi de 18.167 postos. Foi uma queda brusca de 84,2%.

Os bancos foram responsáveis por 0,6% do 1,25 milhão de novos empregos gerados pela economia brasileira nos primeiros nove meses de 2012.

As informações do Caged aqui disponibilizadas mostram apenas a evolução do emprego no setor de atividade e não por empresa, já que este dado é mantido em sigilo pelo Ministério do Trabalho. As demonstrações contábeis dos bancos, porém, mostram que as instituições financeiras públicas apresentam saldo positivo de emprego nos três trimestres do ano e que o fechamento de postos de trabalho está concentrado nos grandes bancos privados, especialmente no Itaú Unibanco. 


"A sociedade brasileira não pode aceitar que os bancos privados, que são o setor mais rentável da economia, boicotem os esforços do governo e dos outros setores de incentivar o crescimento econômico, a geração de emprego e a inclusão social. Essa postura irresponsável e mesquinha contribui para a concentração da riqueza num país que já é um dos 12 mais desiguais do planeta", critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. 

"É inaceitável que os trabalhadores paguem a conta desses ajustes dos bancos para manter os seus lucros gigantescos e continuar se apropriando da renda do país, graças à cobrança dos spreads, juros e tarifas mais altos do planeta", acrescenta Cordeiro.

A Contraf-CUT encaminhou ofício ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, solicitando audiência para discutir o processo de reestruturação no sistema financeiro, buscando medidas para garantir a proteção do emprego dos bancários e a defesa dos interesses da sociedade brasileira.

Rotatividade reduz salários

De acordo com a pesquisa Contraf-CUT/Dieese, a remuneração média dos trabalhadores admitidos foi de R$ 2.693,79 e a dos desligados de R$ 4.390,87 nos primeiros três trimestres - uma diferença de 38,65%. Na economia brasileira como um todo, a diferença entre a média salarial dos contratados é 7% inferior à média salarial dos demitidos. 

"Isso demonstra claramente mais uma vez a estratégia cruel dos bancos de utilizar a rotatividade para reduzir a despesa de pessoal", critica Carlos Cordeiro. 

"Essa é uma política extremamente prejudicial à categoria, porque além de rebaixar a média salarial deixa os bancários permanentemente em tensão por medo de demissões", acrescenta. "Isso é uma violência, porque o sistema financeiro não enfrenta nenhuma dificuldade. Pelo contrário, só os cinco maiores bancos registraram um lucro líquido de R$ 36 bilhões nos primeiros nove meses do ano."

A análise do saldo de empregos por faixa de remuneração deixa mais clara essa política dos bancos. O resultado foi positivo apenas para as faixas até três salários mínimos, enquanto as faixas salariais acima desse patamar apresentaram saldos negativos. O maior saldo aconteceu na faixa de remuneração entre dois a três mínimos, que teve crescimento de 17.521 vagas.

Mulheres discriminadas

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese também demonstra com clareza a discriminação que as mulheres sofrem nos bancos. A média salarial das bancárias desligadas (R$ 3.759,23) é 24,5% inferior à dos bancários (R$4.978,38) que saíram. As mulheres já entram nos bancos ganhando menos que os homens. O salário médio delas, no ingresso, é de R$ 2.322,88 e o dos homens de R$ 3.031,86 - uma diferença de 23,4%.


Fonte: Contraf-CUT




Liminar da 4ª Vara do Trabalho de Campinas suspende demissões do Santander na base da Federação de SP e MS

A Juíza Gabriela Lens de Lacerda, da 4ª do Trabalho de Campinas, concedeu nesta terça-feira, 18, liminar que suspende todas as demissões sem justa causa promovidas pelo Santander em novembro e dezembro na base da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A Ação Civil Pública (ACP) ingressada pela Feeb-SP/MS vale para as bases territoriais de Andradina, Araçatuba, Franca, Guaratinguetá, Jaú, Lins, Marília, Piracicaba, Presidente Venceslau, Rio Claro, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Carlos, São José dos Campos, Sorocaba, Tupã e Votuporanga, onde o banco espanhol dispensou 117 bancários, às vésperas do natal.

A multa em caso de descumprimento da decisão é de R$ 100 mil por funcionário desligado.

“Conseguimos a suspensão das demissões, agora vamos lutar para que haja a reintegração de todos os trabalhadores que foram desligados sem justa causa e dos bancários que estavam em período de estabilidade provisória, como pré-aposentadoria”, afirma o presidente da Feeb-SP/MS, Davi Zaia. 
Fonte: Federação dos Bancários SP/MS

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Natal da Sorte dos Bancários 2012


Informamos os nomes dos  ganhadores sorteados pela loteria federal do dia 15.12.12: 

36704 - 1° Prêmio 01 Tablet Sansung 7.0 Lisete Fernandes Enares – Banco do Brasil – Rua Osvaldo Cruz, 305 - Ag. Santo Anastácio-SP

95081 - 2° Prêmio 01 Tablet Sansung 7.0 Marcel Fernandes Chiari – Banco do Brasil – Av. Manoel Guirado Segura, 786 - Ag. Teodoro Sampaio

56221 - 3° Prêmio 01 Tablet Sansung 7.0 Flavio Takashi Miyazaki – Banco Santander – Rua Fortaleza, 7-08 - Ag. Presidente Epitácio



Acesse o Blog do Sindicato: seebpv.blogspot.com

Santander fechará 700 agências após absorver Banesto

Decisão de absorver o banco, em que o Santander possui 90% de participação, deve gerar economias de 520 milhões de euros até o terceiro ano após a fusão

Reuters 
O Santander afirmou nesta segunda-feira que vai fechar 700 agências assim que incorporar sua subsidiária de menor porte Banesto, que opera na Espanha.
Em comunicado, o maior banco da Espanha informou que avaliou o Banesto em 3,73 euros por ação (4,89 dólares), 24,9 por cento acima do preço de fechamento na sexta-feira.
A decisão de absorver o banco, em que o Santander possui 90 por cento de participação, deve gerar economias de 520 milhões de euros até o terceiro ano após a fusão e marca o mais recente episódio de consolidação no setor bancário espanhol.
As negociações com ações do Santander e do Banesto foram suspensas após comunicado do banco espanhol.
No mês passado, o Banesto informou que estava estudando a venda da rede de agências ao seu controlador.
O sistema bancário espanhol, atingido duramente pela estouro do bolha do mercado imobiliário e pela prolongada recessão no país, tem sido forçado a controlar custos e a se desfazer de cerca de 185 bilhões de euros em ativos imobiliários tóxicos.
A Espanha tornou-se o foco da crise de dívida da zona do euro, em meio a preocupações de que seus bancos possam precisar de mais apoio financeiro em um momento em que o governo lida com um dos maiores déficits públicos da região.
Fonte: www.Ig.com.br

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MPT cobra detalhamento das informações sobre demissões do Santander

  
Crédito: Aguinaldo Azevedo
Aguinaldo AzevedoContraf-CUT defendeu reversão das dispensas em massa no banco

Em audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho, solicitada pela Contraf-CUT e realizada na manhã desta quarta-feira (12), em Brasília, a procuradora regional do Trabalho da 10ª Região, Ana Cristina Tostes Ribeiro, solicitou ao Santander o detalhamento das informações sobre as demissões efetuadas em novembro e dezembro em todo país, bem como cópia das informações prestadas mensalmente ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em 2012.

O prazo concedido ao banco foi de 24 horas, quando os documentos apresentados serão disponibilizados para a Contraf-CUT se manifestar igualmente no mesmo prazo. 

Após esse período de 48 horas, a procuradora examinará os documentos juntados pelas duas partes para então definir um posicionamento e as medidas que serão tomadas no âmbito do MPT. Um das possibilidades é o ajuizamento de uma ação civil pública contra o Santander.

O presidente e o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro e Miguel Pereira, respectivamente, juntamente com a funcionária do Santander e diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rosane Alaby, denunciaram o processo de demissões em massa no banco espanhol neste final de ano, às vésperas do Natal. 

Cordeiro, também presidente da UNI Américas Finanças, ressaltou que o Santander obtém lucros astronômicos no Brasil, que representam 26% do resultado mundial do banco. "Na Espanha, onde há crise, não há demissões, nem em outros países da América, mas aqui o banco promove dispensas em massa, o que é totalmente injustificável e significa um enorme descaso com o emprego e o desenvolvimento econômico e social do país", frisou.

O advogado do Santander repetiu o discurso do banco de que as demissões ocorridas estão "dentro da normalidade", informando que foram mil dispensas em dezembro e que não haverá outras nesse mês.

A Contraf-CUT defendeu a reversão de todos os desligamentos ocorridos em dezembro e cobrou a abertura de um processo de negociação sobre emprego com o Santander. 

"Não foi marcada nova audiência de mediação no MPT por causa da posição intransigente do Santander, que não aceitou discutir a reversão das dispensas efetuadas", salienta Miguel.

Também participou da audiência o assessor jurídico da Contraf-CUT, Sávio Lobato.


Fonte: Contraf-CUT

HSBC recebe multa de US$ 1,92 bi da Justiça americana

Por Carrick Mollenkamp e Brett Wolf | Reuters

Gulliver, do HSBC: "Aceitamos a responsabilidade por erros do passado"

O HSBC concordou em pagar uma multa recorde de US$ 1,92 bilhão para por fim a uma investigação que vem sendo conduzida há vários anos por promotores americanos, que acusaram o maior banco da Europa de não cumprir regras destinadas a impedir a lavagem de dinheiro ilícito.
O HSBC Holdings admitiu uma falha nos controles e pediu desculpas ontem em um comunicado, anunciando que chegou a um acordo de adiamento de execução com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O acordo foi firmado um dia depois que seu concorrente britânico Standard Chartered concordou em pagar US$ 327 milhões, como parte de um acerto com agências americanas fiscalizadoras, por violações a sanções - um pacto que se segue a um acordo de US$ 340 milhões firmado pelo banco com a autoridade reguladora do setor bancário de Nova York em agosto.
"Aceitamos a responsabilidade por nossos erros do passado. Já dissemos que lamentamos muito por eles e estamos fazendo isso novamente. O HSBC de hoje é essencialmente uma organização diferente daquela que cometeu esses erros", disse o diretor-presidente do HSBC, Stuart Gulliver. "Nos últimos dois anos, sob uma nova cúpula administrativa, adotamos medidas concretas para consertar o que estava errado e participar ativamente com as autoridades do governo no esclarecimento e resolução desses problemas."
O acordo de adiamento de execução, que deve ser detalhado por funcionários do Departamento de Justiça americano, poderá apresentar novas informações sobre a falha do HSBC no policiamento de transações ligadas ao México, disseram fontes a par do assunto.
Os detalhes desses negócios foram revelados no terceiro trimestre em uma ampla investigação feita pelo senado americano. A comissão do senado responsável por ela alegou que o HSBC não exerceu os controles elaborados para impedir a lavagem de dinheiro por traficantes de drogas, terroristas e esquemas de sonegação fiscal, ao atuar como financiador de clientes que despacharam dinheiro de países como México, Irã e Síria.
O banco não conseguiu monitorar adequadamente US$ 15 bilhões em grandes transações feitas com dinheiro vivo entre a metade de 2006 e a metade de 2009.
Ontem o HSBC disse que também espera chegar a um acordo com a Financial Services Authority (FSA), a autoridade reguladora do mercado financeiro do Reino Unido, que não quis fazer comentários sobre o caso.
O HSBC disse que aumentou os investimentos em sistemas contra a lavagem de dinheiro em cerca de nove vezes entre 2009 e 2011, desfez laços comerciais e cortou bonificações para os executivos da cúpula. Também citou a contratação, em janeiro, de Stuart Levey, um ex-funcionário graduado do Departamento do Tesouro dos EUA, para o cargo de diretor legal, como sinal de sua determinação em mudar.
Bancos europeus e americanos já têm agora acordos com as autoridades reguladoras americanas que somam US$ 5 bilhões nos últimos anos, para se livrarem de acusações de violação de sanções impostas pelos EUA e por não terem impedido transações ilícitas.
Entretanto, nenhum banco, ou executivo de banco, foi indiciado, uma vez que os promotores preferiram partir para os acordos de adiamento de execução - sob os quais as acusações criminais contra uma firma são abandonadas se ela concordar com condições como o pagamento de multas e a mudança de comportamento.
Esta foi a terceira vez em uma década em que o HSBC acabou penalizado por apresentar controles frouxos. Ordens das autoridades reguladoras para a melhoria da supervisão ocorreram em 2003 e novamente em 2010.
Sob um acordo de cinco anos com o Departamento de Justiça, o HSBC concordou em ter um monitor independente avaliando seu progresso na melhoria de seu sistema de conformidade.
O banco também disse que, como parte da reorganização de seus controles, lançou uma revisão global do procedimento "Conheça seus Clientes", que custará cerca de US$ 700 milhões em cinco anos. O procedimento tem como objetivo evitar que os bancos atuem inconscientemente como canais para dinheiro sujo.
Acordos como esse têm se tornado comuns. Naquele que era o maior deles até a semana passada, o ING Bank concordou em pagar US$ 619 milhões em junho para por um fim a alegações do governo dos EUA de que violou sanções contra países como Cuba e Irã.
Entre outros bancos que chegaram a acordos envolvendo violação de sanções estão o Crédit Suisse Group da Suíça, o Lloyds Banking Group e o Barclays do Reino Unido, e o ABN AMRO, o banco holandês comprado pelo Royal Bank of Scotland. Nos Estados Unidos, J.P. Morgan Chase, Wachovia Corp. e Citigroup foram citados por lapsos na prevenção de lavagem de dinheiro ou violação de sanções.
Fonte: Valor Econômico

Funcef quer mais infraestrutura


Por Vinícius Pinheiro | De São Paulo

Caser, presidente do fundo de pensão dos funcionários da Caixa, nega influência do governo e diz que seria "burro" se não olhasse investimentos em grandes obras

Depois de investir um total de R$ 5 bilhões em projetos de infraestrutura, alguns deles polêmicos, a Funcef, fundação de previdência complementar dos funcionários da Caixa Econômica Federal, está otimista com os primeiros resultados obtidos e tem planos de ampliar os aportes no setor. "Vamos ganhar dinheiro com essas operações", afirmou o presidente do fundo de pensão, Carlos Alberto Caser, em entrevista ao Valor.
Com um patrimônio da ordem de R$ 47 bilhões, a Funcef e as demais fundações têm sido presença constante entre os grupos interessados em assumir as grandes obras de infraestrutura. "Vamos continuar investindo fortemente porque as carências estão aí e nós precisamos de rentabilidade. São projetos de longo prazo e que casam perfeitamente com o nosso perfil", diz.
Neste fim de ano, uma série de investimentos da Funcef começam a ganhar visibilidade. No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a fundação integra o consórcio que venceu o leilão de concessão promovido em fevereiro. Sob críticas de que teria pago um preço elevado e de ter a seu lado uma operadora de aeroportos com pouca expressão internacional, a sul-africana Airports Company South Africa (ACSA), o consórcio assumiu a administração do aeroporto no dia 14 de novembro - véspera de dois feriados em São Paulo. "Tivemos o maior movimento desde a inauguração do aeroporto, e tudo transcorreu sem problemas", afirma.
Para o executivo, o investimento já se mostrava atrativo do ponto de vista econômico. "Mas uma coisa é fazer as contas, outra é começar a operação. O fato de os acionistas da Invepar serem fundos de pensão ligados a empresas estatais traz uma responsabilidade muito grande", diz.
Além de assumir a operação, o consórcio trabalha na construção do terceiro terminal do aeroporto. Segundo Caser, as obras caminham dentro do cronograma para conclusão antes da Copa de 2014. Para o primeiro semestre do ano que vem, está prevista a entrega de um edifício-garagem com capacidade para mais de 2 mil veículos.
Na agenda de inaugurações, o presidente da Funcef viaja hoje para Três Lagoas (MS), onde participa da inauguração da fábrica de celulose da Eldorado. A fundação é uma das sócias da empresa, controlada pela J&F Participações, holding do grupo JBS. "A fábrica entrará em operação no exato dia previsto, sem atrasos", destaca.
Caser também se mostra otimista com a construção da usina hidrelétrica Belo Monte, outro projeto considerado polêmico. Em setembro, a fundação aumentou a aposta no projeto e aprovou a compra da participação da Engevix. Com isso, elevou a fatia no consórcio Norte Energia, responsável pela construção da usina, para 10%. "A despeito de tudo o que se diz, é uma obra muito importante para o país." No fim de novembro, 17% das obras da hidrelétrica estavam prontas.
Assim como no caso de Guarulhos, o investimento em Belo Monte também enfrentou críticas. Caser avalia, porém, que as condições não só eram boas na época do leilão, realizado em 2010, como melhoraram desde então. "A taxa de retorno, que estava um pouco apertada, se mostrou excelente quando fomos aumentar a nossa participação recentemente. Ou seja, trata-se de um negócio ainda melhor do que já se revelava lá atrás", diz.
O executivo da Funcef nega qualquer tipo de influência política na decisão de investir em infraestrutura. Para ele, o desejo do governo de ter os grandes investidores institucionais nesse tipo de projeto é natural, mas diz que isso vai ao encontro dos interesses das fundações. "Enquanto fundo de pensão, eu seria burro se não olhasse esses investimentos, que estão pipocando no país e vão me dar uma rentabilidade que eu já não tenho no título público", defende.
Caser também mostra uma posição favorável ao governo na questão da renovação das concessões na área de energia elétrica, embora afirme que a Funcef não possui uma posição fechada sobre o tema. Para ele, a avaliação das empresas do setor na bolsa levava em consideração concessões que não estavam contratadas. "Fala-se muito em respeito aos contratos, mas também é preciso respeitar os 'não-contratos'", afirma.
A busca por oportunidades de investimento se torna ainda mais importante em meio ao processo de redução das metas atuariais das fundações a partir do ano que vem. Por determinação do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), o teto da meta atuarial dos fundos de pensão - atualmente em 6% ao ano, descontada a inflação - será reduzido gradualmente em 0,25 ponto percentual por ano, até chegar a 4,5% ao ano em 2018.
Como a Funcef possui hoje uma meta de 5,5% ao ano, a transição será feita de modo mais tranquilo, de acordo com Caser. A fundação também já havia se preparado para os tempos de juros baixos anos atrás, com a decisão de comprar títulos públicos de prazo longo, com vencimento até 2045, que na época rendiam até 8% de juros reais, praticamente o dobro das taxas atuais.
O ganho com os papéis do governo, no entanto, não deve se traduzir em uma rentabilidade expressiva neste ano, segundo o presidente da Funcef. Ele não antecipa os resultados, mas diz que o fraco desempenho das aplicações em bolsa, que respondem por aproximadamente um terço da carteira, deve comprometer o desempenho como um todo. "Precisaríamos ter em outros investimentos uma super-rentabilidade para compensar a bolsa, e isso não existe hoje", afirma.

Fonte: Valor Econômico

FUNCIONAMENTO DOS BANCOS DURANTE O NATAL E O ANO NOVO.


Seguem informações referentes ao funcionamento dos bancos durante o Natal e o Ano Novo: 
Nos feriados nacionais dias 25/12 (Natal) e 01/01 (Dia Mundial da Paz) os bancos fecham. Já no dia 31/12 não haverá atendimento ao público. No dia 24/12 os bancos abrem somente até às 12h. A população pode utilizar os canais alternativos de atendimento para realizar operações bancárias, como caixas eletrônicos, Internet Banking, Mobile Banking, banco por telefone e correspondentes (casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos comerciais credenciados).
As contas de consumo (água, luz, telefone e TV a cabo, por exemplo) e os carnês que vencerem nestas datas poderão ser pagas no próximo dia útil (26/12 e 02/01), sem a incidência de multa. Os tributos, normalmente, já estão com a data ajustada pelo calendário de feriados (federais, estaduais e municipais).

É importante lembrar que, mesmo durante o feriado, os canais como Internet Banking e caixas eletrônicos funcionarão normalmente.
Os clientes também podem agendar nos bancos os pagamentos das contas de consumo ou pagá-las (as que têm código de barras) nos próprios caixas automáticos, ou em correspondentes. Já os boletos bancários de clientes cadastrados como sacados eletrônicos poderão ser agendados ou pagos por meio do DDA (Débito Direto Autorizado).

Att.
Federação dos Bancários de SP e MS 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012


Federação dos Bancários de SP e MS denuncia demissões em massa do Santander ao MPT
  
A Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul entrou com pedido de mediação junto ao Ministério Público do Trabalho da 15ª Região nesta segunda-feira, 10, para que o Santander suspenda, imediatamente, as demissões em massa promovidas desde o final de novembro e que ganharam força a partir de 03 de dezembro, quando cerca de mil postos de trabalho foram fechados em todo o país. Na base da Feeb-SP/MS, que conta com 23 sindicatos filiados, foram mais de 160 dispensas. A estimativa é de que o banco prosseguirá com as demissões e que estas cheguem a 5 mil.

“Entramos na justiça para que o banco suspenda as demissões, a exemplo do que aconteceu em São Paulo no dia último dia 06, quando a Desembargadora Rilma Aparecida Hemetério concedeu liminar suspendendo todas as dispensas. Além disso, queremos a garantia de que banco não irá continuar com essa medida descabida de demitir pais de família às vésperas do natal”, justifica o diretor da Feeb-SP/MS, Aparecido Roveroni.

Em nota divulgada à imprensa na semana passada, o banco confirmou o corte de pessoal, alegando que vem realizando mudanças estruturais para se adequar e tornar-se mais “competitivo”. Roveroni rebate que “já que é esta a razão para justificar as demissões, ao invés de demitir, o banco deveria contratar”.


Federação dos Bancários de SP e MS 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


Ministério do Trabalho discute perseguições do BB nesta segunda

A Contraf-CUT participa nesta segunda-feira (10), em conjunto com o Sindicato dos Bancários de Brasília, de audiência com o Banco do Brasil no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na capital federal, para tratar das denúncias encaminhadas pelos representantes dos trabalhadores sobre os descomissionamentos arbitrários, as demissões e as perseguições aos grevistas praticados pelo BB.

A reunião, que está marcada para as 14h30, acontece cerca de duas semanas após o Sindicato denunciar os abusos do banco e solicitar a atuação do ministro Brizola Neto. Em ofício encaminhado às partes sobre a audiência, o Ministério pede que a instituição financeira envie "representantes com poderes de decisão".

Esta será mais uma tentativa junto aos órgãos competentes de fazer com que o BB reveja a decisão arbitrária de perseguir os funcionários que exerceram seus direitos. 

Em audiência realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), na última segunda-feira (3), o banco se manteve intransigente e recusou a proposta da procuradora de voltar atrás na decisão de cancelar unilateralmente férias, abonos e licenças já programados dos trabalhadores que participaram da greve.

"O MPT havia sugerido ao BB que alterasse o item 4.5.4 da IN361 que dá margem ao banco para prejudicar férias, licenças e abonos dos bancários grevistas. A ousadia do banco é tanta que, antes do prazo dado pelo MPT (10) para que o BB apresentasse uma solução, o banco, além de não atender a procuradora, soltou nesta sexta-feira (7) boletim insistindo e incentivando a prática de pressão e assédio, mostrando total desrespeito aos bancários, às entidades sindicais e aos órgãos públicos", afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

Além da série de protestos nos locais de trabalho e de ações vitoriosas na Justiça, o movimento sindical também denunciou o BB à Secretaria-Geral da Presidência da República e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).


com Seeb Brasília

Tesouro usou R$ 390 bi em 6 anos para estimular concorrência entre bancos

Estratégia do governo de estimular a atividade econômica via recursos do Tesouro ampliou participação de BNDES, BB e Caixa 

09 de dezembro de 2012 | 22h 30

Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O Tesouro Nacional injetou R$ 390,1 bilhões nos três bancos controlados pelo governo federal - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - entre o fim de 2006 e outubro deste ano. No período, a participação das instituições financeiras públicas no crédito total da economia saltou de 36,8% para 46,6%.
A forte expansão é resultado da estratégia do governo de estimular a atividade econômica e aumentar a concorrência no setor financeiro. Quarta-feira, o governo deu mostras de que a estratégia permanecerá ativa. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a liberação de R$ 100 bilhões para o BNDES no ano que vem. Desse valor, cerca de R$ 45 bilhões poderão ter como fonte o Tesouro Nacional.
Para muitos analistas, porém, o modelo adotado pelo governo traz pelo menos dois riscos. O primeiro é financeiro: um crescimento muito acelerado do crédito pode implicar pesadas perdas no futuro caso haja alguma mudança abrupta no cenário econômico brasileiro e/ou global. Foi o que deu origem à crise financeira internacional que estourou em 2008.
"Se hoje, com a economia relativamente em boa situação, os índices de inadimplência estão elevados, o que pode acontecer se houver uma reviravolta?", indaga o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luís Miguel Santacreu. Ele pondera que, atualmente, "o crédito está andando na frente da economia, quando o ideal é que os dois caminhem juntos".
O analista refere-se à velocidade de expansão dos empréstimos e do Produto Interno Bruto (PIB). Nos 12 meses terminados em outubro, o crédito total no País cresceu 16,6%, enquanto o PIB deve avançar cerca de 1% no ano.
Na Caixa Econômica Federal, o ritmo tem sido muito mais expressivo: 45%. Em geral, os grandes bancos privados de varejo consideram saudável um crescimento do crédito duas vezes superior ao do PIB, já descontada a inflação.
Dívida do governo
O segundo risco apontado pelos especialistas na estratégia do governo é fiscal: a dívida pública bruta é pressionada pelos desembolsos do Tesouro Nacional aos bancos, embora a dívida líquida (que desconta os ativos do governo federal) permaneça em trajetória de queda.
"Se essa política for mantida indefinidamente, poderá levar o Brasil a ter problemas de solvência no futuro", afirmou o economia Felipe Salto, especialista em finanças públicas e analista da Tendências Consultoria Integrada.
Salto, que levantou os números para o Estado, observa que a dívida bruta brasileira deve encerrar 2012 próxima de 64% do PIB, segundo os critérios do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na média, os países emergentes estão com endividamento na casa dos 35% do PIB. Os avançados, que enfrentam grave crise de confiança justamente por causa das dívidas elevadas, estão com 111% do PIB.
Para o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, esses dados mostram que a dívida bruta brasileira, hoje, não é alta nem baixa. "A questão é que a prudência recomenda que um governo mantenha o endividamento em níveis baixos para ter espaço fiscal caso tenha de enfrentar uma crise inesperada, como a de 2008", afirmou.
Se a folga fiscal não é tão grande, o socorro de um governo para evitar (ou amenizar) uma recessão pode se transformar em uma crise ainda maior. É o que ocorreu nos Estados Unidos, que tinham um nível de endividamento relativamente confortável antes da quebradeira de bancos.
As medidas de George W. Bush e Barack Obama para evitar uma depressão como a dos anos 30 elevaram a dívida e, por tabela, o risco fiscal. A situação americana só não é mais delicada porque o país emite o dólar, ainda a moeda mais confiável do mundo.
Por tudo isso, o sócio da MCM Consultores e ex-diretor do Banco Central (BC), José Julio Senna, avalia que o governo tem de trocar de estratégia. "O problema do Brasil, hoje, é estimular a oferta da economia, e não a demanda, seja por meio de mais crédito público ou outros instrumentos", argumenta.
Ele pondera que, na fase mais aguda da crise, a resposta do governo fez sentido. "Foi aceitável, naquela ocasião, o aumento do crédito público. Mas hoje vivemos a fase crônica da crise, que precisa de outro tipo de remédio."
Senna afirma ainda que não vê riscos de solvência no Brasil de hoje, porque vários outros países têm situação fiscal pior. "Minha preocupação maior é com o uso dos recursos públicos, que deveriam ser direcionados para questões mais prementes do dia a dia dos brasileiros, como saúde, educação e segurança."
Ele acrescenta, ainda, que empréstimos concedidos por instituições financeiras privadas tendem a ser mais bem aplicados (e, portanto, mais eficientes) porque não costuma haver interferência política na decisão.

 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

CITIBANK DEMITE 11 MIL NO MUNDO E FECHA 14 AGÊNCIAS NO BRASIL
O programa de redução de gastos que o Citigroup anunciou nesta quarta-feira (05/12), em Nova York, afetará o Brasil. O banco pretende fechar 14 agências no país nos próximos meses, informou um comunicado da assessoria de imprensa do banco, que tem hoje 198 agências/lojas no mercado brasileiro.
"No Brasil será feita uma readequação da rede de distribuição do varejo. O objetivo é concentrar clientes e funcionários em agências com melhor estrutura e capacidade de atendimento", destaca o documento. 
Um funcionário do Citi que pefere não se comunicar disse à Época Negócios que o banco tem, atualmente, metade dos funcionários que deveria ter no Brasil. "Vai ficar difícil de trabalhar por aqui", diz o executivo. 
O Brasil vai continuar sendo um mercado prioritário para o Citi, de acordo com a nota oficial da instituição. "Estamos otimistas em relação às oportunidades futuras e vamos manter nosso objetivo de ser o banco de escolha no segmento premium do varejo no Brasil."

No mundo
O banco anunciou nesta quarta-feira um programa de redução de custos e cortes de 11 mil funcionários. Em outubro, o Citi teve mudança de comando. O CEO Vikram Pandit deixou o cargo e para o lugar foi escolhido Michael Corbat, que destacou que a melhora da eficiência e aumento da rentabilidade do banco seriam suas prioridades.
No programa anunciado hoje, o Citigroup cortará um total de US$ 1,1 bilhão a partir de 2014, o que inclui a demissão de 11 mil funcionários. O banco pretende reduzir sua presença ou deixar de atuar em cinco países, dentre eles a Turquia e o Paquistão.
Os planos de eliminar 11 mil empregos, que equivalem hoje a quase 4% de sua força de trabalho, além da redução de custos no valor de US 1,1 bilhão, têm por objetivo tornar a companhia mais enxuta e eficiente, segundo a empresa.
O banco tem sido alvo de crescente pressão para cortar custos e elevar sua rentabilidade. A expectativa é que de as medidas economizem US$ 900 milhões em gastos em todas as atividades do banco, no mundo todo.
O setor de varejo, que tem sido responsável pelo crescimento da receita do Citi, será o mais atingido e deve responder por aproximadamente 35% dos cortes e pela maioria das demissões.
Nem mesmo os principais mercados serão poupados. O Citi vai reduzir o número de agências também em Hong Kong, além de fechar agências na Hungria, Coreia do Sul e nos Estados Unidos. Nas unidades de mercados de capital e processamento de transações 1.900 vagas de trabalho serão cortadas. O Citi informou que 35% das demissões são relacionadas a essas unidades de negócio.
As demissões são a primeira medida de peso adotada por Corbat no cargo de executivo-chefe. Em memorando aos funcionários após sua indicação ele disse que faria "mudanças" após avaliar a companhia e suas estruturas. 
Fonte: Revista Época Negócios

Bancários aumentam protestos contra demissões em massa no Santander


Os bancários intensificaram os protestos em todo país contra as demissões em massa no Santander. Novas paralisações ocorrem nesta quinta-feira (6) buscando aumentar a pressão para abrir negociações com o banco espanhol. Com os lucros bilionários do banco no Brasil, que representam 26% do resultado mundial, não há por que dispensar trabalhadores.

Carta ao presidente do Santander

A Contraf-CUT enviou na quarta-feira (5) carta ao presidente do Santander Brasil, Marcial Portela, solicitando "a marcação de uma reunião, dentro da maior brevidade possível, para discutirmos a reintegração dos funcionários desligados, a manutenção dos empregos, a melhoria das condições de trabalho e medidas que ampliem o crédito e estimulem o crescimento econômico do país, como contrapartida social pelos excelentes resultados aqui obtidos".

> Clique aqui para ler a íntegra da carta.

O ofício denuncia as demissões em massa no banco "que atingiram principalmente funcionários com mais de 10 anos de casa, muitos oriundos de bancos adquiridos (Banespa, Real, Meridional, Noroeste), perto da aposentadoria e até pessoas com deficiência. Dispensas que acontecem em pleno final de ano, às vésperas do Natal".

Carta ao ministro do Trabalho e Emprego

Também foi enviada carta ao ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, solicitando "a adoção de medidas no âmbito do governo federal para estabelecer um diálogo social com o Santander, visando a reintegração dos desligados, a manutenção dos empregos e o fim da rotatividade, como forma de contrapartida pelos excelentes resultados aqui obtidos".

> Clique aqui para ler a íntegra da carta.

A correspondência denuncia ao ministro as demissões em massa no banco espanhol. Brizola Neto participou da 14ª Conferência Nacional dos Bancários, no dia 20 de julho, em Curitiba, onde criticou a alta rotatividade no sistema financeiro.

Audiência de conciliação

O Sindicato dos Bancários de São Paulo ingressou com uma ação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, com o objetivo de impedir a dispensa em massa. Uma audiência de conciliação entre a entidade e o banco foi marcada para as 15h desta quinta-feira, na capital paulista.

A ação visa proteger direitos coletivos sob o argumento de que demissões de grande contingente de trabalhadores, como a promovida pelo Santander, têm de ser informadas previamente ao Sindicato para que possam ser estudadas medidas que evitem os cortes.

Mais protestos

Na quarta-feira (5), inúmeras manifestações foram realizadas nas principais cidades do país, ampliando os protestos contra a onda de dispensas do banco que foi deflagrada na semana passada com o desligamento de 40 funcionários na Torre Santander e disparou na segunda-feira (3) com cerca de mil demissões e que podem chegar a 5 mil até esta sexta-feira (7), segundo informações extraoficiais. 

Não há motivos para cortar empregos. "O banco não demite na Espanha onde há crise, nem em outros países da América Latina. Não aceitamos que dispensem os funcionários daqui", enfatiza Maria Rosani, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

"Ao invés de promover um Natal de demissões em massa, o Santander deveria fazer contratações, acabar com a rotatividade, melhorar as condições de trabalho e apostar no crescimento do país. Por isso, exigimos a reintegração dos desligados e a manutenção dos empregos dos trabalhadores", reitera o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.


Fonte: Contraf-CUT