quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Maiores bancos lucram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre, cobram caro e pagam pouco

Tarifas e juros altíssimos não asseguram aumento nos salários, melhoria nas condições de trabalho e, muito menos, serviços de qualidade. Esta lógica garante, sim, que o setor financeiro atravesse a crise pela qual passa a economia mundial sem arranhões na sua lucratividade.
Pelo menos é o que apontam os números no primeiro semestre de 2016, quando os cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) chegaram a R$ 29,7 bilhões de lucro.
Juros altos, salários baixos 
No primeiro semestre de 2016, segundo informações do Dieese, os cinco maiores bancos brasileiros em ativos totais apresentaram resultados expressivos diante do montante de R$ 5,8 trilhões em ativos, com evolução de 6,5% em 12 meses, patrimônio líquido de R$ 410 bilhões e lucro líquido recorrente (sem efeitos extraordinários) na ordem de R$ 30 bilhões.
Já as receitas com serviços e tarifas totalizaram R$ 55 bilhões com alta de 8,7%, enquanto as despesas de pessoal somaram R$ 43 bilhões (+6,6%), permitindo um índice de cobertura total por volta 104% em junho de 2016. Ou seja, somente as receitas de serviços e tarifas cobrem integralmente as despesas de pessoal e ainda garantem excedentes sem comprometer o resultado em lucratividade.
Com tanto lucro, os bancos deveriam diminuir os valores das tarifas e aumentar os salários dos bancários. Nada disso tem acontecido. Nas negociações de 2016, até agora, os bancos sinalizaram para um pífio aumento de apenas 7%, alegando que o índice é a projeção da inflação para os próximos 12 meses. O que eles esquecem é que o percentual de aumento deve atender a inflação relativa ao mesmo período, referente ao passado.
Reivindicações Os bancários ratificam a pauta de reivindicações que implica em reposição da inflação do período, de 9,57% mais aumento de aumento real de 5% e valorização do piso salarial. A categoria também é contra as metas abusivas e a terceirização. Pede, ainda, fim do assédio moral, mais segurança e melhores condições de trabalho.
Emprego A defesa do emprego também está entre as reivindicações. Mesmo com o crescente número de contas correntes, a taxa de emprego no setor bancário só tem caído. Os maiores bancos fecharam 422 agências bancárias, encerrando o período com um total de 19.291 unidades em todo o país.
Vale destacar que apenas com a cobrança das altas tarifas os bancos já sustenta a folha de pagamento. Mesmo assim, as instituições sugam os clientes na cobrança de juros e exploram e sobrecarregam os bancários.
Novas negociações esta previstas para esta quinta-feira (15), às 16 horas,  entre a Fenaban e o Comando Nacional. “Para que a categoria saia vitoriosa, é preciso que bancários e bancárias se envolvam efetivamente e de forma unificada com a campanha. Só a luta garante nossos direitos”.

Diretoria do Seeb Presidente Venceslau e Região