sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Dia do Bancário: 64 anos comemorando lutas e superações


O dia 28 de agosto é dia de cumprimentar o trabalhador bancário, um profissional dedicado, perseverante, ousado e, sobretudo, corajoso, um lutador incansável, com senso de justiça e que trabalha duro, muitas vezes submetido a condições de trabalho inadequadas.

Enfrenta pressões, metas altíssimas, é exposto à violência urbana, sujeito a jornadas extensas, pois os patrões são hábeis no desenvolvimento de “soluções” para ampliar a jornada de trabalho fixada em  6h, e adoece. No verão, são inúmeras as paralisações de agências por sindicatos, obrigados a intervirem para evitar que o bancário seja exposto também às altas temperaturas, quando ar-condicionados param de funcionar e a ventilação do local é insuficiente para garantir um ambiente saudável. O avanço tecnológico, que por um lado, representa um importante aliado para a sociedade, para estes trabalhadores tem se tornado fator de preocupação, diante de investimentos maciços que os empregadores têm feito, buscando maximizar lucros cortando postos de trabalhos.

Trabalham em um dos ramos mais estressantes. No entanto, formam uma das categorias mais organizadas do país. Não à toa, estiveram presentes em mobilizações históricas, participaram e participam ativamente de importantes momentos da história da democracia brasileira.

O dia da comemoração, 28 de agosto, nasceu de um destes momentos. Uma greve em 1951, convocada pelos bancários paulistas e motivada por uma negociação marcada pelo desrespeito e desvalorização do trabalhador bancário, que em resposta às suas reivindicações, recebeu uma contraproposta acintosa, que não apenas negava o atendimento de suas demandas, como ainda ameaçava cortar direitos. A greve se estendeu por 69 dias, os trabalhadores enfrentaram repressão por parte do governo, mas o episódio terminou, felizmente, com a vitória do movimento sindical bancário, que obteve um reajuste 31%.

Em 1985, o movimento bancário nacional deu novas demonstrações de sua capacidade de organização e mobilização. No dia 31 de agosto, após o encerramento do Encontro Nacional dos Bancários, no ginásio do Guarani Futebol Clube, em Campinas, 10 mil bancários saíram em passeata rumo ao Largo do Rosário, localizado no Centro da cidade. Neste encontro, que em breve vai completar 30 anos, aprovamos a greve nacional que parou o sistema financeiro nos dias 11 e 12 de setembro daquele ano.

De lá para cá, foram inúmeras as lutas travadas ano após ano, buscando tornar o exercício da função de bancário, que é de extrema relevância para a sociedade, cada vez mais um trabalho decente, no sentido de valorizar este profissional e eliminar ao máximo, os entraves que ainda fazem com que seja um trabalho precário em muitos aspectos.

Sinto um orgulho enorme da história do movimento sindical bancário e de ter participado de episódios importantíssimos, como o da greve 1985, entre tantas batalhas em prol da melhoria das condições de trabalho para a categoria bancária que tive a oportunidade de integrar nestes mais de 40 anos de ingresso no setor.

Apesar de enfrentar tantas adversidades, inclusive neste ano, marcado por uma crise econômica bastante séria, por ameaças de demissões e de redução de direitos, o trabalhador bancário se mantém firme e confiante, lutando até o último instante para fazer valerem seus direitos.

Por todos estes motivos e muitos outros que não foram abordados, além das reflexões necessárias, o dia 28 de agosto é um dia de muita comemoração.

Parabéns a todas as bancárias e bancários!

Davi Zaia – Presidente da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) e Deputado Estadual (PPS-SP).



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Negociações específicas entre o Comando Nacional e a Caixa começam hoje

Crédito: Contraf-CUT
Contraf-CUTEstarão em debate temas como saúde do trabalhador e segurança bancária

Nesta quinta-feira (27), às 14h30, em Brasília (DF), o Comando Nacional dos Bancários e a Caixa Econômica Federal iniciam as negociações da pauta específica de reivindicações da Campanha Nacional 2015. Estarão em debate temas como saúde do trabalhador e segurança bancária, com ênfase para a melhoria das condições de trabalho em todas as unidades do banco. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e o Comando Nacional nas negociações com os representantes da empresa. 

A pauta específica dos empregados da Caixa possui itens relacionados à saúde do trabalhador, condições de trabalho, Funcef e aposentados, fim do assédio moral, Saúde Caixa, jornada de seis horas e isonomia, entre outros. Outras prioridades são contratação de mais empregados, fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), combate ao assédio moral e sexual, fim das metas abusivas, garantia do Saúde Caixa aos aposentados - inclusive para os que saíram pelo PADV, fim do voto de Minerva na Funcef, imediata incorporação do REB ao Novo Plano, fim da restrição de dotação orçamentária para horas extras e extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os admitidos a partir de 1998. 

Nas reivindicações sobre o tema saúde, os destaques são o pagamento do adicional de insalubridade para tesoureiro e caixa, o combate aos assédios moral e sexual e a todas as formas de violência organizacional. A Contraf/CUT - CEE/Caixa defende a realização obrigatória de avaliação psicológica do empregado por profissional de sua escolha. Para Fabiana Matheus, coordenada da CEE/Caixa, a luta pelo fim do assédio moral e sexual tem relação direta com a melhoria das condições de trabalho. Um dos principais desafios é avançar nesse quesito.

"Queremos uma Caixa cada vez mais pública, que seja referência no respeito ao cliente/usuário e na relação com seus empregados. Para isso, é fundamental que se acabe com o assédio moral e sexual e que se garanta o pagamento das horas extras e a contratação de mais empregados", complementa.

Em relação à segurança, os empregados da Caixa exigem a instalação de biombos entre os caixas e a fila de atendimento, vidros de proteção nos guichês de caixa e penhor e a elaboração de plano específico em unidades em áreas de risco. Também estão entre as reivindicações, a extensão da pausa de 10 minutos a cada 50 trabalhados a quem atende público, trabalha com entrada de dados ou faz movimentos repetitivos e a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) a todos os bancários do estabelecimento na ocorrência de assalto, entre outras.

Para Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Juventude da Contraf-CUT, e representante da Confederação na CEE/Caixa, a mobilização dos empregados é fundamental. 

"O nosso abaixo-assinado por mais empregados na Caixa tem recebido o apoio de clientes e da população de todo o País. As melhorias nas condições de trabalho e o combate ao adoecimento dos bancários também passam pela ampliação das contratações. Os empregados estão sobrecarregados e a população sendo mal atendida", destaca Fabiana Uehara Proscholdt.

A minuta com os pontos definidos durante o 31º Congresso Nacional dos Empregados (Conecef), realizado entre os dias 12 e 14 de julho, em São Paulo (SP), foi entregue à direção da empresa, no último dia 11 de agosto, na capital paulista, ao mesmo tempo em que foi protocolada a pauta geral de reivindicações dos bancários para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

O calendário de debates específicos está definido e prevê rodadas não só para o dia 27 de agosto, mas também para as datas de 4 de setembro (Saúde Caixa, Funcef e aposentados), 11 de setembro (carreira, isonomia e organização do movimento) e 18 de setembro (contratação, condição de funcionamento das agências e jornada/Sipon). 

Fonte: Contraf-CUT com Fenae

quarta-feira, 26 de agosto de 2015



Negociação sobre saúde e condições de trabalho termina sem avanços no BB


Os trabalhadores do Banco do Brasil deram continuidade nesta terça-feira (25) a mesa de negociações específicas com o BB. A Comissão de Empresa dos Funcionários (CEE) e os representantes do banco debateram a pauta de saúde e condições de trabalho.

Licença saúde e retorno ao trabalho
Foi cobrado do Banco do Brasil a melhoria das condições dos funcionários em licença saúde, como a prorrogação do pagamento dos auxílios refeição e a cesta alimentação durante todo o período da licença, bem como a irredutibilidade do salário durante o período de afastamento. O banco considera muito difícil o atendimento desta proposta. Os funcionários argumentaram que a perda dos tickets alimentação e refeição tem levado muitos funcionários a trabalharem doentes, o que agrava e prorroga os motivos do afastamento.

Os representantes dos funcionários também cobraram do BB que simplifique a folha de pagamento do funcionário licenciado e que permita o parcelamento dos débitos dos acertos do INSS, para evitar que o salário fique negativo em alguns períodos.

Funcionários oriundos de bancos incorporados
Na pauta de saúde, os destaques foram a discriminação dos funcionários oriundos de bancos incorporados e o acesso aos programas de saúde do BB. Os trabalhadores cobraram do Banco a apresentação uma lista de todos os itens que há impedimentos aos funcionários de bancos incorporados para a busca conjunta de soluções.

Foi cobrado do banco ainda as soluções para que os funcionários incorporados possam participar da Cassi e da Previ nas situações existentes possíveis hoje para alguns grupos.

Wagner Nascimento, coordenador do CEE, lembra que desde as primeiras incorporações, em 2009, o Banco do Brasil tem sempre argumentado que precisa de uma solução global para todos os funcionários incorporados no que se refere a Cassi e a Previ. "Essa solução nunca chega e tem mais servido de uma boa desculpa para não avançar nos debates. É possível a integração nos planos de saúde e previdência de boa parte dos incorporados. O argumento dado pelo banco é que isso pode trazer mais problemas. O que reflete o não interesse em achar soluções", afirmou.

Cassi e Plano Odontológico

Os trabalhadores também cobraram também as melhorias na Cassi, como o custeio da ampliação da Estratégia Saúde da Família e apresentação de soluções na mesa específica. Foram apresentadas propostas de incremento de receitas como percentual nos acordos de CCP e CCV e outros acordos e processos judiciais, bem como cobrado do BB que destine uma parte da PLR para a Cassi como forma de melhorar a saúde financeira da Caixa de Assistência.

Os funcionários cobraram do banco melhorias do plano odontológico e que este seja administrado pela Cassi, para gerar mais receitas e melhorar o atendimento do plano. O banco informou mudanças no atual plano odontológico e apresentou uma carta que está sendo encaminhada aos funcionários com as melhorias na BB Dental. O BB também ficou de apresentar à Comissão de Empresa a lista detalhada dos procedimentos que tiveram melhoria.

Para Wagner Nascimento, as mudanças no plano odontológico são reivindicações antigas dos funcionários, desde que o plano foi implantado, fruto de conquista da campanha salarial de 2008. "As nossas pautas de reivindicações, desde 2010, sempre cobram melhorias no plano odontológico. O fato do banco fazer em silêncio nada mais é do que uma forma de querer tirar o mérito da luta dos trabalhadores."


Ato de gestão

A Contraf-CUT e Sindicatos novamente cobraram do BB o fim das demissões e descomissionamentos por ato de gestão, quando não é dada nenhuma justificativa ao trabalhador. Os representantes dos funcionários pediram a extinção desses atos, que muitas vezes tem servido apenas para ameaçar os trabalhadores. O banco tem afirmado que os casos demissão e descomissionamentos são pontuais e que não vê neste momento a necessidade acabar com esse instrumento.

Wagner Nascimento, acredita que tendo hoje inquéritos administrativos, aplicação do código de ética e conduta e, ainda, os ciclos avaliatórios de GDP, já existem instrumentos suficientes ao banco para fazer a sua gestão disciplinar. "O uso do ato de gestão é uma política para demonstrar seu poder de querer demitir os trabalhadores. O contrassenso da gestão de pessoas do BB é tanto que no período em que cobramos mais contratações, o banco quer continuar tendo o poder de demitir. Se não é uma política deliberada do banco, que faça o gesto de grandeza de acabar com esse instrumento", sugeriu.

A próxima rodada está marcada para Brasília, em 31 de agosto, e abordará os temas segurança, igualdade de oportunidades e isonomia.

Fonte: Contraf-CUT

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ORIGEM DO DIA DOS BANCÁRIOS

Dia dos Bancários

Próximo Dia dos Bancários 2015Sexta, 28 de Agosto de 2015
Dia dos Bancário ou Dia do Bancário é comemorado no Brasil anualmente no dia 28 de Agosto

Origem do Dia dos Bancários

A data de comemoração da classe bancária é uma homenagem a um momento histórico de extrema importância para esses profissionais no país. 
No dia 28 de Agosto de 1951, o Sindicato de Bancários de São Paulo entrou em greve após receber uma proposta de reajuste salarial insignificante do governo. Os profissionais pediam, na época, 40% de melhoria salarial e melhores condições de trabalho. 
Vários outros sindicatos por todo o território nacional aderiram à greve, no entanto, não aguentaram a pressão e acabaram por aceitar as propostas do governo, que estavam bem abaixo da média solicitada pela classe bancária. 
Apenas em São Paulo os trabalhadores continuavam resistindo as pressões. Em 5 de novembro, após 69 dias em greve, os bancários conseguiram um reajuste de 31% no salário. Uma grande vitória para a classe, que passou a ser perseguida depois da greve. Muitos perderam seus empregos e foram alvos de represálias. 
A insistência e força dos profissionais daquela época, se tornou um exemplo para toda a classe. Por isso, o dia 28 de Agosto é lembrado como o Dia dos Bancários em todo o Brasil. 

Confirmado para 27 de agosto o início das negociações específicas com a Caixa


Entrega da pauta para o banco ocorreu em 11 de agosto em São Paulo 

Com debates específicos ocorrendo concomitantemente às discussões gerais da categoria com a Fenaban, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) se reúnem com os representantes da Caixa Econômica Federal na primeira rodada de negociações específicas da campanha salarial 2015. Será na quinta-feira da próxima semana, dia 27 de agosto, às 14h30, em Brasília (DF).

O encontro com o banco ocorre no Hotel San Marco e tratará das reivindicações dos empregados relacionadas à saúde do trabalhador e segurança bancária. O objetivo é melhorar as condições estruturais das agências, com o aumento do número de empregados por setor e o atendimento das questões relativas à saúde e segurança.

No dia da reunião com a Caixa, na parte da manhã (9h30), a CEE/Caixa realiza um encontro preparatório, na sede da Fenae, em Brasília. 

A entrega da pauta específica da Caixa ocorreu no dia 11 de agosto. O documento reúne itens que serão negociados durante a campanha nacional e, posteriormente, na mesa de negociações permanentes. Todos as reivindicações foram aprovadas no 31º Conecef, realizado em junho, em São Paulo (SP). 

Os principais destaques são contratação de mais empregados, fim do GDP, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, garantia do Saúde Caixa na aposentadoria (inclusive para os que saíram pelo PADV), fim do voto de Minerva na Funcef, imediata incorporação do REB ao Novo Plano, fim da restrição de dotação orçamentária para horas extras e extensão da licença-prêmio e do anuênio para todos os admitidos a partir de 1998.

Os debates entre os representantes dos empregados e do banco serão realizados com base no seguinte calendário: dia 27 de agosto (saúde do trabalhador e segurança bancária), dia 4 de setembro (Saúde Caixa, Funcef e aposentados), dia 11 de setembro (carreira, isonomia e organização do movimento) e dia 18 de setembro (contratação, condição de funcionamento das agências e jornada/Sipon). 

Fonte: Contraf-CUT/Fenae

Negociações específicas com o BB começam na segunda dia 24


As negociações das reivindicações específicas dos funcionários do Banco do Brasil começam na tarde desta segunda-feira (24), com continuidade na terça (25), pela manhã, na nova sede do banco, em Brasília. Serão debatidos os temas: emprego, contratações, condições de trabalho e saúde. 

Os bancários cobram do BB mais contratações e convocação de concursados, tanto para reposição das vagas do PAI - Plano de Aposentadoria Incentivada, como para melhorar o atendimento das agências, que tem sofrido bastante com a falta de funcionários.

Nas questões envolvendo a saúde, serão abordados os problemas referentes à assistência médica da Cassi e dos funcionários de bancos incorporados, as licenças, acidente de trabalho, exames periódicos, melhoria do plano odontológico e os assuntos relativos ao adoecimento dos trabalhadores. 

Também serão debatidas nesta rodada dupla as condições de trabalho dos funcionários, com as reivindicações sobre melhoria dos locais de trabalho, a questão das metas abusivas e a sua relação com o assédio e os descomissionamentos.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, estas duas reuniões serão importantes para se ter ideia da disposição do banco em ter uma negociação produtiva: "Entendemos que mesmo com orçamentos reduzidos em vários setores do governo, o lucro que o banco apresentou foi grande o suficiente para atender nossas reivindicações", afirma. 

Fonte: Contraf-CUT

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Bancos não assumem compromisso com emprego da categoria

Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
Jaílton Garcia - Contraf-CUTSomente de janeiro a junho deste ano, o setor bancário cortou 2.795 empregos

Na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2015, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, nesta quarta-feira (19), no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, os representantes dos bancos não assumiram compromisso com a manutenção dos empregos da categoria. 

Os bancários reivindicam também o fim da rotatividade, o combate à terceirização, inclusive via correspondentes bancários, e a criação de um grupo de trabalho para discutir a automação, entre outros pontos da pauta. Os representantes dos bancos, no entanto, alegaram que não podem dar garantia de emprego aos bancários de todo o País. 

Somente de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do Caged, o setor bancário cortou 2.795 empregos. Esse número aumenta para 22 mil quando analisado o período de janeiro de 2012 a junho de 2015. No início dos anos 1990, o Brasil tinha 732 mil bancários. Em 2013, esse número caiu para 511 mil, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego. No momento, 21 mil bancários do HSBC, adquirido pelo Bradesco, ainda correm risco de demissão.

"A negociação hoje tratou de um tema essencial para os trabalhadores, mas o sistema financeiro não tem interesse em negociar a garantia no emprego. Os bancos insistem em dizer que demitem pouco, mas se utilizam dos correspondentes bancários, que retiram o emprego da categoria e o transfere para outros lugares mais precarizados e com menores salários. A rotatividade e terceirização servem para eles aumentarem cada vez mais seus lucros", disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional.

"No momento em que o emprego é uma preocupação geral, inclusive com o governo anunciando linhas de créditos mais baratas para empresas que não demitam, os bancos, com lucro crescendo 20% somente no semestre, não se comprometem em garantir o emprego dos trabalhadores", disse Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, uma das coordenadoras do Comando Nacional. "Cobramos mais responsabilidade social do setor, para contribuir com a geração de empregos do País e eles podem fazer isso contratando mais e oferecendo taxas de juros mais baixas para o setor produtivo." 


A Fenaban negou haver demissões no momento e seus dirigentes também se mostraram contrários à Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que disciplina o término de contrato de trabalho pelo empregador e determina a necessidade de justificativas para a dispensa. "Isso nunca deu certo", alegou Magnus Ribas Apostólico, diretor de Relações Trabalhistas da entidade patronal. 

Roberto von der Osten argumentou que o trabalho é um direito social fundamental do homem e tem por finalidade melhorar as condições de vida das pessoas, buscar a igualdade social e atribuir dignidade à pessoa humana. Lembrou ainda que o artigo 6° da Constituição elenca como direitos sociais o direito ao trabalho, entre outros, como a educação, saúde, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e infância e assistência aos desamparados.

"A Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de 1948 e o Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 elevaram esses direitos sociais ao nível de direitos humanos, com vigência universal", ressaltou o presidente da Contraf-CUT.

Roberto observou ainda que uma consulta realizada junto aos bancários e a conferência nacional da categoria deixaram claro que o tema emprego é muito importante nessa campanha. "E no momento o Congresso Nacional está debatendo a terceirização indiscriminada, existe a possibilidade de ampliação dos correspondentes bancários, a automação vem crescendo e um dos seis grandes bancos, o HSBC, foi vendido para um outro grande banco, o Bradesco", explicou Roberto.

CONTESTACÃO

Para Magnus Apostólico, o superintendente de Relações do Trabalho da Fenaban, o sistema bancário teria um quadro de trabalhadores estável, se comparado ao de anos atrás. 


O dirigente patronal acentuou que não haveria motivos para preocupação com demissões. As fusões entre bancos também não estariam causando demissões, na avaliação do diretor da Fenaban. 

As respostas dos bancos repetem postura dos anos anteriores. Eles negam a redução de postos de trabalho, dizem que mantém o nível de emprego, amenizam os problemas da terceirização e a rotatividade, contestam o descumprimento da jornada de trabalho e ainda insistem no descumprimento do acordo coletivo dos bancários, que determina seis horas ao dia. 

"Eles ainda deixaram bem claro na negociação que são a favor do projeto de terceirização que tramita no Senado. Eles são a favor e nós somos radicalmente contra", lembrou o presidente da Contraf-CUT.

A entrega da pauta de reivindicações dos bancários ocorreu no dia 11 de agosto. A segunda rodada de negociações acontecerá nos dias 2 e 3 de setembro, com os temas saúde e condições de trabalho.

Lucro - O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 16,3 bilhões, com crescimento de 21,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 12% atingindo o valor de R$ 27 bilhões. Neste primeiro semestre, os balanços já divulgados (Itaú, Bradesco, Santander e BB) somaram R$ 29,8 bilhões, crescimento de 20% em relação a mesmo período do ano passado. Para os empregos, no entanto, curva descendente: 5.004 postos a menos em 2014 e 2.795 no primeiro semestre de 2015. 


Reivindicações -Entre os itens principais da pauta dos bancários estão o índice de 16% (reposição da inflação mais aumento real de 5,7%, acima da inflação), o piso salarial no valor de R$ R$ 3.299,66 e a PLR (três salários base mais parcela adicional fixa de mais R$ 7.246,82). E reivindicam ainda melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas. 



Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014. 

Fonte: Contraf-CUT

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Comando deixa claro à Fenaban: emprego é prioridade

O Comando Nacional dos Bancários deixou claro à Fenaban que o emprego é prioridade, durante a primeira rodada de negociação da Campanha 2015, realizada nesta quarta-feira (19), Entre os tópicos debatidos, garantia de emprego, contratação, fim da rotatividade, jornada de trabalho, mudanças tecnológicas, terceirização e correspondentes bancários. “O Comando destacou que o emprego é um direito social e os Bancos têm a responsabilidade, perante a sociedade, de manter e ampliar o nível de postos de trabalho diante da alta rentabilidade do setor e também para prestar um atendimento decente à população”, destaca o secretário da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) e integrante do Comando, Jeferson Boava.

A Fenaban, evidentemente, tentou desconversar o tópico garantia de emprego, negou a rotatividade (redução da massa salarial) e defendeu a terceirização, o nesfasto PLC 30/2015, que tem como origem o PL 4330/2004 e, consequentemente, os correspondentes bancários. Quanto às mudanças tecnológicas, o Comando apontou o ritmo acelerado, que tem resultado em horário estendido, atendimento remoto e burla dos direitos dos bancários. Para Jeferson Boava, “na contramão da economia nacional, a lucratividade dos bancos aumenta, porém não existe contrapartida. Hoje os bancos expulsam clientes e usuários, bem como, quer a qualquer custo reduzir ainda mais o capital humano. O que é inaceitável. Para agravar, vive-se no momento mais uma etapa da concentração bancária, com o Bradesco incorporando o HSBC. O movimento sindical bancário tem como papel, junto com a categoria, assegurar e expandir os postos de trabalho no setor. A tecnologia é bem-vinda. Mas, deve ser benéfica para todos”.

Calendário de negociação

02 e 03 de setembro: Saúde e Condições de Trabalho
09 de setembro: Igualdade de Oportunidades e de Tratamento
16 de setembro: Remuneração

Fonte: Sindicato dos Bancários de Campinas e Região




Assessoria de Comunicação
Federação dos Bancários de SP e MS

Comando negocia com BB dia 24/08 e Caixa Federal dia 27/08

Após a primeira rodada de negociação com a Fenaban, realizada nesta quarta-feira (19), o Comando Nacional dos Bancários inicia o processo de negociação das pautas específicas do Banco do Brasil e da Caixa Federal, aprovadas no 26º Congresso Nacional dos Funcionários e 31º Conecef, respectivamente. Os dois congressos foram realizados entre os dias 12 e 14 de junho em São Paulo.

A primeira rodada de negociação entre o Comando e o BB será no dia 24 deste mês de agosto; com a Caixa Federal no dia 27.

Calendário de negociação

Banco do Brasil

24/08: Emprego, contratação e condições de trabalho.
25/08: Condições de Trabalho/Saúde.
31/08: Segurança, igualdade de oportunidades e isonomia.
11/09: Cláusulas sociais e previdência complementar.
18/09: Remuneração e plano de carreira

Caixa Federal

27/08: Saúde do trabalhador e segurança bancária
04/09: Saúde Caixa, Funcef e aposentados
11/09: Carreira, isonomia e organização do movimento
18/09: Contratação, condição de funcionamento das agências e jornada/Sipon


Assessoria de Comunicação
Federação dos Bancários de SP e MS

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Bancários realizam primeira rodada de negociação com a Fenaban

 
Crédito: Jaílton Garcia - Contraf-CUT
Jaílton Garcia - Contraf-CUTA categoria vai negociar o fim das demissões e garantia no emprego

O Comando Nacional dos Bancários participará nesta quarta-feira (19), em reunião no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, a partir das 10 horas, da primeira rodada de negociação com a Fenaban na Campanha Nacional 2015. O tema será emprego. A categoria vai negociar o fim das demissões e garantia no emprego, o fim da rotatividade e o combate à terceirização, entre outros temas.

Os bancos que operam no Brasil fecharam 2.795 postos de trabalho nos primeiros seis meses de 2015, de acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada pela Contraf-CUT. As reduções mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (-771), Minas Gerais (-484) e São Paulo (-458). 

Somente o Itaú, Bradesco e Santander, do primeiro semestre de 2014 ao primeiro semestre de 2015, fecharam 6.032 postos de trabalho. No mesmo período, os três bancos tiveram um crescimento de 22,3% no seu lucro líquido.

No início dos anos 1990, o Brasil tinha 732 mil bancários. Em 2013, esse número caiu para 511 mil, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego. No momento, 21 mil bancários do HSBC, adquirido pelo Bradesco, correm risco de demissão.

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, lembra que uma consulta realizada junto aos bancários e também a conferência nacional da categoria deixaram claro que o tema emprego é muito importante nessa campanha. "Vivemos uma conjuntura onde o Congresso Nacional está debatendo a terceirização indiscriminada. Também há a possibilidade de ampliação dos correspondentes bancários, a automação bancária vem crescendo e um dos seis grandes bancos, o HSBC, foi vendido para um outro grande banco, o Bradesco. Temos que nos mobilizar para defender esse direito social fundamental, que é o emprego", acrescentou Roberto. 

Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Federação participa da entrega da Pauta de Reivindicações à Fenaban

Primeira rodada de negociações, marcada para o dia 19, tratará sobre emprego, principal preocupação da categoria este ano

A Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS) participou na manhã desta terça-feira (11), de reunião para entrega da pauta de reivindicações da categoria bancária à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), em sua sede, em São Paulo. As pautas específicas dos trabalhadores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal também foram entregues.

A categoria reivindica reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real); PLR de três salários mais R$ 7.246,82; Piso: R$ 3.299,66 (baseado no salário mínimo calculado pelo Dieese em junho deste ano); Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional); defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral e fim da terceirização.

A entrega da pauta à Fenaban marca o início oficial da Campanha Nacional Unificada dos Bancários 2015 e já tem a primeira rodada de negociações agendada para o próximo dia 19 (quarta-feira) para tratar do tema eleito como prioridade para este ano, marcado pela crise econômica, pelos cortes nos postos de trabalho e pela ameaça da aprovação do PLC 30/15 (que permite ampliar a terceirização), o emprego.

O calendário sugerido pelo Comando Nacional dos Bancários:

19/08 - Emprego
02 e 03/09 – Saúde, condições de trabalho e segurança;
09/09 – Igualdade de oportunidades;
16/09 - Remuneração

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Minuta com reivindicações será entregue amanhã à Fenaban


Pauta foi aprovada na 17ª Conferência Nacional dos Bancários em São Paulo

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT), entregará amanhã, às 9hs, na sede da Federação dos Bancos - Fenaban (avenida Faria Lima, 1485, em São Paulo), a minuta de reivindicações da categoria da campanha 2015. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, e a vice-presidenta, Juvandia Moreira, acompanharão a entrega. 

Na mesma data, serão encaminhadas também as reivindicações específicas dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. As reivindicações gerais foram definidas em votação por 667 delegados - sendo 219 mulheres e 448 homens -, durante a 17ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre 31 de julho e 2 de agosto, em São Paulo. 

As reivindicações específicas da Caixa foram definidas durante o Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Federal (Conecef), entre 12 e 14 de junho, e a do Banco do Brasil no 26º. Congresso Nacional dos Funcionários do BB, na mesma data. Os dois encontros também ocorreram em São Paulo.

A pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2015 terá como pontos centrais o reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, melhores condições de trabalho, fim da terceirização e vales-alimentação e refeição maiores. 

"A nossa minuta continuou no formato que ela já tinha, com 129 artigos, que serão negociados exaustivamente com a Fenaban. Resulta hoje numa convenção coletiva com 68 cláusulas contratadas. Então, temos de avançar bastante ainda", afirma o presidente da Contraf-CUT.

A minuta foi analisada pelo departamento jurídico da Contraf. "Foram refeitos o formato e a linguagem. E foi submetida aos sindicatos, que efetuaram suas assembleias, segundo orientação jurídica da Contraf-CUT, para aprovação. Vamos agora fazer a entrega simbólica. E propor para a Fenaban uma negociação a partir da próxima semana. Já queremos ter o primeiro contato de negociação e estabelecer um calendário", diz Roberto von der Osten.

Para os empregados da Caixa, as principais reivindicações são a melhoria das condições de trabalho, mais contratações, fim do GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas), combate às metas abusivas e defesa da isonomia. A mobilização pelo fim do GDP foi um dos consensos do Conecef, motivo de reclamações em todo o País, principalmente, em razão de metas excessivas. "E queremos também que a Caixa faça mais contratações e melhore o atendimento à população. A Caixa tem todas as condições no momento para fazer isso", diz Sergio Takemoto, funcionário do banco e secretário de Finanças da Contraf-CUT. 

Entre as demandas específicas do Banco do Brasil estão a luta por melhorias no PCR, mais contratações, melhores condições de trabalho e fim do assédio moral. Também foi aprovada a manutenção do princípio de solidariedade na Cassi à inclusão de funcionários vindos de bancos incorporados pelo BB.

"É um momento conjuntural difícil, mas a exemplo do que propomos para o Brasil, não é hora de retrancar e sim de expandir o crédito, baixar as taxas e os juros para que a economia continue crescendo, achando uma saída que não seja de recuo e sim de desenvolvimento", diz Carlos Souza, funcionário do BB e secretário-geral da Contraf-CUT. "A categoria tem de entrar na campanha de forma ambiciosa e corajosa." 

Principais reivindicações aprovadas na 17ª. Conferência

Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82 

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários. 

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs). 

Fonte: Contraf-CUT

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Denúncias de assédio moral em São Paulo aumentam 125% no mês de julho

04/08/2015



Uma campanha do Ministério Público do Trabalho de São Paulo iniciada no início de julho mais que dobrou o número de denúncias de assédio moral das empresas. De junho para julho, o aumento foi de 125%. Em todo o Brasil, são mais de 5700 inquéritos. O assédio moral pode causar danos como depressão e, em casos extremos, o suicídio.

O vídeo, que é parte da campanha do Ministério Público contra o assédio moral, mostra o chefe anuncia o funcionário eleito incompetente do mês: "continue assim sem cumprir as metas que você vai longe, vai bem longe, vai para o olho da rua", mostra a simulação.

A campanha foi paga com parte dos R$ 10 milhões da multa aplicada à Samsung, que teve que assinar um termo de ajuste de conduta do Ministério Público em dezembro do ano passado. A empresa também foi obrigada a adotar medidas para evitar o assédio moral em suas unidades.

O assédio moral ocorre quando o chefe constrange ou humilha um subordinado durante o horário de trabalho, de forma constante. A prática não é considerada crime. Uma lei federal diz respeito aos servidores públicos e as punições podem chegar à demissão.

A advogada Cristina Paranhos Omus, da Comissão de Direito Material do Trabalho da OAB-SP, explica que o restante dos trabalhadores está protegido por outras leis que podem ser acionadas numa ação de danos morais. "A gente tem leis genéricas, mas que protegem a honra não fala especificamente de moral, mas a honra, o nome e todo aquele rol de patrimônio moral que cada cidadão, cada empregado tem quando a gente está falando de relações de emprego", diz.

Segundo procurador do trabalho Marcelo Costa, o Ministério Público pode atuar quando o assédio contamina mais de uma pessoa na empresa, acarretando em ambientes de desrespeito. "Toda vez que o empregador ou seu preposto pretende dar um recado, ele pode estar dirigindo aquele assédio ou aquela conduta ofensiva, ou aquelas ofensas pra determinado trabalhador, mas todos os outros estão presenciando isso. As empresas podem estabelecer uma série de condutas empresariais para fiscalizar isso", afirma.

Fonte: Agência Brasil