Lucro
do BB cresce 4,7%, para R$ 2,7 bi
Provisão
para calotes sobe 28,7% no trimestre, mas inadimplência cai, a exemplo do que
ocorreu em outros bancos
Carteira
de crédito sobe 18%; aumento de despesas com provisão para calotes impede avanço
maior do lucro
MARIANA
BARBOS
AANDERSON FIGODE
FOLHA DE S.PAULO
AANDERSON FIGODE
FOLHA DE S.PAULO
Maior
banco brasileiro, o Banco do Brasil lucrou R$ 2,678 bilhões no 1º trimestre,
4,7% a mais que no mesmo período do ano passado.
O
lucro líquido ajustado (que exclui reservas legais e contingências) caiu 9,3%,
para R$ 2,436 bilhões, abaixo das estimativas do mercado.
O
resultado reflete o aumento das provisões para calotes --28,7% na comparação
anual-- e o aumento das despesas administrativas, que subiram 9,7% (acima da
meta de 5% a 8% de alta estabelecida pelo banco para o ano), alcançando R$ 7,75
bilhões no trimestre.
O
BB também viu a sua receita com tarifas de conta-corrente recuar 5,2% no
trimestre, na comparação com igual período de 2013. Considerando todos os
segmentos, a renda com tarifas cresceu 6,6% no mesmo período --abaixo da meta de
expansão projetada pelo banco para o ano, entre 9% e 12%.
Segundo
o diretor de relação com investidores do Banco do Brasil, Ivan de Souza
Monteiro, a queda nas receitas com tarifas de conta-corrente reflete a nova
política de pacotes adotada pelo banco, colocando apenas os padronizados por
norma do Banco Central à disposição.
"Os
pacotes padronizados dão mais transparência ao cliente e acreditamos que, no
médio e no longo prazo, isso vai gerar retorno para o banco, pois levará a uma
maior fidelização."
CRÉDITO
O
banco apresentou expansão de 18% nos financiamentos na comparação anual,
totalizando R$ 699,3 bilhões ao final de março --21,1% do mercado de crédito
nacional--, à frente de Itaú Unibanco (R$ 508,246 bilhões), Bradesco (R$ 432,297
bilhões) e Santander (R$ 275,245 bilhões).
De
acordo com Monteiro, o crescimento da carteira foi puxado pelo aumento no
crédito agrícola e dos empréstimos imobiliários (88% em 12
meses).
Na
visão de André Riva, analista do GBM (Grupo Bursátil Mexicano), o BB "vem
sofrendo com a queda no nível do spread', que passou para 4,1% no primeiro
trimestre, e a desaceleração do nível de concessão de crédito". O "spread" é a
diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam pelos recursos e a que
cobram de seus clientes nas operações de crédito.
CALOTES
A
inadimplência acima de 90 dias do banco encerrou março em 1,97%, queda de 0,3
ponto percentual sobre a taxa apurada no primeiro trimestre do ano passado e
ligeiramente menor que o 1,98% de dezembro.
A
redução no nível de calotes também foi registrada pelos maiores bancos privados
no país nos três primeiros meses do ano.
Apesar
da inadimplência menor, o BB elevou as despesas com provisões para calote para
R$ 4,19 bilhões --aumento de 27,8%.
Com
provisões menores para calotes, Bradesco e Itaú tiveram altas mais expressivas
de lucro no trimestre. Para Monteiro, as provisões e a taxa de inadimplência
devem se manter estáveis ou cair nos próximos trimestres.
Na
avaliação de Riva, o aumento da provisão não se deu em razão de perspectiva de
mais calotes. "O movimento, na minha visão, está mais ligado ao nível de
crescimento dos financiamentos nos últimos trimestres",
afirmou.
Federação dos Bancários de SP e MS